julho 10, 2005

Capítulo 70 - As seteiras da morte

Sem se preocupar com o que acontecia longe de seus olhos, Sairf e Lucano terminaram suas magias, e de dois portais mágicos surgiram um vaga-lume e um rato muitas vezes maiores que exemplares comuns de suas espécies. Os dois conjuradores se aproximaram do front de batalha, junto com seus aliados convocados, enquanto Legolas tentava mais uma vez atingir os orcs com suas flechas. Infelizmente, Legolas escorregou na poça de sangue de um dos orcs e mais um de seus magníficos ataques foi desperdiçado. A flecha mais uma vez se chocou contra a parede, sem sequer ameaçar os inimigos.
Percebendo que as flechas seriam ineficazes naquelas circunstâncias, Anix decidiu apelar para a magia. Ele gesticulou e murmurou um feitiço, enquanto reunia grande quantidade de energia em sua mão. Ao apontar o dedo na direção do inimigo, algo como uma estaca luminosa, composta de pura energia, cruzou o ar em direção á cabeça do orc protegido pela seteira. O segundo ataque chegou ao alvo da mesma forma, sem dar tempo para que o orc reagisse. Tanto Anix quanto Squall sabiam que os mísseis mágicos seriam de grande valia contra os inimigos que dispunham de grande cobertura. A facilidade com que este tipo de mágica atingia seus alvos seria de fundamental importância naquele momento.
Sam decidiu que deveria ajudar seus amigos com suas habilidades mágicas, para que pudessem atingir aqueles alvos tão difíceis. O menestrel correu até a parede, encostando-se nela, num lugar onde estaria a salvo das flechas de seus inimigos. Sam retirou de suas costas o alaúde que costumava tocar durante a viagem para Tollon e começou a entoar uma bela canção que falava de heróis superando grandes desafios com coragem.
“Marchando pelo campo, levamos nosso semblante
Lutando em todo canto, nós seguimos adiante
Os inimigos não têm chance contra os nossos poderes
Com espadas em nossas mãos mataremos todos eles
Nós não sentimos medo de nada
Conosco está o espírito de batalha!”
A canção do bardo fez com que todos se enchessem de coragem e confiança, e os ataques dos heróis passaram a ser mais efetivos. A prova disso veio das mãos de Nailo, que conseguiu eliminar um dos inimigos com apenas um ataque. Disparando sua flecha com precisão, Nailo atingiu o centro da cabeça do inimigo na primeira seteira. A flecha quase atravessou o crânio do inimigo, que caiu dentro da montanha, já sem vida.
Sairf e Lucano finalmente se aproximaram do restante do grupo. O vaga-lume evocado pelo mago lutava contra um dos orcs, enquanto a arma espiritual de Lucano fulminava outro deles com seus ataques. Ao mesmo tempo, o arco de Legolas voltava a funcionar, lançando uma flecha em alta velocidade de encontro ao pescoço de outro adversário.
Temendo não conseguir entrar na montanha, Anix e Sam avançaram em direção ao portão que se fechara momentos antes. Para se proteger dos ataques, Anix criou uma armadura mágica em volta de si, enquanto Sam lhe dava cobertura com sua besta. Os dois se aproximaram da curva e viram um grande portão de pedra, bloqueando a entrada de uma caverna, tal qual os animais haviam informado. Guardando as escadas que davam acesso ao portão, Outro par de seteiras uma em frente à outra, ameaçavam a segurança dos heróis. O orc disparou um virote contra Anix, mas sua proteção mágica desviou o projétil disparado. Sam contra-atacou, acertando uma flecha abaixo do olho esquerdo do monstro, prejudicando sua visão. Um pouco mais atrás, Sairf também era alvejado por uma das criaturas. O elementarista, que não contava com a mesma proteção que Anix, recebeu um virote no peito e seu sangue se espalhou pelo ar. Após o ferimento, Sairf seguiu a idéia de seu companheiro e se também protegeu com a armadura arcana.
Flechas voavam, atravessando a estreita fenda, manchando seu chão com sangue e suor. Os orcs dispunham de uma boa proteção, o que dificultava a situação dos heróis, que invariavelmente erravam seus alvos. A magia fazia a diferença nessas circunstâncias, e Squall provava isso a cada míssil mágico. Temendo o poder daqueles projéteis luminosos disparados pelo feiticeiro, os orcs concentraram nele os seus ataques. Habilmente, Squall desviava-se de cada flecha disparada, irritando seus inimigos. Encostado na parede, abaixo das seteiras, o feiticeiro viu uma sombra crescendo sobre seu corpo. Olhou para cima e viu um enorme machado despencando sobre si. Squall tentou se desviar, mas infelizmente seus reflexos não foram rápidos o suficiente, e o machado desceu rasgando sua carne. A arma caiu no chão, coberta de sangue, chamando a atenção dos heróis. Imediatamente Nailo reconheceu a arma. Era o machado que ele havia fincado nas costas do orc que fugira para dentro da montanha. Acima da cabeça do feiticeiro, atrás da seteira, era possível ver o orc atingido por Nailo, que retirara o machado de suas costas para atirá-lo sobre Squall. Há alguns metros dali, outro orc gargalhava da humilhação do feiticeiro.
Squall se irritou com os risos, girou seus braços enquanto pronunciava palavras mágicas. Apontou seu dedo na direção daquele que zombava de seu infortúnio e disparou dois tiros em direção ao seu inimigo. Os mísseis mágicos atravessaram a fenda e penetraram na seteira. Houve uma grande explosão, que levantou uma grande quantidade de fumaça e poeira. Quando a poeira baixou, todos viram o orc, com a parte de cima de seu crânio completamente destruída. O corpo do monstro pendeu na abertura da parede de rocha, e seu cérebro despencou do alto de sua cabeça, indo se espatifar no chão abaixo.
As flechas continuaram cruzando o ar dentro da fenda na montanha. Apesar da vantagem geográfica dos orcs, os heróis, que possuíam maior número e habilidades, foram pouco a pouco superando as defesas orcs que guardavam a entrada do dente de pedra. Os últimos dois combatentes tombaram no campo de batalha, um vítima de uma flecha disparada pelas mãos de Legolas, e o outro mortalmente ferido pelo vaga-lume conjurado pelo mago Sairf. Os aventureiros recolheram seus equipamentos e descansaram por alguns instantes, para somente então prosseguir em sua jornada. Contudo, o caminho que estava por vir não seria nada fácil. O próximo desafio a ser vencido seria o gigantesco portão de pedra, que bloqueava a entrada da montanha, trancado pelo lado de dentro pelas mãos dos soldados orcs.

Um comentário:

  1. Anônimo8:45 AM

    Porra se a Wizard ver este blog com a informação que tem sobre os jogos que vc mestrou Je o Viocente vai perder um fucionario no 1000000
    Se vc desejar já da para ate fazer um livro!!!!!
    Abraços de seu amigo e discipulo Rodrigo.

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