outubro 14, 2005

Capítulo 116 - Visões, o passado e o futuro se encontram

No exato instante em que Anix e Nailo contavam esses eventos aos outros, todos ouviram um estranho ruído na porta da sala. Os heróis se prepararam para um possível combate, mas ao abrir a porta, que a atravessou foi Cloud, que voou desesperadamente sobre a cabeça de Sam. O bardo se levantou de sobressalto.
_ Tem alguma coisa errada com o Squall! – gritou Sam assustado ao ver o desespero do familiar de Squall.
Todos correram para ajudar o feiticeiro, mas felizmente tudo estava bem com ele. Squall apenas havia encontrado um cofre e um frasco com um estranho líquido transparente, e chamava alguém para ajudá-lo a levar as coisas. O equipamento de Draco, entretanto, não havia sido encontrado.
Já de volta ao acampamento, Lucano usou seus conhecimentos de clérigo e descobriu que o tal líquido era água benta. O sacerdote guardou o frasco consigo para uma eventual emergência.
Após um esforço conjunto de todos, o cofre foi finalmente arrombado pelo machado de Lucano, que a essas alturas já estava acostumado a manejar tal arma. De dentro da caixa, saíram várias moedas de ouro, que foram igualmente divididas entre todos os aventureiros. Legolas retornou ao acampamento, após Squall gritar no corredor, ordenando sua volta. Com todos finalmente reunidos, e em paz, os heróis puderam finalmente descansar e se recuperar dos sustos, traições e ferimentos daquele dia. Todos estavam felizes com o retorno seguro de Nailo e Sam. Algum tempo após a refeição, os cansados heróis adormeceram. E voltaram a sonhar com o futuro novamente.
Desta vez, todos estavam diante de uma grande fortaleza, onde existia a sombra de uma pessoa maligna, segurando um objeto em forma de bastão que vertia sangue. Todos entraram na fortaleza, atravessando suas paredes. Lá dentro havia um fantástico arsenal bélico que impressionava a todos. Subitamente, gritos ecoaram por todo o local, e a fortaleza começou a ruir.
Os heróis se afastaram da fortaleza que desabava, flutuando para trás, como espíritos. Enquanto eles se afastavam, os ponteiros do relógio recuavam velozmente. Os heróis retornaram ao Salão do Esplendor, e se viram descendo as escadas, rumo às profundezas. Então, tudo ficou sem cor e sem forma. Estavam num local amplo e claro. Atrás de cada um, havia a figura de um homem de chapéu, segurando um punhal afiado. O homem cravava o punhal nas costas dos heróis, que choravam copiosamente.
Depois disso, todos atravessaram juntos as paredes de um castelo sombrio. Lá dentro, atrás de grossas grades de ferro, viram aquele que lhes atormentava desde que encontraram Enola da primeira vez. Com sua fala calma e mansa, a sombra de um homem dizia adeus aos heróis antes de desaparecer envolto em uma névoa. Após o homem sumir, os heróis puderam ver, atrás das grades, vários altares de pedra, e sobre cada um deles um cadáver. Ao fundo da câmara, havia uma prateleira, com vários pequenos potes de argila sobre ela. Novamente, sem entender o porquê, os heróis voltaram a chorar. Sentiam uma imensa tristeza ao olhar aquelas pessoas mortas sobre aquelas pedras frias.
Então os heróis saíram de dentro do castelo e começaram a cair lentamente dentro de um abismo. No fundo do abismo, havia uma torre, todos entraram na torre, e viram um ritual profano, que fez seus corações gelarem. Deitado sobre um altar, estava o corpo de um homem que eles só podiam ver o vulto. Diante do altar estava outro, que eles já conheciam bem. O homem em pé, estendia as mão sobre o altar, e com sua voz tranqüila e calma, dizia “venha!”, chamando o que estava deitado sobre o altar. Ao redor do altar, havia várias outras pessoas. Pessoas cujos corpos brilhavam como o sol. Ou como o ouro.
Todos acordaram assustados. Legolas, em seu delírio, gritava o nome de Camaleão, o maior assassino de Arton, temendo ser ele o homem do chapéu. Lucano gritava “Não Sam!”, imaginando que o assassino de chapéu fosse o bardo. Mas como os chapéus não se pareciam, e Sam era um amigo fiel, essa hipótese foi logo descartada. Sam, acordou de seu sonho gritando “Fisguei!”. Nem o bardo, nem Nevan haviam tido a visão do futuro. Anix temeu que isto era porque os dois não tinham futuro, e rezava para que Sam não morresse novamente. Mas o pior saiu da boca de Sairf. O mago acordou todo suado gritando “Nããããããoooo! Teztal!!! Nãããããooo!!!”. Estava claro para Sairf, e também para seus amigos, que eles iriam reencontrar o maldito Genasi de Platina novamente algum dia.
Com temor pelo futuro que estava por vir, mas com coragem para seguir adiante, os heróis se levantaram e partiram mais uma vez, em busca de Liodriel.

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