agosto 09, 2005

Capítulo 72 - O portão finalmente é aberto

O sol forte já brilhava no centro do céu quando os outros começaram a subir pela corda. O primeiro foi Nailo, teimoso e egoísta como sempre, subiu com sua mochila, passando à frente de seus amigos. Ao penetrar pela seteira, sua primeira reação foi pilhar o corpo de um dos orcs e retirar tudo o que ele tinha de valor. Após o saque, o ranger seguiu pela direita, descendo o lance de escadas. Atravessou todo o corredor que rumava na direção do portão, até desaparecer da visão de Lucano. No fim do corredor, Nailo encontrou uma porta de pedra, sem trancas, com apenas uma única alça de pedra, esculpida na própria porta. Nailo puxou a porta, abrindo-a, e saiu numa câmara muito grande e assustadora. O ranger penetrou na câmara lentamente, enquanto Lucano dava nós na corda para auxiliar a subida de seus companheiros. À esquerda do ranger estava um precipício de profundidade incalculável. Do outro lado do abismo, cerca de dez metros à frente, havia um outro patamar de rocha. Sobre ele, dois fogareiros, diante de duas enormes colunas de rocha bruta, forneciam uma fraca luminosidade ao ambiente. Para atravessar o fosso, havia apenas uma ponte rústica de cordas e tábuas que não inspirava a menor segurança. No fundo da câmara, diante da ponte, havia outra porta de pedra, fechada e semi-oculta pela escuridão. À esquerda de Nailo estava o portão que dava acesso ao complexo. Ao som da água que gotejava das estalactites do teto, Nailo removeu a pesada tora de madeira que bloqueava a porta, enquanto Lucano, Legolas e Sairf chegavam à câmara pelo mesmo caminho percorrido pelo ranger. Lá fora, Anix, Sam, Squall e Loand aguardavam ansiosos pela abertura do portão, trazendo consigo o equipamento dos que haviam entrado na seteira.
Lucano se deparou com a porta no final do corredor, que havia sido fechada por Nailo. Sem saber o que havia por trás dela, o clérigo começou a abri-la lentamente, já com a espada preparada para atacar. Nailo percebeu a aproximação de seu amigo e quis assustá-lo. O servo de Allihanna, que mais parecia um devoto de Hynnin, o deus dos ladrões, emitiu um uivo, imitando um lobo, para assustar Lucano e os outros. Novamente, a estupidez de Nailo provou-se prejudicial a todos. Com o som do uivo, Nailo fez com que Lucano recuasse. Do outro lado do portão, Anix também recuou, puxando Sam pela camisa. O lobo Relâmpago era o único que sabia quem era o responsável pelo uivo. Dentro da montanha, do outro lado do abismo, outras duas criaturas também ouviram o uivo, e despertaram com ele.
De repente, o uivo se transformou em um grito de dor a agonia. Os heróis reconheceram a voz de Nailo, quando este gritou e praguejou, ao ser atingido por alguma coisa. Ele olhou para trás e viu duas flechas, cravadas em suas costas provocando a saída de seu sangue. Do outro lado do precipício, Nailo viu a figura de dois orcs, protegidos pelos pilares de pedra, apontando seus arcos em sua direção. Os dois orcs, responsáveis pela guarda da porta que dava acesso ao interior da montanha, dormiam atrás dos pilares, negligenciando sua função. Se não fosse pela irresponsabilidade de Nailo, talvez eles jamais tivessem acordado novamente. Entretanto, o ato inconseqüente do ranger não só despertou os inimigos, como também fez com que ele sentisse na pele os efeitos de sua imprudência. Nailo viu-se indefeso por alguns instantes, até que a porta do corredor por onde ele havia passado se abriu e de trás dela surgiram Legolas, Lucano e Sairf. O ranger sentiu algo o empurrando por trás, quebrando as pontas das flechas e arrancando-lhe um gemido abafado. Era Sam, que empurrava o portão para dentro, para que ele e os demais pudessem ajudar seu amigo em perigo. O grupo todo se reuniu novamente, em mais uma batalha sangrenta.

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