O que é RPG?

Primeiro de tudo, o que é esse tal rpg? Tem a ver com fisioterapia?


RPG é a sigla para o termo inglês Role Playing Game, que pode ser traduzido para nosso idioma como Jogo de Representação de Papéis. Apesar do nome, o RPG não pode ser considerado como um jogo em si, já que nele não existe competição entre os participantes, mas sim cooperação. Sendo assim, o RPG pode ser melhor definido como uma atividade de contar histórias interativas em grupo, um exercício de imaginação, memória, raciocínio e socialização, que pode ser utilizado tanto como forma de diversão e lazer, e também como ferramenta educacional para estimular em seus praticantes o gosto pela leitura, entre outros benefícios.

O RPG foi criado em 1974 nos EUA como uma variação dos jogos de tabuleiro semelhantes ao xadrez, damas entre outros. O primeiro rpg a surgir foi inspirado em livros de fantasia medieval (como O Senhor dos Anéis, Rei Arthur e outros) e se chamava Dungeons and Dragons (masmorras e dragões). Com o passar dos anos foram surgindo diversos outros tipos de rpg, com temáticas diferentes, voltados para vários tipos de públicos e faixas etárias. Hoje podem ser encontrados desde rpgs baseados em desenhos animados, até jogos com temática adulta ou outros com temas voltados para a educação, como os rpgs nacionais Entradas e Bandeiras, Descobrimento do Brasil e Quilombo dos Palmares, nos quais os jogadores, além de se divertirem, aprendem a história de nosso país.
Jogadores reunidos

Uma partida de rpg reúne várias pessoas ao redor de uma mesa, junto com livros, dados, tabuleiros e miniaturas. Cada jogador cria e interpreta um personagem, que pode ser desde um cavaleiro medieval, a um policial, piloto de corrida, super-herói ou qualquer outra coisa que sua imaginação lhe permitir. As informações sobre o personagem são anotadas em um papel chamado de Ficha de Personagem, que conterá tudo sobre o personagem, desde o tamanho de sua força, seu vigor físico, sua capacidade intelectual, até informações sobre sua personalidade (se ele é extrovertido, se fala alto, se tem algum trauma ou medo, etc). Após a criação do personagem, um dos jogadores, chamado de narrador ou mestre, cria uma história interativa (também chamada de aventura) que envolverá todos os personagens. O mestre age como narrador, contando a história para os outros jogadores, como árbitro, determinando se as ações dos personagens são ou não possíveis de serem realizadas e como ator, representando os outros personagens que farão parte da história, mas não pertencerão aos outros jogadores. Os jogadores, baseados na história que o mestre conta, narram as ações que seus personagens, os protagonistas da história, tomam, enquanto que o mestre determina as conseqüências dessas atitudes. Dessa forma, jogadores e mestre vão criando e contando uma história em conjunto, moldada pela idéia inicial do mestre e pelas ações dos personagens dos jogadores no decorrer do jogo.

Além da Ficha de Personagem, que serve de guia para o jogador determinar o que seu personagem faria em determinadas situações, baseado em sua personalidade e aspectos físicos, o rpg utiliza outros instrumentos, tais como:


Livros: é através de livros que os jogadores conhecem as regras para a criação de personagens e de resolução das ações dos mesmos personagens. Com o auxílio dos livros de regras, um mestre pode determinar, por exemplo, o quão difícil é para um personagem saltar uma distância de 10 metros para atravessar um rio. Além dos livros de regras, existem os de ambientação, que funcionam como livros de geografia, descrevendo mundos fictícios que serão usados como cenário para o desenrolar das aventuras dos personagens dos jogadores.

Dados: existem vários tipos de dados multifacetados que podem ser usados no rpg. Cada tipo de jogo, com suas próprias regras, determina quais dados são necessários, do comum dado de seis lados, aos exóticos de vinte faces. Os dados servem para que situações cujo resultado não é possível de prever sejam resolvidas pelos jogadores. Se um personagem tenta escalar uma parede, por exemplo, ele joga uma determinada quantidade de dados para descobrir se seu personagem foi ou não bem sucedido em sua ação.

Tabuleiro e miniaturas: alguns jogos utilizam tabuleiros para criar os cenários onde os personagens estão e miniaturas para determinar a posição de cada personagem, algo muito semelhante ao que ocorre em um jogo de xadrez.

Diferente dos outros jogos, no rpg não existe vencedor ou perdedor. O rpg é um jogo de cooperação, não de competição. Nele, cada jogador ajuda os demais a atingir um objetivo comum proposto pelo mestre. É importante salientar que no rpg, os jogadores agem em equipe o tempo todo, ajudando uns aos outros para enfrentarem os desafios criados pelo mestre, que podem ser desde a solução de um mistério, capturar um bandido foragido da lei ou salvar uma princesa aprisionada em um castelo. O mestre por sua vez, cria e propõe os desafios que os jogadores enfrentarão sem, no entanto, jogar contra eles. O mestre dever criar desafios que sejam possíveis de serem resolvidos e contribuir, através de pistas e outros artifícios, para que os jogadores consigam vencer esses desafios. Ao mestre cabe a tarefa de garantir que os desafios não sejam fáceis ou difíceis demais, e zelar pelo bom andamento do jogo, garantindo que todos possam se divertir igualmente. Mais do que ganhar ou perder, no rpg o importante é trabalhar em equipe para cumprir uma meta comum aos jogadores e ao mestre: criar e contar uma história.

Já existem diversos exemplos bem sucedidos em nosso país do uso do rpg como ferramenta de apoio ao ensino tanto dentro quanto fora das salas de aula. O RPG tem características que o tornam uma excelente ferramenta educacional:


Socialização: A própria atividade de RPG desenvolve a socialização. Os jogadores conversam entre si e com o mestre, trocando idéias e expondo as ações de seus personagens. Juntos, eles criam uma história. Eles também aprendem que seus atos trazem conseqüências, pois a história muda de acordo com as ações dos personagens.

Gosto pela leitura: Por trabalhar com a criação e contagem de histórias e envolver o uso de livros de regras e ambientação, o rpg desenvolve em seus praticantes o gosto pela leitura.

Raciocínio lógico: O uso de dados, cálculos e a resolução de mistérios e charadas auxiliam no desenvolvimento do raciocino lógico e dedutivo em seus jogadores, proporcionando um melhor entendimento das ciências exatas, como matemática e física.

Cooperação: Para serem bem sucedidos diante dos desafios propostos pelo Mestre na história, os jogadores tem de cooperar entre si. As habilidades de seus personagens são complementares. O desenvolvimento do espírito de equipe é importantíssimo num mundo cercado de tantas atividades competitivas.

Livros de RPG
Livros: é através de livros que os jogadores conhecem as regras para a criação de personagens e de resolução das ações dos mesmos personagens. Com o auxílio dos livros de regras, um mestre pode determinar, por exemplo, o quão difícil é para um personagem saltar uma distância de 10 metros para atravessar um rio. Além dos livros de regras, existem os de ambientação, que funcionam como livros de geografia, descrevendo mundos fictícios que serão usados como cenário para o desenrolar das aventuras dos personagens dos jogadores.

Criatividade: Os jogadores desenvolvem sua criatividade ao se imaginar na história e ao decidirem como os seus personagens reagem e resolvem os desafios das histórias. Eles também podem criar seus personagens, históricos e personalidades.


Interatividade: Os jogadores estão constantemente interagindo entre si e com o mestre. Atividades interativas comprovadamente levam a uma maior fixação de conteúdo do que atividades expositivas. Os jogadores aprenderão muito sobre o cenário de jogo aonde se passa a história e sobre o que os seus personagens precisam saber para vencer os desafios da história.

Interdisciplinaridade: Uma única história pode abordar temas de várias disciplinas harmonicamente. No exemplo proposto acima, a história pode abordar elementos de História (a época em que se passa a história), Geografia (o local da história, atividades humanas) e Biologia (conhecimentos de botânica da curandeira, Ecologia para o caçador). Outros elementos podem ser adicionados. Por exemplo. Uma outra história pode abordar um disparo de canhão contra um navio inimigo. A trajetória do tiro versus a velocidade de deslocamento do navio aborda elementos de Física e Matemática, além de História.

Este é um breve resumo do que consiste os Role Playing Games. Se você se interessou pelo assunto e quer mais informações, basta acompanhar os textos do blog e sinta-se à vontade para entrar em contato conosco em caso de qualquer dúvida.