agosto 18, 2005

Capítulo 78 - Encontros e desencontros

O numeroso grupo seguiu pelo túnel que Legolas e Sairf haviam começado a explorar. Era uma passagem natural estreita e baixa em relação à câmara anterior que seguia em direção ao norte serpenteando por dentro da montanha. Depois de caminharem alguns metros todos alinhados numa longa fila, os exploradores chegaram a uma nova câmara grande e irregular como a anterior. As paredes, compostas em sua maioria por paredes naturais, preservavam a beleza original da caverna. A câmara se estendia à direita além da visão dos heróis, desaparecendo nas trevas. A poucos metros deles havia mais caixas como as já encontradas anteriormente, e também sacas de grãos e farinha. À esquerda, a câmara se abria em um corredor que seguia em duas direções opostas, para leste e oeste. O corredor tinha paredes retas e bem trabalhadas, levando a entender que ele havia sido esculpido e que não era uma formação natural. Os aventureiros pararam por alguns instantes naquele local, tentando discernir alguma coisa no meio da escuridão, analisando cada detalhe possível de ser observado. O tempo que ficaram ali parados foi suficiente para que Ho-oh retornasse para junto de seu mestre. Conversando com seu familiar em uma língua particular dos dois, Sairf obteve a informação que desejava e a comunicou aos demais: os cavalos estavam seguros.
Então, a chama de uma tocha chamou a atenção de todos. A muitos metros dali, no extremo oposto da caverna, uma criatura caminhava na direção dos heróis, carregando uma tocha nas mãos. Rapidamente todos se agruparam e prepararam suas armas para o combate.

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Nailo, irritado com toda aquela conversa com os dois prisioneiros, desejava sair dali o mais rápido possível. Tinha em mente os tesouros que poderia encontrar naquela montanha, tal qual Sam descrevera, e desejava chegar a eles antes de todos para garantir para si a melhor parte. Sem poder controlar a própria ansiedade, seguiu pelo túnel mais distante do lado esquerdo da caverna. Carregando sua espada numa mão, e uma tocha na outra, Nailo atravessou o túnel acompanhado de Relâmpago até chegar em uma nova caverna muito grande. Seus olhos élficos não conseguiam ver toda a extensão do lugar, tudo o que ele podia ver era um amontoado de caixas e sacos à sua esquerda, a poucos passos da saída da passagem. Diante dele, alguns metros à frente, havia um outro amontoado de caixotes que bloqueavam a entrada de um túnel, do qual somente uma pequena parte era visível. À sua direita existia uma mureta de blocos de pedra cuidadosamente empilhados de forma que cercassem um círculo de quase três metros de diâmetro.
Nailo penetrou na câmara lentamente, e foi até as caixas mais próximas. Lá, encontrou mais suprimentos provavelmente roubados pelos orcs de algum viajante desavisado. Havia pás, picaretas, martelos, pregos, enxadas, barris de óleo, de água, sacas de trigo, milho, farinha entre outras coisas. Nailo revirou sua mochila até que encontrou um jarro de cerâmica que havia comprado durante a viagem para Tollon. Encheu o jarro com óleo e o guardou para usá-lo mais tarde caso necessário.
Subitamente algo chamou sua atenção. Relâmpago começou a rosnar em direção ao fundo da caverna e Nailo viu várias criaturas saindo de uma caverna na lateral. As criaturas carregavam duas tochas consigo e ao ver o ranger, se posicionaram de forma ameaçadora. Nailo se preparou para combater os inimigos, mas o vôo de um pássaro lhe fez entender o que acontecia ali. As criaturas na verdade eram Legolas e os outros, que haviam chegado à mesma câmara que Nailo por outro caminho. O vôo da coruja de Sairf, no instante que ela retornava da superfície, impediu que os heróis se atacassem entre si. Com a confusão desfeita, Nailo se virou e seguiu em direção à mureta de pedra.
O lobo seguiu seu mestre, e todos os outros o reconheceram. Rapidamente, todo o grupo avançou pela caverna, indo se juntar ao ranger.
Todos chegaram até a mureta circular, e descobriram tratar-se de um poço há muito abandonado e sem uso. Dentro dele havia uma água turva e mal cheirosa que despertou a curiosidade de Anix. Com as mãos em formato de concha, o elfo apanhou um pouco do estranho líquido e o colocou na boca. Legolas tentou impedi-lo mas já era tarde para isso. O gosto amargo como fel obrigou Anix a cuspir tudo de volta, quase vomitando o seu almoço. Todos riram do mago e continuaram a exploração, indo até o outro grupo de caixas e suprimentos que bloqueava um outro túnel, onde Nailo já trabalhava na remoção da barreira.

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