outubro 31, 2005

Desenhos Squall




Esses foram feitos pelo Squall:
1) Legolas, o arqueiro de Tollon, feito em conjunto com Anix.
2) Lucano, conjurando sua magia mais famosa, a Arma Espiritual. Desenho feito em conjunto com Anix.
3) O bardo Sam dessa vez no traço de Squall (eta bardo famoso, ainda mato ele de vez ^^)

Desenhos Anix







Esses são alguns dos desenhos feitos pelo Anix:
1) Uma bruxinha beeem sexy
2) Uma caveira irada (pode virar npc vilão)
3) Duas imagens do Sam, sendo uma delas a despedida quando ele saltou para a morte
4) Vitória, da série Victory da editora Talismã, a semideusa "filha" do famoso Paladino de Arton (aquele das bolotas de sagu)

Desenhos Sairf






Esses são alguns desenhos feitos pelo Sairf. Temos:
1) Anix detona Kaarghaz com uma bola de fogo, enquanto o cão infernal frita Sairf e Nevan ao fundo.
2) Um pistoleiro anônimo (que pode acaber ganhando um nome e status de npc vilão).
3) Um zumbi com uma pedra iônica girando sobre sua cabeça (O.o)
5) Sam salta de peito aberto nas lanças dos trogs, indo de encontro à morte. \O/

outubro 26, 2005

Capítulo 123 - A galeria

Então, o grupo se reuniu e decidiu seguir a pista do familiar de Squall que havia encontrado o lugar onde o rio subterrâneo continuava numa forte correnteza. Todos retornaram pela trilha no meio dos fungos e das flores luminescentes. Legolas olhou para aquelas estranhas plantas e teve uma idéia brilhante. O elfo soltou o fecho que prendia sua capa ao corpo, e passou o tecido no meio das flores. Suas pequenas e delicadas pétalas alçaram vôo, preenchendo a câmara com vários pequenos pontos luminosos flutuantes. Enquanto isso, no chão, Legolas colocava sua capa de volta, que agora emitia um leve brilho. Todos se divertiram muito ao ver Legolas com uma capa fosforescente. Sairf aproveitou para fazer o mesmo com seu bastão, e Legolas se divertia sujando seus amigos com o pólen brilhante. Após um breve momento de descontração, o grupo se preparou para seguir adiante. Lucano iluminou seu machado magicamente e Anix usou a pérola que pertencia a Kaarghaz para recuperar suas magias. Anix ficou novamente invisível e seguiu à frente do grupo para espreitar os perigos que viriam pela frente.
O grupo adentrou numa caverna baixa e úmida. Uma forte correnteza rugia dentro da caverna e a cortava violentamente de um extremo a outro, descendo por uma fenda escura na porção leste da caverna. Gotículas de água se desprendiam do teto, tornando o chão liso e escorregadio. Um caminho lamacento acompanhava o leito da correnteza até terminar em uma passagem, ao lado da fenda, que descia para a escuridão por uma escada de pedras traiçoeira. Sim, aquele era o lugar com muita água que eles haviam visto em seus sonhos, e aquela fenda no chão era o local através do qual eles haviam descido antes de encontrar a anã com a chave. Sem hesitar, Legolas foi andando em direção à escada, quando Anix o interrompeu.
_ Espere! – gritou Anix assustado – Olhem bem esse chão! Está coberto de um tipo de musgo! Um limo! Deve estar muito escorregadio! Não andem perto do rio, ou então poderão cair nele e ser arrastados!
Todos olharam para o chão e notaram uma fina camada de musgo recobrindo-o na borda do riacho. Além disso, um leve declive em direção ao rio tornava o ambiente ainda mais traiçoeiro.
Seguindo o aviso de Anix, Legolas avançou cautelosamente, fincando sua espada no chão argiloso para lhe fornecer apoio. Quando estava mais próximo da escada, Legolas passou a andar de joelhos, com a espada e a adaga fornecendo-lhe apoio. Ele chegou em segurança ao topo da escada, e deu sinal para seus amigos o seguirem. Todos fizeram o mesmo trajeto de Legolas, da mesma forma que o elfo havia feito e chegaram em segurança ao seu objetivo. Nevan e Anix ficaram por último. Anix gentilmente se ofereceu para ajudar Nevan, usando sua magia de levitação para transportar o amigo em segurança até o andar inferior.
Após alguns minutos de caminhada escada a baixo, os heróis chegaram a uma ampla caverna. Uma queda d’água barulhenta emergia na parede à direita do grupo, terminando num lago profundo e gelado. As paredes rochosas cintilavam com a água pulverizada e uma combinação estranha de minerais e liquens esquisitos emprestava uma beleza alienígena ao local. O riacho subterrâneo continuava para frente, saindo do lago na base da cachoeira, e uma passagem natural a acompanhava naquela direção. Duas portas de madeira antiga estavam na muralha de rochas lapidadas à direita, fazendo-os lembrar da visão que haviam tido.
Estava tudo ali, tal qual eles haviam visto em sonho. A cachoeira, as muitas paredes por onde seus espíritos haviam atravessado entes de encontrar a anã. Restava apenas descobrir atrás de qual porta eles encontrariam aquela que lhes daria a chave para a libertação de Liodriel.
O grupo novamente se dividiu. Sairf e Squall foram pela porta da esquerda, enquanto o restante do grupo seguiu pela porta da direita. Anix abriu a porta sem dificuldade, e todos entraram em uma sala de pedra lapidada muito pequena. O lugar cheirava a podridão, e estava completamente vazio, a não ser por alguns restos de grãos, farinha e pequenos pedaços de madeira que se espalhavam pelo chão formando uma trilha em direção à saída. Em frente da porta, na parede oposta, havia uma arcada de pedra, que dava acesso à outra sala semelhante. Era possível ver a silhueta de barris e sacos que estavam armazenados ali. Os heróis foram investigar o conteúdo da sala subseqüente e foram surpreendidos por uma ninhada de ratos que se alimentavam dos restos de alimentos estragados, estocados há muitas eras pelo clã de Durgedin. Eram ratos enormes, do tamanho de cães. Seus olhos brilharam vermelhos, refletindo as luzes do grupo. Eram ratos atrozes. Subitamente, o bando saltou de cima dos barris e sacos e avançou contra os heróis.
Sairf e Squall tiveram dificuldade para abrir a outra porta. Ela estava fechada hermeticamente, e foi preciso muita força para conseguir arrombá-la. Ao abri-la, o ar exterior passou pela porta, formando uma leve corrente. A porta se abriu com um rangido pesado, revelando uma câmara arqueada, feita de pedra lapidada, com cerca de nove metros quadrados. Na parede mais distante, duas arcadas sem portas indicavam a existência de um aposento similar. Com dificuldade, era possível distinguir mais duas arcadas logo depois. A primeira câmara estava repleta de alimentos apodrecidos – barris de carne salgada estragada, sacos de farinha ou grãos cobertos com fungos dourados e tonéis de sidra que fedem vinagre. O local cheirava a podridão e o solo abaixo da primeira arcada emitia um brilho úmido conforme as luzes da lanterna e do bastão solar o atingiam. Intrigado, Squall caminhou na direção da mancha, enquanto Sairf o observava da porta de entrada. Quando o feiticeiro passou pela arcada, a mancha no chão, que parecia umidade, subitamente tomou massa líquida, ergueu-se do chão e chicoteou na direção de Squall.

outubro 25, 2005

Capítulo 122 - Susto na caverna

Com os inimigos vencidos, o grupo se uniu para tratar daqueles que estavam feridos, enquanto Anix tentava arrombar o portão de ferro, e Squall vasculhava o patamar onde se encontrava. Sairf contou a seus amigos o nome daquelas criaturas. Gricks, segundo seus estudos. E de acordo com a memória do mago, somente magia e armas mágicas eram capazes de ferir aquele tipo de monstro.
Anix tentou abrir a porta de todas as formas, apelando inclusive para as constas explosivas de seu colar. Legolas pediu para atirar a conta, mas ela somente explodiu quando foi arremessada pelo portador do colar, revelando o segredo daquele item mágico. Mas parecia que nada era capaz de arrombar aquela porta. Finalmente eles se deram conta de que seria necessário encontrar a chave para abri-la. E eles sabiam onde ela estava. A chave lhes seria entregue pela anã do sonho que haviam tido. Mas para encontrá-la, seria necessário primeiro passar por um lugar com muita água e encontrar uma cachoeira. Então, todos ouviram um grito de pavor. Era Squall, que corria perigo.
Todos correram para ajudar o feiticeiro. Anix usou uma magia em si mesmo e deu um poderoso salto, quase alcançando o topo do barranco onde Squall estava. Anix escalou o trecho restante com suas próprias forças, e correu pelo escuro corredor à frente. Ele correu até encontrar Squall dentro de uma caverna, desesperado. Um esqueleto, que saia do meio da sujeira e do entulho que tomava conta do chão, segurava o braço do feiticeiro e se levantava para atacar. Instintivamente, Squall chutou o esqueleto, que se desfez em pedaços. Finalmente os dois irmãos compreenderam que tudo não passava de um susto. A mão da caveira havia se enroscado no pulso de Squall com a ajuda de pelos e pedaços de tecido que se misturavam com outros tipos de lixo no chão. Os dois avisaram aos demais que tudo estava sob controle e começaram a revirar a sujeira em busca de algo de valor. Em meio a dejetos, tecidos e carcaças apodrecidas, entulho, e outras porcarias, eles encontraram algumas moedas e uma armadura de placas em bom estado. De posse dos itens, os dois retornaram para junto de seus amigos.

outubro 24, 2005

Capítulo 121 - Batalha contra os Gricks

Anix sentiu naquele momento que era a chance de retirar Squall, que estava perto da morte, do campo de batalha. O elfo se concentrou, proferindo palavras mágicas estranhas. Eram palavras que ninguém do grupo havia escutado antes. Anix estava usando uma magia nova, uma magia que ele havia aprendido no grimório de Isaulas. Anix apontou a mão para Squall e depois a moveu para cima. Squall acompanhou o movimento e levitou até ser colocado em segurança sobre o patamar que estava vários metros acima. Em segurança, o feiticeiro pegou em suas coisas um frasco de poção mágica e tomou, amenizando as dores que sentia.
Nevan e Legolas correram para cercar os monstros com suas espadas em punho. Legolas desferiu um poderoso golpe no monstro, mas a lâmina de sua espada ricocheteou na resistente pela da criatura, deixando todos ainda mais assustados. Nevan teve ainda mais azar do que Legolas. Com sua perna quebrada, Nevan corria com extrema dificuldade, e não suportou o esforço, vindo a cair quando já estava diante dos monstros.
Para ajudar seus amigos, Sam lançou mão mais uma vez de sua mágica e criou uma nova explosão sonora ao redor das criaturas. Desta vez, entretanto, somente um deles ficou caído no chão, atordoado, enquanto os outros dois se levantaram para revidar.
Sairf concluiu seu feitiço, e uma aranha monstruosa despencou de um portal mágico sobre um dos monstros. Enquanto a aranha tentava morder o monstro, Sairf o atacou com sua besta. Infelizmente, nem o virote, nem as presas da aranha eram capazes de ferir o monstro.
_ Essa pele é dura como rocha! – pensou Anix, colocando uma flecha em seu arco – Vou atacá-los onde a pele não os possa proteger! – pensou ele mais uma vez antes de disparar. O projétil cortou o ar e foi de encontro à boca de uma das criaturas. Dentro dela. Porém, assim como aconteceu com Legolas e Sairf, a flecha de Anix também ficou em pedaços ao se chocar com a língua do animal. Aqueles monstros eram igualmente resistentes por dentro e por fora. Era preciso encontrar uma forma de feri-los, antes que fosse tarde demais. E foi o que Squall fez.
Protegido, muitos metros acima dos monstros, Squall estava em posição privilegiada para atacar. O feiticeiro largou sua lanterna no chão e concentrou todo o seu poder. A temperatura à sua volta se elevou, seu cabelo se agitou ao sabor do vento quente que o circundava. Squall gritou as palavras mágicas, apontando a mão estendida para um dos monstros. Um turbilhão de chamas desceu em direção à criatura, carbonizando suas costas.
Todos vibraram com o ataque de Squall. Com o monstro ferido, abria-se uma brecha para que todos os outros pudessem atacar com todas as forças.Mas quem atacou primeiro foram os monstros. Legolas teve sua armadura e seu corpo retalhados pelos tentáculos de um dos monstros. O outro se levantou enquanto recebia os ataques de Legolas e da aranha de Sairf. Mas nada disso era capaz de feri-lo. Somente Nevan conseguiu arrancar o sangue púrpuro que corria nas artérias daquela estranha criatura. A espada negra do elfo rasgou o ventre do monstro, que revidou com igual violência.
_ Sinta o gosto da madeira mágica de Tollon, seu verme!!! – gritou Nevan antes de ter sua perna rasgada pelo tentáculo do monstro. A garra penetrou na perna esquerda de Nevan, rasgando-a de cima a baixo e arrancando a tala de madeira que a mantinha imobilizada. Nevan gritou e urrou, tamanha era a dor que sentia. Para ajudá-lo, Lucano usou o medalhão que era usado por Kaarghaz. Ao comando do clérigo, a colar se transformou em um chicote e golpeou a pele espessa da criatura, rasgando-a. O chicote parou ao lado de Lucano, atacando por vontade própria, o alvo indicado.
Os heróis continuaram atacando, mas os monstros ainda resistiam à maioria dos ataques. Sam passou a usar seus poderes para fortalecer os guerreiros do grupo, mas mesmo assim, somente as magias, a espada de Nevan e o chicote de Lucano conseguiam ferir os inimigos. Sairf usou uma magia para tornar as criaturas mais lentas e mais fáceis de atingir. Mesmo assim, eles não paravam de avançar sobre os heróis. A esperança de vitória veio quando Nevan se levantou do chão. Apoiado numa perna só, e sofrendo muitas dores, o elfo ergueu sua espada de madeira com as duas mãos e atacou. A lâmina negra atravessou o corpo do monstro, arrancando-lhe os tentáculos e a vida.
Anix recuou, desviando-se dos ataques de seu inimigo ao mesmo tempo em que disparava raios luminosos contra a criatura. Os disparos chegaram a rachar o bico do monstro e, quando Anix já estava bem longe, Squall disparou um raio ardente, liquidando o monstro de vez.
A criatura restante subiu em um cogumelo e começou a atacar todos que estavam à sua volta. Os heróis tentaram revidar, mas como já era previsto, não conseguiam ferir o monstro. Nevan tentou se aproximar e caiu uma vez mais, cortando acidentalmente quase metade do fungo sobre o qual estava o monstro. Sam tentou hipnotizar a fera, mas não conseguiu vencer a mente daquela horrenda criatura. Por fim, Lucano ordenou que seu chicote o atacasse. A arma se agitou no ar e cortou o corpo do monstro, tirando-lhe o equilíbrio. Antes que ele caísse, Squall disparou um míssil mágico à distância e explodiu seu crânio. Finalmente eles haviam vencido mais um terrível desafio.

Capítulo 120 - As batidas "cogumelosas" de Sam

O som dos gritos continuou por mais alguns instantes, antes de silenciar completamente. Astuciosamente, Squall e Anix enviaram seus familiares fazer um reconhecimento aéreo daquele estranho lugar. Os pássaros voaram por toda a área sem nada encontrar. Percorreram parte de cada túnel de saída, indo até onde podiam enxergar, e retornaram para seus mestres. Cloud informou a Squall que havia descoberto uma outra caverna, e que nela havia um forte ruído de água corrente. Certos de que estavam seguros, os heróis decidiram avançar em direção ao portão. Antes, porém, tentaram abrir as tumbas restantes no sepulcro. Mas os caixões de mármore, cuidadosamente fechados e selados pelas mãos do clã de Durgedin, mesmo aqueles que pareciam estar vazios, não puderam ser abertos. Seria necessário um grande esforço para remover aquelas tampas que os lacravam. Desistindo das tumbas, o grupo seguiu adiante.
Squall liderava a equipe, indo alguns metros à frente, e clareando a área embaixo das copas dos cogumelos com sua lanterna coberta. Mais à frente dele, ia Anix, invisível, tentando localizar quem, ou o que havia emitido aqueles gritos. Todos seguiram, vagarosamente, pela trilha que cortava de um extremo ao outro aquela estranha plantação. Enquanto caminhava, Squall tentava imitar o som dos gritos que haviam ouvido. Vez ou outra, a criatura que emitia aquele som respondia ao chamado do feiticeiro. O som vinha da direção da porta, e Squall se calou conforme ia se aproximando dela. Então, quando passou ao lado do barranco que dava para um patamar rochoso, os gritos começaram novamente, bem acima da cabeça de Squall.
Anix, que já estava diante da porta, estudando uma maneira de abri-la, virou-se e viu seu irmão sendo atacado. Três criaturas, com forma de vermes se projetaram das sombras das cavidades do paredão de pedra e atacaram com quatro tentáculos pouco maiores do que braços humanos. Os tentáculos terminavam cada um numa garra afiada, e pendiam das cabeças das criaturas. Além dos tentáculos cada monstro possuía um bico córneo afiado como o bico de uma ave de rapina, que se projetavam na direção do feiticeiro.
Surpreendido pelo ataque repentino, Squall recebeu todos os ataques dos monstros, sem qualquer chance de defesa. Tanto Squall, quanto Cloud, que estava em seu ombro, sofreram graves ferimentos. Para sua sorte, um dos monstros perdeu o equilíbrio durante a investida e ficou dependurado, preso entre os sulcos de pedra. Os demais reagiram rápido para socorrer Squall, antes que as criaturas se lançassem numa segunda onda de ataques.
Do local onde estava, Legolas disparou seu mais poderoso ataque. Duas flechas infalíveis atravessaram a caverna em altíssima velocidade e atingiram em cheio o alvo. Entretanto, para espanto de todos, os projéteis se espatifaram ao se chocarem no corpo do monstro, sem causar qualquer dano à criatura. Todos ficaram chocados ao ver que o monstro havia resistido ao ataque mais poderoso de Legolas. Sam estava desesperado, sem saber o que fazer para ajudar, sem nada poder fazer sem seu alaúde.
_ Droga, sem meu alaúde não posso usar minha magia! Gritava Sam, desesperado.
_ Sam, você não pode usar outro instrumento para fazer sua mágica? Tipo um tambor ou coisa parecida? – perguntou Legolas.
_ Sim se eu tivesse um tambor...
_ Então use minhas flechas para bater nos cogumelos! Use-os como tambores! - gritou Legolas já com duas flechas nas mãos.
Sam apanhou as flechas sorrindo, e correu até perto de Squall, enquanto Sairf avançava conjurando uma magia. Lucano também chegou mais perto, e Anix retornou da porta para ajudar o irmão. Então todos viram Sam batendo as flechas sobre um enorme cogumelo e cantando uma estranha música que falava de festa e atordoar monstros. O ritmo vibrante era amplificado pelo formato côncavo do cogumelo e ecoava por toda a caverna, contagiando a todos. As batidas ficaram mais altas aceleradas. Então um forte estampido foi gerado no meio dos monstros. O barulho ensurdecedor gerou uma onda de choque que derrubou pedras soltas, sujeira e os três monstros que atacavam Squall. As criaturas caíram no chão, completamente atordoadas e, enquanto rolavam no chão, os heróis avançaram para atacar.


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PS: Sam conjurando Explosão Sonora enquanto batucava no cogumelo: "E vai rolar a festa! Vai rolar! Os monstros do gueto, vou atordoar!!!!" ^_^

outubro 19, 2005

Capíulo 119 - A porta

Legolas e Nailo, já visíveis novamente por estarem afastados de Anix, seguiram para o sul, patinando através da correnteza fria e ligeira. Os dois emergiram em uma grande caverna de teto alto, quase dez metros longe do solo, e com a parte mais distante difusa na escuridão. Nailo disparou uma flecha acesa em direção ao fundo da caverna, iluminando o local para os dois. Eles foram caminhando lentamente para o fundo, até que puderam ver todos os detalhes do lugar. A correnteza percorria o meio da caverna, tornando-se mais larga e profunda, até alcançar o limite sudoeste da câmara, onde formava um profundo estanque com quase seis metros de largura antes de prosseguir adiante. Na parede leste dessa lagoa, havia uma rústica parede de pedra, construída com entulho, lama e madeira, para bloquear uma passagem para outra alguma outra caverna. No limite sudoeste, uma primitiva porta feita de lama e madeira, bloqueava outra passagem.
Legolas e Nailo foram até próximo desta porta, onde ouviram vozes conversando em idioma dracônico. Os dois se abaixaram, para observar pela fresta que existia entre a barreira e o piso, e viram aproximadamente vinte pés de trogloditas, movendo-se do outro lado. Parecia que os dois finalmente haviam encontrado o ninho daquelas criaturas desprezíveis. Era quase certo que os pertences de Nailo e Sam estariam daquele lado, porém, para chegar até eles, primeiro precisariam passar pelos monstros, e para isso precisariam de ajuda. Os dois recuaram, para buscar seus amigos que estavam explorando outra região da montanha.
Enquanto isso, o restante do grupo entrava na câmara onde os anões eram sepultados. A câmara era iluminada por uma branda fosforescência natural. Cristais brilhantes reluziam com suavidade sob uma luz misteriosa. Veios estranhos e bonitos e estruturas delicadas de pedra enfeitavam o lugar. Ao todo, o lugar abrigava vinte e três esquifes de pedra, onde jaziam os corpos de antigos anões. A maioria das tumbas, entretanto, parecia estar vazia. Mas o que chamava a atenção mesmo, era a fosforescência que vinha da caverna adjacente ao sepulcro. Os heróis caminharam cautelosamente até a borda de um desfiladeiro de seis metros de altura, no qual estava imersa a outra porção da caverna. Uma grande caverna, com quase sessenta metros de comprimento, teto alto de cerca de quinze metros, que refletia a fosforescência que vinha de baixo. A luz do bastão solar gerava cintilações ofuscantes nos veios brilhantes e nas estruturas rochosas mais distantes. Placas de fungos estranhos recobriam o solo, incluindo talos coroados do tamanho de seres humanos e flores de assoprar luminescentes com quase um metro de largura. Três protuberâncias rochosas a seis metros do chão saiam das paredes norte sul e oeste. Corredores estreitos abriam caminho à direita e à esquerda dos heróis. Um lance de escadas, esculpido na rocha, invadia a câmara e prosseguia numa trilha sinuosa no centro da caverna até um portão de ferro na muralha no extremo oposto. Uma brisa suave e fresca subia pela câmara rumo à superfície, muitos metros acima. Os heróis sentiram um calafrio, não por causa da brisa, mas sim por reconhecerem aquele portão de ferro.
Era um portão de ferro pequeno e resistente encaixado na muralha da caverna. Com rebites pesados ornando sua superfície e sem dobradiças à vista. Em sua superfície, runas de prata sem lustre contrastavam com o ferro enferrujado que compunha a porta. Anix lançou uma magia sobre si, para poder compreender o idioma dos anões. E com sua visão apurada, ele leu as runas para seus companheiros: “Durgedin”. Se restasse ainda alguma dúvida em suas mentes, a inscrição da porta com certeza a desfaria. Eles realmente estavam na lendária forja do anão ferreiro Durgedin. O lendário Salão do Esplendor, Khundrukar em anão antigo, onde eram fabricadas armas de qualidade superada somente talvez pelas produzidas na própria Doherimm, a Montanha de Ferro reino subterrâneo secreto do povo anão.
Legolas e Nailo chegaram ao local, acompanhados de Nevan. Nailo compreendeu que a passagem bloqueada no lago da outra caverna dava acesso ao sepulcro e viu a barreira improvisada deste lado também.
Finalmente as pistas dadas a eles através de sonhos começavam a se encaixar e a fazer sentido. O lugar onde os anões observavam os heróis era a câmara do sepulcro. A porta de ferro, atrás da qual ouviam marteladas, estava diante deles. A anã que lhes entregava a chave para aquela porta estava em algum lugar abaixo daquele nível. Mas para chegar até ela, eles teriam que passar por um lugar com muita água. E Nailo e Legolas haviam encontrado um lugar assim, na caverna anterior. Agora eles sabiam para onde deveriam ir e o que deveriam fazer. Era apenas uma questão de tempo para que pudessem finalmente salvar Liodriel e sair daquele lugar infernal. Mas um grito estridente e agudo, vindo do meio da selva de fungos, lhes tirou a tranqüilidade. Havia alguma coisa naquele lugar, e ela não parecia ser amistosa. Sem hesitar, e com os corações cheios de coragem e confiança, os heróis se prepararam para a batalha.

outubro 18, 2005

Capítulo 118 - Separação

Com a vitória sobre os trogloditas, os heróis puderam respirar aliviados. Enquanto Legolas e os outros queimavam os cadáveres, Squall e Nailo retornaram ao andar de cima para buscar a ranseur de Arwind e levá-la durante a jornada.
Anix resolveu abrir a mochila que havia encontrado ao lado das tumbas dos anões e ficou surpreso com seu conteúdo. Dentro daquela pequena e surrada mochila de couro havia, além de frascos de vidro, cantis e rações de viagem, um arco longo, uma aljava cheia de flechas e duas lanças quase do tamanho de Anix. Misteriosamente, a mochila parecia ser muito maior por dentro que por fora e, apesar de tudo o que guardava, mantinha-se leve. Anix esvaziou a mochila, guardando os itens, e colocou-a sobre seu corpo para medir a capacidade da mesma. Ficou ainda mais surpreso ao ver que ele cabia inteiro dentro da bolsa e ainda sobrava muito espaço.
Então o mago teve uma idéia um tanto quanto absurda. Pediu a seus amigos que entrassem dentro da mochila, todos eles. Se ela continuasse leve, Anix pretendia carregar todos dentro da bolsa e ficar invisível para passar despercebido pelas ameaças que ainda restassem na montanha. Anix segurou a mochila com a boca aberta apontada para Sairf. O mago da água correu e saltou, desaparecendo dentro da sacola. Legolas, que estava no alto da escada junto com Lucano, recolhendo o equipamento deixado para trás, saltou de uma altura de seis metros para dentro da mochila. Legolas atravessou a boca da bolsa e caiu sobre a cabeça de Sairf. Obviamente, a mochila não suportou tamanho peso, e se rasgou inteira, libertando os dois aventureiros. Anix entristeceu ao ver sua mochila destruída, pois sabia que havia acabado de perder um item valioso. Aos seus pés, Legolas e Sairf se contorciam de dor, enroscados um no outro.
Squall e Nailo retornaram a tempo de presenciar o triste fim da mochila. Squall, agora com duas armas novas, o machado do líder dos trogloditas, e a ranseur de Arwind, desceu junto com o ranger e se juntou aos amigos. Todos se reuniram no centro da caverna, a pedido de Anix. O mago evocou um feitiço e fez com que todos ao seu redor ficassem invisíveis. Ele desejava que o grupo caminhasse unido para não ser notado pelos inimigos, mas isso não foi possível. Enquanto Anix, Squall, Sam, Lucano e Sairf seguiram na direção do sepulcro, Legolas e Nailo foram para o outro lado, rumo ao covil dos trogloditas. Parado no centro do salão, Nevan observava, confuso, à separação dos heróis.
Nailo desejava seguir os trogloditas para recuperar suas coisas e as de Sam. Anix e os outros, queriam seguir a pista do sonho que haviam tido dias antes, indo em direção aos anões que os observavam no sonho. Nevan, que não queria dividir as forças do grupo, ficou parado entre as duas partes, esperando um consenso. Mas o consenso não veio, e os heróis se dividiram em dois grupos. Nevan permaneceu onde estava, com o arco preparado e pronto para correr e ajudar o lado que precisasse de ajuda primeiro. Anix entregou para Nevan uma das contas de seu colar mágico, o mesmo que pertencia a Kaarghaz, para que nevan pudesse se proteger caso necessário. Assim, com Nevan vigiando na retaguarda, cada grupo seguiu para uma direção, rumo ao perigo.

outubro 17, 2005

Café da manhã com redução de dano



Huahuahuahahahahahaha!!!!

Enfim revelado o segredo do poder de Talude, Vectorius, Arsenal, Paladino, Os 20 deuses, Niele, e personagens fodões de outros mundos como Elminster e cia. É o desjejum. Esse é o café da manha dos maiores heróis de toda a existência. Acompanhado com leite de dragoa vermelha fica uma delícia (mas dá muito colesterol rsrsrsrs)

Capítulo 117 - A queda do novo líder

Novamente os heróis se armaram e partiram, descendo a longa escadaria que conduzia ao andar inferior do complexo de cavernas. Mais uma vez eles foram ao encontro dos trogloditas.
O grupo desceu até o início do peitoril, onde buscaram com os olhos a presença dos inimigos. Ninguém à vista. Sairf, Legolas e Lucano desceram o final da escada rapidamente. Foi então que Nailo avistou um vulto, fora da área iluminada pelo bastão solar de Sairf, e avisou seus colegas. Legolas correu para o topo da escada, para buscar Squall e Anix, que estavam retornando ao acampamento para buscarem a ranseur que pertencia a Arwind.
Nailo desceu a passou à frente dos companheiros. Seus olhos viram outros três vultos, ocultos nas sombras. Eram trogloditas. Um deles estava perto da escada, aguardando que os heróis ficassem à altura certa para atacar. Nailo pegou seu arco e atingiu a cabeça do monstro com uma flecha. Logo atrás dele, Sairf já se concentrava numa magia de invocação. Em poucos instantes, Surgiu um grande tubarão dentro da correnteza, que seguiu o primeiro vulto visto por Nailo, em direção à toca dos stirges. Sairf deixou seu tubarão agir por conta própria, e atingiu o ombro do troglodita ferido por Nailo com um virote de sua besta.
Os trogloditas avançaram. Surgiram outros três monstros, vindos dos túneis próximos. Eles passaram pelo rio, um deles saiu de seu esconderijo saltando sobre o tubarão, e atiraram azagaias nos heróis. Um pouco mais distante, vindo de dentro do sepulcro anão, um dos trogloditas, maior e mais forte que os outros, parecia ser o líder. Vestia uma brunea bem lustrada e portava um enorme machado de duas lâminas. Tinha um escudo preso às costas, e carregava uma espada na cintura. Ele se aproximou do riacho e gritou para os demais.
_ Vamos acabar com todos eles e vingar a morte de Kaarghaz! Matem todos e depois vamos dar suas carcaças para o lagarto comer!
Seguindo as ordens do líder, os trogloditas despertaram sua fúria, ficando mais fortes e mais resistentes. O que estava ferido, liberou o mau cheiro típico de sua espécie, antes de voltar a atacar. Sairf e Sam foram afetados pelos efeitos do odor e ficaram impossibilitados de lutar.
Lucano usou sua magia para deixar um dos inimigos cego, enquanto Nevan alvejava o que soltava o gás fétido com suas flechas. Nailo se protegeu dos efeitos nocivos do gás com sua magia, sacou sua espada e avançou contra os monstros. Em poucos instantes o ranger foi cercado pelos monstros, que o atacavam com suas garras e presas, retalhando seu rosto e seu pescoço. Não havia como chegar até Nailo e o tubarão evocado por Sairf, que mal podia se mover dentro da estreita correnteza subterrânea, nada podia fazer para ajudar.
Nevan deu a Sairf um de seus últimos frascos com antídoto, mas o líquido não pode ajudar o mago a se recuperar das náuseas que sentia. Lucano largou seu machado, e passou a atacar com flechas, para dar cobertura para Nailo, juntamente com Squall, que chegava neste momento.
Mesmo com a ajuda dos companheiros, Nailo se encontrava em situação crítica. Sem ter outra escolha, o ranger sacou sua espada curta e passou a atacar com todas as forças os inimigos que o cercavam. Nailo foi ferindo os inimigos aos poucos com suas espadas, mas, como eles eram mais numerosos o ranger foi sendo vencido pouco a pouco.
Os trogloditas avançaram ainda mais, deixando Sairf quase sem forças no chão. O líder atingiu Nailo com seu machado, colocando o herói próximo do fim. Bastava mais um ferimento para que tanto Nailo, quanto Sairf, fossem eliminados pelas criaturas.
Legolas chegou, disparando flechas no troglodita cego, que lutava a esmo no solo alguns metros abaixo. Enquanto isso, Sairf tentava se restabelecer, usando o último antídoto que Nevan possuía.
Nevan olhou em volta, viu Sairf e Nailo indefesos diante dos vários inimigos que subiam a escada, sedentos de sangue. Se hesitar, o elfo jogou seu arco no chão, ergueu suas duas mãos e sacou sua espada das costas. A lâmina negra atravessou o corpo do troglodita que atacava Sairf duas vezes, arrancando-lhe um braço. O monstro cambaleou para trás, enquanto seu sangue banhava a espada de madeira. Squall deu mais um passo à frente, e terminou com o que restava do inimigo com seus mísseis mágicos. Cloud passou entre os monstros, tentando distraí-los para que Sairf e Nailo tivessem chance de fuga. Quando o pássaro retornou, encontrou seu mestre quase de joelhos, completamente indefeso diante do poder nauseante dos trogloditas.
Nailo e Sairf aproveitaram a chance para tentarem se recuperar. Então Lucano avançou, e com a ajuda de sua deusa, fez com que os trogloditas perdessem seus poderes. O clérigo retirou magicamente toda a fúria dos corações daqueles monstros, e com ela toda a força extra que eles haviam recebido. E não somente isso, pois ao perderem as forças, os monstros ficaram exaustos, como se tivessem lutado por oras. Um dos monstros, o que havia infestado o ambiente com seu fedor, não resistiu ao cansaço e despencou da escada, morto.
Nailo passou entre os monstros, e correu para fora da escada, onde usou uma poção mágica para se recuperar. Sairf não teve a mesma sorte. Mesmo com a ajuda dos companheiros, o antídoto não fez efeito nele, deixando-o ainda à mercê dos ataques inimigos. Um dos monstros, já livre dos efeitos da magia de Lucano, saltou sobre o mago e fincou as garras em suas costas. Para azar da fera, ele já estava fraco demais para derrubar o adversário com um só golpe.
Mesmo assim, Sairf ainda corria riscos de vida. Nevan, que estava ao seu lado, não sabia se atacava, ajudava Sairf, Squall ou Nailo, que gritavam implorando por ajuda. O guerreiro fechou os olhos e seguiu seus instintos. Nevan agarrou a sua espada com a boca, agarrou Sairf pelo colarinho e, como numa dança de salão, trocou de lugar com o mago num rápido giro.
Lucano voltou a atacar com seu machado, avançando para o espaço antes ocupado por Nevan. Anix chegou e disparou seu feitiço, ajudando Lucano. Lá atrás, Legolas ficou se equilibrando na beirada do abismo, com apenas um pé, para poder ter melhor visão e conseguir atacar com suas flechas. Os três feriram o mesmo troglodita, que contra-atacou tentando jogar Lucano abismo abaixo. Anix se assustou, pois com sua magia, sabia que essa era a intenção dos trogloditas, especialmente do líder, que desejava subir a escada retalhando a todos com seu machado e atirar os que sobrevivessem de cima da escada. Anix tentou avisar os amigos, mas já era tarde, o monstro já empurrava o corpo do clérigo para fora do peitoril. Entretanto, a força de Lucano era muito maior e, com um empurrão, ele jogou o monstro de volta para trás.
Nevan virou-se novamente de frente para os inimigos. Esquivou de todos os ataques de um dos inimigos e revidou com sua espada, enquanto dava cobertura para Sairf. A espada desceu sobre o corpo do monstro que desviou num salto ligeiro. Nevan girou a arma e a lançou contra o inimigo que tentava derrubar Lucano, e lhe abriu a garganta. O monstro caiu de joelhos e morreu aos pés de Lucano.
O clérigo avançou mais um passo, e retribuiu a ajuda dada por Nevan, destruindo parte do crânio do troglodita com seu machado. O líder, que aguardava por esta chance, também atacou com seu machado, cortando a ponta da orelha de Lucano.
_ Essa é por você Sairf! Pelos poderes da magia, eu ordeno que se crie uma Área Escorregadia!!! – gritou Anix, alguns degraus acima, apontando para o líder dos monstros.
O troglodita chefe resistiu, enquanto seus pés deslizavam sobre uma substância escorregadia que se formava nos degraus. Seu subordinado não teve a mesma sorte e caiu de costas na escada.
Lá embaixo, no fim da escada, Nailo começou a disparar flechas incandescentes acesas numa tocha preparada por ele. Na outra ponta, Legolas também disparava suas flechas, ao mesmo tempo em que avançava, encurralando os monstros. Sairf pegou sua adaga e se apoiou no corpo de Nevan, com a lâmina apontada para frente, fornecendo uma proteção a mais para o elfo.
Os heróis pareciam em vantagem, mas a confiança de lugar ao medo, ao verem o líder dos monstros avançando sobre o clérigo. O troglodita empurrou Lucano com toda sua força, atirando-o numa queda de mais de seis metros. Por sorte Lucano caiu sobre o corpo de um dos inimigos mortos, amenizando o dano da queda. Ao seu lado, o trog cego atacava instintivamente, guiado pelo som da queda, enquanto Nailo corria para ajudar Lucano. Lá de baixo, mesmo caído, Lucano evocou o poder de Glórien, fazendo surgir sua espada espiritual para atacar os inimigos.
Legolas tomou impulso, agarrou-se no corpo do troglodita chefe, desviando-se de seu machado, e saltou para fora da escada, girando em torno do monstro. Com a acrobacia, Legolas caiu nas costas do inimigo, cercando-o, enquanto a coruja de Sairf distraia o monstro.
Encurralado, a criatura saiu do degrau escorregadio e foi em direção a Squall. Cravou o machado nas costas do feiticeiro e o atacou com suas garras, na seqüência. Depois tentou morder Sairf sem êxito. O outro monstro se levantou e feriu Nevan no pescoço. Seus pés escorregaram e ele voltou a cair, rasgando seu braço na adaga de Sairf durante a queda.
Enquanto Squall arrancava o machado das costas, Lucano tentava derrubar o inimigo cego, ao mesmo tempo em que sua arma espiritual atacava o líder das criaturas.
Com o inimigo muito ferido, Anix disparou seus mísseis mágicos, eliminando-o de vez. O monstro despencou da escada, e seu corpo caiu sobre Lucano.
Nailo se encarregou de tirar o monstro cego do combate com suas flechas, enquanto as de Legolas perfuravam o outro inimigo que se debatia na escada. Sairf o eliminou jogando-se sobre ele com a adaga nas mãos. Os heróis tentaram usar o troglodita cego como um refém, mas ao amarrarem o monstro ele começou a sufocar devido à corda em seu pescoço. O monstro encerrou seus dias, morto por asfixia na corda segurada por Anix.

outubro 14, 2005

Capítulo 116 - Visões, o passado e o futuro se encontram

No exato instante em que Anix e Nailo contavam esses eventos aos outros, todos ouviram um estranho ruído na porta da sala. Os heróis se prepararam para um possível combate, mas ao abrir a porta, que a atravessou foi Cloud, que voou desesperadamente sobre a cabeça de Sam. O bardo se levantou de sobressalto.
_ Tem alguma coisa errada com o Squall! – gritou Sam assustado ao ver o desespero do familiar de Squall.
Todos correram para ajudar o feiticeiro, mas felizmente tudo estava bem com ele. Squall apenas havia encontrado um cofre e um frasco com um estranho líquido transparente, e chamava alguém para ajudá-lo a levar as coisas. O equipamento de Draco, entretanto, não havia sido encontrado.
Já de volta ao acampamento, Lucano usou seus conhecimentos de clérigo e descobriu que o tal líquido era água benta. O sacerdote guardou o frasco consigo para uma eventual emergência.
Após um esforço conjunto de todos, o cofre foi finalmente arrombado pelo machado de Lucano, que a essas alturas já estava acostumado a manejar tal arma. De dentro da caixa, saíram várias moedas de ouro, que foram igualmente divididas entre todos os aventureiros. Legolas retornou ao acampamento, após Squall gritar no corredor, ordenando sua volta. Com todos finalmente reunidos, e em paz, os heróis puderam finalmente descansar e se recuperar dos sustos, traições e ferimentos daquele dia. Todos estavam felizes com o retorno seguro de Nailo e Sam. Algum tempo após a refeição, os cansados heróis adormeceram. E voltaram a sonhar com o futuro novamente.
Desta vez, todos estavam diante de uma grande fortaleza, onde existia a sombra de uma pessoa maligna, segurando um objeto em forma de bastão que vertia sangue. Todos entraram na fortaleza, atravessando suas paredes. Lá dentro havia um fantástico arsenal bélico que impressionava a todos. Subitamente, gritos ecoaram por todo o local, e a fortaleza começou a ruir.
Os heróis se afastaram da fortaleza que desabava, flutuando para trás, como espíritos. Enquanto eles se afastavam, os ponteiros do relógio recuavam velozmente. Os heróis retornaram ao Salão do Esplendor, e se viram descendo as escadas, rumo às profundezas. Então, tudo ficou sem cor e sem forma. Estavam num local amplo e claro. Atrás de cada um, havia a figura de um homem de chapéu, segurando um punhal afiado. O homem cravava o punhal nas costas dos heróis, que choravam copiosamente.
Depois disso, todos atravessaram juntos as paredes de um castelo sombrio. Lá dentro, atrás de grossas grades de ferro, viram aquele que lhes atormentava desde que encontraram Enola da primeira vez. Com sua fala calma e mansa, a sombra de um homem dizia adeus aos heróis antes de desaparecer envolto em uma névoa. Após o homem sumir, os heróis puderam ver, atrás das grades, vários altares de pedra, e sobre cada um deles um cadáver. Ao fundo da câmara, havia uma prateleira, com vários pequenos potes de argila sobre ela. Novamente, sem entender o porquê, os heróis voltaram a chorar. Sentiam uma imensa tristeza ao olhar aquelas pessoas mortas sobre aquelas pedras frias.
Então os heróis saíram de dentro do castelo e começaram a cair lentamente dentro de um abismo. No fundo do abismo, havia uma torre, todos entraram na torre, e viram um ritual profano, que fez seus corações gelarem. Deitado sobre um altar, estava o corpo de um homem que eles só podiam ver o vulto. Diante do altar estava outro, que eles já conheciam bem. O homem em pé, estendia as mão sobre o altar, e com sua voz tranqüila e calma, dizia “venha!”, chamando o que estava deitado sobre o altar. Ao redor do altar, havia várias outras pessoas. Pessoas cujos corpos brilhavam como o sol. Ou como o ouro.
Todos acordaram assustados. Legolas, em seu delírio, gritava o nome de Camaleão, o maior assassino de Arton, temendo ser ele o homem do chapéu. Lucano gritava “Não Sam!”, imaginando que o assassino de chapéu fosse o bardo. Mas como os chapéus não se pareciam, e Sam era um amigo fiel, essa hipótese foi logo descartada. Sam, acordou de seu sonho gritando “Fisguei!”. Nem o bardo, nem Nevan haviam tido a visão do futuro. Anix temeu que isto era porque os dois não tinham futuro, e rezava para que Sam não morresse novamente. Mas o pior saiu da boca de Sairf. O mago acordou todo suado gritando “Nããããããoooo! Teztal!!! Nãããããooo!!!”. Estava claro para Sairf, e também para seus amigos, que eles iriam reencontrar o maldito Genasi de Platina novamente algum dia.
Com temor pelo futuro que estava por vir, mas com coragem para seguir adiante, os heróis se levantaram e partiram mais uma vez, em busca de Liodriel.

Capítulo 115 - Susto - Nem tudo é o que parece ser

Enquanto no andar de cima acontecia toda aquela confusão por causa do arco, da traição de Legolas e do roubo do grimório, Anix e Nailo estavam lá embaixo, na escada, de tocaia para ver qual monstro gritava na escuridão.
Nailo inicialmente se assustou com a voz de Anix que saia do nada, mas depois tudo foi esclarecido pelo mago invisível. Os dois aguardaram, trêmulos, enquanto ouviam o grito da criatura. De repente outro grito semelhante se juntou ao primeiro, e mais outro logo em seguida. Eram tantos gritos que parecia haver um exército de criaturas, que se aproximava lentamente dos dois valentes heróis. Os gritos foram ficando cada vez mais próximos, até parecer que os monstros estavam dentro da caverna onde os anões estavam sepultados. Depois, os gritos foram se tornando cada vez mais distantes, como se as criaturas se afastassem, até desaparecerem completamente.
Anix, invisível, foi até o sepulcro para investigar, seguro de que não poderia ser visto nem atacado por ninguém. Usando sua varinha mágica, Anix vasculhou o ambiente em busca de objetos ou criaturas mágicas. Só o que encontrou, para sua sorte, foram as mesmas auras magias de cinco dias atrás. Para sorte de Anix não haviam monstros ali, pois, apesar de estar invisível, Anix carregava consigo a vela deixada por Nailo na entrada da caverna, que revelava a localização do mago.
Anix caminhou em direção ao fundo da câmara, seguindo o rastro mágico que sentia. Viu um estranho objeto ao lado de uma das tumbas e encostou o pé nele por acidente. Era algo macio, como uma criatura viva. Assustado, Anix subiu sobre o sarcófago e passou a observar de lá de cima. Viu o corpo do anão sepultado dentro da tumba. Viu que ela estava meio aberta e viu as marcas das mãos que tinham aberto a tumba sobre a camada de pó que a recobria. Anix voltou sua atenção para a estranha criatura que estava ali no chão, ao lado do túmulo, parada em meio a sujeira e escombros.
Anix esticou o pé para tocar novamente a criatura. O monstro agarrou seu pé. Anix levantou o pé com força, mas acabou puxando o monstro que estava firmemente agarrado. A criatura saltou no peito de Anix, que começou a se debater desesperado. O monstro agarrou os braços de Anix com seus tentáculos, e o mago despencou de cima do túmulo.
Nailo escutou o barulho e os gritos de Anix e correu para ajudá-lo. Ao entrar na caverna, o ranger viu, com a ajuda da vela que rolava no chão acesa, seu amigo caído no solo, lutando desesperadamente contra uma mochila velha que estava sobre seu peito. As alças da mochila estavam enroscadas nos braços de Anix, impedindo-o de se livrar do objeto.
Com a varinha mágica, Anix confirmou que a aura que sentia vinha dela. Talvez houvesse algum objeto mágico dentro dela. Os dois vasculharam os túmulos que estavam abertos, onde encontraram um amuleto mágico de proteção e um machado de guerra também mágico. Nailo ficou com o amuleto e a arma, e Anix com a mochila e seus objetos, até então desconhecidos. Provavelmente, o antigo dono da mochila havia deixado ela no chão para vasculhar as tumbas, mas alguém ou alguma o coisa o obrigou a fugir, deixando seu equipamento e os tesouros para trás.
Anix pegou a vela do chão e saiu da câmara mortuária. Nailo saiu logo atrás do amigo. Antes de deixar o local, Nailo olhou uma última vez para trás para ter certeza de que os monstros que estavam gritando não os seguiam. Qual não foi a surpresa de Nailo, ao ver vários anões, translúcidos, parados dentro do sepulcro, observando-os com olhares que transmitiam muita paz. Nailo esfregou os olhos, desacreditando no que via, e quando os abriu novamente, não viu mais nenhum dos anões.
_ O que aconteceu Nailo? Por que você está ai parado olhando para trás? – perguntou Anix, já quase da escada.
_ Nada não! Foi só impressão! Vamos embora! – respondeu Nailo, ainda confuso, andando apressadamente em direção ao mago.
Assim, após alguns sustos, os dois retornaram para o andar de cima. Quando terminaram de subir as escadas, encontrara Lucano, Squall e Sairf, que acabavam de voltar com mantimentos e os pertences dos companheiros de Nevan. Todos reunidos, com exceção do ambicioso Legolas, que neste momento estava fugindo com o livro roubado, os heróis retornaram para o acampamento.

Capítulo 114 - O feiticço de Squall

Legolas retornou depois de um longo tempo. Todos já estavam reunidos no acampamento aguardando pela chegada do ambicioso arqueiro. Squall era o mais impaciente de todos. O feiticeiro aguardava na porta, com um olhar que lembrava o de um dragão enraivecido. Quando Legolas chegou, Squall quis tirar satisfações com o traidor.
_ Legolas, onde está o livro? – a voz de Squall lembrava mais o sussurro de um dragão.
_ Eu guardei num lugar seguro! – respondeu Legolas.
_ Você não vai devolvê-lo? – insistiu Squall.
_ Não! Só quando eu tiver o arco! E saia da minha frente Squall! – Legolas empurrou Squall com força e foi para um canto da sala, sem falar com ninguém.
Squall baixou a cabeça, movendo-a de um lado para outro, desaprovando a atitude do “amigo”. Nailo assistia a tudo espantado, e viu Squall murmurar alguma coisa em voz baixa. Parecia um feitiço, porém, Squall não usava gestos para evocá-lo. O feiticeiro se voltou para o arqueiro e apontou o dedo indicador direito em sua direção, com um olhar desafiador.
_ Legolas! Eu quero que você vá buscar o livro para mim. Agora! – ordenou Squall.
Legolas se levantou e saiu, sem dizer uma palavra. O elfo saiu andando pelo corredor, calado, como se estivesse enfeitiçado. E estava. A magia sem gestos lançada por Squall havia surtido efeito. Legolas seria obrigado a obedecer praticamente todas as ordens de Squall durante horas.
O arqueiro foi até lá fora, hipnotizado pela magia de seu amigo traído. Desceu a encosta indo ao local onde eles haviam deixado os cavalos escondidos. Legolas se aproximou de seu cavalo para pegar o livro. Mas o animal saiu em disparada pela floresta, exatamente como havia sido instruído, e sumiu na mata. Legolas o seguiu correndo, durante longos minutos. Quando o alcançou, o animal estava parado diante de um belo lago de águas escuras que ficava atrás da montanha. Legolas foi até o cavalo sorrateiramente e o segurou pelas rédeas. O sol já estava alto nesse momento, e seu brilho forte conseguia amenizar os efeitos do início do inverno. Legolas aproveitou para banhar-se e também para lavar seu cavalo querido. Talvez por mero acaso, ou por maldade mesmo, Legolas acabou molhando todo o grimório que havia ido buscar. Ele pegou o livro e saiu puxando o animal pelas rédeas. Na areia que formava uma pequena praia ao redor do lago, Legolas viu estranhas pegadas do tamanho de pés humanos ou de criaturas semelhantes. Os rastros iam em direção à mata, onde desapareciam abruptamente. Próximo dessas pegadas haviam outras marcas enormes de alguma criatura dotada de garras afiadas que devia estar perseguindo os humanóides. Talvez algum monstro tivesse atacado os orcs, pensou ele. Na borda da selva, havia uma marca ainda mais estranha. Uma marca que parecia a junção das garras do monstro com alguma outra coisa. Parecia que o monstro havia pisado em algum dos que fugiam. Sem se preocupar muito com os rastros, Legolas retornou para a montanha.
_ Legolas! Me entregue esse livro! – ordenou Squall assim que Legolas retornou.
_ Agora sente-se no canto e fique calado! – continuou ele.
Squall pegou o livro ensopado e perguntou a Legolas o que tinha ocorrido. O arqueiro contou tudo que havia acontecido e sobre as pegadas que havia encontrado, deixando todos intrigado.
Sairf, Squall e Lucano espalharam os objetos que haviam pegado no depósito orc para fazer a partilha com os amigos. Usaram magia para procurar itens mágicos, mas somente itens mundanos estavam ali. Mostraram o arco, fruto da discórdia no grupo, e os outros objetos de valor encontrados a Nevan e perguntaram se aquilo também fazia parte de seu equipamento.
_ Oh não! Eu conheço essas coisas! É o arco de Saudriel! E a espada de Celilmir! E também a Lança de Arwind! E esse grimório era do Isaulas! – Nevan estava transtornado, quase em prantos ao dizer essas palavras.
_ Quem são essas pessoas Nevan? – perguntou Sairf.
_ Eles são de Darkwood! Vieram junto comigo e Draco para eliminarmos os orcs! Se as coisas deles estavam no depósito dos orcs e eles não estavam presos como eu, isso só pode significar uma coisa. Eles devem estar mortos! – Nevan não conteve as lágrimas.
O guerreiro poderia estar certo. Além do mais, as pegadas encontrada por Legolas poderiam pertencer ao grupo de Draco. Talvez eles tivessem sido atacados pelo tal monstro da floresta e tivessem sido mortos por ele. Mas restava saber o paradeiro de Draco. Os equipamentos dele não estavam ali. Somente os objetos dos dois irmãos, Saudriel e Celilmir, todos, inclusive suas mochilas, decorados com entalhes de rosas, que era o símbolo de sua família. Somente o grimório de Isaulas e a arma favorita de Arwind. Mas nenhum sinal das coisas de Draco. Será que ele havia sobrevivido? Ou será que havia tido um destino ainda mais trágico, que seria revelado mais à frente?
Enquanto todos divagavam, Legolas se aproximou furtivamente, e tentou novamente roubar o arco, que estava nas mãos de Anix. O mago segurou a arma com firmeza e seu irmão Squall conteve a ganância de Legolas com sua magia.
Para evitar novas desavenças, Anix se encarregou de dividir os espólios, já que Nevan havia se recusado a dividir os pertences de seus amigos supostamente mortos. Anix entregou o arco para Legolas, que finalmente sossegou, e a espada de Celilmir para Nailo, o melhor espadachim do grupo. Anix também dividiu o tesou que havia trazido do andar inferior, os objetos que pertenciam a Kaarghaz. Assim, Squall ganhou um anel mágico para proteger seu corpo, Nailo recebeu um anel que lhe fornecia extraordinária habilidade para saltar, Lucano ganhou um amuleto mágico de chicote, igual ao usado pelo troglodita, Sairf ficou com um bastão mágico que estava em posse do monstro, e que servia para aumentar o tempo de duração dos feitiços, Legolas ficou com o belo manto de Kaarghaz, que servia para aumentar sua autoconfiança, e Anix ficou com o colar mágico de bolas de fogo explosivas, que havia feito tantos estragos no grupo de aventureiros.
Finalmente com o objeto de sua ambição nas mãos, Legolas se retirou e foi descansar em outra sala.
Squall saiu para procurar os pertences de Draco dentro das caixas que ainda não haviam sido vasculhadas. O restante do grupo ficou descansando, enquanto Nailo e Anix contavam o que havia lhes acontecido no andar inferior.

Capítulo 113 - Traição - A ambição do arqueiro

Legolas fechou o portão da montanha por dentro logo que passou por ele. Travou a pesada porta de pedra, delicadamente esculpida por Durgedin e seu clã, com a viga de madeira. Antes de retornar para seus amigos, decidiu investigar um local aonde nenhum deles havia ido. Abriu a porta secreta que dava acesso ao grupo de seteiras por onde eles haviam penetrado no complexo, e seguiu até o fim do corredor. No caminho, encontrou um gancho, preso a uma corda pendurada do lado de fora. Talvez os orcs tivessem tentado subir por ali, pensou ele. Legolas recolheu a corda e o gancho e prosseguiu pelo corredor até o seu fim. Do seu lado esquerdo havia uma alcova, como se o corredor tivesse continuação naquela direção. Legolas achou a formação estranha e, ao analisá-la, sentiu uma estranha corrente de ar atrás de si. Seus sentidos élficos apurados lhe avisaram. Legolas se virou e empurrou, instintivamente, a parede oposta, que se abriu revelando um corredor secreto.
Legolas sorriu e avançou cuidadosamente pelo corredor, indo em direção à outra porta no extremo oposto. Antes de cada passo, o elfo tateava o chão e as paredes com seu arco para não ser surpreendido por nenhuma outra armadilha. No final do corredor, Legolas primeiro tentou empurrar, mas como a porta não se abriu, a puxou lentamente.
Legolas atravessou a porta e entrou em uma sala toda suja, cheia de mesas e camas de palha mal feitas. Por algum motivo, aquele lugar não lhe parecia estranho. Legolas andou pelo local e viu, após uma porta que se encontrava aberta na outra extremidade da sala, o pé de um orc deitado do lado de fora da sala. Legolas armou seu arco, pronto para surpreender o inimigo. Mas a surpresa foi de Legolas, ao constatar que ele estava no local onde haviam travado a dura batalha contra os orcs e o gigantesco ogro que tirou a vida de seu amigo Loand. Legolas arrastou os corpos dos orcs para dentro da sala e rumou para o local onde seus amigos estavam.
Sairf acabara de abrir a caixa quando Legolas retornou. Dentro do velho caixote de madeira, Sairf encontrou itens de valor. Além de roupas e armaduras velhas, sujas e amassadas, o mago encontrou também duas mochilas ainda fechadas e cheias de equipamento. Além disso, havia ali um livro trancado a chave, com o crânio de um touro esculpido em alto relevo na capa de couro. Era um grimório, um livro de magias, que aguçou a curiosidade tanto de Sairf quanto de Squall. Além do livro, havia um belo arco, longo, feito todo em osso ou marfim, adornado com entalhes em forma de rosas se entrelaçando. Junto ao arco estava também uma espada, muito bem confeccionada, de lâmina brilhante e que trazia em seu cabo, também de marfim, o mesmo padrão de entalhes do arco. No fundo da caixa, também havia uma lança comprida, com duas lâminas laterais formando uma meia-lua em torno da ponta principal. Era uma Ranseur. Quase metade da arma saía da caixa por uma abertura lateral. Ao lado da lança, havia ainda um cantil, todo amassado e com uma marca de furo que parecia ter sido feita por um chifre ou algo parecido.
_ Não vamos pegar nada disso agora! Vamos levar tudo para ser dividido no acampamento! - Sairf retirou todos os itens e os colocou dentro de uma grande panela e pediu para que Squall lhe ajudasse a carregar tudo.
Legolas que assistia à cena, não pode se controlar ao ver o arco branco reluzindo na escuridão da caverna. Seus olhos brilharam feito lanternas. Legolas não via nada além do arco de marfim. Tomado pela ganância, Legolas esticou a mão para pegar o arco, mas foi interrompido por Sairf.
_ Me deixe ver esse arco Sairf! Eu só quero olhar! – argumentou Legolas.
Mas os olhos do elfo diziam outra coisa. Legolas estava como que possuído por outro ser, e seu único desejo era tomar aquele arco para si.
_ Não! Depois você vê! Vamos levar tudo para o acampamento! Lá a gente divide tudo o que encontramos! – respondeu Sairf ao identificar as reais intenções de seu amigo.
_ Mas eu quero agora! – insistiu Legolas.
_ Já disse que não! Depois, no acampamento, você poderá olhá-lo! – Sairf segurou o arco para que ele não fosse roubado por Legolas.
Legolas olhou todos os objetos dentro da panela carregada pelos dois. Olhou para Sairf e tentou mais uma vez.
_ Não vai me deixar ver mesmo? É sua última palavra?
_ Já disse, só no acampamento! – Sairf guardou o arco sob seu manto onde não poderia ser tirado por ninguém facilmente.
Num lance furtivo, Legolas meteu a mão dentro do tacho e apanhou o livro de magias. Lucano e Squall assistiam espantados.
_ Se você não me der esse arco eu vou sumir com esse livro! – ameaçou Legolas que já parecia estar fora de si.
_ Legolas, devolve esse livro! – pediu Squall.
_ Não! – respondeu Legolas, fugindo em disparada pelos corredores escuros da montanha.
Squall correu atrás de Legolas durante algum tempo, mas depois desistiu. Sabia que mais cedo ou mais tarde ele retornaria, e Squall tinha algo em mente para quando Legolas retornasse.
Legolas continuou fugindo com o livro, cego por sua ambição. Tinha em mente que não devolveria aquele grimório enquanto o arco não fosse seu. Nesse momento, não havia bondade, compaixão ou sequer amor naquele elfo. Naquele coração só havia espaço para a cobiça, a ganância. Uma ambição tão grande quanto a dos filhos da esquecida deusa Valkaria. Uma ambição tão grande que, ao menos por alguns instantes, superou o amor pela jovem Liodriel. Sim, naquele momento Legolas se esqueceu de sua amada. Em sua mente só havia lugar para uma coisa. O arco. A imagem daquele arco branco como o leite ocupava sua mente sem deixar espaço para mais nada.
Legolas atravessou a passagem secreta que acabara de descobrir e foi até o portão da montanha. Saiu do complexo subterrâneo e correu até onde estava seu cavalo. Legolas escondeu o livro que havia roubado de seus amigos dentro da bolsa carregada pelo animal. Usando gestos e as pouquíssimas palavras que conhecia no idioma silvestre, instruiu o animal a fugir em disparada, caso qualquer pessoa que fosse se aproximasse dele. Legolas retornou para dentro da montanha, sorrindo como um algoz que acabara de eliminar mais uma vítima inocente, e foi ao encontro dos amigos que havia traído, como se nada tivesse acontecido. Legolas, que até então todos pensavam ser um grande amigo, começava a se revelar como uma pessoa perigosa e pouco confiável.

outubro 13, 2005

Capítulo 112 - Orcs em fuga?

Sairf chegou à sala onde todos estavam acampados, e contou a seus amigos sobre o que ele e Nailo haviam ouvido. Para que o ranger não corresse perigo sozinho, Anix decidiu que desceria para acompanhar Nailo. Com sua mágica, Anix se tornou invisível, dessa forma não poderia ser visto por nenhum monstro e poderia ajudar Nailo caso necessário. Enquanto todos aguardavam, Sairf, Lucano e Squall foram até o depósito dos orcs, em busca de mantimentos e de mais objetos úteis, como o equipamento de Nevan, que os orcs pudessem ter roubado.
Em meio a pregos, martelos, lenha, óleo, pás, enxadas, e outros utensílios de menor importância, os três encontraram caixas que continham tecidos, alguns até finos, e roupas, ideais para substituir os trajes rasgados, molhados e queimados com os quais estavam há tempos.
Squall e Lucano reuniam roupas e comida, enquanto Sairf abria um outro caixote ainda não vasculhado por eles. Nesse instante, Legolas passou pelos três, apressado, e carregando todo o seu equipamento.
_ Legolas, onde você está indo? – perguntou Squall.
_ Não se preocupem comigo! Vou lá fora um instante. Logo estarei de volta! – respondeu Legolas a passos largos.
Legolas os deixou para trás, sem dar maiores explicações e atravessou as portas de pedra que conduziam à saída. Atravessou a ponte de cordas sem dificuldades, já que dessa vez não existiam orcs para dificultar a travessia. Retirou a tora de madeira que bloqueava o portão da montanha e a soltou no chão tentando não fazer barulho. Legolas puxou o enorme portão de pedra para dentro, com grande dificuldade, até a luz do sol penetrar por uma pequena fresta. O portão foi se abrindo lentamente até a fresta ter tamanho suficiente para a passagem do elfo. Legolas sacou seu arco, preparou uma flecha e apoiou a tocha no chão, encostada no portão. Olhou atentamente para fora da caverna, à procura de inimigos, e somente quando teve certeza de que tudo estava em segurança, saiu.
Lá fora, Legolas foi atravessando cautelosamente a fenda sinuosa que servia de entrada para o Salão do Esplendor. No chão, além da sujeira comum dos orcs que eles haviam encontrado no dia em que chegaram àquele lugar, Legolas viu algo estranho que lhe chamou a atenção. Abandonada na escada, estava a carcaça de um animal quadrúpede, abatido poucos dias atrás. Os pequenos chifres na cabeça, que haviam sido serrados por alguém, revelavam a espécie do animal, um cervo. As marcas de perfuração revelavam que o pequeno animal havia sido morto a flechadas. A julgar pelo formato dos furos, totalmente irregulares, só poderia ter sido obra de orcs. Sim, havia mais orcs por perto, pensou Legolas. Eles deveriam estar caçando quando os heróis chegaram na montanha, e agora estavam de volta.
Legolas continuou seu trajeto ainda mais temeroso. Encontrou um grande pote de argila espatifado no chão, cheio de cogumelos, que deveria pertencer aos orcs. Provavelmente eles estavam caçando e colhendo cogumelos para o seu bando e viram alguma coisa que os fez abandonar tudo e se esconder. Talvez tivessem percebido a chegada de Legolas e estivessem preparando uma cilada.
Legolas andou até o início da escadaria que descia pela encosta da montanha. Observou tudo a sua volta, mas não havia nem sinal dos orcs. Sentindo-se seguro, ele dirigiu-se até o local onde haviam deixado os cavalos. Os animais estavam espalhados, pastando pela encosta da montanha, mas ainda assim protegidos da visão de quem quer que seja que passasse pelas escadas. Após reagrupar os animais Legolas tratou com carinho de seu cavalo. Por meio de gestos, sinais e algumas poucas palavras do idioma silvestre, aprendidas com Nailo e Anix, Legolas conseguiu fazer com que seu cavalo lhe desse informações importantes. Um bando de aproximadamente quatro orcs havia passado pela trilha, mas não haviam notado nem feito mal aos cavalos.
Certo de que os cavalos estavam seguros, Legolas retornou para a trilha. Tentou subir a escada correndo, para chegar mais depressa ao local onde seus amigos estavam, mas o musgo acumulado nos degraus devido aos muitos anos de descuido com aquela escada, fez com que Legolas escorregasse e caísse de costas, sofrendo algumas contusões leves. Deitado na escada, com as costas para baixo e a cabeça voltada para o sopé da montanha, Legolas viu que havia outra pessoa caída, muitos degraus abaixo. Ele se levantou e se aproximou da pessoa caída, com o arco pronto para atacar. Quando estava perto o suficiente, ele notou que era um orc. As moscas que o rodeavam deixavam claro que estava morto há alguns dias. Não havia marcas de cortes ou perfurações que pudessem ter levado aquele ser a óbito. Somente marcas de contusões, parecidas com os pés do próprio orc, pareciam culpadas pelo seu falecimento. Legolas retornou para a montanha, sem entender os motivos que levariam os orcs a abandonar sua caça e a pisotear um companheiro. Estariam eles fugindo ao ver seus companheiros mortos na entrada da montanha? Ou eles haviam fugido a ver Legolas saindo pelo portão? Ou será que alguma criatura havia saído do meio da floresta e os atacado, fazendo com que fugissem desesperados e pisando uns nos outros? Legolas não entendia o que se passava ali, mas sabia da sua missão, e isso bastava para ele.

outubro 11, 2005

Capítulo 111 - Um grito ecoa na escuridão

Todos subiram acompanhando Legolas. Todos exceto Sairf. O mago acendeu uma vela, dizendo que logo se juntaria aos seus amigos. Sairf parecia não ter aprendido a lição. O mago se separou dos companheiros e retornou ao sepulcro dos anões, cego pela ganância e pela cobiça. Nailo também ficou, para acompanhar e proteger Sairf, caso houvesse algum perigo à espera dos dois naquele lugar.
Sairf entrou na caverna das tumbas, enquanto Nailo parou diante da entrada para analisar o chão, onde encontrou dezenas de pegadas que se misturavam e se sobrepunham. Eram marcas de pés com garras, parecidos com pés de pássaros, e do tamanho de pés humanos ou élficos. As pegadas formavam trilhas confusas e impossíveis de serem rastreadas. Mas havia uma delas que podia ser acompanhada. Ela conduzia alguns metros para dentro da câmara para onde Sairf havia ido e depois desaparecia repentinamente. Nailo se levantou e correu para junto do amigo, temendo que houvesse uma nova armadilha aguardando-os.
Lá dentro, com a ajuda de uma magia especial, Sairf traduzia as inscrições das criptas onde os anões do salão do esplendor estavam sepultados. Escrito no idioma do povo de Doherimm, Sairf leu o seguinte epitáfio: “Aqui jaz Ghordin, filho de Amharin”. Ao terminar de ler, Sairf compreendeu que as inscrições eram apenas os nomes dos que estavam sepultados ali. Havia também alguns túmulos sem inscrições, o que levava a crer que nem todos estivessem ocupados.
Nailo chegou neste instante, procurando por Sairf para contar sobre as marcas que havia encontrado. Sem sair do lugar onde estava, Sairf tentou ler as runas de outro túmulo próximo, mas a distância e a ausência de iluminação não permitiam que ele distinguisse um traço do outro. Enquanto o mago forçava os olhos, um grito horripilante ecoou na escuridão. O som estridente vibrou nos ouvidos de Sairf e Nailo, tornando-se cada vez mais alto e mais próximo.
Assustado, Sairf correu em direção à saída, olhando na direção das trevas, tentando localizar a criatura que emitia aquele som assustador. Nailo tentou avisar, mas já era tarde. Sairf se chocou violentamente contra Nailo, indo ao chão. Sairf levantou rapidamente e correu para a escada. Nailo o alcançou ainda nos primeiros degraus e o segurou pelo manto.
_ Sairf, rápido, me dê uma vela! – pedia o ranger enquanto o companheiro tentava fugir desesperado.
Sairf acendeu uma segunda vela, entregou-a a Nailo e subiu as escadas correndo. Nailo foi até a entrada do sepulcro, onde deixou a vela em pé sobre o solo. O ranger retornou às cegas para o topo do peitoril formado pela escadaria. Lá, ele se sentou e aguardou pacientemente a chegada da criatura para poder conhecer seu futuro inimigo.

outubro 10, 2005

Capítulo 110 - A volta de Sam

Legolas sacudiu Sam com força, e esbofeteou seu rosto chamando seu nome. Todos observavam com atenção a tentativa do arqueiro sem sequer respirarem. Sam abriu os olhos lentamente e olhou em volta de si sem mexer a cabeça.
_ Legolas? É você mesmo? O que aconteceu? Onde estou? – o fato de reconhecer o amigo elfo não deixou dúvidas. Sam estava realmente vivo.
Legolas abraçou o companheiro, emocionado. Sam não entendia o porquê de tantas lágrimas. Então, de repente, todos saltaram sobre o bardo, abraçando-o com força e lhe tirando o fôlego.
Ainda ressabiado, Anix tocou o braço de Sam com cautela e depois lhe aplicou um beliscão. Somente após o grito de dor do bardo, Anix finalmente se convenceu de que seu grande companheiro estava realmente de volta à vida.
_ Amigos, o que está acontecendo? Qual o motivo de tantos abraços? – indagou Sam, tentando respirar.
_ Sam! Você não se lembra? Você saltou sobre os trogloditas. Nós achamos que você estava morto! – respondeu Legolas.
_ É verdade. Agora eu me lembro disso. Tinha me esquecido, minha mente está um pouco confusa. – Sam coçava a cabeça, já sem nenhuma cicatriz ou marca que lembrasse os vários golpes recebidos pelo menestrel.
_ Ei Sam! Onde está sua cicatriz? – observou Sairf.
_ Ora, está bem aqu...! Ué! Sumiu! Não sei como, mas sumiu! – respondeu, confuso, o bardo.
_ E essa marca na sua testa! É do que Sam? – Anix mostrou a marca de Allihanna para Sam, através do reflexo de sua espada.
_ Não sei? Quem dez isso aqui? – Sam ficava cada vez mais confuso.
_ Ô Sam! Afinal de contas, o que aconteceu com você enquanto você esteve à beira da morte? Por acaso você viu um túnel? – indagou Sairf.
_ Túnel? Sim, eu me lembro de um túnel escuro com uma luz muito brilhante no fim dele. Eu me lembro de ter caminhado em direção à luz e de ter entrado nela. Depois disso não sei o que aconteceu! – respondeu o bardo, forçando a memória.
_ Eu vi você no túnel Sam. Eu estava logo atrás de você! – completaram Sairf e Nailo em coro.
_ Afinal de contas! Onde é que eu estou? – Sam olhou ao redor, ainda mais confuso.
_ Nós estamos no andar inferior da montanha Sam! O mesmo lugar onde nós enfrentamos os trogloditas cinco dias atrás! – explicou Legolas.
_ Cinco dias atrás?! Quer dizer que eu fiquei desacordado durante cinco dias?! E vocês ficaram lutando durante esse tempo todo? – Sam parecia em estado de choque.
_ Não! Durante esse tempo, nós nos preparamos para enfrentar Kaarghaz e vingar a sua morte e a do Nailo! – explicou Legolas.
_ Kaarghaz?! Então vamos logo embora daqui, antes que ele apareça com seu exército! – Sam levantou do chão num salto.
_ Não se preocupe Sam! Nós já matamos o Kaarghaz! – sorriu Lucano, exibindo a cabeça do troglodita para o bardo.
_ Bem! Acho que o Sam deu uma ótima idéia! Vamos recuar para o andar superior por enquanto. Depois a gente decide o que fazer! – Legolas recolheu suas coisas e foi em direção à escada, chamando seus companheiros.

outubro 05, 2005

Capítulo 109 - Um coração bate nas profundezas

Mas aquelas labaredas do animal não era suficientes para ter derrotado seus amigos, pensou Anix. Então ele viu Kaarghaz fora do túnel, após lançar uma bola de fogo contra seus companheiros e compreendeu o que havia acontecido. Kaarghaz sabia, assim com Anix, que aquela criatura das trevas era imune ao fogo. Assim, o troglodita poderia usar sua magia de fogo sem correr o risco de perder um aliado em combate.
Invisível, Anix tentou se aproximar furtivamente de seu odiado inimigo, enquanto Nevan tentava acertá-lo com suas flechas, e Sairf conjurava um novo aliado para seu grupo. Mas ao passar por dentro do rio, Anix despertou a atenção de Kaarghaz que se defendeu a tempo. Anix conseguiu cravar a adaga na lateral da cabeça de Kaarghaz, mas o monstro conseguiu minimizar os efeitos do golpe. Ferido, Kaarghaz se afastou, enquanto Lucano corria para ajudar seus amigos e o cão infernal travava uma batalha de chamas contra o elemental. O troglodita retirou outra conta de seu colar, e a atirou na parede atrás de Anix. A pequena esfera explodiu, transformando-se numa enorme esfera de fogo que envolveu Anix em suas chamas.
Kaarghaz riu enquanto Anix queimava. Anix se levantou prometendo matar o troglodita. Ao mesmo tempo, do alto da escada, Sairf ordenou que uma gigantesca centopéia invocada por ele, atacasse o monstro. A centopéia morde a perna do troglodita, envenenando-o. Sairf ainda conseguiu criar magicamente uma área escorregadia abaixo de Kaarghaz e o derrubou no chão. Parecia que este seria o fim do inimigo. Anix aproveitou a oportunidade criada pelo amigo e lançou sua bola de fogo em Kaarghaz. O monstro ardeu em chamas, junto com a centopéia abissal, mas ainda assim continuava vivo. Kaarghaz apontou para Anix, prometendo matá-lo, devolvendo o desafio lançado pelo mago. O feiticeiro lançou outra conta em cima de Anix e se jogou dentro do rio para não ser atingido pela explosão. O troglodita se deixou levar pelas águas, até próximo do túnel de saída, enquanto Anix era queimado pelo fogo.
Distante dali, Legolas, que acabara de ser salvo da morte pela mágica de Lucano, se levantou do chão. Legolas viu o cão infernal destruindo o elemental do fogo, e correndo escada acima para atacar Sairf e Nevan. Também viu Kaarghaz boiando no riacho tentando fugir da batalha. Legolas sacou uma flecha e a disparou, certeira, nas costas do monstro. Kaarghaz parou de se mexer, apenas a correnteza da água agitava seu corpo. Estava morto. Anix foi até o corpo do inimigo, entrando no rio e constatou que ele já não respirava. Anix o tirou de dentro da água, arrastando o cadáver para perto de onde Nailo e o corpo de Sam estavam. Anix segurou sua adaga com uma mão e a cabeça do troglodita com a outra mão, pronto para desferir um último golpe e se certificar da morte do inimigo. Dessa forma, a morte do amigo Sam Rael estaria vingada. Restaria apenas dar um enterro digno ao bardo que, por pouco, não teve seu corpo retalhado por um dos trogloditas momentos antes. Anix olhou para o inimigo de frente, levantou a mão para tomar impulso e viu os olhos de Kaarghaz se abrindo lentamente. Kaarghaz passou o dedo indicador em seu próprio pescoço, enquanto encarava Anix, anunciando a morte do mago. Com a mesma mão, Kaarghaz retirou uma conta de seu colar, que se tornou rubra ao ser retirada, e a esmagou no chão com sua mão.
Nevan, sacou sua espada de madeira negra, antes que seu arco atingisse o chão. A lâmina erguida desceu como um raio sobre o dorso do cão infernal. Sairf terminou com o que restava de vida no animal cravando a lâmina de sua adaga no centro de sua testa. O cão caiu e seu corpo se desfez como mágica mas os dois nem puderam comemorar o feito, pois viram uma grande explosão, ainda maior que as anteriores, consumindo Anix, Kaarghaz, Nailo, e o corpo de Sam. Os dois haviam sido atingidos pelo ataque de chamas do cão infernal, mas isso não se comparava ao que eles acabavam de testemunhar. A explosão ecoou por toda a caverna, fazendo-a estremecer. Estalactites despencaram do teto, parecia que todo o complexo iria desabar naquele instante.
Quando o fogo recuou e se extinguiu, restava apenas Anix em pé, já quase sem forças, segurando o crânio chamuscado de Kaarghaz. Ao seu lado, o poste de madeira estava caído no chão, com Nailo ainda amarrado e amaldiçoando o destino. O corpo de Sam também estava lá, preso e caído, da mesma forma que Nailo.
Todos correram para ajudar os amigos. Lucano curou Squall e os dois foram até o poste também. Legolas libertou Nailo e Sam, e colocou o corpo ainda quente do bardo em seus ombros para levá-lo ao andar de cima e lhe dar um sepultamento honroso. Na testa do bardo havia uma curiosa marca. Uma árvore cheia de ramos, na forma de uma tatuagem ou queimadura, ornamentava a testa de Sam. Legolas não se importou com o símbolo, que foi reconhecido por Lucano como sendo o símbolo de Allihanna, a deusa da natureza, e o ergueu do solo, colocando-o sobre seus ombros. Todos ficaram imaginando o motivo daquela marca. Pensavam se a deusa teria protegido o corpo do bardo contra as queimaduras da bola de fogo de Kaarghaz.
Legolas saiu caminhando, sem dizer nada, enquanto todos o observavam com lágrimas nos olhos e as mentes confusas. Nem se importou com o fato do cadáver estar quente. Obviamente seria por causa das chamas da magia de Kaarghaz, pensava ele. Nem se importou com a marca de Allihanna. Obviamente um sinal de que a deusa da natureza havia acolhido a alma do bravo Sam. Mas então, junto com seus passos, Legolas notou um som rítmico como rufar de tambores, que acompanhava cada um de seus passos. Também havia um ruído de passagem de ar, bem suave e distante como uma respiração. Legolas parou, mas o som das batidas continuava “Tum...dum...tum...dum...tum...dum...”. Então com os olhos cheios d’água, Legolas colocou o corpo de seu querido amigo de volta no chão, se virou para seus companheiros e disse em alto e bom som:
_ Amigos! Acho que o Sam...o Sam está vivo!

Capítulo 108 - Os poderes infernais de Kaarghaz

Sem perder tempo, Nevan se abaixou com extrema dificuldade devido ao estado de sua perna. O guerreiro pegou em sua cintura um frasco com um líquido muito escuro, quase negro, e o colocou dentro da boca do mago caído. O líquido mágico curou todos os ferimentos de Sairf numa fração de instante. O mago despertou assustado e agradeceu ao amigo pela ajuda. Temendo um novo ataque daquele, Sairf puxou Nevan, Ho-oh e os outros animais para o corredor, fora da visão de Kaarghaz. Lá ele cuidou dos ferimentos de Ho-oh, e a deixou adormecida sobre sua mochila.
Lá embaixo, longe da escada, os heróis aproveitavam a oportunidade para atacar enquanto ainda podiam ver o inimigo. Legolas usou seu ataque mais poderoso contra Kaarghaz. A primeira Flecha Infalível atingiu o peito do inimigo, mas a segunda foi desviada no momento do disparo. Enquanto disparava, Legolas foi novamente atacado pelo lagarto gigante, perdendo a concentração e a mira. Apesar do poderoso ataque do arqueiro, Kaarghaz parecia imbatível, de modo que apenas flechas e magias de ataque não seriam suficientes para derrotá-lo. Pensando nisso, Anix resolveu tentar algo diferente e começou a conjurar uma magia para fazer o inimigo adormecer e ficar vulnerável.
Lucano também teve papel importante nesse momento. Invocando o poder de Glórien, o elfo conseguiu dissipar a armadura mágica que protegia o corpo do monstro, deixando-o mais vulnerável aos ataques de seus amigos. Mas Kaarghaz era esperto demais para se deixar vencer assim tão fácil. O monstro usou sua mágica para ficar invisível novamente e se afastou do lugar onde estava, no exato momento em que Anix tentou fazê-lo adormecer, frustrando as intenções do mago. O inimigo se aproximou do local onde Legolas e Squall estavam enfrentando seu lagarto de estimação e testemunhou, sorrindo, seu animal abocanhando a perna do arqueiro que havia lhe ferido. Legolas atingiu a testa do animal com suas flechas, e Squall tentou queimá-lo com um raio ardente. Legolas se afastou o mais que pode do animal, mas ele parecia ter gostado do sabor do elfo e continuou a persegui-lo.
Anix, usando os benefícios de sua mágica, indicou para seus amigos qual era a posição de Kaarghaz. Squall disparou seus mísseis mágicos, mas mesmo com a ajuda de seu irmão, não foi capaz de atingir o inimigo.
Legolas não podia atacar Kaarghaz, pois passava por maus momentos lutando contra o lagarto. Novamente o animal mordeu sua perna, rasgando sua calça e sua carne. Lucano ajudou seu amigo, cravando uma flecha nas costas do animal, mas a criatura resistia com bravura.
Então Anix viu Kaarghaz, invisível, retirar um pequeno amuleto de seu pescoço, e atirá-lo na direção de Squall. Todos os outros viram o amuleto voando na direção do feiticeiro, após surgir do nada. Com uma palavra de comando, o troglodita acionou os poderes mágicos do artefato, que se transformou num longo chicote e passou a atacar Squall. Kaarghaz aproveitou para se deslocar para trás, dificultando para que seus inimigos o localizassem. Mas Anix se encarregou de revelar a localização do inimigo com sua magia. O elfo conjurou uma bola de fogo sobre o monstro, revelando sua localização para seus amigos. O contorno do corpo da criatura pode ser visto, enquanto as chamas se expandiam, destruindo tudo que estava ao seu redor.
Mas os heróis tinham outra preocupação. Legolas fugia do lagarto, disparando flechas e mais flechas contra ele. Mas o animal parecia querer devorar o arqueiro a todo custo. O animal abocanhou a outra perna de Legolas, deixando o arqueiro já quase sem forças para lutar, enquanto Squall se via forçado a recuar diante dos ataques do chicote mágico.
Nevan tentava ajudar Legolas com seu arco, mas a dor sentida pela perna quebrada, o impossibilitava de lutar com toda sua perícia e Nevan não conseguia ferir o animal. Sentindo a dificuldade do amigo, Sairf sentiu que devia fazer algo para protegê-lo dos ataques inimigos. Sairf criou uma névoa mágica para envolver o corpo de Nevan e escondê-lo de seus inimigos.
Enquanto os outros tentavam destruir o animal, Anix perseguia o inimigo principal que agora corria dentro do riacho subterrâneo em direção à saída da caverna. Kaarghaz atravessou a parede, desaparecendo da visão de Anix. O elfo foi sorrateiramente até a entrada do túnel e ouviu a voz do monstro recitando um feitiço. Anix recuou assustado, tentando imaginar que tipo de monstro Kaarghaz estava invocando. Então ele viu surgir a próximo de seus amigos um cão de pelagem marrom e de olhos vermelhos como fogo. Um cão infernal. O animal correu na direção dos heróis no exato instante em que o lagarto gigante era derrotado. Com um raio ardente de Squall e com a ajuda de um elemental de fogo invocado por Lucano, o animal finalmente foi vencido. Lucano ainda usou o poder de sua espada espiritual para salvar Squall do chicote, destruindo-o com um único ataque. Mas isso não foi suficiente para frustrar os planos malignos do troglodita. O cão infernal parou próximo ao elemental de fogo, seguindo as ordens daquele que o havia invocado, e cuspiu um jato de chamas infernais sobre Legolas e Squall. Os dois jovens caíram assim que o monstro fechou sua bocarra profana e as chamas se extinguiram. Legolas e Squall estavam muito feridos e até poderiam estar mortos. Era preciso fazer alguma coisa com urgência.

outubro 04, 2005

Capítulo 107 - A ameaça invisível

_ Nevan! O que você faz aqui?! – perguntou Anix num misto de alegria e espanto.
_ Eu vim ajudá-los meus amigos! Já não suportava mais ficar lá trancado enquanto vocês estavam aqui arriscando suas vidas! Depois de muito procurar nas caixas lá em cima, eu finalmente consegui encontrar meu equipamento! Agora eu vou ajudá-los, mesmo que eu sirva apenas para carregar tochas para vocês! – Nevan falava, em tom firme e decidido, enquanto preparava sua segunda flecha.
_ Nevan! Eu fui envenenado por esses trogloditas! Você não tem nenhum remédio ai pra me ajudar? – perguntou Sairf, entre uma golfada e outra.
_ Sim! Tome! – Nevan arremessou um frasco com antídoto para Sairf, desconhecendo as condições do mago.
Netuno, tentou segurar o frasco no lugar de Sairf, que estava sem condições de fazê-lo. Entretanto, o elemental não conseguiu apanhar o vidro, e ele se espatifou no chão. Nevan finalmente percebeu a gravidade da situação e correu para ajudar Sairf, curando-o do efeito maléfico dos trogloditas.
A chegada de Nevan aumentou a moral do grupo, dando novas esperanças para todos. Lucano interrompeu a concentração na magia que mantinha os trogloditas pacíficos e passou a atacá-los com sua espada. Longe dali, Squall ajudava os companheiros com seus projéteis mágicos.
Livres do encantamento de Lucano, e recebendo ataques de todos os lados, os trogloditas contra-atacaram, mesmo ignorando as ordens do falso Kaarghaz criado por Squall. O feiticeiro sentiu um calafrio em suas costas, quando viu um dos monstros correndo em sua direção. Squall havia sido severamente ferido quando estava cercado pelas criaturas na escada. Mais um único ataque poderia ser fatal para ele. As garras do monstro atingiram sua cabeça e Squall fechou os olhos, já imaginando perder os sentidos com o golpe. Entretanto, o monstro já não tinha mais a mesma força de antes. Os efeitos calmantes da magia de Lucano haviam retirado não só a fúria guerreira das criaturas, como também suas forças. Era visível o cansaço do monstro após percorrer os poucos metros que o separavam de Squall. O feiticeiro alertou seus companheiros do estado dos inimigos, e todos sentiram que a batalha já estava quase ganha.
Os ataques da maioria dos inimigos já não surtiam mais efeito nos heróis. Somente um deles, o que enfrentava Netuno, ainda conservava todos os poderes. Todos concentraram seus ataques no único adversário que ainda representava ameaça para o grupo. O monstro ainda conseguiu derrotar Netuno, o elemental de água invocado por Sairf, mas não suportou todos os ataques direcionados contra eles e finalmente caiu, com a espada de Lucano cravada profundamente em suas costas.
Sentindo a derrota próxima, o troglodita que enfrentava Legolas, e que já tinha duas flechas fincadas em seu olho, decidiu fugir pelo túnel por onde o rio escoava. Era o que todos temiam. Com certeza, ele buscaria reforços, dificultando a situação dos heróis. Legolas correu atrás dele para impedi-lo, mas não foi capaz de alcançá-lo a tempo. O monstro pulou no riacho e atravessou a abertura na parede, desaparecendo na escuridão. Legolas entrou no riacho, e se aproximou do túnel com o arco preparado para atirar a qualquer momento. Quando se abaixou para olhar através da abertura, algo veio de encontro ao seu corpo, atirando Legolas para trás. O arqueiro apontou o arco assustado, para o objeto que o havia atingido. Era o cadáver do troglodita que havia fugido. Legolas olhou pela fenda na parede e viu um enorme lagarto caminhando dentro da água em sua direção. Atrás do lagarto, havia alguma outra coisa que movia a água como se alguém caminhasse pelo leito do riacho. Era Kaarghaz, e ele estava invisível. Legolas se afastou da entrada e avisou seus amigos do perigo. Todos se apressaram em eliminar os últimos trogloditas que combatiam e se preparar para enfrentar o seu mais odiado inimigo.
Anix aproveitou o aviso do amigo para também ficar invisível e para conjurar sobre si uma magia que lhe permitia enxergar outras criaturas invisíveis, ganhando assim uma vantagem sobre o terrível inimigo. Squall eliminou seu oponente com um leque de chamas ardentes e depois se protegeu atrás de uma alcova para curar seus ferimentos com poções mágicas. Legolas e Anix tentavam soltar Nailo e Sam do poste em que estavam presos, enquanto Lucano, Sairf e Nevan encurralavam o último troglodita em batalha. Mas não ouve tempo suficiente para completarem seus objetivos.
Todos perderam o fôlego ao ver aquele enorme lagarto caminhando desajeitadamente pelo riacho subterrâneo. Nailo imediatamente se fingiu de morto quando percebeu a presença do monstro. Amarrado naquele poste, Nailo estava indefeso e nada poderia fazer caso a criatura o atacasse. O monstro olhou para cada um dos que estavam presentes. Sua língua se agitava para fora da boca como a de uma serpente, para captar as partículas odoríficas presentes no ar. Ele abriu sua bocarra cheira de dentes afiados, deixando escorrer uma baba esbranquiçada e gosmenta, e correu em direção a Legolas. O monstro tentou morder a perna do arqueiro, que se defendeu chutando o focinho do animal.
Logo após o lagarto, veio o inimigo que eles tanto queriam eliminar. A água se agitava em ondas, revelando a posição do inimigo invisível. Kaarghaz saiu da água, deixando um rastro de pegadas por onde passava. Então as pegadas cessaram. Ninguém sabia se Kaarghaz estava parado, ou se seus pés já haviam secado o suficiente para não deixar mais marcas no chão durante sua caminhada. Então, todos viram uma pequena esfera vermelha saindo do lugar onde as pegadas haviam desaparecido, e indo na direção da escada. Sairf gritou para todos fugirem, mas já era tarde. A pequena esfera explodiu numa bola de chamas de cerca de seis metros de raio, causando grandes estragos. A caverna se agitou com a explosão, estalactites despencaram do teto. Quando as chamas desapareceram, Sairf, Ho-oh, e o troglodita restante, estavam caídos no chão, inconscientes e próximos da morte. Cloud também muito ferido, já não tinha mais forças para voar. Lucano e Nevan, ainda resistiam em pé, porém, estavam muito feridos também.
Kaarghaz deu uma gargalhada alta, e todos voltaram os olhos na direção do som. Lá estava ele, novamente visível após deferir o ataque devastador. O maldito havia sacrificado a vida de um de seus próprios aliados para tentar matar os heróis. Aquele ser desprezível não podia ficar impune, pensaram os heróis. Com armas e magias em punho, os heróis partiram para a batalha da vingança.

outubro 03, 2005

Capítulo 106 - Um novo aliado

Com o término da magia de Squall, a criatura retornou para o seu plano de origem, deixando o grupo menor e mais fraco. Legolas era obrigado a combater dois inimigos ao mesmo tempo, enquanto tentava conseguir um meio de libertar Nailo e o falecido Sam. Anix combatia a distância com suas flechas, mas não era capaz de superar a couraça resistente dos trogloditas que atingia. Squall teve uma idéia para derrotar seus adversários e correu pelas cavernas escuras, esquivando-se dos ataques dos monstros, para colocá-la em prática.
Squall correu até desaparecer na escuridão, levando consigo a lanterna que fornecia iluminação para seus amigos. Rapidamente, Anix acendeu uma tocha e a jogou no centro do salão, onde poderia fornecer luz para todos os seus amigos, ainda que precária.
Nas escadas, Lucano terminava neste exato momento de recitar uma magia. Com o dedo apontado na direção dos trogloditas, o clérigo fez surgir um ponto luminoso entre as criaturas. O ponto se expandiu até envolver todos os monstros na escada e também Netuno. Todos, com exceção do troglodita que enfrentava o elemental, abaixaram suas armas, demonstrando ter perdido a vontade de combater. Os monstros afetados perderam a força extra que o frenesi de combate lhes concedia, e interromperam os seus ataques.
Sairf puxou Netuno para fora da área da magia, devolvendo-o ao estado original. Mas os dois foram seguidos pelo troglodita que havia resistido aos efeitos da magia. O monstro e o elemental passaram a lutar de igual para igual. Era uma batalha equilibrada, parecia que aquela disputa não teria fim. Para ajudar Netuno, Sairf parou ao lado do inimigo e, aproveitando-se das náuseas que sentia, vomitou nos pés do monstro, na esperança de fazê-lo escorregar e cair.
Distante dali, Legolas se via em situação crítica. Cercado por dois inimigos, o elfo lutava com dificuldades. Legolas abandonou sua espada no chão e pegou o arco, pondo em prática o árduo treinamento feito por ele nos últimos cinco dias. Era visível o aumento das capacidades do arqueiro, as flechas eram disparadas em velocidade muito maior que antes. A destreza com que Legolas carregava o arco era impressionante. Mas nem mesmo isso era suficiente para deter a fúria dos trogloditas. Por estar cercado, a cada ataque desferido em um inimigo, Legolas recebia um contra-ataque do outro, que sempre se encontrava nas suas costas. Ainda assim, Legolas conseguiu cegar um dos oponentes e causar sérios danos à saúde do outro.
_ Parem de lutar! Eu quero ter o prazer de matar esses vermes com minhas próprias mãos! – A voz de Kaarghaz ecoou por toda a caverna, vinda da direção para onde Squall tinha corrido. Os heróis se assustaram ao ouvir a ordem em dracônico do líder dos trogloditas. Os trogloditas, por sua vez, pararam de atacar, temendo desobedecer às ordens de seu mestre.
Todos ficaram confusos por alguns instantes. Todos menos um.
_ Idiotas, essa não é a voz de Kaarghaz! Deve ser um truque desses vermes! Continuem lutando e matem todos eles! – gritou um dos oponentes de Legolas, ao perceber o truque de Squall para enganar os inimigos. Mas os trogloditas ainda hesitavam.Tanto por temerem ser realmente Kaarghaz quem estava a falar, quanto pelos efeitos da magia de Lucano, que já havia eliminado a fúria de quase todos eles. Como ninguém atacava, o troglodita resolveu agir sozinho.
_ Dane-se! Se vocês vão ficar aí parados eu vou embora! Mas pelo menos a cabeça desse imprestável eu vou levar comigo! – O monstro olhou em volta e, percebendo que seus companheiros já se davam por vencidos, decidiu descontar sua ira em que estava mais próximo. Com as garras e presas armadas para um ataque devastador, o troglodita saltou sobre o corpo indefeso de Sam Rael.
Os heróis ficaram paralisados. O último fio de esperança estava para ser quebrado. Aquela criatura vil e repugnante estava preste a retalhar o corpo de Sam. E não havia nada que eles poderiam fazer para impedir. Legolas tentou dispara seu arco a tempo, mas não conseguiu. Todos os outros estavam distantes demais para tentar qualquer ataque, e não havia tempo suficiente para conjurar uma magia para impedir o monstro. Todos estavam cheios de ódio e já imaginavam a cabeça do bardo rolando pelo chão, diante de seus olhos.
O troglodita desceu do seu salto, caindo sobre o corpo do menestrel. O monstro se chocou contra Sam, e caiu ao seu lado, sem vida. Um flecha, cravada profundamente em sua nuca, havia lhe tirado a vida. Todos olharam para Legolas, mas o arqueiro também estava assustado com o que acontecera. Legolas Sequer havia pegado a flecha para atacar. Todos buscaram com os olhos o autor daquela façanha e ficaram surpresos ao olhar para a escada. Lá, no alto do peitoril, havia um elfo, vestido com uma fina armadura de anéis entrelaçados de mithral, parado atrás de Anix, com as mão apoiadas no ombro do mago. Em suas mãos, um arco longo, reforçado e finamente decorado com ossos chamava a atenção de todos. Em suas costas, presa a uma mochila, havia uma gigantesca espada, confeccionada com a madeira negra mágica que só podia ser encontrada no reino de Tollon. A tala improvisada com pedaços de caixas de madeira e pano, bem como os animais que chegavam junto com ele, não deixavam dúvidas. Era Nevan.