agosto 08, 2008

Capítulo 314 – E, novamente, de volta ao forte

Em Darkwod, Nailo foi procurar por Laura, a neta do antigo curandeiro da vila. A jovem elfa atendeu à porta e sorriu ao ver o herói. Nailo tirou de sua mochila a varinha mágica que a menina tinha dado ao grupo meses atrás, quando partiam para desbravar as minas de Durgedin.

_ Tome, Laura! Esta é a varinha que você nos deu no dia em que nós partimos para resgatar a Liodriel. Estou devolvendo-a para você. Ela nos foi muito útil e, em nome de todos, eu agradeço pela ajuda. Mas, agora não é mais necessário que fiquemos com ela, portanto, estou devolvendo- a você para que seja usada pelo bem do nosso povo. – disse Nailo.

_ Fico feliz que ela tenha sido útil. Vou guardá-la com cuidado. E se um dia precisarem dela novamente, ela estará esperando por vocês. – respondeu a menina.

_ Não se preocupe conosco. Quero que você cuide da vila. Falando nisso, como você está indo? Já aprendeu a fazer poções?

_ Estou aprendendo. Sua mãe está me ajudando muito. Espero um dia conseguir ser tão habilidosa quanto ela e me avô.

_ Tenho certeza que você conseguirá. Bem, eu já vou indo. E, quando voltar aqui, quero ver essas prateleiras cheias de poções. Adeus! – despediu-se Nailo.

_ Até a volta! – Laura deu um carinhoso beijo no rosto do ranger e se despediu.

Nailo foi então para sua casa, onde uma tarefa exótica o aguardava. Passou algumas horas instalando o tal vaso sanitário que comprara em Vectora. Depois do trabalho, subiu na torre de vigia no alto da casa junto com a noiva e o amigo lobo. Lá ele passou a tarde descansando e quando o dia findava falou à sua amada.

_ Darin, quero lhe dar um presente. Na verdade, dois presentes – Nailo pegou a mochila e de dentro dela retirou o rubi que encontrara na caverna dos trolls e a harpa que recebera na divisão dos tesouros. – Tome, este rubi é para você. Se precisar de dinheiro enquanto eu estiver fora, venda-o. Mas acho que ele será mais útil ficando com você, deixando-a ainda mais bela. O outro presente é esta harpa. Quando eu voltar do exército, quero ouvi-la tocar uma bela melodia para mim. Bem, agora tenho que ir embora. O sol já está se pondo e preciso voltar para o forte. – Nailo beijo Darin com paixão.

_ Vou sonhar com você todas as noites, Nailo. Até a volta! – disse a elfa.

_ Até! – e Nailo partiu.

O grupo se reuniu em frente às casas de Legolas e Nailo. Enquanto os dois elfos nativos de Darkwood tinham passado o dia com suas amadas, Seelan, Orion, Lucano e Squall tinham estado com Nevan, relembrando as aventuras dentro da Forja da Fúria. O sol já desaparecera por trás das árvores negras quando Seelan finalmente desenrolou o papiro que os levaria embora. E, novamente num piscar de olhos, os heróis deixaram Darkwood e retornaram ao forte Rodick.

_ Bem, estamos de volta finalmente. Espero que tenham aproveitado bem esses dias. Agora, vamos todos voltar ao trabalho – disse Seelan, despedindo-se dos aventureiros e caminhando na direção do alojamento do general. Então, subitamente, parou e se voltou para Orion. – Espere. Você não é daqui. Como pude ser tão distraído.

_ É, eu ia comentar isso, mas nem tive tempo e... – começou Orion, mas foi interrompido.

_ Bom, já que está aqui, não gostaria de se juntar a nós? Você é bem forte e habilidoso, além de charmoso, claro. E nós precisamos de gente assim aqui. O que me diz? – perguntou Seelan, apalpando os braços do guerreiro.

_ Era justamente isso que eu ia dizer, Seelan. Eu preciso ficar junto com eles de qualquer forma, então eu poderia ficar aqui e ajudar vocês pelo tempo que eles ficarem – disse Orion.

_ Está certo, então. Vamos falar com o general – concluiu o elfo.

Seelan e Orion partiram e foram procurar o general Wally. Squall, sem se importar com o que acontecia, foi procurar por Glorin. Pouco depois, Lucano também foi atrás do anão. Legolas levou seu cavalo até o estábulo e foi o terceiro a ir para o alojamento do capitão. Anix foi diretamente para o laboratório para dar continuidade aos seus estudos arcanos e Nailo foi procurar por Kuran.

Na sala do general, ficou decidido que Orion seria o soldado de número 527 do forte Rodick. Ficaria lá até o dia em que seus amigos elfos partissem. Orion seria integrado ao pelotão de Squall, com quem aprenderia toda a rotina e disciplina do forte.

Após deixar o estábulo, Legolas encontro o major Jonathan Wilkes, líder do grupo de Glorin e Seelan.

_ Senhor! – Legolas bateu continência ao ver o superior.

_ Ah, sim...descansar, sargento! – Jonathan parecia pouco à vontade com a disciplina militar. – Já retornaram? Isso é bom. Como foi a viagem?

_ Tudo correu bem, senhor! – respondeu Legolas.

_ Aonde vai agora, Legolas? – perguntou o major.

_ Procurar o capitão Glorin e me reportar a ele! – disse o sargento.

_ É, suspeitei disso. Bom, esqueça essa idéia. Glorin não está no forte. Ele deixou esta carta para você, tome!

Legolas pegou a carta das mãos do major que já se despedia e rumava para os alojamentos. Surpreendeu-se ao ler o seu conteúdo:

“Legolas,

Reúna seus homens, prepare-os e venham imediatamente para Cold Valley.

Estou aguardando.

Glorin Coldhand”

Sem hesitar, Legolas foi procurar imediatamente por seus soldados. Reuniu o pelotão e mandou todos prepararem cavalos, equipamento de viagem e roupas de frio. Em trinta minutos todos estavam prontos para partir. Legolas deixou o forte ainda naquela noite, sem nem se despedir dos amigos, apenas informando aos vigias na entrada do forte que estava saindo em missão sob ordens do capitão Glorin.

Enquanto isso, Kuran conduzia Nailo até o pequeno bosque que ele cultivava dentro do forte.

_ Olhe Nailo. Aquele pedaço de cogumelo que você me pediu para plantar já estava muito velho. Além do mais só se passaram alguns dias desde então. Por isso não consegui grandes resultados ao plantá-lo – falava o capitão enquanto caminhavam entre as árvores. Pararam no fundo do bosque, onde Kuran mostrou um grande canteiro, de cogumelos gigantescos que se erguiam do solo altos como um homem. Nailo ficou perplexo, bastara um único pedaço do cogumelo que servira de bálsamo para Elesin quando ainda estavam em Ortenko, para que Kuran criasse praticamente uma floresta em apenas três ou quatro dias.

Ainda espantado, o ranger foi procurar o general para relatar suas ações durante a viagem e tentar reconquistar seu antigo posto de sargento. Mas, como uma promoção dependia apenas da indicação de Seelan, Nailo foi procurá-lo.

Ao mesmo tempo em que Nailo se surpreendia com os cogumelos, Squall e Lucano batiam à porta de Glorin. Lucano, assim como Legolas, pretendia se reportar ao capitão. Já Squall, só pensava em pegar o prêmio que apostara quando lutara com o anão: o broche mágico.

_ Glorin não está ai! Ele não está mais no forte! Saiu em missão! – gritou uma voz no corredor. Era Jonathan Wilkes. – Agora vocês devem se reportar diretamente a mim. Falando nisso, tenho uma missão para você, Squall. Reúna seus soldados amanhã bem cedo e procure por mim! Ah, Squall! Glorin deixou isso para você! – o major entregou um envelope para o feiticeiro e se retirou. Lucano também saiu, indo para seu alojamento.

Squall abriu o envelope. Dentro dele encontrou o broche mágico de Glorin (que protegia contra disparos mágicos de energia) e uma carta. Sua consciência pesou e ele começou a se arrepender de seus atos recentes ao ler as palavras do anão:

“ Squall,

Com isso a aposta está paga. Você me abriu os olhos. Adeus e até a volta!

Glorin Coldhand”

Com um pressentimento maligno rondando seus pensamentos, Squall foi dormir.

Na manhã seguinte, o 30º dia do mês de Áurea e penúltimo dia do ano de 1397, todos os soldados reuniram-se no pátio para os exercícios como era de costume. Seelan apareceu durante os treinamentos, trazendo o novo soldado com ele.

_ Bom dia soldados. Quero que conheçam esse rapaz simpático. Seu nome é Orion e ele irá fazer companhia a todos vocês aqui no forte. Ele é o mais novo soldado de forte Rodick. Squall, ele fará parte de seu pelotão. Quero que você ensine a ele todas as regras e rotinas do forte e quero que o trate muito bem. Trate-o tão bem quanto eu trataria – Seelan sorriu ao terminar de falar e todos os soldados contiveram o riso. Parecia que Seelan tinha arranjado mais uma vítima para suas brincadeiras. Enquanto todos prestavam atenção às palavras do capitão e cumprimentavam o novo companheiro, Squall se aproximou de Seelan.

_ Capitão, aproveitando que o senhor está aqui e de bom humor, eu queria perguntar uma coisa. O senhor viu minha transformação? Queria saber sua opinião! – disse o feiticeiro.

_ Não, que transformação? Por acaso você mudou de sexo?

_ Não, seu tonto. Observe! – e Squall chamou Cloud, pegou uma pena de sua asa e após um longo momento de concentração, os dois novamente se fundiram num só. Todos ficaram admirados com a magia. Nailo e Anix imediatamente exigiram que Squall lhes ensinasse aquele truque. Squall dissipou a magia e retornou à forma original. Em meio ao burburinho provocado pelo elfo, uma voz se elevou atrás de Seelan.

_ Squall, reúna seus soldados e me acompanhe imediatamente. – era o major Jonathan. Squall e seus homens o seguiram até a sala do general.

_ Bem, Squall – disse o major. – Recebemos algumas queixas de que há um bando de assaltantes atacando viajantes perto de Rutorn e Forte Novo. Sua missão será investigar o que está acontecendo por lá e dar um fim a esses crimes. Leve seus soldados com você, exceto Orion. Ele ficará aqui para se acostumar ao forte e à rotina militar. Eu mesmo lhe ensinarei a disciplina do forte. Vocês deverão levar uma carroça e irão disfarçados de comerciantes. Conversem com os moradores de Rutorn ou Forte Novo para reunirem pistas e encontrarem os criminosos. Partam assim que estiverem prontos. Dispensados!

E ao ouvir essas palavras, Squall e seus homens foram se preparar. Uma nova aventura iria começar, desta vez tendo Squall como comandante. E novamente, grandes surpresas aguardavam pelos aventureiros.

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