agosto 29, 2005

Capítulo 82 - Anões

Todos se acomodaram na apertada sala, dividindo o espaço com toda a sujeira e mobília dos orcs. A carne, assada deixada pelos orc, era como uma benção para aqueles jovens. O grupo se fartou com aquela refeição enquanto faziam curativos em seus ferimentos. Sam dedilhava seu alaúde, tirando uma doce melodia ora interrompida por algumas notas agudas e distorcidas, ora pelo silêncio quando algum ruído vindo de fora os fazia calar. Após algumas horas, todos adormeceram, um sono inicialmente leve mas que foi se tornando cada vez mais pesado, até que todos estivessem num profundo sono. Durante o sono, suas mentes novamente se conectaram, e eles voltaram a sonhar o mesmo sonho todos juntos, uma nova visão.
Os heróis se viram no salão onde tinham lutado com os orcs. Seus pés não tocavam o chão, e todos possuíam uma aparência translúcida e fantasmagórica. Os dois prisioneiros, Courana e Geradil, não estavam junto com eles. Com grande velocidade, todos começaram a descer em direção ao piso e, quando iam chocar-se contra ele, atravessaram-no como fantasmas. Desceram incontáveis metros, através de camadas de rocha e terra, até chegarem em uma gigantesca caverna cujas paredes brilhavam como se estivessem cobertas de cristais. Seus corpos se moveram, flutuando poucos centímetros acima do solo, e independente de suas vontades. Os heróis atravessaram as paredes da caverna e pararam por uma ligeira fração de segundo em uma câmara onde eram observados por numerosos anões de aparência nobre, que vestiam armaduras brilhantes e portavam armas exuberantes. Sem poder dizer qualquer coisa, ou sequer se mover, os heróis continuaram se movendo através de incontáveis paredes e cavernas com tal rapidez que não os permitia distinguir os detalhes na escuridão. Então eles novamente pararam, desta vez diante de uma resistente porta feita de ferro maciço. Não havia dobradiças à mostra que pudessem ser desmontadas. Grossos rebites eram visíveis por toda a extensão e marcas rúnicas feitas por anões podiam ser vistas no centro da porta. Não tinha mais que um metro e meio de altura, e estava firmemente cravada na entrada de uma caverna de rocha sólida. Do outro lado da porta, era possível ouvir o som de martelos sendo batidos sobre aço, numa sinfonia compassada e agradável. Os heróis se afastaram da porta tão veloz quanto haviam chegado. Passaram por mais paredes e câmaras, até que chegaram em um lugar com muita água corrente. Antes que pudessem prestar atenção em qualquer detalhe, desceram por um grande buraco no chão, até chegarem a um terceiro nível de túneis na montanha.
Saíram em um salão onde a água despencava do teto formando uma volumosa e barulhenta cascata. Havia à frente do grupo paredes feitas de blocos de pedra cuidadosamente empilhados uns sobre os outros, e portas que davam acesso às câmaras adiante. O grupo atravessou as paredes, portas e salas, percorrendo várias câmaras com caixas e sacas empilhadas como um grande depósito. Chegaram a um corredor estreito e o atravessaram até a ultima sala. Dentro da sala, uma mulher anã, de longos cabelos ruivos, vestindo uma armadura de metal brilhante, trazia as mãos cruzadas sobre o peito. A mulher emanada uma tênue aura de paz que era percebida por todos. Apesar da aura que tranqüilizava os presentes, os olhos da anã mostravam dor e tristeza. Delicadamente, ela estendeu as mãos aos jovens heróis e, como se entregasse um presente a um velho e querido amigo, exibiu uma grande chave de metal, toda trabalhada e decorada com runas anãs. Os heróis despertaram repentinamente, assustados e emocionados ao mesmo tempo. Se entreolharam rapidamente, sem que nenhuma palavra precisasse ser dita. Todos sabiam no que cada um dos seus companheiros estava pensando. Courana e Geradil acordaram em seguida, sem suspeitar de nada, nem entender a o porque da agitação de seus salvadores. Os aventureiros começaram os preparativos para retomar a jornada com uma coisa em mente, libertar os dois agricultores.

Um comentário:

  1. Anônimo11:41 AM

    NOSSA O DESENHO DO CIDÃO FICOU MUITO SHOW, LEMBRA QUE MENCIONEI QUE FALTAVA OS DESENHOS DAS BATALHAS ESTE REFLETIU MUITO BEM GOSTEI... ABRAÇO. RODRIGO.

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