maio 07, 2010

Capítulo 363 – Reencontro – inimigos metálicos




_ Maldito! Fugiu novamente! – esbravejou Anix.
_ Não se preocupe, nós ainda o pegaremos - disse Legolas enquanto entrava na sala onde a múmia desaparecera.
O arqueiro começou a vasculhar em meio aos escombros que cobriam o chão. Aparentemente, o antigo local de sacrifício fora transformado em um depósito de lixo pelos atuais moradores da torre.
_ Pessoal, achei uma daquelas pedras com a árvore do Gulthias – avisou o elfo. – E também tem duas pessoas mortas aqui.
Legolas desenterrou os cadáveres com dificuldade. Um deles possuía as mesmas feições dracônicas de Squall. Seu crânio fora esmagado por uma maça de aço que misteriosamente resistira ao tempo e a ferrugem. O outro corpo era de um humano ou elfo, que morrera perfurado pela lança já apodrecida do meio-dragão. Além da maça, o manto que envolvia o corpo do ser híbrido e as botas do outro combatente ainda estavam em perfeito estado, mesmo tendo estado ali abandonados por dezenas, talvez centenas de anos. Só havia uma coisa que poderia explicar o estado de conservação daqueles itens: mágica.
Legolas levou os itens até Squall, que os estudou com cuidado. Com a ajuda de seu conhecimento e de um dos pergaminhos mágicos que roubara da mãe, Squall confirmou que os objetos eram mágicos e descobriu seus poderes. A arma, embora grande e robusta, era extremamente leve e balanceada, o que proporcionava maior precisão e, conseqüentemente, maior poder de destruição ao seu possuidor. Já o manto, vermelho sangue com forro interno aveludado e púrpuro, tinha a capacidade de aumentar magicamente a resistência de quem o vestisse, fosse contra venenos ou doenças, fosse contra feitiços e encantamentos. Por fim, as botas de couro curtido cuidadosamente trançado eram capazes de fazer seu dono levitar magicamente. Pequenas inscrições bordadas com fios dourados ao redor do cano das botas revelaram como ativar seu poder. Bastava calçá-las e pronunciar a palavra de comando, somaave, para flutuar pelo ar livremente.
Rapidamente os tesouros foram distribuídos. A Kátia foi dada a maça mágica, já que ela era a única que costumava usar aquele tipo de arma. Nailo apossou-se do manto mágico, enquanto que a Legolas coube a guarda das botas de levitação.
_ Tenho certeza de que aquele desgraçado do Gulthias está nos observando através desta pedra – Disse Legolas. – Vamos destruí-la.
A pedra com a escultura da pequena árvore que representava o vampiro mestre da torre foi golpeada e congelada. Por fim, Nailo a cobriu com entulho, logo após lançar uma provocação ao vampiro:
_ Ouça bem, Gulthias. Não há nada que você possa fazer para nos impedir. Você sabe que não pode fazer nada, sabe que não somos simples aventureiros. Somos enviados dos deuses. Você está com nossas mulheres, e se há algum motivo para os deuses terem permitido isto, é para que nós acabemos com você.
Nailo ainda derramou um vidro de água benta sobre o bloco de granito, sentindo-se por fim satisfeito.
O grupo seguiu então pelo corredor Onde três outras portas aguardavam para revelarem seus mistérios. Nailo ia à frente com os ouvidos atentos. Como tudo era silêncio, abriu a primeira passagem e nela descobriu a escada que conduzia para a escuridão metros abaixo do andar em que estavam. Luskan invadiu a pequena saleta de acesso aos pisos inferiores e, com seus amigos ao seu lado, pôs-se a vigiar a escada enquanto os demais investigavam o restante do corredor.
A segunda porta era uma visão aterrorizante.Esculpida com crânios, espinhos, tentáculos, olhos e bocas que se sobrepunham e misturavam num padrão caótico, parecia ser a prisão de um grande mal. Acima da verga da porta havia inscrições no idioma dracônico que Nailo leu para sés companheiros:
_ Oggunon Sathaar jaz aqui! Apenas os tolos violarão esta entrada.
_ Não só os tolos, mas também os corajosos! – bradou Legolas, chutando com violência a porta. Ao seu pé juntou-se o de Nailo, forçando a bizarra barreira de pedra para dentro. A porta foi arrombada com sucesso, mas antes de se abrir totalmente, brilhou como a lua cheia, um brilho prateado que percorreu toda extensão da porta até concentrar-se na boca central esculpida em sua face. A luminosidade explodiu em faíscas que eletrocutaram Nailo e Legolas, surpreendendo-os.
_ Uau! Isso queima – exclamou o Guardião. Refeito do susto, Nailo passou pela porta.
O chão amarelado do ambiente estava todo rachado e suas paredes eram forradas com pedaços irregulares de tapeçarias apodrecidas, muito danificadas para se determinar suas imagens originais. Um cano de ferro de um metro e meio de diâmetro emergia do colo próximo ao fundo da sala de pouco menos de seis metros de comprimento. O cano era selado por uma válvula metálica, entalhada da mesma forma que a entrada da sala.
_ Todos parados! – pediu Nailo. – Não façam nada.
_ Por que? Está com medo? – perguntou a halfling, com ironia.
_ Deve haver algo muito perigoso dentro deste cano. Não vamos abri-lo. Fui claro?
_ Não se preocupe! Posso não ter medo dessas esculturas feitas para espantar os menos corajosos. Mas também não sou estúpida para arriscar a todos desnecessariamente.
Lentamente, os heróis deixaram a sala, trancando-a novamente a seguir. Ao menos sabiam que enquanto não tocassem na válvula o que quer que existisse dentro do cano não poderia ameaçá-los. Squall lançou uma magia sobre a porta, criando nela uma marca mágica idêntica à de sua testa. Agora, a única porta que não continha o símbolo do feiticeiro também estava demarcada como todas as outras. Com cautela, os heróis abriram a última porta daquele andar, onde encontraram apenas mais escombros e sujeira.
_ Bom, este andar está seguro. Vamos descer logo, pois já está escurecendo e durante a noite nossos inimigos ficam mais fortes – convocou Nailo.
_ Além do mais, quando o sol se por nós morreremos, não é mesmo? – Zombou Anix, ao lembrar das palavras da múmia.
Confiantes, todos riram do comentário de Anix. Um pouco menos tensos, os heróis rumaram para o terceiro piso da torre. Vários degraus abaixo, chegaram a uma saleta ao final da escada. A porta entreaberta desembocava em um corredor em formato de “L”, todo iluminado por tochas já prestes a se apagarem após passarem um dia inteiro acesas. Duas portas de pedra uma em frente à outra, conduziam para fora do corredor que fazia uma curva para trás, em direção à borda da torre sem, porém chegar até ela.
Desconfiado, Squall decidiu investigar o final do corredor. O Vermelho teve uma surpresa ao ver o chão se abrir num enorme alçapão sob seus pés. Assustado, Squall se debateu tentando evitar a queda fatal. Porém, seu enorme tamanho, ainda maior que antes, impediu que ele passasse pelo fosso. Seus pés bateram em uma superfície escorregadia e tocaram em afiadas lâminas que quase rasgaram seu couro escamoso. Já mais calmo, o Vermelho saiu de dentro do buraco e voltou novamente sua atenção para a parede diante dele.
_ Tenho certeza de que aquele cano passa atrás desta parede – Disse Squall. Batidas na parede que ecoaram com um som metálico confirmaram sua suspeita.
Enquanto isso, Nailo olhava, intrigado, para as marcas no solo. Pegadas de botas do tamanho de humanos e outras, várias delas, com formato de pés de enormes macacos aguçavam a curiosidade do ranger.
Um estalo estridente e os gritos de dor que se sucederam a ele, fizeram com que todos voltassem a atenção para a porta à esquerda do grupo. Carion colou o ouvido à porta e alertou os companheiros.
_ Ouço barulho de ferramentas. E mais. Gemidos! Alguém está sendo torturado e obrigado a trabalhar.
_ Abra a porta, e deixe que o desgraçado engula uma de minhas flechas – ordenou Legolas.
_ Luskan, nos dê cobertura! Vigie a outra entrada – Pediu Nailo, enquanto chutava a porta, esperando ver uma flecha congelante passar ao seu lado e abater mais um inimigo. Mas, ao invés disso, a surpresa paralisou Legolas e todos os outros.
_ Intrusos! Ataquem! Matem todos! – gritou o homem de pele prateada que comandava o trabalho de limpeza na sala após a porta.
_ Vocês novamente?! Estão Vivos? Mas não será por muito tempo, pois nós finalmente iremos nos vingar de todos vocês! – ameaçaram os dois homens de pele cor de bronze. Paralisados, os heróis reviam, atônitos, velhos inimigos: genasis.
O enorme salão ocupava quase metade da torre. A parede curvilínea terminava naquela por cuja porta os heróis viam seu pesadelo renascer. Três genasis, dois de cobre e um de prata, escravizavam um grupo de gigantescos gorilas de quatro braços. Os três animais labutavam no chão de terra fofa impulsionados pelas chicotadas e pelo medo. Três outras enormes criaturas moviam-se grotescamente pelo lugar, caminhando entre as lápides daquilo que se revelava um pequeno cemitério particular. Eram seres bizarros, formados por pedaços de corpos, pernas, braços, mãos e pés ligados uns aos outros e animados magicamente. Quatro pares de membros distribuíam-se ao redor dos corpos das criaturas, e uma cabeça putrefata de humano ligava-se sem pescoço a cada corpo. Eram mortos-vivos criados com pedaços de gente por uma mente insana para se parecerem com gigantescas aranhas. Não bastasse isso, pequenos troncos plantados na terra fofa ergueram-se do chão, apontando seus galhos, que se revelaram garras afiadas, na direção dos invasores.
_ Leusa Thiareba! – gritou Legolas, despertando de seu estado de choque. Um turbilhão de gelo invadiu a câmara congelando cinco dos ramos secos que corriam para atacá-lo. O arqueiro arremessou sua bolinha mágica dentro da sala, e um enorme tigre surgiu dela, atacando, sob o comando do elfo, outro dos troncos assassinos.
Lucano agiu rapidamente, ficando magicamente invisível e posicionando-se no fundo do cemitério, cercando os inimigos. Durante seu avanço, o clérigo quase foi atropelado por um dos genasis de cobre que corria para atacar Legolas. O arqueiro recebeu dois potentes golpes dos manguais dos genasis. O primeiro chegou rodopiando a esfera de metal e acertando-a com força contra a cabeça de Legolas. O segundo passou correndo por Lucano, deu um salto para tomar mais impulso e atingiu com violência o peito do guerreiro glacial. Enquanto sentia o ar lhe escapar e a dor invadir seu corpo, Legolas via uma mão fantasmagórica surgir acima de sua cabeça, conjurada pela magia do genasi prateado que já se refugiara atrás de seus lacaios.
Nailo tomou a frente, dando cobertura ao amigo ferido. Suas espadas gêmeas faiscavam, ansiosas por rasgarem os oponentes.
_ Parem! – gritou Nailo, tentando ganhar algum tempo.
_ Só pararemos quando vocês estiverem mortos! – respondeu com ódio um dos genasis.
_ Por que diz isso?
_ Porque eu os odeio!
_ Mas por qual motivo?
_ Vocês destruíram nossa casa, agora terão que pagar com suas vidas, escravos!
_ Vejo que não tenho escolha – lamentou Nailo. Suas espadas foram de encontro ao corpo do adversário. O primeiro golpe perfurou o peito do genasi que aparou o segundo ataque com a corrente de seu mangual. Nailo girou rapidamente a espada, retirando-a do peito do inimigo enquanto abria um corte largo em seu tórax. O quarto ataque foi também detido, desta vez com o cabo da arma do inimigo. A outra espada subia rasgando a carne metálica e noutro giro, ainda mais veloz que o anterior, abriu um talho raso no pescoço do genasi. Este reagiu violentamente, golpeando a espada que retornava para uma nova estocada e quase a arremessando para longe de Nailo.
Mexkialroy passou voando sobre os dois elfos, vomitando faíscas sobre os mortos-vivos e abrindo espaço para Orion passar entre os inimigos, evitando seus golpes com seu escudo. O guerreiro tinha apenas um alvo em mente, o mais poderoso dos inimigos, o genasi de prata. Concentrado em sua presa, o humano foi facilmente alvejado por um dos genasis, recebendo o golpe da pesada bola de aço em suas costas.
_ Idiotas! Matem todos! – gritou o homem prateado ao ver a perigosa aproximação de Orion. Os gorilas avançaram contra Legolas e seu tigre mágico, distribuindo socos imprecisos e ineficazes. Os dois troncos restantes rasgaram a pele do tigre e arrancaram algumas escamas de Mexkialroy. As pequenas criaturas de madeira pareciam se deliciar ao levar os galhos que serviam de dedos ao que seriam suas bocas.
Squall, protegido por uma poderosa magia, voou para dentro do salão, rugindo furiosamente. O som de sua voz e sua aparência assustadora deixaram em pânico os gorilas, além de fazer com que os genasis de cobre hesitassem, espantados com a presença do enorme dragão vermelho. Squall pousou no solo, orgulhoso do seu poder e deixou-se cercar pelos estranhos zumbis-aranha. Os monstros atacaram com uma saraivada de golpes de mãos e pés tanto Squall quando o tigre de Legolas. Sem poder contar com a proteção das grossas escamas vermelhas de Squall, o animal ficou atordoado por alguns instantes.
Anix e Kátia tentaram em vão destruir o genasi de prata. O raio negro disparado pelo mago foi facilmente evitado pelo inimigo, assim como o golpe do machado espectral invocado pela clériga da guerra.
Legolas assoviou para o tigre, que abandonou o combate contra os ramos secos para atacar os genasis. Legolas disparou suas flechas à queima roupa, enquanto o animal rasgava com suas garras as costas do ser metálico. Ferido, o genasi recuou e escolheu outro adversário, atacando Orion com seu mangual. A arma ricocheteou no escudo do guerreiro, produzindo faíscas brilhantes. Ao seu lado, Nailo enfrentava dificuldades, sendo violentamente atingido pelo adversário.
A situação se agravou quando, sob o comando do genasi de prata, a mão espectral tocou suavemente a cabeça de Orion. O guerreiro sentiu uma dor aguda, como se recebesse uma facada, e viu suas forças se esvaindo lentamente. Em seguida Legolas e Nailo sofreram os mesmos efeitos quando a mão mágica os atacou.
Pressentindo o perigo e o poder do inimigo, Anix usou sua magia para criar uma muralha de fogo ao redor do genasi de prata e para isolá-lo do combate. As chamas ardiam em sua pele prateada, mesmo assim, o inimigo parecia confiante.
Mais confiante que os genasis era Mexkialroy, que acabava de destroçar um dos troncos e banhar-se em seu sangue. Sim, estranhamente os ramos secos possuíam sangue dentro de seus corpos, e desejavam enchê-los ainda mais, como se fossem vampiros.
Com os macacos fora de combate, e o genasi de prata aprisionado nas chamas, Nailo pode se concentrar no guerreiro de cobre que o desafiava. Suas lâminas rasgaram a pele cobreada, desta vez, sem serem detidas pelo inimigo. Enfraquecido, o genasi cambaleou para trás, para perto de Orion.
Com uma seqüência de golpes devastadores, o humano abateu o primeiro genasi de cobre. Sua espada passou pelo pescoço do inimigo, arrancando-lhe a cabeça. Orion girou o corpo, sem deixar que a espada perdesse o impulso, e golpeou o outro genasi na altura da cintura, abrindo-lhe o que restava do ventre perfurado por Nailo, e encerrando seus dias em Arton.
Kátia, Nailo e Orion concentraram seus ataques nos zumbis, enquanto Mexkialroy destruía o último tronco vampiro. Legolas disparava seu arco sem parar, alvejando o genasi prateado mesmo estando ele atrás da barreira de chamas. Squall voou na direção do inimigo, ficando cara a cara com ele.
_ Acaba logo com este fogo, elfo! Estamos vencendo! – mandou Mexkialroy. Anix dissipou sua magia e, usando o poder de seu cajado mágico, começou a cuspir fogo sobre os gorilas amedrontados.
_ Agora você vai morrer! – rugiu Squall em sua língua monstruosa. O genasi murmurou um feitiço com rapidez, e desapareceu diante dos olhos do dragão. Estava invisível. Squall sorriu. – Acha que pode se esconder de mim? Posso sentir seu cheiro, ouvir sua respiração. Sei exatamente onde você está!
O dragão vermelho atacou com suas garras boca e asas. Surpreendido, o genasi recebeu todos os ataques sem conseguir se defender. Os gritos chamaram a atenção de Legolas, que mirou seu arco nos pontos em que o dragão golpeava. A cada intervalo entre um ataque e outro de Squall, Legolas disparava um de suas flechas, totalmente concentrado. Quando a primeira seta se cravou em algo e ficou como que flutuando no ar, o arqueiro teve a certeza que atingira o inimigo. Quando Squall desferiu seu último golpe e as várias flechas à sua flutuando á sua frente foram em direção ao chão, ele soube que o inimigo fora finalmente vencido.
Restavam apenas os zumbis octópodes que, cercados por vários guerreiros, não resistiram por muito tempo. As criaturas foram ao chão, seus corpos cortados e esmagados pelas espadas e Nailo e Orion e pela maça de Kátia. Os últimos inimigos vivos eram os amedrontados gorilas. Acuados num canto, os animais conseguiam apenas tremer de medo.
_ Não os ataquem! – gritou Squall. Anix só parou de avançar contra os gorilas quando Legolas traduziu as palavras do dragão. Mexkialroy continuava a cuspir seus relâmpagos nas criaturas.
_ Mex! Pare de atacá-los. Eles são apenas escravos, não são nossos inimigos! – insistiu Squall.
_ Ora, e por que eu deveria parar? Eles não são úteis para nós. Além do mais, eu estou faminto! – respondeu o dragão azul.
_ Porque eu salvei sua vida, seu tolo! Você é meu servo! Sou eu quem manda aqui, você é inferior a mim e deve me obedecer! Agora pare com isso ou você vai conhecer minha fúria! – vociferou o dragão vermelho. Seus gritos poderiam ser ouvidos a centenas de metros dali.
_ Está bem, então, Vermelho! Se queres poupar as vidas destes inúteis, o problema é seu! Mas ouça bem. É bom você me respeitar ou vai se arrepender. – Mexkialroy se virou, contrariado, saindo pela porta com imponência. – Vamos logo, seus humanos inúteis. Abram logo esta porta! – ordenou a Luskan.
Legolas correu para o corredor, tentando acalmar o dragão e impedi-lo de abrir outra sala antes que tivessem certeza que o cemitério estava seguro. Squall se aproximou dos gorilas apreciando as reverências que estes faziam ao dragão.

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