agosto 11, 2005

Capítulo 74 - Por um fio

Legolas deu mais um passo em direção ao outro lado da fenda. Espantou sua coruja de estimação e pediu a Sam que trouxesse sua mochila. O bardo rapidamente atravessou o portão da montanha, recolhendo todo o equipamento daqueles que haviam entrado pelas seteiras e retornou para junto de seus amigos. Lá dentro, enquanto Legolas tentava estabilizar a ponte de cordas, Anix cravava uma adaga, com uma corda amarrada em seu cabo, na parede ao lado do abismo, para tentar criar uma nova forma de atravessar o precipício.
O ranger das cordas ecoava por toda a caverna, numa sinfonia bizarra e dramática. Legolas tentava a todo custo se manter sobre a ponte, o que a fazia balançar ainda mais. O elfo já tinha superado quase todo o abismo e estava a um ou dois passos de chegar ao outro lado. Quando imaginava que conseguiria chegar em segurança, a figura do orc, surgindo de trás do pilar portando uma falcione reluzente, o fez perder o fôlego. O orc correu, desviando-se dos ataques dos animais que o cercavam. O monstro se deslocou com grande velocidade em direção ao pilar de sustentação da ponte. Legolas, entretanto, via tudo acontecer lentamente, observando cada detalhe. As cicatrizes no rosto do orc, causadas pelas garras dos pássaros de Sairf e Anix, ainda gotejavam o sangue que escorria lentamente entre os pelos imundos do orc. Sua respiração parecia estar sincronizada com seus passos e com o sacolejar da ponte. O orc parou à distância de dois passos de Legolas, ergueu sua espada de lâmina curva e golpeou a corda que prendia a ponte onde Legolas se encontrava. A lâmina foi atravessando a corda, Legolas viu cada uma das partes que compunha a trança se desenrolar lentamente, até que só restasse uma tira prendendo a ponte no pilar. A ponte chacoalhou como um mar revolto e Legolas se agarrou ainda mais firme para não cair no abismo. Legolas estava agora apenas por um fio. Qualquer movimento brusco que fizesse poderia por fim à sua vida de aventuras. A centopéia invocada pelo clérigo tentou agarrar o orc, mas ele se desviou do animal habilmente. O orc levantou sua espada, para desferir o golpe final da corda. Seus olhos brilharam no momento em que a espada começava a descer para ceifar a vida do arqueiro. Mas um raio brilhante o atingiu direto na face, tirando-lhe a vida, a tempo de salvar Legolas. Lá atrás, na outra extremidade da ponta estava Lucano. Ao seu lado, uma longa espada prateada, com o símbolo de Glórien entalhado em sua lâmina, flutuava magicamente enquanto emanava uma aura luminosa. Com o inimigo morto, Legolas terminou a travessia em segurança.
Nailo foi o próximo a atravessar a ponte, usando a corda de segurança para protegê-lo em caso de queda. Um a um, os heróis foram passando para o outro lado. Sairf não quis se arriscar na ponte e preferiu usar meios mágicos para chegar ao outro lado. Retirou de sua bolsa de componentes arcanos uma aranha e a engoliu ainda viva, enquanto murmurava um encanto. Depois o mago subiu pelas paredes, como se ele próprio fosse uma aranha, e chegou ao outro lado.
Sam e Nailo atravessaram as mochilas, amarradas na corda, para que elas não os atrapalhassem durante a travessia.
Anix foi retirar sua adaga da parede, quando suas orelhas começaram a se mover de forma estranha. O mago começou a observar a parede e a empurrou instintivamente, abrindo uma porta até então secreta. Lá dentro, Anix encontrou a câmara que abrigava a seteira onde ficava o orc que teve a tampa da cabeça arrancada por um míssil mágico de Squall. Anix retirou os pertences do cadáver e voltou para atravessar a ponte. O balançar da passagem fez com que o elfo despencasse no abismo. Se não fosse pela corda de segurança, Anix teria desaparecido para sempre. Entretanto, o mago não saiu ileso da queda, sofrendo várias contusões.
Por último, Sam Rael atravessou a ponte sem dificuldades, após recuperar o pássaro de Legolas. Enquanto os heróis ainda revistavam os inimigos derrotados, todos distraídos e sem suas armas à mão, Nailo agiu novamente com imprudência e irresponsabilidade, abrindo a porta que conduzia adiante e revelando os segredos que ela ocultava até o momento.

Capítulo 73 - A um passo do abismo

Ao ver seu amigo ferido, Legolas correu para socorrê-lo. Posicionando-se entre Nailo e os orcs, o elfo sacou seu arco e apontou-o na direção dos inimigos, aguardando o melhor momento para atacá-los. Lucano seguiu seu companheiro, e os dois pararam lado a lado, dando cobertura aos seus amigos que chegavam para combater os monstros.
Entretanto, apesar de serem apenas dois, derrotar aqueles orcs não seria tarefa fácil, pois além de estarem a vários metros de distância, do outro lado do precipício, os dois ainda contavam com a proteção dos pilares de rocha que os tornavam alvos difíceis de serem atingidos à distância. Era preciso encontrar uma forma de combatê-los corpo a corpo para equilibrar a batalha. E a única forma de fazer isso, era atravessando a ponte.
Nailo correu até a ponte de cordas, tentando atravessá-la rapidamente. Entretanto, a ponte construída e projetada pelos orcs, não tinha a menor estabilidade, e jogava de um lado para o outro como um pêndulo. Por pouco o ranger não despencou no abismo e se viu forçado a parar logo no início da passagem, tentando se segurar como podia.
Nailo estava vulnerável, enquanto tentava se manter em pé sobre a ponte, um alvo fácil para os inimigos que não desperdiçaram a oportunidade. As flechas orcs cruzaram o ar frio da caverna na direção do ranger indefeso. O balançar da ponte fez com que Nailo escapasse de uma das flechas, que por pouco não feriu a coruja de Legolas, no ombro do arqueiro. Porém, o segundo projétil atingiu em cheio o estômago de Nailo, que se contorceu pela dor causada pelo ferimento. A ponte balançou com mais violência, Nailo se agarrou como pode nas cordas, mas era apenas questão de tempo para que ele despencasse para a morte certa. Uma mão vinda de trás tocou o seu ombro e o puxou com força para fora da ponte. Nailo caiu sentado, a menos de um metro do abismo, e agradeceu a Sam pela ajuda.
Sairf preparou um feitiço, mas decidiu que o lançaria somente quando os inimigos abandonassem sua cobertura para atacar. Ao seu lado, Lucano e Squall se concentravam, invocando forças extra-planares para auxiliá-los na batalha. No flanco oposto, após murmurar algumas palavras mágicas, Anix apontou seus dedos na direção de um dos inimigos. Ao comando do mago, três objetos luminosos, que se pareciam com estacas de energia pura, saíram de sua mão e foram em direção ao orc. Os projéteis atingiram a cabeça e o peito do orc, que se assustou com o poder mágico de Anix. Enquanto o orc sangrava, os heróis olhavam com espanto para Anix, pois notaram que ele havia ficado mais poderoso. Eles também estavam mais fortes, mas não haviam se dado conta disso. As duras batalhas que haviam enfrentado nos últimos tempos, todas as dificuldades passadas por eles, haviam servido de treinamento, aumentando suas habilidades. Inspirados pelo poder de Anix, os heróis passaram para a ofensiva, pressionando os inimigos com toda sua força.
Legolas foi o primeiro, lançando uma flecha certeira no pescoço do outro adversário. Usando sua técnica secreta, a Flecha Infalível, Legolas causou grande prejuízo ao monstro, que se viu forçado a repensar sua estratégia. Se é que aquelas criaturas estúpidas e imundas possuíam alguma.
O alvo da flecha infalível desapareceu atrás do pilar. Nenhum dos aventureiros era capaz de localizá-lo atrás da coluna que sustentava o teto. Enquanto ele se comunicava com seu companheiro, Nailo tentava, sem sucesso, atingi-los com sua besta mágica, que havia encontrado no navio afundado, meses atrás.
Atendendo a uma ordem dada por seu companheiro, e que somente os orcs podiam entender, o monstro alvejado pela magia de Anix saiu de sua cobertura com o arco preparado para atacar os heróis. Sairf, que estava à espera de uma oportunidade assim, evocou a energia do elemento água e de sua mão direita um jato de ar congelado partiu em direção ao orc. O monstro se desviou rapidamente, e o pilar que lhe protegia ficou congelado diante de seus olhos. Assustado com o poder de Sairf, a criatura se virou rapidamente em sua direção, disparando a flecha que estava no arco. Sairf tentou se virar para escapar do ataque, mas o projétil atravessou sua boca, arrancando-lhe dois de seus molares. O mago da água cuspiu uma bola de sangue no chão, e viu, na poça que se formou, dois de seus preciosos dentes. Sairf se enfureceu, e gritou de dor e de ódio pela perda que havia sofrido.
Mas os inimigos não tiveram tempo para comemorar a desgraça de Sairf. Do outro lado do abismo, dois discos luminosos, brilhantes como o próprio sol, começaram a se formar. Os objetos foram crescendo cada vez mais, até se tornarem dois enormes portais dimensionais. De dentro deles, a ajuda convocada por Squall e Lucano surgiu na forma de um vaga-lume gigante e uma monstruosa centopéia, tão grande quanto um ser humano. Sob o comando daqueles que os haviam evocado, as criaturas atacaram os orcs.
Enquanto seu vaga-lume lutava contra o inimigo, Squall aproveitou a distração do mesmo e, a exemplo de Anix, lançou dois projéteis mágicos contra o orc. A magia explodiu no rosto do inimigo, destruindo-lhe o maxilar inferior. No outro pilar, a centopéia gigante enfrentava o segundo orc, que passou a lutar com uma grande espada, que refletia a luz dos fogareiros.
Os orcs se debatiam contra os animais invocados quando Anix correu até o centro do patamar onde seu grupo se encontrava e apontou para um dos pilares. Num rápido bater de asas, Heart of Dark saltou do ombro de seu mestre e foi em direção ao pilar indicado. O falcão se desviou dos ataques do orc que se escondia atrás da coluna e o feriu com suas garras afiadas. O mostro gritou de dor, mostrando que havia sido atingido. Legolas aproveitou o momento de distração do adversário e avançou até o meio da ponte de cordas. O balanço do objeto obrigou-o a parar e esperar que ela se estabilizasse. Enquanto a ponte chacoalhava e rangia como uma porta emperrada, os heróis se preparavam para a investida. Lucano usou pediu proteção a sua deusa e um escudo mágico se formou à sua frente. Ao seu lado, Sam preparava sua besta para dar cobertura ao amigo em situação de risco sobre o abismo. Enquanto isso, Nailo amarrava uma corda de segurança na sua cintura, prendendo a outra ponta no pilar que sustentava a ponte. Sairf estava concentrado, invocando um de seus feitiços.
O corpo do mago, e o de seu familiar que estava sobre seu ombro emanaram um brilho prateado. A coruja alçou vôo e atravessou o abismo em alta velocidade, desaparecendo atrás do pilar da direita. Foi possível ouvi-lo gritando novamente, ao ser atingido pelo animal de Sairf. Entretanto, a criatura não se movia, permanecia oculto atrás da formação rochosa, como se aguardasse alguma coisa, enquanto o seu companheiro atacava constantemente os heróis.
Segurando uma folha velha e desgastada pelo tempo, Squall pronunciou algumas palavras mágicas. Apontou sua mão direita para o orc que estava visível, e duas estacas de energia cortaram o ar em direção ao orc. A criatura caiu morta logo que foi atingida pelo primeiro projétil. O segundo míssil mágico se chocou contra a parede, criando uma pequena cratera na mesma.

agosto 09, 2005

Capítulo 72 - O portão finalmente é aberto

O sol forte já brilhava no centro do céu quando os outros começaram a subir pela corda. O primeiro foi Nailo, teimoso e egoísta como sempre, subiu com sua mochila, passando à frente de seus amigos. Ao penetrar pela seteira, sua primeira reação foi pilhar o corpo de um dos orcs e retirar tudo o que ele tinha de valor. Após o saque, o ranger seguiu pela direita, descendo o lance de escadas. Atravessou todo o corredor que rumava na direção do portão, até desaparecer da visão de Lucano. No fim do corredor, Nailo encontrou uma porta de pedra, sem trancas, com apenas uma única alça de pedra, esculpida na própria porta. Nailo puxou a porta, abrindo-a, e saiu numa câmara muito grande e assustadora. O ranger penetrou na câmara lentamente, enquanto Lucano dava nós na corda para auxiliar a subida de seus companheiros. À esquerda do ranger estava um precipício de profundidade incalculável. Do outro lado do abismo, cerca de dez metros à frente, havia um outro patamar de rocha. Sobre ele, dois fogareiros, diante de duas enormes colunas de rocha bruta, forneciam uma fraca luminosidade ao ambiente. Para atravessar o fosso, havia apenas uma ponte rústica de cordas e tábuas que não inspirava a menor segurança. No fundo da câmara, diante da ponte, havia outra porta de pedra, fechada e semi-oculta pela escuridão. À esquerda de Nailo estava o portão que dava acesso ao complexo. Ao som da água que gotejava das estalactites do teto, Nailo removeu a pesada tora de madeira que bloqueava a porta, enquanto Lucano, Legolas e Sairf chegavam à câmara pelo mesmo caminho percorrido pelo ranger. Lá fora, Anix, Sam, Squall e Loand aguardavam ansiosos pela abertura do portão, trazendo consigo o equipamento dos que haviam entrado na seteira.
Lucano se deparou com a porta no final do corredor, que havia sido fechada por Nailo. Sem saber o que havia por trás dela, o clérigo começou a abri-la lentamente, já com a espada preparada para atacar. Nailo percebeu a aproximação de seu amigo e quis assustá-lo. O servo de Allihanna, que mais parecia um devoto de Hynnin, o deus dos ladrões, emitiu um uivo, imitando um lobo, para assustar Lucano e os outros. Novamente, a estupidez de Nailo provou-se prejudicial a todos. Com o som do uivo, Nailo fez com que Lucano recuasse. Do outro lado do portão, Anix também recuou, puxando Sam pela camisa. O lobo Relâmpago era o único que sabia quem era o responsável pelo uivo. Dentro da montanha, do outro lado do abismo, outras duas criaturas também ouviram o uivo, e despertaram com ele.
De repente, o uivo se transformou em um grito de dor a agonia. Os heróis reconheceram a voz de Nailo, quando este gritou e praguejou, ao ser atingido por alguma coisa. Ele olhou para trás e viu duas flechas, cravadas em suas costas provocando a saída de seu sangue. Do outro lado do precipício, Nailo viu a figura de dois orcs, protegidos pelos pilares de pedra, apontando seus arcos em sua direção. Os dois orcs, responsáveis pela guarda da porta que dava acesso ao interior da montanha, dormiam atrás dos pilares, negligenciando sua função. Se não fosse pela irresponsabilidade de Nailo, talvez eles jamais tivessem acordado novamente. Entretanto, o ato inconseqüente do ranger não só despertou os inimigos, como também fez com que ele sentisse na pele os efeitos de sua imprudência. Nailo viu-se indefeso por alguns instantes, até que a porta do corredor por onde ele havia passado se abriu e de trás dela surgiram Legolas, Lucano e Sairf. O ranger sentiu algo o empurrando por trás, quebrando as pontas das flechas e arrancando-lhe um gemido abafado. Era Sam, que empurrava o portão para dentro, para que ele e os demais pudessem ajudar seu amigo em perigo. O grupo todo se reuniu novamente, em mais uma batalha sangrenta.

agosto 08, 2005

Capítulo 71 - Entrando ao estilo ladino

Após uma breve retomada de fôlego, todos se puseram a encontrar uma maneira de atravessar o imenso portão que os separava da caverna. Uma verdadeira parede móvel os impedia de penetrar no covil dos orcs. O portão, esculpido na rocha bruta, media quase três metros de largura e a mesma medida de altura. Adornado com inúmeras figuras de anões retratados em cenas épicas de combate, revelava que o local outrora pertencera aos anões e fora, posteriormente, invadido e tomados pelos desprezíveis e repugnantes orcs.
Diante da porta, Squall observava, atento, cada detalhe da intrincada fechadura. Um complexo sistema de trancas e travas, que somente poderiam ser compreendidos por um especialista, provava toda a engenhosidade e capacidade de seus construtores. Pelo orifício, Squall pode ver que algo travava as duas metades do portão, impedindo-o de ser aberto à força bruta. Tratava-se de um objeto de madeira, possivelmente uma tábua grossa ou uma viga. Em qualquer uma das hipóteses, a idéia de arrombar aquele portão estava descartada.
Buscando uma outra entrada, Nailo e Legolas decidiram estudar as seteiras por onde os inimigos lançavam suas flechas contra eles. De um lado, Nailo usava o equipamento de escalada que havia comprado no caminho para Tollon, para tentar escalar o paredão de pedra. Do outro lado, Legolas mirava a abertura na parede com seu arco. Na ponta da flecha do arqueiro, um arpéu, que eles haviam recebido há muito tempo atrás de seu amigo Batloc, seria a esperança para a salvação de Liodriel.
Após algumas tentativas, Legolas finalmente obteve sucesso. A flecha penetrou pela seteira, após se ricochetear em suas bordas, e desapareceu da visão de todos. Pelo som produzido, foi possível perceber que o arpéu havia se chocado com algum objeto macio, possivelmente o corpo de um dos inimigos abatidos pelo grupo. Legolas começou a puxar a corda amarrada no arpéu, lentamente, como já havia feito nas outras tentativas, e sentiu que havia algo sendo arrastado. Subitamente, o gancho se soltou daquilo que o prendia, para depois se chocar contra algo sólido. A corda parou de se mover e, num forte puxão, o arqueiro confirmou o que estava desejando, o gancho estava preso.
Com a corda presa no alto da parede de pedra, Legolas iniciou a escalada. Entretanto, o peso da mochila o impedia de transpor os cerca de cinco metros que o separava da entrada. Enquanto Legolas, já de volta ao chão, tentava reduzir seu peso, era a vez de Sairf e Lucano tentarem vencer o paredão. Da mesma forma que seu amigo elfo, Sairf não conseguiu avançar além de alguns poucos centímetros. Lucano entretanto teve mais sorte e, apesar de carregar sua mochila com todo seu equipamento, conseguiu subir até a abertura na parede.
Lá em cima, pendurado apenas por uma mão, o clérigo conseguiu soltar uma das alças da mochila de seu corpo. Lucano trocou a mão de apoio e terminou de soltar a mochila que despencou e foi habilmente aparada por Legolas. Reunindo todas as suas forças, Lucano suspendeu seu corpo até a altura da seteira e começou a se arrastar para dentro da montanha. A abertura era extremante pequena, não tinha mais do que vinte centímetros de largura e uns sessenta de altura, o que obrigava Lucano a passar seu corpo deitado de lado. O pobre elfo ficou preso na abertura, sofrendo várias contusões. Após muito esforço, ele conseguiu finalmente se soltar e entrar. Seu corpo escorregou para dentro da câmara e, guiado pelos reflexos, Lucano evitou chocar seu rosto no chão. Apoiando as mãos no chão, ele deu uma cambalhota e caiu, agachado, dentro do caverna.
Lá dentro, em um espaço quadrado com pouco mais de dois metros quadrados, ele encontrou o corpo de um dos orcs derrotados. À sua esquerda, havia um longo e estreito corredor que seguia uns dez metros à frente e terminava abruptamente. Nas paredes do corredor, três aberturas permitiam a entrada da luz externa, iluminando um ambiente completamente imundo. Entulho, restos de fogueira, urina e fezes de ratos, ossos e outros tipos de lixo se espalhavam por todo o chão, demonstrando o descuido dos orcs com a higiene. O cheiro de podridão tomava conta do sensível nariz élfico de Lucano, deixando-o nauseado. Abaixo de cada uma das seteiras, jaziam os corpos dos orcs mortos em combate. Lucano olhou para sua direita, e viu um outro corredor, que seguia uns três ou quatro metros, descendo um curto lance de escadas e depois virara para a direita, seguindo em direção ao portão que eles precisavam abrir. Sacando sua espada, Lucano aplicou o golpe final nos orcs que ainda respiravam e, ao sentir que o local estava seguro, deu o sinal para que seus companheiros o acompanhassem.

agosto 05, 2005

Invadindo a Forja da Fúria



A partir de semana que vem as férias terminam, e os heróis retomarão suas atividades normais. Não deixe de acompanhar as aventuras de Legolas, Sairf, Anix, Nailo, Lucano, Squall, Loand e Sam dentro do salão do esplendor, em busca da bela Liodriel e dos outros aldeões desaparecidos.