Capítulo 289 – Reencontro com a bruxa
Os jovens heróis curavam seus corpos feridos com magia, enquanto Squall subia a escadaria do farol apressado. Nailo recolhia o muco do monstro em pequenos potes vazios de poção mágica para utilizar mais tarde, em combate. Estavam todos apreensivos, ansiosos por saber o que acontecia no alto da torre. Embora temessem pela segurança de Deedlit e de seus tesouros, todos tinham certeza de que Squall seria capaz de cuidar sozinho de Léo Seis Dedos. Mas eles subestimavam a astúcia do pirata, pois ele já tinha colocado seu plano secreto em prática.
Squall chegou ao alto da torre, mas não viu sequer o menor sinal do pirata, ele havia desaparecido. O feiticeiro correu para o parapeito, para avisar seus companheiros, quando ouviu uma risada diabólica e assustadora.
_ Eu consegui!!! O amuleto é meu!!! Encontrei!!! Eu vou dominar tudo!!! O mundo será meu!!! – Silmara, a bruxa, nadava nas águas turbulentas após o navio, rindo e gritando, eufórica, anunciando sua descoberta. Deu um salto pra fora d’água, como se fosse um golfinho, expondo todo o seu corpo horrendo. Legolas disparou uma flecha, que perfurou um dos seios nojentos da criatura. – Malditos! Amigos da vagabunda! Vou destruir vocês! – Silmara os encarou com seu olhar frio e maligno. Legolas, Anix e Silfo sentiram como se suas energias lhes fossem arrancadas à força, e caíram no chão, enfraquecidos. Silmara mergulhou e desapareceu sob as ondas.
Anix estava deitado no chão molhado, a chuva despencava sobre seu corpo imóvel tornando sua respiração ainda mais dificultosa. Estava fraco como uma criança. Legolas tentava em vão retesar a corda de seu arco e Silfo tinha dificuldades para erguer sua clava e até para se manter em pé.
Squall chegou do alto, impulsionado pelo poder de vôo de um dos pergaminhos mágicos de sua amada, Deedlit. Trazia em suas mãos uma das estranhas armas de Grinch, o goblin. Contou aos amigos da fuga do pirata e convocou-os a perseguir a bruxa.
_ Temos que pegá-la depressa, antes que ela use o amuleto! Não podemos deixar que ela o use, ou nosso mundo será destruído!
Rael, o jovem clérigo de Ab’ Dendriel, reforçava os apelos do velho amigo, dizendo que caso a mulher conseguisse usar o artefato, poderia fazer com que a Tormenta invadisse e destruísse Arton em instantes.
Nailo saiu em disparada para a entrada do farol. Estava disposto a encontrar o pirata onde quer que ele estivesse. Rael usava o poder de Wynna para restaurar a força de seus amigos, enquanto era apresentado a todos eles por Anix.
Nailo desceu até a pequena praia, onde haviam ancorado o barco que os trouxera até a ilha, para conferir se a embarcação ainda permanecia lá. Avistou-a mais de uma centena de metros mar adentro, sendo remada com frenesi por Léo Seis Dedos. Rapidamente Nailo usou seu poder e clamou por um dos filhos de Allihanna. Um grande selako cinzento emergiu das profundezas do mar e foi até o ranger. Nailo conversou com o animal numa língua que somente os dois compreendiam, e saltou em suas costas. Assim, cavalgando o selako, Nailo alcançou o barco e o pirata.
_ Ei você! Volte! – gritou Nailo.
_ A bruxa! A bruxa! A bruxa! – respondeu Léo, aos prantos.
Nailo saltou sobre ele, abandonando sua montaria, e começou a golpeá-lo com toda força no rosto. Léo tentava se defender com golpes de remo, mas Nailo era mais rápido e se esquiva, revidando com socos certeiros. O combate durou poucos segundos, até que Léo Seis Dedos terminou desacordado no casco do bote. Nailo remou o barco e voltou para a ilha, seus amigos o aguardavam na praia, ansiosos.
Léo foi amarrado e amordaçado. Pediram a Silfo para tomar conta do pirata, o que deixou Rael assustado, já que ele não sabia que Léo era um inimigo. Com tudo explicado, o clérigo se ofereceu para permanecer no farol e ajudar a tomar conta do prisioneiro e de Deedlit. Com tudo decidido, Squall pegou os pergaminhos que pertenciam a Deedlit e, com a ajuda de Rael, começou a lançar sobre si e seus companheiros as magias que lhes permitiriam respirar e se movimentar normalmente sob a água. Até Cloud foi incluído no grupo que mergulharia atrás de Silmara. Assim, eles finalmente se atiraram na água para tentar impedir a perversa bruxa de usar o amuleto dos planos e destruir todo o mundo conhecido.
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