agosto 31, 2005

Capítulo 83 - Camponeses libertos

O décimo primeiro dia de Luvitas se iniciou como todo Aztag deveria ser, um dia preguiçoso e de difícil despertar. Principalmente porque o dia anterior havia sido uma verdadeira tormenta para todos. Batalhas mortais, perigo por todo lado, orcs malévolos espalhados em cada canto daquele complexo de túneis. Era uma manhã fria, típica de inverno, mas as chamas do fogareiro aqueciam todos dentro da sala, apesar da fumaça incômoda. Após o sonho, os heróis só tinham não tinham dúvidas do que fazer.
_ Courana, Geradil! Preparem suas coisas, vocês vão embora! – Legolas falava com seriedade e rudeza.
_ Mas por que, senhor Legolas? O que aconteceu, por que o senhor mudou de idéia? – perguntaram, espantados com a decisão, os dois plebeus.
_ Vocês não podem ficar aqui com a gente! É perigoso demais! Vocês podem morrer! E tenho medo de que até mesmo nós percamos a vida nesta jornada! Não quero que vocês morram também!
_ Mas e os orcs lá fora? E se eles nos pegarem?
_ E o que vocês preferem? Morrer aqui dentro, ou morrer lá fora tentando ir para casa? Lá fora vocês tem ao menos alguma chance de se salvar!
A última frase de Legolas deixou todos calados e pensativos. Os dois plebeus concordaram em partir e começaram a se arrumar para ir embora.
_ Tomem isso, para vocês se alimentarem! Isso é uma fruta mágica que alimenta tanto quanto uma refeição completa! Fiquem com isso também! Essa jóia deve valer alguns Tibares. Usem-na para diminuir os prejuízos que os orcs lhes causaram! – enquanto falava com docilidade, Sairf presenteou os dois rapazes com a fruta que havia ganhado de Enola, e com um rubi que havia encontrado no corpo de um dos orcs morto por eles.
_ Levem isso também, caso precisem de dinheiro durante sua viagem! – a exemplo de seu amigo, Anix deu aos jovens uma bolsa com vários Tibares de ouro.
Os dois agradeceram muito a toda ajuda recebida e se despediram dos heróis, prometendo que iriam até Follen avisar aos moradores de Darkwood que os heróis estavam bem, conforme pedido de Nailo.
Ficou decidido que Legolas, Sam e Squall escoltariam os dois até a saída da montanha, enquanto os demais ficariam concentrados na preparação de seus corpos e mentes para utilizarem suas magias no dia que começava. Nailo e Loand ficaram responsáveis pela segurança de Lucano, Sairf e Anix, que necessitavam de mais tempo meditando. Caso Algum outro orc surgisse para atacá-los, o ranger e o paladino se encarregariam de defender seus amigos.
Os três heróis, acompanhados dos dois camponeses, fizeram todo o caminho de volta até chegarem à ponte de cordas, na entrada da montanha. Sam cortou cerca de um metro da corda emprestada por Nailo e, com a ajuda de seus amigos, consertou a parte danificada da ponte. Depois amarrou uma ponta da corda no pilar que sustentava a ponte e a outra ponta na cintura de Legolas, que iniciou imediatamente a travessia. Sem a ameaça dos orcs, o elfo não teve dificuldades para chegar ao outro lado em segurança. Assim, um a um, os jovens atravessaram o abismo. O último a passar foi Sam, que após a travessia, deixou a corda presa por um laço no pilar do lado da saída.
Todos juntos abriram os pesados portões de pedra que os separavam do mundo exterior. O sol raiava por trás das árvores naquela manhã fria e calma. A Runa de Gor de Sam marcava exatamente sete horas da manhã quando o grupo chegou ao exterior da montanha. Cautelosamente, todos desceram a encosta, tomando o cuidado de se esconderem entre as árvores para não serem vistos por ninguém. Então chegaram ao local onde estavam os cavalos.
Os animais já haviam se dispersado, e foi preciso gastar alguns minutos para reuni-los novamente. Courana e Geradil montaram no cavalo de Sairf, que o mago havia gentilmente cedido para a fuga dos dois camponeses. Com os olhos cheios de felicidade e gratidão, os dois se despediram e seguiram pela estrada até desaparecerem da visão de Legolas. Era possível ouvir o som dos cascos do cavalo ficando cada vez mais distante, até sumir por completo.
Após alimentar os animais e constatar que todos estavam bem, Sam pegou um frasco de óleo no cavalo de Nailo, como o ranger havia pedido. Todos os três retornaram para a montanha em segurança, após Legolas constatar que não havia nenhuma ameaça nas redondezas.
Ao passarem pelo portão da montanha, decidiram trancá-lo, para evitar que os orcs que estavam na mata pudessem entrar e surpreendê-los. O enorme portão foi fechado, e trancado com uma sólida viga de madeira, que era utilizada pelos orcs para o mesmo fim.
De volta à ponte, Legolas e Squall foram os primeiros a atravessar. Sam amarrou a corda de Legolas na ponte e os dois passaram para o outro lado, onde recolheram a corda. Sam se amarrou na corda que haviam usado antes e atravessou o abismo sem problemas. Do outro lado, os três enrolaram as duas cordas, e rumaram para junto de seus companheiros.

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