outubro 03, 2005

Capítulo 106 - Um novo aliado

Com o término da magia de Squall, a criatura retornou para o seu plano de origem, deixando o grupo menor e mais fraco. Legolas era obrigado a combater dois inimigos ao mesmo tempo, enquanto tentava conseguir um meio de libertar Nailo e o falecido Sam. Anix combatia a distância com suas flechas, mas não era capaz de superar a couraça resistente dos trogloditas que atingia. Squall teve uma idéia para derrotar seus adversários e correu pelas cavernas escuras, esquivando-se dos ataques dos monstros, para colocá-la em prática.
Squall correu até desaparecer na escuridão, levando consigo a lanterna que fornecia iluminação para seus amigos. Rapidamente, Anix acendeu uma tocha e a jogou no centro do salão, onde poderia fornecer luz para todos os seus amigos, ainda que precária.
Nas escadas, Lucano terminava neste exato momento de recitar uma magia. Com o dedo apontado na direção dos trogloditas, o clérigo fez surgir um ponto luminoso entre as criaturas. O ponto se expandiu até envolver todos os monstros na escada e também Netuno. Todos, com exceção do troglodita que enfrentava o elemental, abaixaram suas armas, demonstrando ter perdido a vontade de combater. Os monstros afetados perderam a força extra que o frenesi de combate lhes concedia, e interromperam os seus ataques.
Sairf puxou Netuno para fora da área da magia, devolvendo-o ao estado original. Mas os dois foram seguidos pelo troglodita que havia resistido aos efeitos da magia. O monstro e o elemental passaram a lutar de igual para igual. Era uma batalha equilibrada, parecia que aquela disputa não teria fim. Para ajudar Netuno, Sairf parou ao lado do inimigo e, aproveitando-se das náuseas que sentia, vomitou nos pés do monstro, na esperança de fazê-lo escorregar e cair.
Distante dali, Legolas se via em situação crítica. Cercado por dois inimigos, o elfo lutava com dificuldades. Legolas abandonou sua espada no chão e pegou o arco, pondo em prática o árduo treinamento feito por ele nos últimos cinco dias. Era visível o aumento das capacidades do arqueiro, as flechas eram disparadas em velocidade muito maior que antes. A destreza com que Legolas carregava o arco era impressionante. Mas nem mesmo isso era suficiente para deter a fúria dos trogloditas. Por estar cercado, a cada ataque desferido em um inimigo, Legolas recebia um contra-ataque do outro, que sempre se encontrava nas suas costas. Ainda assim, Legolas conseguiu cegar um dos oponentes e causar sérios danos à saúde do outro.
_ Parem de lutar! Eu quero ter o prazer de matar esses vermes com minhas próprias mãos! – A voz de Kaarghaz ecoou por toda a caverna, vinda da direção para onde Squall tinha corrido. Os heróis se assustaram ao ouvir a ordem em dracônico do líder dos trogloditas. Os trogloditas, por sua vez, pararam de atacar, temendo desobedecer às ordens de seu mestre.
Todos ficaram confusos por alguns instantes. Todos menos um.
_ Idiotas, essa não é a voz de Kaarghaz! Deve ser um truque desses vermes! Continuem lutando e matem todos eles! – gritou um dos oponentes de Legolas, ao perceber o truque de Squall para enganar os inimigos. Mas os trogloditas ainda hesitavam.Tanto por temerem ser realmente Kaarghaz quem estava a falar, quanto pelos efeitos da magia de Lucano, que já havia eliminado a fúria de quase todos eles. Como ninguém atacava, o troglodita resolveu agir sozinho.
_ Dane-se! Se vocês vão ficar aí parados eu vou embora! Mas pelo menos a cabeça desse imprestável eu vou levar comigo! – O monstro olhou em volta e, percebendo que seus companheiros já se davam por vencidos, decidiu descontar sua ira em que estava mais próximo. Com as garras e presas armadas para um ataque devastador, o troglodita saltou sobre o corpo indefeso de Sam Rael.
Os heróis ficaram paralisados. O último fio de esperança estava para ser quebrado. Aquela criatura vil e repugnante estava preste a retalhar o corpo de Sam. E não havia nada que eles poderiam fazer para impedir. Legolas tentou dispara seu arco a tempo, mas não conseguiu. Todos os outros estavam distantes demais para tentar qualquer ataque, e não havia tempo suficiente para conjurar uma magia para impedir o monstro. Todos estavam cheios de ódio e já imaginavam a cabeça do bardo rolando pelo chão, diante de seus olhos.
O troglodita desceu do seu salto, caindo sobre o corpo do menestrel. O monstro se chocou contra Sam, e caiu ao seu lado, sem vida. Um flecha, cravada profundamente em sua nuca, havia lhe tirado a vida. Todos olharam para Legolas, mas o arqueiro também estava assustado com o que acontecera. Legolas Sequer havia pegado a flecha para atacar. Todos buscaram com os olhos o autor daquela façanha e ficaram surpresos ao olhar para a escada. Lá, no alto do peitoril, havia um elfo, vestido com uma fina armadura de anéis entrelaçados de mithral, parado atrás de Anix, com as mão apoiadas no ombro do mago. Em suas mãos, um arco longo, reforçado e finamente decorado com ossos chamava a atenção de todos. Em suas costas, presa a uma mochila, havia uma gigantesca espada, confeccionada com a madeira negra mágica que só podia ser encontrada no reino de Tollon. A tala improvisada com pedaços de caixas de madeira e pano, bem como os animais que chegavam junto com ele, não deixavam dúvidas. Era Nevan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário