agosto 31, 2005

Capítulo 84 - Chamas na escuridão - A armadilha

Lucano, Anix e Sairf já haviam concluído a preparação de suas magias quando os outros três retornaram ao abrigo. Legolas se sentou para fazer o desjejum e para orar à deusa dos elfos para pedir proteção para ele e seus amigos. Anix ficou junto de seu amigo, fazendo-lhe companhia enquanto também fazia suas orações.
Fora da sala, Squall, assim como seus amigos, desejavam saber o que havia atrás da porta na extremidade oposta do salão. Em grupo, todos se aproximaram lentamente da porta. Uma pequena porta de pedra, com a figura de um anão muito zangado adornando-a em alto relevo. Prepararam-se com suas armas e magias, caso atrás da porta existisse alguma fera que pudesse atacá-los. Nailo ficou diante da porta, segurou com força a alça de rocha que servia de maçaneta e a empurrou, abrindo a porta.
Com o abrir da porta, das paredes em volta saíram compridas labaredas de fogo, atingindo todos os heróis. Sob o calor intenso, Sam e Lucano gritaram para Nailo fechar a porta. Instintivamente, o ranger já a puxava de volta quando foi alertado pelos amigos. A porta se fechou e as chamas que queimavam a carne dos heróis se extinguiram tão rápido quanto surgiram. Nailo, Sam e Lucano apagaram com as mãos os pequenos focos de incêndio que haviam sobrado em suas roupas. Olharam em volta, pois seus dois companheiros Squall e Sairf permaneciam calados apesar do acontecido. Estavam caídos, inconscientes e seriamente feridos.
Sam agiu mais rápido que o pensamento. Desceu sua mochila ao chão e de dentro dela retirou dois frascos com um líquido de cor verde escura. Rapidamente, o bardo jogou o conteúdo de um dos frascos na boca de Squall. Nailo pegou o outro vidro e correu para socorrer Sairf. Lucano, neste instante, preocupava-se mais em curar seus próprios ferimentos com sua mágica. Os dois conjuradores recobraram a consciência, muito fracos ainda e tomaram de suas próprias poções para curar as queimaduras restantes. Legolas e Anix, atraídos pelo barulho no corredor, interromperam suas preces para ver o que estava acontecendo. Chegando ao salão, viram o estado de seus companheiros e finalmente entenderam o motivo da morte dos orcs cujos corpos jaziam no salão quando ali chegaram no dia anterior.
A porta era, na verdade, uma armadilha mortal, preparada pelos anões do salão do esplendor há muitos anos atrás. Sam e nailo criaram uma estratégia para superar a engenhosidade dos anões. Nailo abriria a porta sozinho, e entraria rapidamente na sala além dela. Se algo desse errado, Sam fecharia a porta através de uma corda amarrada na maçaneta, desativando assim o mecanismo da armadilha. Para que a corda não entrasse em combustão, Nailo a molhou no poço abandonado. Além disso, com panos umedecidos e pedaços de madeira, Nailo se encarregou de fechar cada um dos buracos por onde as labaredas saiam. Com todos os preparativos terminados, Nailo foi até a porta e a abriu.
Dos furos na parede, ao invés de chamas, somente um tipo de gás fétido saiu, superando todos os sortilégios de Nailo. O ranger terminou de abrir a porta, revelando uma pequena sala com dois barris de cobre, já sem brilho, em seu interior. Presos à porta por cordas, dois contra-pesos faziam o sistema funcionar, além de fecharem a porta após um tempo pré-determinado para reativar a armadilha. Legolas entrou atrás de Nailo e cortou as cordas, desativando o sistema. Anix veio logo em seguida e, junto com Nailo, buscava entender o mecanismo daquela armadilha.
No fundo de cada barril, havia um pouco de líquido, transparente e de cheiro forte e irritante. Nailo sabia que o líquido deveria ser fogo-grego, mas não entendia como ele não se incendiava dentro dos barris, apesar de estar em contato com o ar. Então, usando seus conhecimentos alquímicos, Anix concluiu que os dois líquidos separados não se incendiavam, mas quando misturados transformavam-se no perigoso líquido incendiário.
O mago tentou misturar os dois líquidos sem que eles incendiassem, mas ao menor contato entre os dois, houve uma pequena explosão que arruinou os planos de Anix. Sem outra opção, ele e Nailo usaram os frascos em que guardavam poções mágicas para recolher os líquidos separadamente. Assim, eles conseguiram reunir material suficiente para produzir seis frascos de fogo grego.
Os dois ainda encontraram pequenos tubos de cobre que saiam de trás dos barris e penetravam na parede. Nailo destruiu os tubos, de forma que a armadilha nunca mais fosse acionada por ninguém. Enquanto isso, lá fora no salão, os outros discutiam sobre qual caminho tomariam a seguir.

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