novembro 27, 2010

Crônicas da Falha Crítica

Se você gosta das nossas Lendas Lendárias e se diverte vendo as cagadas feitas pelos jogadores nas mesas de RPG, não pode deixar de conhecer o blog Crônicas da Falha Crítica.

outubro 21, 2010

5º ERPGA - Tá chegando...

A longa espera está terminando, finalmente está chegando o evento mais esperado do ano, o maior e melhor evento jovem da região, o Encontro de RPG de Araraquara.

setembro 11, 2010

Dia D RPG 2010 - Fotos de sábado

Saudações aventureiros!!!

O Dia D RPG deste ano está bombando. O evento está sendo um sucesso (confiram segunda a cobertura completa do evento) e é apenas o começo, pois amanhã tem muito mais.

agosto 31, 2010

Escudo Revisado

Fiz uma revisão no meu escudo de mestre. Cortei algumas coisas que nunca tinha usado, mudei o lay out para o modo "wide screen" e arrumei imagens mais legais que as anteriores.

agosto 29, 2010

Próximo evento: Dia D RPG 2010

E o próximo evento já tem data marcada. É o Dia D RPG, o maior evento de RPG do mundo, realizado simultaneamente em diversas cidades do planeta.

agosto 21, 2010

Dia Mundia de D&D Dark Sun - Fotos

Mais um evento na Morada do Sol, Morada do RPG. Foi outra edição do World Wide Dungeons & Dragons Game Day, o Dia Mundia de D&D.

agosto 15, 2010

Próximo evento: Dia Mundia de D&D - Dark Sun

E o próximo evento já tem data marcada! É o Dia Mundial de Dungeons & Dragons, evento comemorativo do lançamento da nova versão do cenário desértico, agora para a 4ª edição do D&D.
O evento será no Sesc Araraquara, à partir das 13:00h. Compareçam!

Zombie Walk 2010 Araraquara

A Zombie Walk de Araraquara foi um sucesso. Seguem abaixo fotos e video. Divirtam-se:

julho 25, 2010

1º SciFi & Fantasy Con - Fotos de Domingo

Mais um dia agitado e divertido. Desta vez, além dos card games e mesas de rpg, tivemos o Live Action de Senhor dos Anéis, ambientado na 4ª era do cenário de Tolkien.

julho 24, 2010

1º SciFi & Fantasy Con - Fotos de Sábado

O primeiro dia do evento foi espetacular! Tivemos uma manhã tranqüila e uma tarde bastante agitada. Swordplay, Cosplay, stands, videogame, Gincana, e muito rpg garantiram a diversão da galera.

julho 18, 2010

I SciFi & Fantasy Con

I SciFi & Fantasy Con

Dias 24 e 25 de julho
Das 10 às 18h

Sesc Araraquara - Sala de jogos e teatro
Entrada Gratuita

junho 28, 2010

Capítulo 368 – Orion desarmado




Nailo cruzou a porta que dava acesso a uma sala grande, na borda da torre. Seus amigos já estavam todos reunidos, combatendo estranhas criaturas construídas a partir de partes de corpos de seres diferentes. Eram golens feitos de carne, conforme Anix explicou posteriormente. As quatro criaturas possuíam asas dracônicas e voavam, ainda que desajeitadamente.

junho 23, 2010

Diário de Campanha em PDF para download

Prontinho, finalmente terminei a recaitulação e já fiz upload dos arquivos dos outros volumes do diário. Ao todo são 4 volumes disponíveis no momento. O 5º volume está na fase final, mais uma ou duas sessões de jogo e eu já o encerro e dou início ao próximo (e, creio, último) volume da campanha. Seguem abaixo os links para baixar os 4 arquivos. Depois vou criar um post fixo para deixar os pdfs e outros links interessantes disponíveis para vocês se divertirem.

Diário de Campanha - Volume 01
Diário de Campanha - Volume 02
Diário de Campanha - Volume 03
Diário de Campanha - Volume 04

junho 22, 2010

Acabando...

Mais uma postagem no ar, ainda com uma defasagem em relação às sessões de jogo. Já estamos no final da masmorra, falta apenas uma sala, apenas um desafio para "zerarmos" esta aventura, e também esta etapa da campanha. Mais uma fase está chegando ao fim, acredito que em mais uma ou duas sessões nós terminaremos Coração da Espiral da Presa Noturna e passaremos para a nova fase da trama. Mais um plot twist vem ai, para surpreender (e irritar) os jogadores e novos desafios a serem vencidos. A próxima fase será curta e depois termos uma outra de duração média que antecede o grande finale.

Capítulo 367 – Servo do mal



Após vencer o combate, todos deixaram o corredor em chamas e respiraram por alguns instantes. Enquanto descansavam, investigaram os locais ao redor, a sala onde os genasis estavam escondidos até entrarem no combate, a sala dos inumanos, o próprio corredor. Havia uma porta no final do corredor, depois dele se dobrar para a esquerda e havia outra, lacrada, ao lado daquele em que Orion e Nailo tinham destruído os mortos-vivos.
_ O que será que há atrás daquela porta? – perguntou Legolas, curioso.
_ Não sei, mas seja o que for, é importante. Olhe aquele desenho – respondeu Anix, apontando para um círculo rodeado de símbolos mágicos inscrito na porta.
_ Bem, vamos descobrir! – disse Orion, levantando-se e chutando a porta com força. A pedra estremeceu ante o pé do humano, mas, ao invés de ceder, revidou o golpe com uma potente descarga elétrica. Uma armadilha mágica lacrava a passagem.
_ Deixem comigo, vou entrar lá e ver o que há lá dentro – disse Legolas, retirando de sua mochila um elmo em forma de cabeça de chacal. O arqueiro colocou o elmo que pertencera à múmia em sua cabeça e se concentrou, ativando o poder mágico da peça. Legolas desapareceu, teletransportado para algum outro lugar.
Os companheiros gritaram por Legolas, esperando que ele respondesse de além da passagem lacrada. Mas o silêncio e o crepitar das chamas foram as duas únicas respostas que ouviram.
_ Idiota! Magia de teletransporte não funciona aqui dentro. Só os aliados de Gulthias conseguem utilizá-la aqui – bufou Anix. – Venham, vamos procurá-lo. Ele pode estar em qualquer lugar da torre, ou até mesmo fora dela – o mago chamou os companheiros e se dirigiu para a saída.
_ Nós ficaremos aqui, Anix – disse Nailo. – Não perderemos o terreno já conquistado para nossos inimigos. Esperaremos vocês voltarem.
Novamente os heróis se separaram. Anix, Lucano e o grupo de Luskan foram em busca do arqueiro, enquanto Nailo, Orion, Squall e Mexkialroy os aguardavam.

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Anix encontrou Legolas caído do lado de fora da torre, aos pés do desfiladeiro. O elfo estava inconsciente e seu corpo trazia as marcas de inúmeros ferimentos. As marcas no chão revelavam que ele tinha caído de uma grande altura, possivelmente rolando penhasco abaixo, o que explicava os cortes e arranhões.
Lucano usou sua magia divina para curar o corpo do amigo. Quando finalmente despertou, Legolas contou o que lhe acontecera:
_ Eu me teleportei, pensando que ia conseguir entrar na sala lacrada. Mas apareci dentro de um lugar apertado e escuro. Percebi que era um tubo de ferro muito comprido. Ai lembrei daquele cano onde o tal de Oggunon estava aprisionado. Ouvi um som de alguma coisa rastejando abaixo de mim e desejei sair dali. O elmo me transportou para um lugar ainda mais apertado, era como se eu estivesse dentro da montanha. Senti meu corpo sendo puxado com força através da rocha e desmaiei. Achei que tinha morrido, mas parece que dei sorte desta vez.
_ Sim, foi muita sorte. Principalmente agora que você já gastou a sua pulseira para matar a múmia­ – disse Lucano. – Ainda bem que você está vivo.
_ Bem, vamos voltar logo. O Nailo pode estar precisando de nós – sugeriu Anix. Todos concordaram.

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Uma hora já havia se passado desde a partida de Anix. Impaciente, Orion se levantou, decidido a arrombar a porta. Nailo se juntou a ele juntos os dois conseguiram por a barreira abaixo. Uma saleta diminuta se revelou e dentro dela o ruído metálico de correntes revelou a presença de seu ocupante. Um ser parecido com um humano na forma e tamanho estava diante dos heróis. Era envolto por grilhões e ferro, como se fossem mortalhas, todas terminando em um gancho, uma lâmina ou uma bola pesada e cheia de cravos pontudos. As inúmeras correntes serpenteavam e deslizavam pelo corpo da criatura, como se estivessem vivas. Um círculo mágico traçado no chão com pó de prata, idêntico ao que havia na porta, selava o ser em uma prisão que poderia ser eterna.
_ Um Diabo das Correntes! – exclamou Anix, perplexo, que acabava de chegar de volta ao corredor.
_ Diabo? Vamos destruí-lo! Ele é maligno! – gritou Luskan.
_ Esperem! – pediu o diabo. – Ouçam o que tenho a dizer primeiro.
O diabo, um kyton, como ele mesmo explicou, era prisioneiro de Gulthias há muito tempo. Seu nome era Rhunad, e revelaria tudo o que sabia sobre o vampiro e sobre seu covil, caso fosse libertado pelos heróis. A criatura desejava apenas retornar ao seu mundo de origem, onde seu mestre o aguardava, certamente com um castigo preparado para puni-lo por sua longa ausência.
_ E qual é o nome de seu mestre? – perguntou Orion.
_ Gehörnt! – respondeu o kyton, causando espanto.

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Ashardalon, dragão de extremo poder, era adorado como um deus pelos mortais. Em sua ânsia de poder, a criatura arrancara o próprio coração e o substituíra por um demônio, tornando-se ainda mais forte. Porém, Ashardalon morrera eras atrás, sem deixar evidências do paradeiro de seu corpo. Seu coração, entretanto, fora resgatado e colocado no centro da torre por seus devotos insanos. O culto, determinado a seguir sua divindade até a morte, ritualmente, no decorrer de vários anos, transformara o santuário em uma cripta comunitária. Finalmente, todos cometeram suicídio em massa, o que estranhamente trouxe o coração de volta à vida, sobrecarregando-o com energia negativa. Gulthias, o líder do culto, fora transformado em um vampiro e por possuir forte vínculo com o coração, fora capaz de utilizá-lo para reviver outros fiéis como mortos-vivos. Para seu azar, Gulthias fora derrotado em tempos passados e aprisionado no fundo de uma fortaleza arruinada, onde esperou por anos até que alguém aparecesse para libertá-lo. Agora o vampiro estava de volta, reerguendo o culto a Ashardalon com a ajuda de aliados poderosos e com a promessa de trazer de volta à vida o dragão-demônio.
Rhunad relatou ao grupo tudo o que sabia a respeito de Gulthias e seus aliados. Infelizmente ele passara anos aprisionado dentro da sala após ser invocado para o mundo físico por um ritual mágico executado pelo vampiro chefe, portanto Rhunad pouco sabia sobre os novos aliados de Gulthias.
_ Por mim isso basta – disse Nailo. – Acho que você já sofreu demais ficando trancado aqui e sinto que você não está mentindo, portanto, não vejo problemas em libertá-lo.
_ Concordo! – disse Squall. – Mas, tenho uma proposta a lhe fazer. Por que não nos acompanha? Você nos ajuda e se vinga de Gulthias. O que acha?
_ Agradeço a oferta, mas devo recusá-la. Como lhes disse, devo retornar o quanto antes para meu mestre, e receber a punição por ter me ausentado tanto tempo. Quanto mais me demorar por aqui, maior será minha punição. Por hora me contento apenas em partir para meu lar e em saber que Gulthias já tem seus algozes. Torço por vocês neste embate e, caso venham a ser derrotados, então retornarei algum dia para obter minha vingança contra o vampiro. Uma última informação que os ajudará. Gulthias observa tudo que se passa na torre através das pedras com a marca da árvore, a forma que ele assumiu durante o tempo em que esteve paralisado com uma estaca de madeira em seu peito. Ele também pode se transportar magicamente para esses locais conforme sua vontade, tome cuidado. Outra coisa, ele se refugia no centro da torre. Vocês devem acessá-lo pelas catacumbas no subsolo e não há meios de penetrar em seu esconderijo por magias de teletransporte ou parecidas. O local é selado magicamente, somente aqueles que têm vínculo com o coração de Ashardalon podem usar meios mágicos para chegar ao centro, todos os outros só podem chegar até lá pela porta normal.
_ Bem, obrigado pela informação – falou Nailo. - e o que fazemos para libertá-lo, então?
_ Basta que desmanchem a barreira ao meu redor. Desfazendo o círculo rúnico eu poderei partir.
Nailo já esticava o pé para dentro da saleta, afim de desmanchar o desenho no chão, quando um barulho chamou-lhe a atenção. O som de uma porta se abrindo no final do corredor veio acompanhado do chamado de Squall.
_ Encrenca. Temos companhia! – alertou o Vermelho. Squall bateu as asas e voou de encontro aos inimigos, Legolas, Anix e os demais o seguiram.
_ Rhunad, ajude-nos a derrotá-los, e então poderá ir embora – pediu o ranger.
_ Este não era o nosso trato, mas concordo com a proposta. Ajudarei vocês nesta batalha e então partirei.
Nailo espalhou o pó colorido do chão e este perdeu seu brilho mágico. O diabo sorriu com malícia e então comemorou.
_ Livre! Finalmente livre! Vamos, elfo. Vamos matar novamente!
As correntes ao redor de Rhunad se agitaram como serpentes, como se tivessem vida própria. O diabo saltou por cima do Guardião e correu pelo corredor de encontro aos demais. Nailo levantou-se rapidamente e o seguiu.

junho 03, 2010

Capítulo 366 – Corredor em chamas



O sol raiou no céu de Galrasia, banhando a ilha pré-histórica com calor e luz. Era o vigésimo quarto dia do mês e o olho de Azgher brilhava intenso já muito acima do horizonte quando os heróis despertaram de seu pesado sono. Seus corpos cansados e feridos estavam doloridos devido às intermináveis lutas na noite anterior. Mas o cansaço vinha acompanhado de satisfação e alívio, pois um poderoso inimigo havia sido finalmente derrotado. O caminho até Zulil e até o resgate das almas de suas amadas tornava-se menos difícil. Entretanto, ainda havia uma árdua jornada pela frente, na qual os heróis estavam em clara desvantagem.
_ Nossos inimigo não cansam, não precisam se alimentar, não precisam dormir. Já estão mortos, ao contrário de nós – comentou Legolas, mastigando um naco de pão criado magicamente por Lucano. A constatação de que os mortos-vivos possuíam algumas vantagens em relação aos vivos dava um pouco de crédito às crenças de Zulil.
_ Sim, Legolas tem razão – concordou Anix. – Precisamos pensar em algo para impedir que eles tirem vantagem disso.
_ Proponho trocarmos o dia pela noite! – sugeriu o arqueiro. Seu semblante era sério e uma névoa fina e gelada o cercava. – Nossos inimigos se escondem durante o dia, por medo do sol. Dormiremos também durante o dia e recuperaremos nossas forças sem temer novos ataques como o de ontem. Assim, quando chegar a noite e nossos inimigos despertarem, nós também estaremos acordados e a plenas forças para combatê-los!
_ É uma boa idéia! – concordou Orion. Nailo, e os outros balançavam as cabeças positivamente, também aprovando a sugestão.
_ Tolos! – rugiu Mexkialroy, com escárnio. Diante do assombro de todos, Kátia parecia a única a concordar com dragão. – Tu o disseste, elfo. Nossos inimigos repousam durante o dia, enquanto estamos acordados. Logo, estão todos vulneráveis, indefesos, enquanto o sol brilha. Aproveitemos esta chance para acabar com a maior quantidade deles antes do anoitecer. Quando a noite finalmente chegar, estaremos em vantagem, já que o número de oponentes estará reduzido.
_ O dragão está certo! – completou a halfling. – Além disso, podemos montar turnos de guarda durante a noite, e contamos com magias para nos alertar da presença dos inimigos.
_ Sim, eu posso vigiar durante a noite – voluntariou-se Galanodel.
_ Vejam elfos! Não há o que temer! Ao invés de nos acovardarmos, devemos atacar com todas as forças. Vamos massacrar esses vermes podres como fizemos na noite anterior. Agora levantem e vamos logo mastigar os nossos inimigos – o dragão azul se levantou, imponente, tomando a frente do grupo, como se o liderasse. Convencidos pelas palavras de Mexkialroy, os heróis se aprontaram e prosseguiram.
Minutos depois estavam novamente no andar abaixo deles, o quarto nível da torre a partir do alto. Nailo viu com assombro o emaranhado de pegadas que tinham pisoteado o chão, finalmente percebendo a dimensão real da batalha que haviam travado na noite anterior. Legolas abriu cuidadosamente a porta onde antes existia a armadilha mágica. Sem surpresas desagradáveis desta vez, o arqueiro avançou aliviado. Porém, sua mente, e as dos companheiros, se voltava para Relâmpago, preocupada com o destino final do companheiro de Nailo. Legolas, seguido dos amigos, avançou pelo salão onde a estátua de mármore repousava e abriu a porta que conduzia adiante, caindo na cilada de seus inimigos.
Uma rocha do tamanho de uma cadeira caiu em cima de Legolas, jogando o elfo para trás, ferido. O arqueiro olhou através da passagem e viu vários girallon no salão após a porta. O chão ao redor das criaturas estava cheio de pedras, prontas para serem arremessadas contra os invasores.
Uma flecha voou ligeira, antes que outra rocha pudesse ser erguida, e atingiu um dos monstros, ferindo-o com gravidade. Legolas invadiu o salão, seguido por Orion e Mex, que cuspia faíscas elétricas nas criaturas.
Os monstros revidaram, lançando rochas nos heróis com violência. Nailo tentou a diplomacia, mencionou a presença de Squall e prometeu libertar os símios. Mas uma voz metálica vinda do corredor atrás dos gorilas sepultou qualquer esperança de paz.
_ Não há herdeiro algum! Eles são impostores! Acabem com todos, ou serão castigados!


Impelidos pela ordem de seu mestre oculto, os girallon se armaram novamente. Nailo sacou suas espadas, frustrado. Teria novamente que matar inocentes para sobreviver. O ranger avançou, anda relutante, quando uma parede mágica e invisível se formou à sua frente, bloqueando uma das pedras arremessadas contra ele. Era Squall.
O feiticeiro invadiu a sala, já transformado em dragão, aterrorizando os girallon com sua presença e seu tamanho. Alguns gorilas fugiram para o corredor, outros paralisaram de medo e permaneceram no lugar e outro, ainda indeciso entre lutar ou não, desistiu do combate assim que Orion se aproximou dele e o ameaçou de morte.
Squall dissipou o muro de energia e cuspiu fogo nos gorilas amedrontados. Legolas e Orion atacaram o que parecia ser o líder dos símios simultaneamente, matando-o, enquanto Mexkialroy eletrocutava os restantes com seu poder. Nailo seguiu os inimigos em fuga pelo corredor. Os gorilas fugiam apoiando-se nas paredes com habilidade espantosa. Quando o ranger tocou o chão além do salão, entendeu o porquê da escalada. O piso estava todo coberto por uma grossa camada de óleo combustível, que se inflamou assim que um dos fugitivos atirou uma tocha ao solo. Nailo viu uma porta poucos metros à frente, na parede da direita, e já corria em direção a ela quando uma esfera de fogo voou de encontro ao seu corpo. O Guardião foi atingido por uma bola de piche em chamas, e seu corpo começou a pegar fogo. Desesperado, o ranger se debatia, tentando se livrar do piche incandescente, mas acabou escorregando e caindo no chão, piorando ainda mais a sua situação.
_ Esse fogo não me assusta! – rugiu Squall, vendo o corredor em chamas. O Vermelho avançou, seguido de Legolas que subiu em suas enormes costas para ficar a salvo das chamas. Ambos viram a situação desesperadora de Nailo, e viram os inimigos à frente. No final do corredor, protegido por uma barricada de entulho, um girallon disparava uma pequena catapulta carregava com bolas de piche flamejante. Mas os dois nada puderam fazer contra o inimigo ou a favor de Nailo, pois os girallon que viravam à esquerda no final do corredor, acionaram uma armadilha. Um dos macacos soltou uma corrente em seu caminho e uma pesada rede, feita de correntes de aço, se precipitou sobre Legolas e Squall. Os dois foram ao chão, presos a ele pelo peso das correntes. E a situação de Nailo se agravou ainda mais, pois agora ele também estava e imerso num mar de fogo.
No salão anterior, Anix fulminava os inimigos restantes com magia, tirando-lhes a vida. Um dos girallon, que estava paralisado de medo, foi derrubado por Orion e amarrado por Luskan e seus subordinados. Com a situação sob controle, Anix deixou o salão por conta de Luskan e os outros e voou para ajudar seus amigos no corredor. Disparou uma bola de fogo mágica contra o controlador da catapulta, deixando-o extremamente ferido e assustado. O mago ria, zombando do inimigo, quando uma pedra o atingiu, quase o derrubando no fogo. Os girallon que tinham fugido, retornavam ao combate, arremessando rochas no final do corredor, onde ele fazia uma curva para a esquerda. Furioso, o mago voou até os inimigos, disparando uma rajada de energia prismática contra eles, fazendo-os sentirem os mesmos efeitos da armadilha que tinham preparado no dia anterior. Dois deles caíram mortos pela magia, outro, assim como acontecera com Relâmpago, desapareceu, enviado para outra dimensão, e os demais ficaram gravemente feridos pelo poder do mago.
Mexkialroy e Orion juntaram-se ao grupo. O humano subiu nas costas de Squall, desajeitadamente, caindo diversas vezes. O dragão voou sobre todos e pousou dentro da sala para onde Nailo tentava ir.
_ Venha para cá elfo! Saia logo deste fogo! – chamou o dragão. Mas, o que parecia ser um refúgio seguro, revelou-se outra armadilha. Diversos mortos-vivos cercaram o dragão enquanto ele tentava ajudar Nailo, e o atacaram. As criaturas inumanas drenaram a vitalidade do dragão com suas garras, obrigando-o a fugir. Mex voou pelo corredor, seguindo Anix, e, irritado por ter sido ferido, matou o girallon na catapulta com seu sopro elétrico.
Nailo, com muita dificuldade conseguiu se levantar e escapar da rede. O elfo correu para fora do alcance do fogo, entrando na sala repleta de mortos-vivos. Com o corpo ainda coberto de piche em chamas, Nailo começou a retalhar os inumanos que o atacavam. Orion desceu correndo pelo pescoço de Squall e uniu-se a Nailo. Unidos, os dois guerreiros foram formando uma pilha de corpos picados à sua volta.
Legolas e Squall tentavam se libertar da corrente, mas, mesmo ainda presos, os dois atacavam seus inimigos, disparando fogo e gelo nos girallon e nos mortos-vivos. E quando a balança do combate parecia finalmente pender a favor dos companheiros, uma mão fantasmagórica surgiu magicamente flutuando acima dos heróis.
A porta atrás do artilheiro abatido se abriu e de trás dela surgiu um genasi de cobre. O homem metálico assumiu o lugar do símio morto e começou a disparar pelotas de piche contra os heróis. A massa negra e pegajosa aderia ao corpo de cada um dos companheiros atingidos e se incendiava a seguir, a se tocada pelas labaredas que se erguiam do chão chamejante.
A mão mágica desceu sobre Anix, atingindo o ombro esquerdo do mago. Anix sentiu algo agarrando sua perna no mesmo instante e sentiu sua mente ficando confusa, perdeu o fôlego e por pouco não desabou nas chamas. Agarrando-se à vassoura com devoção, Anix viu um genasi de prata aparecer ao seu lado, tornando-se visível após atacar o elfo.
Pedras continuaram voando contra os heróis, assim como bolas de piche em chamas. O genasi de prata, gritava ordens para seus subordinados enquanto usava a mão espectral para atacar os invasores com suas magias debilitantes.
Os heróis revidavam. As espadas de Orion e Nailo derrubavam os inumanos aos pedaços, um após o outro. Anix usou poderes necromânticos para deixar os genasis e girallon exaustos, depois, junto com Mex, descarregou uma corrente de relâmpagos sobre os inimigos. Muito enfraquecido pelos ataques do homem prateado, Anix foi forçado a recuar. Mas Legolas o substituiu, disparando uma saraivada de flechas nos adversários, após se libertar da rede de aço. Os projéteis congelados foram acompanhados por uma torrente de chamas, cuspida por Squall.
O genasi de cobre, que avançava na direção do grupo rodopiando seu mangual, tombou no meio do fogo com uma dúzia de setas de gelo cravadas em seu peito. Carregado por Galanodel, Orion despencou do alto diante do genasi de prata que perseguia Anix. O guerreiro ergueu os olhos para o novo adversário ao mesmo tempo em que a lâmina de sua arma subia e atravessava o estômago prateado em seu caminho. O genasi tombou para trás, sem vida, quando Orion terminou de se colocar em pé. Os girallon no final do corredor também não representavam mais ameaça, pois já serviam de almoço para Mexkialroy.

junho 01, 2010

Diário de Campanha em PDF para download

Quem quiser baixar o volume 1 do diário de campanha para ler em casa com calma, sem ter que ficar navegando pelo blog, basta acessar o link abaixo e fazer a festa.

Diário de campanha volume 01

 Bom, este é o volume 1. Já estamos finalizando o 5º volume na cronologia atual da campanha (as postagens no blog estão um pouco atrasadas, mas logo logo eu acerto isto). Acho que mais 1 volume encerra a campanha, então aproveitem, pois está acabando.

maio 26, 2010

Capítulo 365 – Horda




Anix e Lucano tentavam a todo custo tirar Orion de seu estado de catatonia. O guerreiro não respondia a qualquer estímulo, permanecendo absorto em seus próprios pensamentos. Vez ou outra o humano gritava desesperado, como se algo terrivelmente assustador o atacasse e tentava, de todas as formas, fugir correndo. Vez ou outra ele também alterava sua condição para um estado de fúria, no qual Orion tentava atacar quem quer que estivesse perto de si. E eram raros os momentos em que Orion voltava à lucidez, e estes não duravam muito, lançando a mente do rapaz novamente à loucura completa. Legolas e Nailo vigiavam as escadas, enquanto os demais descansavam, aguardando o momento de assumirem seus turnos de vigília. O grupo repousava no mesmo laboratório onde Nailo quase fora morto pelo monstro que tentara afogá-lo no barril. Nailo fumava seu cachimbo, pensativo, enquanto Legolas construía flechas de gelo para abastecer sua aljava já quase vazia. À exceção da situação de Orion, a noite corria tranqüila, até que os olhos de Legolas viram o perigo se aproximando.
_ Nailo! Avise os outros e venha aqui depressa – disse o arqueiro alarmado. Era visível a preocupação em seu rosto e em sua voz. – Vamos ser atacados.
O Guardião avisou aos companheiros e correu para a escada que lavava para baixo, vigiada pelo companheiro. Seus olhos viram uma horda de criaturas pútridas caminhando vagarosamente escada acima. Eram zumbis.
_ Chegou a hora! – disse Nailo com temor, sacando sua arma. Os zumbis foram se amontoando no piso inferior, tomando conta de todos os espaços enquanto se aproximavam perigosamente dos dois elfos. Liderando o batalhão de mortos-vivos, duas nuvens de vapor flutuaram ao lado de Legolas e Nailo. As fumaças se adensaram e transformaram-se em vampiros sedentos de sangue.
Legolas usou seus poderes para congelar o fosso da escada, para impedir que os zumbis chegassem até eles. Os vampiros o atacaram, ferindo seu corpo com suas garras pontiagudas. Um enorme cão cinzento de olhos escarlates surgiu de um portal de trevas, invocado pelos vampiros, e derrubou o elfo no chão enquanto suas mandíbulas rasgavam a perna do arqueiro. Legolas revidou com uma saraivada de flechas de gelo. Nailo ergueu sua espada, a bastarda que retirara de uma das armaduras que o atacaram no castelo de Zulil, e desceu a lâmina com vigor sobre o peito de um dos vampiros. O fio da espada penetrou superficialmente no peito da criatura, abrindo um corte pequeno que começou a se fechar velozmente. Anix apareceu na entrada da sala, disparando mísseis mágicos nos vampiros para ajudar os companheiros. Os demais já se aproximavam para combater, inclusive Orion que seguira Anix por instinto, sem entender o que acontecia.
Os zumbis chegaram ao gelo criado por Legolas e começaram a forçá-lo. Várias trincas surgiram na placa congelada, alertando os heróis.
_ Não temos muito tempo. O gelo não vai agüentar. Temos que sair daqui – gritou Legolas, disparando mais uma flecha no cão que o mordia. O animal tombou no solo pesadamente e desapareceu num turbilhão de sombras.
Nailo afastou-se dos vampiros, enquanto Legolas e Anix ganhavam algum tempo. Pegou em seu bolso um frasco de óleo mágico e o despejou na lâmina da espada. A arma começou a brilhar intensamente, ofuscando a todos. Nailo ergueu a espada e correu em direção aos vampiros. A luz, quase tão forte quanto o sol, fez os vampiros se esvaírem em fumaça e evadirem. Nailo os perseguiu pelo corredor até que as duas nuvens de vapor se desintegrassem por completo. O ranger não teve tempo para comemorar a vitória sobre os vampiros, pois o gelo que segurava a horda de zumbis não resistiu à pressão e quebrou.
Uma dezena de zumbis saltou para dentro da sala numa fração de segundo. Legolas os abateu com flechas, enquanto Anix queimava outros, que terminavam a subida da escada, com sua magia. Orion corria de um lado para outro no corredor, completamente fora de si, quando Nailo finalmente retornou à escada.
_ Recuem! – rugiu Nailo. – Eu vou segurá-los o máximo que conseguir.
_ Você não fará isto sozinho – disse Legolas. – Eu vou ajudá-lo. Anix, dê um jeito no Orion e prepare-se. Quando nós cairmos, será sua vez de lutar.
Uma centena de zumbis se atirou sobre os dois elfos. Mãos putrefatas e dentes apodrecidos agarravam os dois, rasgavam seus corpos já cansados de tantas batalhas. Legolas e Nailo revidavam com suas armas. O ranger retalhava, agora com suas espadas gêmeas, numa dança bela e mortal. O arqueiro perfurava os monstros com suas setas congelantes, criando estátuas tétricas que eram rapidamente pisoteadas pelos próprios companheiros mortos-vivos.
A horda foi ganhando terreno lentamente. Nailo e Legolas recuaram para o corredor, exaustos, deixando dezenas de corpos destruídos em seu encalço. Legolas lembrou-se de quando conheceram o ranger Mavastus, nas florestas de Tollon, quando ele sozinho derrotara um horda igualmente numerosa de goblins. Surpreendeu-se ao ver que a quantidade de corpos abatidos por ele se igualava à do amigo. Porém, estes inimigos eram imunes à dor e ao medo, e não paravam de chegar. O corredor já estava tomado de cadáveres caminhantes quando Legolas e Nailo, vencidos pelo cansaço, cederam lugar para Anix e Squall.
Dragão e elfo combateram com ferocidade, queimando os inimigos com seus sopros mágicos. Os inimigos continuaram avançando, ganhando terreno, sobrepujando o poder de fogo dos dois irmãos. Anix e Squall foram obrigados a também abandonar o combate, Squall com suas forças exauridas e Anix sem magias para usar e com todo o poder do cajado mágico esgotado. Lucano e Mexkialroy lutaram lado a lado com Luskan e os demais, até que suas forças também se esgotassem e Nailo e Legolas voltassem à linha de frente.
Cerca de uma hora se passou até que o último morto-vivo finalmente parou de se mexer. O corredor era um mar de cadáveres e os heróis, exaustos e cobertos de poeira e suor, mal se agüentavam em pé. Foi quando ouviram o som de passos vindo da escada lentamente. Como um filme em câmera lenta os heróis assistiram à chegada e mais um inimigo Aoket, a múmia que os jurara de morte, pisou confiante sobre os cadáveres no corredor, caminhando vagarosamente em direção ao grupo, saboreando cada momento da sua iminente vitória.
_ Maldito! – cuspiu Legolas. Disparou uma flecha, mas esta foi agarrada por Aoket e esmagada facilmente.
_ Temos que recuar! – disse Luskan, constatando o óbvio. O grupo começou a rastejar para trás, enquanto seu algoz avançava com um sorriso sádico no rosto coberto de ataduras.
_ Sam! Precisamos da sua ajuda! – gritou Anix. O colar de Orion brilhou uma vez mais. De dentro da jóia o bardo viu a gravidade da situação e agiu.
_ Fujam, amigos! Eu vou detê-lo! – Sam usou sua mágica para criar uma parede de tijolos entre seus amigos e a múmia. Uma ilusão que apenas serviria para ganhar alguns segundos e permitir que alguns escapassem com vida da fúria da múmia.
O grupo fugiu o mais rápido que pode para o cemitério onde havia ocorrido o reencontro com os genasis. Aoket continuou avançando em seu ritmo lento até a parede ilusória. Desferiu um soco contra a barreira, confiante em poder estraçalhá-la. Surpreendeu-se ao ver sua mão atravessá-la sem dificuldade e finalmente pode ver através da ilusão. A múmia entrou no cemitério onde os heróis permaneciam encurralados, exaustos e sem poderes.
_ Chegou sua hora! – gritou a múmia. O monstro correu até Anix numa velocidade surpreendente. O punho envolto em faixas golpeou o peito do mago, Anix empalideceu e sentiu que desmaiaria a qualquer instante.
Então, Orion que até aquele momento não passava de um fardo, teve um breve surto de sanidade. O guerreiro saltou por cima dos companheiros e se atirou sobre Aoket. A múmia esquivou facilmente, deixando o corpo do humano estatelar-se no chão de terra. Este foi seu primeiro erro. Orion agarrou-se às pernas de Aoket, impedindo-o de avançar até seus amigos. O guerreiro sacrificaria a própria vida se necessário, para permitir que seus amigos exaustos pudessem escapar. Mas não houve fuga.
Nailo e Squall avançaram contra o inimigo. Squall saltou sobre ele, pousando em suas costas e agarrando seu corpo poeirento. Nailo juntou-se a Squall e Orion, prendendo os braços e as pernas de Aoket.
_ Isto termina aqui! – rugiu Legolas, disparando sua última flecha contra o elmo de Aoket. A peça voou para longe da cabeça de seu dono, garantindo que este não fugiria novamente. ­– Anix! Agora!
Anix pulou diante de Aoket com um sorriso de escárnio nos lábios. Ergueu a mão direita, exibindo uma pequena e inofensiva pulseira de flores que um instante antes estava no pulso de Legolas.
_ E agora você morre de vez! – Anix segurou a pulseira com as duas mãos, alargando-a o máximo possível e a colocou no pulso de Aoket, que estava firmemente seguro por Nailo e Squall.
O mago saltou para trás, Squall voou para cima, Nailo pulou de lado e Orion, já novamente imerso em loucura, apenas ficou deitado no chão. Aoket recuou um passo, seu corpo movendo-se com dificuldade. A múmia levou a mão ao pulso com as flores, mas não conseguiu completar o movimento. Seu corpo inteiro ficou paralisado, seus olhos tétricos em uma expressão de pavor. O corpo da múmia desmanchou-se numa nuvem de pó amarronzado que se precipitou no solo, misturando-se à terra que o formava. Restou apenas uma pequena trança de flores no chão que foram murchando até também desaparecerem completamente. Ironicamente o que trazia a vida para as criaturas normais, trazia a morte para os não vivos. E assim terminava finalmente a longa existência de Aoket, o honrado campeão de Ashardalon.

maio 25, 2010

Capítulo 364 – Adeus a um amigo – terrível armadilha




_ Mestre! Mestre! – repetiam os animais, com devoção. Compadecendo-se das pobres criaturas, Squall lhes deu permissão para irem embora. Antes, porém, o Vermelho aproveitou a oportunidade que surgira.
_ Eu sou seu mestre – vociferou Squall para os macacos. Todos se encolheram instintivamente, cobrindo seus rostos com seus dois pares de mãos. – Vocês estão livres a partir de agora. Mas antes de irem embora, quero saber o que há lá embaixo. Quantos andares faltam para nós chegarmos até onde está o antigo mestre de vocês?
_ Mestre desce...depois mestre sobe...então mestre vê grande coração mestre batendo – respondeu a criatura, contando nos dedos a quantidade de andares a percorrer. Ao todo mais três andares para baixo e, curiosamente, outros três para cima. A torre ainda guardava muitos mistérios a serem desvendados.
_ Há mais outros mestres lá embaixo? Outros cor de ouro e de prata? – quis saber Squall.
_ Sim mais mestres. Muitos mestres – respondeu o girallon, de forma simplória.
_ Bem, podem ir agora – Squall liberou os animais. Inicialmente todos correram em direção à saída, mas pararam abruptamente se virando para o dragão.
_ Mestre vir libertar outros? – perguntaram os ex-escravos.
_ Sim, vou libertar todos. Vocês já podem ir embora, enquanto eu vou soltar os outros. Mas lembrem-se, se o que me contaram for mentira, irei persegui-los e matá-los um pó um – respondeu Squall. Os gorilas fugiram apressadamente em direção à liberdade, escalando as escadarias rumo ao topo da torre e à saída.
_ Bem, vamos logo adiante – chamou Legolas. – ainda temos seis andares para percorrer antes de colocarmos as mãos no Zulil.
O grupo prosseguiu. Legolas arrombou as portas das três salas restantes no andar. Em duas encontrou pilhas e pilhas de entulho. Numa rápida busca em meio aos escombros, o arqueiro achou um belo anel de ouro, com o formato de um dragão abocanhando a própria cauda, que ele guardou consigo. Finalmente, atrás da terceira porta o elfo encontrou a escada que levava para o andar inferior.
_ Bem, vamos descer logo, afinal já deve ser fim de tarde e a múmia disse que morreríamos antes do fim do dia. Estou ansioso para encontrar a morte e meter uma flecha congelante no meio do peito dela – disse Legolas com ironia, enquanto avançava escada abaixo. Um a um os outros o seguiram pela escuridão.
O acesso terminava após uns dez metros torre abaixo, como os anteriores, em uma saleta retangular tão estreita que era possível tocar as duas paredes ao estender os braços. Uma porta na parede sul da sala era a única saída do aposento. Sem hesitar, o arqueiro puxou a aldrava com força, movendo a pesada placa de pedra que bloqueava sua passagem.
Uma luz ofuscante atingiu os olhos de Legolas e seus amigos. O feixe cintilava em diversas tonalidades distintas ao mesmo tempo, vindo da parede curvilínea após a porta e surpreendendo a todos. Legolas sentiu-se zonzo, as idéias, planos e memórias se embaralhando em sua mente, deixando-o confuso. O arqueiro fixou o pensamento em sua amada, resistindo ao efeito enlouquecedor. Já Orion, que vinha logo atrás, não teve a mesma sorte. O humano teve sua mente completamente devastada pelo efeito mágico que atingia seus olhos, começou a babar e a balbuciar coisas sem sentido e a andar a esmo ao redor de si próprio.
Nailo, o próximo na fila, sentiu o fôlego desaparecer, as pernas fraquejarem, como se a própria alma estivesse sendo arrancada de dentro de seu corpo. Por pouco o Guardião não foi ao encontro de Glórienn no outro mundo. Os que estavam atrás dele, por sorte, estavam fora do alcance da rajada mágica e não sofreram seus efeitos maléficos. Mas, para desespero de Nailo, Relâmpago, que estava ao seu lado, sofreu a pior das maldições. Uma esfera de energia envolveu o lobo, fazendo-o levitar. Relâmpago gania, assustado, enquanto a esfera girava e tremeluzia ao seu redor, cada vez mais rápida, cada vez menor. O corpo do animal foi tornando-se translúcido, até desaparecer por completo, sem deixar qualquer rastro do lobo para trás.
_ Relâmpago! Não! – gritou Nailo, em pânico. – Anix, o que aconteceu com ele? Diga-me! Ele morreu? Cadê o Relâmpago?
_ Não sei, Nailo. Acalme-se saia já daí, feche esta porta maldita. Eu vou pensar em alguma coisa. Nós vamos trazer ele de volta – Anix tentou consolar o amigo, sem suspeitar que sua promessa estava totalmente fora de seu alcance. Relâmpago não retornaria. Como Anix compreendeu depois, o lobo havia sido tragado para outro plano de existência, outra dimensão, completamente desconhecido. O grande amigo de infância de Nailo estava completamente inacessível. Mais uma vez o Guardião perdia um de seus amigos sem nada poder fazer para impedir.
Legolas empurrou Nailo para trás, enquanto fechava a porta, protegendo a todos da energia prismática que lançara Relâmpago em outro mundo. Foi preciso nocautear Orion para conseguirem recuar, já que o guerreiro tinha perdido completamente a sanidade e nem as magias de Anix ou de Lucano foram capazes de curá-lo.
Levaram um longo tempo até Nailo voltar a si e estar em condições de cuidar de si próprio, o que não acontecia com Orion, que jazia desmaiado no chão. Anix explicou o que acontecera com o lobo, que ele ainda poderia estar vivo, ainda que numa dimensão desconhecida, dando um pouco de esperança a Nailo.
_ Vamos logo em frente – disse o ranger, enxugando as lágrimas e se levantando num salto. ­– Vamos destruir esta armadilha maldita e seguir adiante. Vamos resgatar nossas mulheres e depois vamos buscar o Relâmpago onde quer que ele esteja!
Nailo pegou o espelho de Squall, o mesmo que Anix usara para observar a múmia horas antes. Abriu a porta e rapidamente bloqueou a luz mágica antes que esta pudesse agir. Com o espelho diante de seu corpo, Nailo caminhou lentamente até encostar o objeto na parede, bloqueando completamente a ação da armadilha. Carion aproximou-se e tateou atrás do espelho até encontrar a fonte da luz mágica. Com uma adaga o jovem aventureiro quebrou a pequena pedra incrustada na parede, desativando a armadilha. Carion recolheu os cacos do rubi de onde a rajada saia os deu a Anix. Aquele pó seria útil para a conjuração de magias poderosas. Anix guardou o pó em sua bolsa de componentes mágicos e parou por alguns instantes para analisar a armadilha enquanto fazia anotações em seu grimório. Aquele poder seria seu, pensou o mago enquanto escrevia. Seus amigos vasculhavam o salão que se revelara Além da armadilha. Era de formato triangular e ficava na borda sudeste da torre. Diversas pegadas de gorilas estavam espalhadas pelo chão, revelando a presença de inimigos por perto. Uma grande estátua de um dragão, feita de mármore branco decorado com veios escarlates, adornava a parede curvilínea. Uma única porta no canto leste levava adiante, para o norte e o cheiro de óleo impregnava o ambiente, deixando-o nauseante. Legolas e Nailo avançaram rumo à porta.
_ Esperem! – disse Kátia para os dois elfos em tom sério. – Não é prudente abrirmos esta porta ainda. Estamos enfraquecidos e cansados. Perdemos um membro do grupo e o outro está incapacitado de lutar. Seria melhor descansarmos por hoje e continuarmos pela manhã.
_ Tem razão – concordou Legolas. – Vamos nos acomodar nesta sala para passarmos a noite.
_ Não! Ficar aqui também é estupidez. Vamos retornar para o andar de cima. Nós já os exploramos por completo e sabemos que lá é seguro. Aqui ficaremos expostos aos perigos que estiverem escondidos atrás desta porta. Também não devemos sair da torre, pois desta forma perderemos o terreno já conquistado para nossos inimigos. Vamos ficar no andar acima de nossas cabeças. Vigiaremos a escada as duas escadas que lá existem e pela manhã retornaremos aqui para abrir esta porta – disse a clériga com firmeza. Sua decisão não foi questionada.
_ Está certo – falou Legolas. – E a menos que a promessa daquele monte de ataduras se confirme, arrombaremos esta porta amanhã e mataremos quem quer que se coloque em nosso caminho além dela.
E assim o grupo recuou, esperando ter o merecido descanso que seus corpos tanto desejavam.

maio 24, 2010

Virada Cultural com RPG

Neste final de semana tivemos a Virada Cultural Paulista aqui em Araraquara. E, como não poderia deixar de ser, nossos amigos da Supimpa levaram o RPG para a Virada.
No sábado à noite tivemos um fantástico Live Action de mitologia grega. Cada jogador assumiu o papel de um deus, semi-deus, titã, etc. numa intrincada trama para desvendar o miterioso desaparecimento de Perséfone, a esposa do senhor do submundo, Hades. Duas horas de muita investigação, intriga, ameaças, conchavos, roubos, etc. levaram o panteão ao Olimpo para uma acalorada acariação. Zeus com seus trovões calou a todos e deu início ao juri. Ao final, Pirito, Menti e Afrodite foram condenados (independente de terem ou não participado da conspiração) a passarem a eternidade aos "cuidados" de Hades (coitados, hehehe).
O live contou com a participação de cerca de 40 pessoas de várias idades, muitas delas iniciantes, vivenciando sua primeira experiência com o RPG. O evento agradou tanto jogadores quanto mestres, além dos organizadores da Virada Cultural e funcionários da Casa da Cultura de Araraquara que nos acolheram carinhosamente.
No domingo, logo após o almoço, foi a vez do tradicional jogo de mesa. Várias mesas se encheram de jogadores para experimentar diversos jogos, enquanto outros apenas aproveitaram para se reunir, rever velhos amigos e conhecer outros novos numa descontraída tarde de bate-papo rpgístico. Também tivemos muito Magic, agradando também aos duelistas que passaram pelo evento. Novamente tivemos a presença de muitos jogadores novatos, que voltaram para o segundo dia de evento famintos por mais RPG.
Às 18:00h a Virada Cultural se encerrou com sorteio de brindes (livros doados pela Prefeitura Municipal de Araraquara) entre os participantes, coroando om esplendor mais um belo evento. Mas a diversão não acabou, pois algumas mesas ainda se mudaram para uma galeria próxima à Casa da Cultura, onde continuaram suas aventuras até por volta das 20:00h.
E mais uma vez os dados foram rolados, a diversão se fez presente e novas amizades foram formadas, provando novamente que bom é jogar RPG.
Veja abaixo algumas fotos do evento:

maio 18, 2010

Tirando da tomada

Mestre: Legolas, o beholder vai saindo da caverna enquanto conversa com você. Cada vez que ele se volta em sua direção para lhe responder as suas perguntas, seu arco mágico apaga. Cada vez que ele se vira para a saída, indo para fora, seu arco volta a acender.
Legolas: Putz! Então eu vou desligar meu arco, assim ele não vai queimar!

maio 07, 2010

Capítulo 363 – Reencontro – inimigos metálicos




_ Maldito! Fugiu novamente! – esbravejou Anix.
_ Não se preocupe, nós ainda o pegaremos - disse Legolas enquanto entrava na sala onde a múmia desaparecera.
O arqueiro começou a vasculhar em meio aos escombros que cobriam o chão. Aparentemente, o antigo local de sacrifício fora transformado em um depósito de lixo pelos atuais moradores da torre.
_ Pessoal, achei uma daquelas pedras com a árvore do Gulthias – avisou o elfo. – E também tem duas pessoas mortas aqui.
Legolas desenterrou os cadáveres com dificuldade. Um deles possuía as mesmas feições dracônicas de Squall. Seu crânio fora esmagado por uma maça de aço que misteriosamente resistira ao tempo e a ferrugem. O outro corpo era de um humano ou elfo, que morrera perfurado pela lança já apodrecida do meio-dragão. Além da maça, o manto que envolvia o corpo do ser híbrido e as botas do outro combatente ainda estavam em perfeito estado, mesmo tendo estado ali abandonados por dezenas, talvez centenas de anos. Só havia uma coisa que poderia explicar o estado de conservação daqueles itens: mágica.
Legolas levou os itens até Squall, que os estudou com cuidado. Com a ajuda de seu conhecimento e de um dos pergaminhos mágicos que roubara da mãe, Squall confirmou que os objetos eram mágicos e descobriu seus poderes. A arma, embora grande e robusta, era extremamente leve e balanceada, o que proporcionava maior precisão e, conseqüentemente, maior poder de destruição ao seu possuidor. Já o manto, vermelho sangue com forro interno aveludado e púrpuro, tinha a capacidade de aumentar magicamente a resistência de quem o vestisse, fosse contra venenos ou doenças, fosse contra feitiços e encantamentos. Por fim, as botas de couro curtido cuidadosamente trançado eram capazes de fazer seu dono levitar magicamente. Pequenas inscrições bordadas com fios dourados ao redor do cano das botas revelaram como ativar seu poder. Bastava calçá-las e pronunciar a palavra de comando, somaave, para flutuar pelo ar livremente.
Rapidamente os tesouros foram distribuídos. A Kátia foi dada a maça mágica, já que ela era a única que costumava usar aquele tipo de arma. Nailo apossou-se do manto mágico, enquanto que a Legolas coube a guarda das botas de levitação.
_ Tenho certeza de que aquele desgraçado do Gulthias está nos observando através desta pedra – Disse Legolas. – Vamos destruí-la.
A pedra com a escultura da pequena árvore que representava o vampiro mestre da torre foi golpeada e congelada. Por fim, Nailo a cobriu com entulho, logo após lançar uma provocação ao vampiro:
_ Ouça bem, Gulthias. Não há nada que você possa fazer para nos impedir. Você sabe que não pode fazer nada, sabe que não somos simples aventureiros. Somos enviados dos deuses. Você está com nossas mulheres, e se há algum motivo para os deuses terem permitido isto, é para que nós acabemos com você.
Nailo ainda derramou um vidro de água benta sobre o bloco de granito, sentindo-se por fim satisfeito.
O grupo seguiu então pelo corredor Onde três outras portas aguardavam para revelarem seus mistérios. Nailo ia à frente com os ouvidos atentos. Como tudo era silêncio, abriu a primeira passagem e nela descobriu a escada que conduzia para a escuridão metros abaixo do andar em que estavam. Luskan invadiu a pequena saleta de acesso aos pisos inferiores e, com seus amigos ao seu lado, pôs-se a vigiar a escada enquanto os demais investigavam o restante do corredor.
A segunda porta era uma visão aterrorizante.Esculpida com crânios, espinhos, tentáculos, olhos e bocas que se sobrepunham e misturavam num padrão caótico, parecia ser a prisão de um grande mal. Acima da verga da porta havia inscrições no idioma dracônico que Nailo leu para sés companheiros:
_ Oggunon Sathaar jaz aqui! Apenas os tolos violarão esta entrada.
_ Não só os tolos, mas também os corajosos! – bradou Legolas, chutando com violência a porta. Ao seu pé juntou-se o de Nailo, forçando a bizarra barreira de pedra para dentro. A porta foi arrombada com sucesso, mas antes de se abrir totalmente, brilhou como a lua cheia, um brilho prateado que percorreu toda extensão da porta até concentrar-se na boca central esculpida em sua face. A luminosidade explodiu em faíscas que eletrocutaram Nailo e Legolas, surpreendendo-os.
_ Uau! Isso queima – exclamou o Guardião. Refeito do susto, Nailo passou pela porta.
O chão amarelado do ambiente estava todo rachado e suas paredes eram forradas com pedaços irregulares de tapeçarias apodrecidas, muito danificadas para se determinar suas imagens originais. Um cano de ferro de um metro e meio de diâmetro emergia do colo próximo ao fundo da sala de pouco menos de seis metros de comprimento. O cano era selado por uma válvula metálica, entalhada da mesma forma que a entrada da sala.
_ Todos parados! – pediu Nailo. – Não façam nada.
_ Por que? Está com medo? – perguntou a halfling, com ironia.
_ Deve haver algo muito perigoso dentro deste cano. Não vamos abri-lo. Fui claro?
_ Não se preocupe! Posso não ter medo dessas esculturas feitas para espantar os menos corajosos. Mas também não sou estúpida para arriscar a todos desnecessariamente.
Lentamente, os heróis deixaram a sala, trancando-a novamente a seguir. Ao menos sabiam que enquanto não tocassem na válvula o que quer que existisse dentro do cano não poderia ameaçá-los. Squall lançou uma magia sobre a porta, criando nela uma marca mágica idêntica à de sua testa. Agora, a única porta que não continha o símbolo do feiticeiro também estava demarcada como todas as outras. Com cautela, os heróis abriram a última porta daquele andar, onde encontraram apenas mais escombros e sujeira.
_ Bom, este andar está seguro. Vamos descer logo, pois já está escurecendo e durante a noite nossos inimigos ficam mais fortes – convocou Nailo.
_ Além do mais, quando o sol se por nós morreremos, não é mesmo? – Zombou Anix, ao lembrar das palavras da múmia.
Confiantes, todos riram do comentário de Anix. Um pouco menos tensos, os heróis rumaram para o terceiro piso da torre. Vários degraus abaixo, chegaram a uma saleta ao final da escada. A porta entreaberta desembocava em um corredor em formato de “L”, todo iluminado por tochas já prestes a se apagarem após passarem um dia inteiro acesas. Duas portas de pedra uma em frente à outra, conduziam para fora do corredor que fazia uma curva para trás, em direção à borda da torre sem, porém chegar até ela.
Desconfiado, Squall decidiu investigar o final do corredor. O Vermelho teve uma surpresa ao ver o chão se abrir num enorme alçapão sob seus pés. Assustado, Squall se debateu tentando evitar a queda fatal. Porém, seu enorme tamanho, ainda maior que antes, impediu que ele passasse pelo fosso. Seus pés bateram em uma superfície escorregadia e tocaram em afiadas lâminas que quase rasgaram seu couro escamoso. Já mais calmo, o Vermelho saiu de dentro do buraco e voltou novamente sua atenção para a parede diante dele.
_ Tenho certeza de que aquele cano passa atrás desta parede – Disse Squall. Batidas na parede que ecoaram com um som metálico confirmaram sua suspeita.
Enquanto isso, Nailo olhava, intrigado, para as marcas no solo. Pegadas de botas do tamanho de humanos e outras, várias delas, com formato de pés de enormes macacos aguçavam a curiosidade do ranger.
Um estalo estridente e os gritos de dor que se sucederam a ele, fizeram com que todos voltassem a atenção para a porta à esquerda do grupo. Carion colou o ouvido à porta e alertou os companheiros.
_ Ouço barulho de ferramentas. E mais. Gemidos! Alguém está sendo torturado e obrigado a trabalhar.
_ Abra a porta, e deixe que o desgraçado engula uma de minhas flechas – ordenou Legolas.
_ Luskan, nos dê cobertura! Vigie a outra entrada – Pediu Nailo, enquanto chutava a porta, esperando ver uma flecha congelante passar ao seu lado e abater mais um inimigo. Mas, ao invés disso, a surpresa paralisou Legolas e todos os outros.
_ Intrusos! Ataquem! Matem todos! – gritou o homem de pele prateada que comandava o trabalho de limpeza na sala após a porta.
_ Vocês novamente?! Estão Vivos? Mas não será por muito tempo, pois nós finalmente iremos nos vingar de todos vocês! – ameaçaram os dois homens de pele cor de bronze. Paralisados, os heróis reviam, atônitos, velhos inimigos: genasis.
O enorme salão ocupava quase metade da torre. A parede curvilínea terminava naquela por cuja porta os heróis viam seu pesadelo renascer. Três genasis, dois de cobre e um de prata, escravizavam um grupo de gigantescos gorilas de quatro braços. Os três animais labutavam no chão de terra fofa impulsionados pelas chicotadas e pelo medo. Três outras enormes criaturas moviam-se grotescamente pelo lugar, caminhando entre as lápides daquilo que se revelava um pequeno cemitério particular. Eram seres bizarros, formados por pedaços de corpos, pernas, braços, mãos e pés ligados uns aos outros e animados magicamente. Quatro pares de membros distribuíam-se ao redor dos corpos das criaturas, e uma cabeça putrefata de humano ligava-se sem pescoço a cada corpo. Eram mortos-vivos criados com pedaços de gente por uma mente insana para se parecerem com gigantescas aranhas. Não bastasse isso, pequenos troncos plantados na terra fofa ergueram-se do chão, apontando seus galhos, que se revelaram garras afiadas, na direção dos invasores.
_ Leusa Thiareba! – gritou Legolas, despertando de seu estado de choque. Um turbilhão de gelo invadiu a câmara congelando cinco dos ramos secos que corriam para atacá-lo. O arqueiro arremessou sua bolinha mágica dentro da sala, e um enorme tigre surgiu dela, atacando, sob o comando do elfo, outro dos troncos assassinos.
Lucano agiu rapidamente, ficando magicamente invisível e posicionando-se no fundo do cemitério, cercando os inimigos. Durante seu avanço, o clérigo quase foi atropelado por um dos genasis de cobre que corria para atacar Legolas. O arqueiro recebeu dois potentes golpes dos manguais dos genasis. O primeiro chegou rodopiando a esfera de metal e acertando-a com força contra a cabeça de Legolas. O segundo passou correndo por Lucano, deu um salto para tomar mais impulso e atingiu com violência o peito do guerreiro glacial. Enquanto sentia o ar lhe escapar e a dor invadir seu corpo, Legolas via uma mão fantasmagórica surgir acima de sua cabeça, conjurada pela magia do genasi prateado que já se refugiara atrás de seus lacaios.
Nailo tomou a frente, dando cobertura ao amigo ferido. Suas espadas gêmeas faiscavam, ansiosas por rasgarem os oponentes.
_ Parem! – gritou Nailo, tentando ganhar algum tempo.
_ Só pararemos quando vocês estiverem mortos! – respondeu com ódio um dos genasis.
_ Por que diz isso?
_ Porque eu os odeio!
_ Mas por qual motivo?
_ Vocês destruíram nossa casa, agora terão que pagar com suas vidas, escravos!
_ Vejo que não tenho escolha – lamentou Nailo. Suas espadas foram de encontro ao corpo do adversário. O primeiro golpe perfurou o peito do genasi que aparou o segundo ataque com a corrente de seu mangual. Nailo girou rapidamente a espada, retirando-a do peito do inimigo enquanto abria um corte largo em seu tórax. O quarto ataque foi também detido, desta vez com o cabo da arma do inimigo. A outra espada subia rasgando a carne metálica e noutro giro, ainda mais veloz que o anterior, abriu um talho raso no pescoço do genasi. Este reagiu violentamente, golpeando a espada que retornava para uma nova estocada e quase a arremessando para longe de Nailo.
Mexkialroy passou voando sobre os dois elfos, vomitando faíscas sobre os mortos-vivos e abrindo espaço para Orion passar entre os inimigos, evitando seus golpes com seu escudo. O guerreiro tinha apenas um alvo em mente, o mais poderoso dos inimigos, o genasi de prata. Concentrado em sua presa, o humano foi facilmente alvejado por um dos genasis, recebendo o golpe da pesada bola de aço em suas costas.
_ Idiotas! Matem todos! – gritou o homem prateado ao ver a perigosa aproximação de Orion. Os gorilas avançaram contra Legolas e seu tigre mágico, distribuindo socos imprecisos e ineficazes. Os dois troncos restantes rasgaram a pele do tigre e arrancaram algumas escamas de Mexkialroy. As pequenas criaturas de madeira pareciam se deliciar ao levar os galhos que serviam de dedos ao que seriam suas bocas.
Squall, protegido por uma poderosa magia, voou para dentro do salão, rugindo furiosamente. O som de sua voz e sua aparência assustadora deixaram em pânico os gorilas, além de fazer com que os genasis de cobre hesitassem, espantados com a presença do enorme dragão vermelho. Squall pousou no solo, orgulhoso do seu poder e deixou-se cercar pelos estranhos zumbis-aranha. Os monstros atacaram com uma saraivada de golpes de mãos e pés tanto Squall quando o tigre de Legolas. Sem poder contar com a proteção das grossas escamas vermelhas de Squall, o animal ficou atordoado por alguns instantes.
Anix e Kátia tentaram em vão destruir o genasi de prata. O raio negro disparado pelo mago foi facilmente evitado pelo inimigo, assim como o golpe do machado espectral invocado pela clériga da guerra.
Legolas assoviou para o tigre, que abandonou o combate contra os ramos secos para atacar os genasis. Legolas disparou suas flechas à queima roupa, enquanto o animal rasgava com suas garras as costas do ser metálico. Ferido, o genasi recuou e escolheu outro adversário, atacando Orion com seu mangual. A arma ricocheteou no escudo do guerreiro, produzindo faíscas brilhantes. Ao seu lado, Nailo enfrentava dificuldades, sendo violentamente atingido pelo adversário.
A situação se agravou quando, sob o comando do genasi de prata, a mão espectral tocou suavemente a cabeça de Orion. O guerreiro sentiu uma dor aguda, como se recebesse uma facada, e viu suas forças se esvaindo lentamente. Em seguida Legolas e Nailo sofreram os mesmos efeitos quando a mão mágica os atacou.
Pressentindo o perigo e o poder do inimigo, Anix usou sua magia para criar uma muralha de fogo ao redor do genasi de prata e para isolá-lo do combate. As chamas ardiam em sua pele prateada, mesmo assim, o inimigo parecia confiante.
Mais confiante que os genasis era Mexkialroy, que acabava de destroçar um dos troncos e banhar-se em seu sangue. Sim, estranhamente os ramos secos possuíam sangue dentro de seus corpos, e desejavam enchê-los ainda mais, como se fossem vampiros.
Com os macacos fora de combate, e o genasi de prata aprisionado nas chamas, Nailo pode se concentrar no guerreiro de cobre que o desafiava. Suas lâminas rasgaram a pele cobreada, desta vez, sem serem detidas pelo inimigo. Enfraquecido, o genasi cambaleou para trás, para perto de Orion.
Com uma seqüência de golpes devastadores, o humano abateu o primeiro genasi de cobre. Sua espada passou pelo pescoço do inimigo, arrancando-lhe a cabeça. Orion girou o corpo, sem deixar que a espada perdesse o impulso, e golpeou o outro genasi na altura da cintura, abrindo-lhe o que restava do ventre perfurado por Nailo, e encerrando seus dias em Arton.
Kátia, Nailo e Orion concentraram seus ataques nos zumbis, enquanto Mexkialroy destruía o último tronco vampiro. Legolas disparava seu arco sem parar, alvejando o genasi prateado mesmo estando ele atrás da barreira de chamas. Squall voou na direção do inimigo, ficando cara a cara com ele.
_ Acaba logo com este fogo, elfo! Estamos vencendo! – mandou Mexkialroy. Anix dissipou sua magia e, usando o poder de seu cajado mágico, começou a cuspir fogo sobre os gorilas amedrontados.
_ Agora você vai morrer! – rugiu Squall em sua língua monstruosa. O genasi murmurou um feitiço com rapidez, e desapareceu diante dos olhos do dragão. Estava invisível. Squall sorriu. – Acha que pode se esconder de mim? Posso sentir seu cheiro, ouvir sua respiração. Sei exatamente onde você está!
O dragão vermelho atacou com suas garras boca e asas. Surpreendido, o genasi recebeu todos os ataques sem conseguir se defender. Os gritos chamaram a atenção de Legolas, que mirou seu arco nos pontos em que o dragão golpeava. A cada intervalo entre um ataque e outro de Squall, Legolas disparava um de suas flechas, totalmente concentrado. Quando a primeira seta se cravou em algo e ficou como que flutuando no ar, o arqueiro teve a certeza que atingira o inimigo. Quando Squall desferiu seu último golpe e as várias flechas à sua flutuando á sua frente foram em direção ao chão, ele soube que o inimigo fora finalmente vencido.
Restavam apenas os zumbis octópodes que, cercados por vários guerreiros, não resistiram por muito tempo. As criaturas foram ao chão, seus corpos cortados e esmagados pelas espadas e Nailo e Orion e pela maça de Kátia. Os últimos inimigos vivos eram os amedrontados gorilas. Acuados num canto, os animais conseguiam apenas tremer de medo.
_ Não os ataquem! – gritou Squall. Anix só parou de avançar contra os gorilas quando Legolas traduziu as palavras do dragão. Mexkialroy continuava a cuspir seus relâmpagos nas criaturas.
_ Mex! Pare de atacá-los. Eles são apenas escravos, não são nossos inimigos! – insistiu Squall.
_ Ora, e por que eu deveria parar? Eles não são úteis para nós. Além do mais, eu estou faminto! – respondeu o dragão azul.
_ Porque eu salvei sua vida, seu tolo! Você é meu servo! Sou eu quem manda aqui, você é inferior a mim e deve me obedecer! Agora pare com isso ou você vai conhecer minha fúria! – vociferou o dragão vermelho. Seus gritos poderiam ser ouvidos a centenas de metros dali.
_ Está bem, então, Vermelho! Se queres poupar as vidas destes inúteis, o problema é seu! Mas ouça bem. É bom você me respeitar ou vai se arrepender. – Mexkialroy se virou, contrariado, saindo pela porta com imponência. – Vamos logo, seus humanos inúteis. Abram logo esta porta! – ordenou a Luskan.
Legolas correu para o corredor, tentando acalmar o dragão e impedi-lo de abrir outra sala antes que tivessem certeza que o cemitério estava seguro. Squall se aproximou dos gorilas apreciando as reverências que estes faziam ao dragão.