agosto 19, 2005

Capítulo 79 - Sede de sangue

Os jovens levaram cerca de vinte minutos removendo os objetos que bloqueavam a entrada do túnel. Mesmo com a ajuda de Courana e Geradil, o trabalho era penoso e lento. Assim que o caminho foi liberado, Nailo e Squall correram pelo túnel curvo que seguia adiante. No final do túnel havia uma grade de ferro revestida por tapumes de palha e madeira.
Em seu rompante de curiosidade, Nailo começou a retirar os tapumes que impediam a visão além do portão. Assim que o ranger abriu um buraco com tamanho suficiente, Squall colocou sua mão através da grade, com seu falcão sobre ela, e ordenou que o animal fizesse o reconhecimento do lugar. Cloud levantou vôo e percorreu todo o lugar, relatando telepaticamente tudo o que via ao seu mestre. Era um grande salão muito comprido, com uma porta em cada extremidade. No centro do salão havia uma enorme fenda no chão, com uma escada que conduzia até o andar inferior. Enquanto o pássaro vasculhava o salão, Squall e Nailo tentavam arrombar o portão, já todo descoberto. Squall chacoalhava o portão com força, tentando fazer com que a velha fechadura se rompesse. Entretanto, só o que conseguiu foi provocar um barulho ensurdecedor,que atraiu a atenção de seus companheiros, irritados com a imprudência dos dois. O barulho, entretanto, atraiu a atenção de mais alguém.
O falcão avisou seu mestre, que ouvia o som de abelhas no fundo do túnel que descia ao andar de baixo. Do subsolo, o falcão viu um bando de criaturas voando rumo à superfície. Squall ordenou que seu familiar retornasse para junto dele. Assim que o pássaro pousou no ombro de seu mestre, uma horda de criaturas aladas, que lembravam uma bizarra combinação de moscas com morcegos, surgiu da fenda no que havia no chão. Squall atirou sua tocha no centro do salão, através da grade de ferro, para poder distinguir as criaturas na escuridão. O bando se agrupou sobre a tocha, como moscas em volta de um lampião. Mas a luz das outras tochas trazidas pelos heróis chamou a atenção das criaturas, que rapidamente avançaram contra o grupo.
Nailo recuou e se protegeu atrás de uma alcova na parede. Simultaneamente, ele e Legolas dispararam seus arcos contra os monstros que se aproximavam. A flecha do ranger atravessou o corpo de uma das criaturas, que caiu no chão formando uma poça de sangue. Legolas, entretanto, atingiu uma das estalactites do teto, desperdiçando seu ataque.
Anix avançou pelo túnel, ficando ao lado de Squall na linha de frente. Lado a lado, o mago e o feiticeiro apontaram as mãos na direção do pequeno enxame, gritando as palavras de comando e disparando raios luminosos contra os insetos. Com dois mísseis, Anix arrancou a asa membranosa de um dos monstros e arrancou sua cabeça numa pequena explosão. Com o terceiro disparo Anix deixou outra criatura próxima seriamente ferida, já sem três das suas oito patas articuladas. Com seu primeiro disparo, Squall dilacerou as duas asas de outro monstro e o despedaçou com o segundo antes que a criatura atingisse o chão frio. Os dois comemoravam ainda quando um raio passou ao lado dos dois, destruindo a asa de uma das criaturas que ainda não haviam sido atingidas. Anix e Squall se assustaram e um virote de besta se espatifou no portão, entre os dois elfos. Ambos olharam para trás e viram Lucano concentrado em controlar sua espada espiritual e Sam se desculpando pelo mau tiro.
_ Cloud, ataque!!! – foi a ordem dada por Squall ao falcão em seu ombro. O pássaro voou para o salão tentando atingir um dos monstros com suas garras. Mas a criatura foi mais rápida, desviando-se da investida de Cloud. O inseto contra-atacou, perfurando o corpo do falcão com seu bico pontiagudo e prendendo-se ao seu corpo com suas oito patas articuladas. Preso pela criatura, o familiar de Squall não tinha como reagir. Seu mestre viu seu sangue sendo sugado aos poucos pelo monstro que o prendia. Squall se encheu de fúria ao ver seu querido amigo sendo sugado, mas nada pode fazer, pois, além de estar do outro lado do portão que os separava, as demais criaturas continuavam vindo atacá-los.
O bando de criaturas atravessou o portão de ferro e atacou os heróis que tentavam se defender dos inimigos. Squall e Anix tentavam derrubar os insetos gigantes, que tinham o tamanho de um gato, a tapas e socos, mas seus ataques não surtiam efeito. Duas criaturas se prenderam aos corpos do feiticeiro e do mago, e com seus enormes bicos em forma de agulha, começaram a sugar o sangue dos dois. Os dois tentavam a todo custo se soltar daqueles monstros sedentos de sangue, mas suas forças iam reduzindo pouco a pouco, à medida que seu sangue era drenado. Um pouco mais atrás, a situação também era desesperadora. Legolas e Relâmpago também se debatiam contra os insetos que os atacavam. O arqueiro batia nas criaturas com seu arco tentando afastá-la de seu corpo e sangue. Com muito sacrifício, Legolas conseguiu afastar o monstro o suficiente para disparar uma flecha mortal. O projétil atravessou a criatura e ficou cravado no teto do túnel. No chão, o corpo murcho do inseto jazia imóvel. Ao seu lado, o lobo tentava se desviar do seu inimigo até que o inseto pousou sobre seu dorso. O pequeno monstro levantou a cabeça para dar impulso ao seu agulhão para que ele pudesse penetrar fundo na carne do animal. Entretanto não teve tempo de concluir sua ação, os afiados dentes de Relâmpago o alcançaram antes que seu ferrão atingisse seu objetivo e estraçalharam a criatura em vários pedaços.
Nailo e Sairf, estavam desesperados para ajudar seus amigos. Heroicamente, Nailo atingiu com uma flecha o inseto que sugava a vida de Anix. Assustado, o mago retirou a criatura de cima de seu peito e a atirou no chão. O sangue jorrava sem parar pelo furo aberto pelo monstro. Na ponta oposta do túnel, Sairf concentrava-se em evocar ajuda dos planos celestiais. Enquanto o mago da água recitava seu feitiço, Legolas abateu outro monstro com suas flechas, antes que ele pudesse chegar até Squall, salvando o feiticeiro de sofrer um novo ataque. Para ajudar seu amigo, Anix concentrou uma grande quantidade de energia em sua mão direita. O punho do mago brilhava e faiscava como uma nuvem de tempestade. Anix esticou a mão totalmente eletrificada na direção de Squall, para matar a criatura que o prendia. Porém, um grito vindo de trás fez Anix desistir de seu toque elétrico. Sam, atravessou o corredor correndo, armado com sua besta, indo na direção do feiticeiro.
_ Não se preocupe Squall!!! Vou acertar esse bicho com minha besta!!! – o grito do bardo ecoou pela caverna antes que ele tropeçasse na carcaça do monstro morto por Relâmpago. Sam deu ainda mais dois passos cambaleando em direção de Squall, e o atingiu no peito com o arco da besta. Squall gritou de dor. Como se não bastasse o monstro sugando seu precioso sangue, o desastrado Sam ainda o batia com a besta. Extremamente irritado, o elfo agarrou a criatura com as mãos e num rompante de fúria a arrancou de seu peito. Squall caiu de joelhos, muito enfraquecido pelo ataque do inseto. O monstro pousou sobre suas costas e voltou a picá-lo. Era possível ver o fluxo do sangue através do bico da criatura. Quando a primeira bolha de sangue foi engolida, um golpe certeiro de espada arrancou a criatura de cima de Squall, jogando-a contra a parede já sem vida. Squall agradeceu a Nailo pela ajuda, enquanto Sam se desculpava pela trapalhada cometida. O bardo se aproximou de Squall e cantarolou uma melodia curta. Ao final da canção, as feridas do feiticeiro estavam cicatrizadas. Com seu amigo salvo, e sem ter o que fazer com a eletricidade em sua mão, Anix tocou a fechadura do portão, produzindo uma grande faísca.
Enquanto isso, além do portão, O familiar de Squall travava uma batalha desigual. Quase sem sangue em seu corpo, o animal conseguiu reunir o que lhe restava de forças para se soltar do inseto. Ambos começaram a trocar golpes de garras e bicos. Parecia que o inseto venceria pelo cansaço. Os heróis tentavam ajudar de todas as formas possíveis. Legolas disparava várias flechas na criatura, mas elas apenas se perdiam na escuridão. Sairf terminou seu longo feitiço, e uma gigantesca abelha surgiu nas costas do inseto. Mesmo cercada, a criatura se esquivava de cada ataque recebido. Desesperado, Lucano tentava destruir a fechadura que barrava a passagem do grupo com o poder da sua espada espiritual, mas nem isso parecia dar certo. Então, reunindo o que lhe restava de fôlego, Squall apontou sua mão na direção do último monstro e evocou uma magia com sua voz já quase desaparecendo. Um míssil mágico certeiro perfurou o corpo da criatura, encerrando o combate. O segundo disparo atingiu a tranca sem causar grandes danos a ela. Ao menos Cloud estava a salvo.

Um comentário:

  1. Anônimo8:52 AM

    Saudações cara amigo Jefferson...
    Tudo bem contigo mestre!!!!!!
    Então vou tentar entrar todos os dias para que voce dispare no rank dos sites mais visitados!!!
    Cade os desenhos????Seria legal tu colocar os desenhos medieval ou dos malucões que promovem estes contos como desenho tema.....
    Abraços.... de Rodrigo.

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