julho 10, 2005

Capítulo 69 - Alarme! Os portões são fechados

Nailo tomou emprestado o kit de disfarces usado por Legolas quando chegaram a Tollon. Usando as perucas e maquiagens, disfarçou-se de orc e foi se aproximando dos dois vigias, enquanto seus companheiros, abaixados, o observavam de longe. Nailo não falava uma palavra sequer no idioma dos orcs e, sem que ele soubesse, seu disfarce não estava nada convincente. Ele se aproximou inocentemente, cumprimentado as criaturas em idioma dracônico.
Os dois orcs logo perceberam a farsa, sem que Nailo notasse a desconfiança. Enquanto o ranger apontava para alguma coisa imaginária atrás dos dois, os orcs sacavam suas azagaias, com intenções óbvias de atacar Nailo. Os dois chamavam o ranger, como se quisessem sua ajuda para atacar aquilo que Nailo apontava. O ranger se aproximou lentamente e, quando estava na distância certa, os orcs lançaram suas azagaias. Um dos objetos perfurou a coxa esquerda de Nailo que gritou de dor, enquanto os dois sacavam mais outras duas azagaias de suas costas para liquidar com o intruso.
Eles levantaram os braços para impulsionar as armas. Aos seus olhos, Nailo era uma presa fácil para eles. Quando estavam prestes a atacar o alvo, uma flecha, vinda da direção de Nailo, atingiu um dos orcs no peito. Lá atrás, há vários metros de distância, Legolas dava cobertura ao amigo. Antes que os inimigos pudessem reagir, Sam se levantou e disparou sua besta, ferindo o ombro do orc alvejado por Legolas.
Os dois orcs começaram a gritar palavras em seu próprio idioma. Mesmo sem compreender aquela língua, todos sabiam o que aquelas palavras queriam dizer. Eles estavam pedindo ajuda, e era preciso agir rápido, antes que a ajuda chegasse, ou tudo estaria perdido.
Com isso em mente, Nailo pegou de suas costas o machado que havia recolhido no dia em que encontrara Mavastus, girou a arma no ar, enquanto corria em direção aos orcs. O machado erguido refletiu os raios do sol da manhã, para logo depois se tornar rubro no peito do orc por ele atingido. Nailo sentiu um líquido escorrendo em sua perna e olhou para baixo. Em seu abdome havia uma flecha fincada, fazendo com que seu sangue vertesse. Nailo olhou para a direita, enquanto puxava o machado do peito do inimigo, e viu na parede rochosa, várias seteiras de onde outros orcs o alvejavam com suas bestas.
Um dos orcs fugiu correndo, atravessando uma fenda sinuosa que atravessava várias escadas e conduzia ao interior da montanha. O ranger tentou impedi-lo com seu machado, mas a dor do ferimento fez com que o golpe de Nailo não tivesse efeito sobre o inimigo. O outro orc tentou golpeá-lo com uma enorme falcione, mas Nailo conseguiu aparar o golpe com o machado.
Enquanto as duas armas disputavam entre si, o grupo de heróis saiu de seu esconderijo e avançou na direção da batalha. Squall usou sua magia de ataque para eliminar o oponente de Nailo. Dois raios luminosos saíram da mão do feiticeiro, indo de encontro ao rosto do orc e atirando-o precipício abaixo.
Enquanto todos avançavam em direção aos orcs, Sairf e Lucano preparavam suas invocações para reforçar o seu grupo. Todos correram até a borda do paredão de pedra, e viram que atrás dele havia uma fenda que serpenteava em direção ao interior da montanha. Nas laterais da fenda, em uma outra parede de pedra, várias aberturas permitiam aos orcs atacarem os heróis com flechas e manterem-se a salvo dos contra-ataques. A prova disso foi a flecha de Legolas, que se espatifou na parede ao lado da seteira, sem causar qualquer dano ao inimigo. Anix e Sam caminharam abaixados, enquanto disparavam flechas contra os orcs, sem conseguir atingi-los. O contra-ataque dos monstros foi mais eficaz, deixando Anix com um virote atravessado em seu ombro.
Nailo correu atrás do orc que fugia e cravou a lâmina do machado nas costas do inimigo. O orc se contorceu tentando se desprender do machado, enquanto seu sangue formava uma grande poça no chão da montanha. Nailo largou o machado, pensando que seu adversário se daria por vencido. Entretanto o orc parecia mais resistente do que ele imaginava, saiu correndo, subindo dois lances de escada, virou para a esquerda numa curva e desapareceu da visão de todos. Quase todos. Do alto, os falcões de Squall e Anix observavam tudo o que se passava e comunicaram telepaticamente aos seus mestres que o orc havia entrado na montanha e fechado um enorme portão que selava a entrada da caverna. O som das portas se batendo foi ouvido por todos.

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