fevereiro 27, 2015

Capítulo 2 – Toph Magaira

_ Quem é você menina? O que faz aqui? Por que me espionava? – inquiriu o homem com seriedade. Sua mão desceu suavemente até o arco longo que estava ao seu lado enquanto se levantava. Puxou uma flecha da aljava, carregou o arco. – Vamos, responda menina! – ordenou. Apontou o arco para a floresta. – E vocês também! Saiam e apresentem-se!
_ Eu me chamo Magaira – respondeu a menina, espantada com a agressividade do homem. ­– Eu vim por causa do cheiro. Que fome! O que você está assando?
_ Ora, se é fome o que você tem, então aproxime-se e sirva-se. São cogumelos, tenho muitos deles. Quer que eu a ajude? – o homem mantinha os olhos fixos na mata enquanto falava.
_ Ajuda? Pra quê? – perguntou a garota.
_ Ajuda para chegar até a fogueira, para não tropeçar. Há pedras e galhos por todo o lado – respondeu, deixando claro que notara a deficiência de Magaira.
A menina ficou irritada, mas não disse qualquer coisa sobre o assunto. Recusou a ajuda de forma rude e sentou-se próxima ao fogo. Apanhou com destreza um espeto de cogumelos e o saboreou, evidenciando que não precisava de auxílio. Aquilo a irritava. Por todo lugar onde ia as pessoas tinham reação semelhante, consideravam-na incapaz pelo fato de seus olhos não enxergarem. Seus olhos de fato não viam nada além de uma escuridão infinita, mas ela enxergava, e muito bem. Enquanto mordiscava o fungo com apetite voraz, sua mente trabalhava, trazendo à tona diversas lembranças.
Seu nome era Toph Magaira. Era de Bielefeld, de uma província próxima ao Bosque de Fiz Grim, chamada Kazordoon. Sua família tinha grandes posses, vinha de uma linhagem de combatentes que se auto denominavam “Punhos de Aço”, pelo fato de treinarem técnicas de combate sem armas. Não conheceu sua mão, morta durante o seu parto, e seu pai, Durin Magaira, governava o feudo com disciplina invejável. Era um homem de grande influência, tanto dentro quanto fora de sua cidade, entretanto não era um bom pai.
O viúvo culpava a filha pela morte de sua amada esposa, Elise e por esse motivo amaldiçoou a menina logo que nasceu. Enlouquecido pela perda, embalsamou o corpo da falecida e durante os quatro primeiros anos de vida da sua herdeira, fazia questão de levá-la todos os dias até o ataúde para ver o que causara à mãe. Parecia ter prazer em fazer torturar a filha, acusando-a de ser a causa do falecimento de Elise. Os empregados nada faziam, com medo das possíveis punições, já que Durin era extremamente severo e sua saúde mental já não era mais a mesma.
Mas, tanta crueldade não poderia passar impune. Certa vez uma das empregadas não se conteve e acabou por discutir com o patrão na frente de todos:
_ O senhor roga tanta praga nessa menina, obrigando-a a ver o corpo da mãe, que um dia, ela há de perder a visão de tanto desgosto e culpa!
Enfurecido, Durin mandou executar a mulher diante dos demais serviçais, para que servisse de exemplo a todos. Mas, como castigo por seus atos, ou talvez as palavras da mulher simplesmente estivessem certas, Toph foi perdendo a visão pouco a pouco, até que próxima de completar seu quinto ano de existência ela ficou completamente cega. Foi só então que Durin passou a se importar com a filha, mas não da maneira que ela necessitava. Colocou os criados para cuidarem da garota vinte e quatro horas por dia. Toph tinha quase um batalhão de serviçais para ajudarem-na a fazer tudo, desde as mais simples tarefas às mais complicadas. Mas seu pai quase não a via, passava a maior parte do tempo cuidando da administração da cidade – não tinha tempo para cuidar de uma menina cega, para ele já bastava a perda que tivera, aquilo era praticamente um insulto dos deuses.
Assim o tempo foi passando e Toph foi crescendo, criada pelas empregadas. E ao contrário do que seu pai supunha, não era uma incapaz ou um fardo. Ela era uma garota inteligente, que aprendia com facilidade mesmo as coisas mais complexas. E foi assim que ela começou a desenvolver suas habilidades.
A cidade de Kazordoon, vez ou outra, organizava torneios de combate corporal entre os populares para o deleite de seu suserano e a nobreza de cidades próximas.
Esses combates consistiam em dois lutadores, e o vencedor levava para casa um saco com uma quantia generosa de dinheiro e um cinturão de melhor lutador além, é claro, da fama entre a população. Toph, ainda pequena e com sua visão já extremamente limitada, chegou ver alguns desses combates e ficou fascinada com a maestria que os combatentes aplicavam seus golpes e com a movimentação. Era uma verdadeira dança acrobática. A jovem quis aprender mas seu pai, arrogante como sempre e ainda mais por ela ser uma mulher, prontamente a impediu de tentar praticar qualquer tipo de arte marcial, principalmente depois que ela perdeu a visão. “Como seria possível uma cega tentar entrar em combate com alguém?” disse Durin certa vez. Toph não suportava o fato de ser uma “impotente“ por causa de sua deficiência e tomou uma decisão que mudou sua vida. Jamais se daria por vencida. Ela ensaiava escondida os passos que havia visto quando ainda era bem pequena, ainda que fossem poucos, mas se esforçava como uma profissional.
Um dia, a faxineira da família entrou no quarto de Toph e a viu fazendo os movimentos e, reconhecendo o empenho da garota, resolveu ajudar, ainda que aquilo pudesse lhe custar a vida. A jovem treinava todos os dias com afinco e durante 5 anos essa rotina se repetiu.
Um dia, entretanto, sua vida sofreu uma reviravolta inesperada. Seu pai a levou em uma viagem até a capital, para que conhecesse o futuro esposo, a quem havia sido prometida por conveniência entre as famílias nobres. Durante a viagem, porém, a caravana sofreu um grave acidente. A carruagem em que Toph estava despencou em um penhasco, mas ela sobreviveu milagrosamente. No entanto não ouvia vozes procurando por ela. Supôs que tinham-na abandonado, afinal era impossível para alguém sobreviver àquela queda, especialmente uma menina cega. Caminhou durante horas a esmo, tentando aos poucos compreender o lugar onde estava apenas com sua audição e olfato. Já exausta se deu conta que já era noite, pois as criaturas noturnas já se faziam presentes. Recostou-se em algo que imaginava ser uma árvore e ali adormeceu. Acordou ouvindo passos e, obviamente, se assustou. Perguntou se era o pai que estava ali e não obteve resposta. Ainda assustada, a garota tentou levantar-se e correr, mas percebeu que era impossível fugir, pois havia uma espécie de círculo de rochas cercando-a. Era algo que não estava ali antes e que surgira do nada como num passe de mágica. Então, alguém se pronunciou:
_ Muito bem, garota – uma voz doce e lírica ecoou por aquela imensidão escura na qual a jovem se encontrava. – Fique calma, pequenina, não desejo lhe fazer qualquer mal. Venha, vou abrir o caminho para você vir até aqui e me dizer o que faz neste lugar.
Toph sentia uma estranha sensação de conforto ao ouvir aquela voz. Sentiu o chão ao redor estremecer e notou que a muralha de rocha que a cercava havia desaparecido. Sentindo-se segura, contou à voz o que lhe acontecera. A voz perguntou sobre seus olhos e Toph lhe contou sua triste história.
Comovida, a voz que por fim revelou chamar-se Inana, prometeu ajudá-la de alguma forma. Contou que seu papel ali era proteger todos que tentassem profanar a floresta próxima dali e tudo que nela habitava. Disse também que tinha vindo de um lugar muito distante, a pedido da própria Deusa da Magia. Revelou também que, a Deusa havia lhe do privado o direito de ver, enquanto estivesse naquele mundo, já que Inana tinha um coração completamente puro e para poupá-la dos horrores que poderiam parti-lo em pedaços. Assim, ambas possuíam algo em comum. Mas, ao contrário da garotinha, Inana conseguia sentir tudo o que estava em sua volta apenas com o toque de seus pés no chão. Era possível sentir o simples caminhar de uma formiga em uma distância de 20 metros dela. Além disso, ela possuía o poder de manipular a energia que a Deusa deixara no mundo, usando-a a seu favor dela para moldar a terra, as rochas e proteger a si mesma e o lugar que guardava. Assim, Toph encontrou uma mestra e começou um árduo treinamento. Sentia algo maternal em Inana, algo que não sentia com os criados que a educavam e nem mesmo com seu próprio pai.
Mas um dia toda a harmonia da qual desfrutava naquele lugar teve que acabar. Sentiu que as criaturas estavam muito agitadas e logo descobriu o motivo: seu pai, depois de longos dois anos, finalmente fora atrás do seu paradeiro. Um enorme grupo de busca ia avançando e devastando a floresta que ela agora chamava de casa. Destruíram toda a beleza do lugar e mataram criaturas inocentes e dóceis apenas para encontrar a menina perdida. Inana não suportou tudo aquilo e enlouqueceu, tentando a todo custo proteger aquele lugar com sua vida e força, mas acabou sendo capturada. Toph tentou libertar sua mentora e protetora em vão. Foi levada de volta até a província de Kazordoon e lá a Inana foi executada.
Toph sentiu no coração a mesma dor de um filho perdendo sua mãe e, tinha certeza, que o que fora feito com aquela criatura, fora algo desumano. Mesmo ser enxergar, sabia que a morte dela fora horrível, já que agora conseguia sentir o mundo a sua volta e todas suas vibrações. Toph ficou desolada e passou 1 ano trancafiada em seus aposentos, apenas saindo para fazer suas necessidades.
A garota sempre lembrava de Inana e as lembranças eram ainda mais fortes quando a chuva caia, já que ela tinha medo de trovões e Inana sempre a confortava em seus braços a cada tempestade. Prometeu a si mesma que iria reencontrar Inana em outro mundo ou até mesmo revivê-la com magia. Então, quando suas lágrimas haviam secado, Toph juntou alguns pertences e partiu. Iria conhecer o mundo e aprimorar o que aprendera com Inana. Também desenvolveria as técnicas de combate que conhecera e nunca mais permitiria que uma injustiça como a cometida com Inana se repetisse. E jamais deixaria que a destratassem por causa de sua cegueira, seria tão forte quanto ou até mais forte que qualquer pessoa “normal”.
Toph não tinha sequer quinze anos quando deixou seu “lar”. Levava em seu rosto um sorriso, em seus olhos as lágrimas e em seu coração o desejo de acabar com as crueldades de seu pai, rever Inana e construir um novo lugar para que as duas pudessem viver juntas e ensinar a outras pessoas tudo o que tinha aprendido sobre a vida nestes poucos anos de existência.
Assim o tempo passou e a menina cresceu e se desenvolveu ainda mais.  Certa vez, entretanto, Toph estava acampada em uma floresta, junto de uma caravana de mercadores que rumavam para o reino de Tollon, levando víveres e esperando obter madeira negra para comércio.
Era uma noite fria e o vento feria seu rosto enquanto ela praticava suas artes um pouco afastada do acampamento. Foi quando um som ensurdecedor invadiu sua mente. Era como o som de uma trombeta ecoando de forma estrondosa, não natural. Era algo sobrenatural, pensou Toph, pois ela, mesmo com sua audição apurada, não conseguiu determinar a fonte do barulho. Era como se ele surgisse de todos os lugares e nenhum ao mesmo tempo. Não houve deslocamento de ar, nada que pudesse produzir tal ruído. Era como se as trombetas tocassem diretamente em sua mente. Toph se assustou pela primeira vez em muito tempo.
Retornou ao acampamento e sentiu o desespero que tomava conta dos viajantes. As respirações ofegantes, choros suprimidos, gritos engolidos a seco, todos estes sons e sensações vinham até Toph. Ela soube então que não era coisa da sua mente, mas que todos tinham tido a mesma experiência desagradável.
Então o improvável aconteceu. Um sentimento de nostalgia se apossou de Toph. Uma saudade e uma preocupação com sua família. Toph lembrou-se de seu pai, e desejou vê-lo, ainda que não guardasse em sua mente qualquer boa lembrança daquele homem. Lembrou-se das poucas pessoas que a tratavam com algum carinho em sua casa, os criados de seu pai, e seu coração ficou aflito.
Toph abandonou a caravana e rumou de volta para sua casa. Foi longa sua jornada de volta já que transpor tantas léguas era uma árdua tarefa, especialmente para uma garota cega que viajava sozinha.
Faltavam poucas milhas para Toph chegar finalmente em casa, quando algo estranho aconteceu. Toph ouviu uma voz, estranhamente familiar que, a exemplo da misteriosa trombeta de meses atrás, parecia falar diretamente dentro de sua mente. A voz era fraca e distante e se expressava entre pausas, como se fizesse grande esforço para se pronunciar. A voz disse uma única frase:
_ Apresse-se! Antes que seja tarde, Toph!
Sem hesitar, Toph pediu ao homem que lhe dera carona dias atrás, um anão vendedor de armas, que acelerasse a marcha. Sem compreender, mas sem questionar, o anão chicoteou os cavalos dobrando a velocidade.
Toph finalmente chegou em sua vila. Mas já era tarde. O vilarejo estava em chamas! Toph podia ouvir os gritos e lamentos em meio ao som crepitante das chamas. Ouvia o desabar das casas, sentia a poeira e as cinzas que eram trazidas pelo vento morno. Toph entrou em um estado de semi-choque. Ela caminhou por entre as ruas flamejantes sem temer. Sentia as pessoas desesperadas, tomadas pelas chamas se debatendo ao seu redor. Sentia suas vidas sendo consumidas pelo fogo até cessarem completamente num grito sufocado de desespero. Desespero sem dor. Toph ficou espantada após passar pelo quarto moribundo. Seus corpos em chamas não emitiam calor, seus gritos eram de medo, não de dor. Toph, correu até sua casa, tomando cuidado para evitar as chamas, mas era tarde. A porta de entrada havia sido consumida pelo fogo e nela Toph sentia uma temperatura mais elevada. Já na entrada topou com uma criada em prantos.
_ Senhorita Toph...fuja... – soluçava a mulher.
_ Onde está meu pai? – perguntou a menina.
A mulher não pode responder, já que sua voz era abafada, como se algo tapasse sua boca. Toph sentiu apenas um leve deslocamento de ar, como se a empregada movesse um membro. O crepitar do fogo extinguiu-se junto com a vida da mulher. Toph tocou seu corpo com pesar. Estava frio. Era como se a mulher, ao invés de cinzas, tivesse se transformado em pedra. Um corpo de pedra fria e porosa.
Toph usou seu tato e notou que a criada apontava para um lugar, o quarto onde repousava o corpo de sua falecida mãe. Toph correu em direção ao aposento e lá encontrou seu pai.
_ Toph, minha filha...eles...eles... a levaram – balbuciava o homem, com dificuldade. Toph sentia ao seu redor o crepitar sobrenatural daquelas chamas sombrias que não emitiam calor. Ela estendeu o braço e o levou em direção ao altar onde sua finada mãe repousava. Não encontrou nada a não ser uma plataforma de pedra vazia. Os olhos cegos de Toph se encheram de lágrimas.
_ Quem fez isso? – perguntou ela entre um soluço e outro.
_ Monstros...hobgoblins... – respondeu Durin, também em pranto. – E havia um outro...enorme...parecia um javali...andava em duas pernas e usava armadura. Ha...via um...símbolo no peito...uma rosa vermelha rodeada de cristais de gelo.
_ Vou matá-los! – rugiu a menina. – Vou caçar um por um e fazê-los pagar – disse entre dentes.
_ Espere... – sussurrou o homem. Sua voz ficava mais e mais fraca. Toph ouviu o seu braço se mexer. Junto com o som dos músculos, ouviu um ruído de pedras atritando e se partindo. – Quero que fique com isto. Perten...ceu à sua...mãe. Está escondid...gaveta....secre...
A voz do homem cessou junto com sua miserável vida. O som das chamas sombrias também havia se extinguido. Toph tateou até encontrar o braço petrificado de seu pai. Seguiu a direção apontada por ele e vasculhou com as mãos o altar de sua mãe. O som de seus dedos deslizando sobre a pedra ficou diferente, revelando um espaço oco. Toph pressionou e ouviu um ruído como o de uma trava sendo desfeita. Puxou para fora uma gaveta oculta e lá dentro encontrou uma pequena caixa metálica. Toph abriu o recipiente frio e em seu interior encontrou um anel adornado. Era um fino aro de metal torcido e trançado. Sobre sua borda exterior havia uma pequena pedra multifacetada encrustada.
A garota deixou a casa e foi em direção à saída da vila. Os gritos e o som das chamas gélidas cessavam completamente. As vidas dos moradores cessavam e seus corpos tornavam-se frios e vazios como pedra.
_ Sinta... – novamente a voz que ouvira na estrada veio até Toph. E ela sentiu. A cada grito que cessava, a cada voz que se extinguia, Toph podia sentir algo como uma brisa, um sussurro, se deslocando para uma determinada direção, como que atraídos, todos convergindo para um único ponto. E, Toph sabia para onde iam: para algum lugar próximo ao reino de Tollon, onde estivera meses atrás. Ela agora tinha um rumo a perseguir.
Na borda de Kazordoon ela encontrou Hordof, o anão que a trouxera até ali. Ele a aguardava. Viu o anel em sua mão e disse tratar-se de um anel de noivado. Mais que isto. Para ajudar a garota, prometeu leva-la até seu destino em sua carroça.
_ Já que você vai até Tollon, irei acompanha-la até lá. Poderei conseguir algumas daquelas armas mágicas de madeira e fazer bom lucro com elas. Mas não irei interferir em sua jornada, menina. Apenas lhe darei uma carona – disse o anão.
Era o dia 27 Wynn de 1400. Assim Toph se despediu de sua antiga vida e das pessoas de sua infância e iniciou sua jornada, seria uma jornada de sangue. Meses depois, estava finalmente de volta a Tollon, perto do ponto para onde os sussurros das vidas dos aldeões convergiam. Em sua viagem sentiu diversas outras vezes o fluxo de energia convergindo para o mesmo ponto, mas vindo de direções diferentes. Hordof dormia na carroça quando Toph foi atraída pelo som de uma flauta ecoando pela floresta de madeira negra. Seguindo o som, Toph se aproximou de um acampamento. O som das chamas crepitando e o aroma de comida encheu sua boca d’água e ela seguiu o cheiro instintivamente.
Toph retornou de seu devaneio nostálgico. Ao seu lado, o homem continuava em pé, com o arco retesado, pronto para disparar.
_ Vou pedir apenas mais uma vez – ameaçou ele. – Apresentem-se! – puxou ainda mais a corda.
_ Espere! Não atire! Sou Theon Leejer, clérigo de Khalmyr! Não vim aqui lhe fazer mal – uma voz veio da mata escura, seguida de um humano jovem e de rosto belo e perfeitamente barbeado. Vestia uma armadura metálica em cujo peito o símbolo sagrado do Deus da Justiça reluzia sob a luz das chamas. – Estou numa missão sagrada e da mesma maneira que a menina, fui atraído pelo som de sua flauta e pelo cheiro de comida.
_ Então sirva-se, clérigo da Justiça! Será um prazer dividir a fogueira com você! Respondeu o dono do acampamento, acenando com o arco para que o jovem se sentasse.
_ Só tem um pequeno problema, senhor – Disse Toph. – Não tem mais cogumelo. Eu comi tudo. Estava gostoso demais – lamentou.
_ Ora, não se preocupe, Magaira. Isso não é problema. Theon, há muitos cogumelos naquele saco ali. Pode assá-los e comer à vontade.
_ Oh! Muito obrigado ! – agradeceu o clérigo enquanto abria o saco e espetava fungos nos espetos de madeira. – E o seu nome, qual é?

_ Eu sou Mavastus! E vocês, já disse para se saírem de seus esconderijos! – Mavastus disparou sua flecha.

Um comentário:

  1. Sensacional a história. Nem preciso falar que foi a primeira que li por gostar muito da Toph hahahaha.
    Parabéns.

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