maio 04, 2010

Capítulo 362 – Jurados de morte




_ Vamos traçar um perímetro de segurança! – ordenou Luskan para seu grupo. Rapidamente os mercenários se espalharam pelo corredor da cripta e pelas salas anexas montando guarda.
O grupo retornara, após o último combate contra Aoket, para a câmara cheia de sarcófagos que servia de lar para a criatura. Anix recolhia pó e ataduras no esquife de Aoket, enquanto Lucano criava magicamente comida para todos se alimentarem.
_ Squall, empreste-me aquele seu espelho – pediu o mago. O dragão vermelho resmungou algumas palavras em seu idioma próprio, como sempre fazia quando usava o poder de seu anel. Nailo, que, ao contrário de Anix, entendera as palavras de Squall, pegou o espelho na mochila mágica e o entregou a Anix.
_ O que vai fazer? – perguntou o Guardião.
_ Vou tentar localizar aquela múmia com magia. Isso vai demorar quase uma hora, aproveitem para descansar e para comer enquanto isso – respondeu Anix.
Nailo explicou aos amigos o que se passava e todos agradeceram pela oportunidade de descansar um pouco. Lucano acabara de preparar m verdadeiro banquete e todos, à exceção de Carion e Kátia, fartaram-se na comida.
_ Não vai comer? – perguntou Nailo.
_ Não, essa comida é muito pesada, me deixaria sonolenta – respondeu a halfling. - Como uma guerreira, vou comer apenas minhas rações de viagem que são mais fáceis de digerir. Enquanto vocês se entopem de comida, vou ficar vigiando com Carion.
_ Não te preocupes, elfo. Comerei a parte da pequenina! – Mexkialroy avançou salivante sobre a comida, devorando-a sem cerimônia.
Vários minutos depois, quando todos já tinham terminado de comer, Anix chamou seus amigos ao redor do espelho.
_ Prestem atenção ao que eu vou narrar para me ajudarem a memorizar tudo. Vou tentar localizar a múmia e se tudo der certo, irei vê-la neste espelho.
Uma névoa densa e espessa formou-se dentro do espelho. As brumas se abriram lentamente, revelando a imagem de Aoket recostado em um altar de pedra em ruínas cheio de manchas de sangue. A múmia olhava ao redor, como se procurasse por alguém. Ou como se soubesse que era observada. Atrás dela havia uma parede na qual uma gravura de uma criatura dracônica Ra deteriorada pelo tempo e pelo abandono. À direita de Aoket, Anix viu uma parede curva, revelando que o inimigo estava próximo à borda da torre. O local se assemelhava muito à câmara de sacrifícios pela qual já haviam passado. Então, Aoket subitamente virou o rosto como se encarasse Anix e esboçou um sorriso malicioso enquanto cruzava os braços.
_ Acho que ele sabe que estou observando – disse Anix, narrando sua visão mágica para os amigos. Legolas retornava após ir investigar a sala de sacrifício parecida com o lugar onde Anix enxergava o inimigo. Aoket olhava para baixo e mexia os lábios como se conversasse com alguém. – Squall – chamou o mago. – Dê um rugido agora. Urre o mais alto que puder, como se quiséssemos acordar toda essa torre.
_ Não acho isso um,a boa idéia – reclamou Luskan.
_ Cala-te humano. Finalmente vamos parar de agir como ratos e agir feito dragões. Vamos lá Vermelho, mostre a todos do que somos capazes – disse Mexkialroy, animado.
O rugido do dragão vermelho ecoou por todos os lugares, abalando os corações menos valorosos. Pelo espelho, Anix viu a múmia girar a cabeça na direção do som. Como sua cabeça não se ergueu nem abaixou, o mago soube o que queria. Aoket ainda estava no mesmo andar que eles. Após isso, a criatura olhou para baixo e novamente conversou com alguém. Lendo seus lábios putrefatos, Anix conseguiu compreender parte da conversa.
_ Tentando nos intimidar, tolos! Ele está falando com alguém, mas a sala está vazia. E ele ainda está neste andar.
_ Talvez ele esteja conversando com alguém invisível – disse Rafael.
_ Creio que não. Pode estar falando através de magia. A outra pessoa não tem motivos para se ocultar – discordou Anix.
_ Tolos! Esqueceram o que o vampiro nos disse quando chegamos a este andar? O mestre dele está vendo tudo, tudo que fazemos.
_Sim, é verdade – alarmou-se Anix. – O tal do Gulthias deve estar nos observando, droga! Bem, eu poderia criar uma barreira mágica para impedi-lo de nos ver, mas acho que demoraria um longo tempo para isso.
Mexkialroy levantou-se lentamente do local onde estava repousando. Caminhou com imponência em direção a Anix, enquanto se espreguiçava e, com sua costumeira arrogância, disse:
_ Isso não seria nem agradável ou necessário, elfo. Deixe que eles vejam tudo o que fazemos, deixe que conheçam nosso poder e se aterrorizem com isso. Será mais divertido assim – o dragão azul terminou seu pequeno discurso com uma gargalhada.
_ Se for o poder que você mostrou quando meu irmão se transformou e soltou aquele rugido, duvido muito da veracidade dessas suas palavras – rebateu Anix com sarcasmo.
_ Do que falas, elfo? – quis saber o azul.
_ Não tente esconder. Sei muito bem que você ficou com medo ao ver o Squall ficar tão grande.
_ Ora, como tu és tolo – zombou o dragão. – Não confunda surpresa com medo, elfo. Tens muito que aprender ainda, seu tolo – Mex deu as costas para Anix com desprezo e voltou a deitar-se tranquilamente.
_ Ah! Eu odeio esse dragão – resmungou Anix num sussurro. – Bem, vamos seguir adiante.
_ Já era tempo! – comemorou Legolas, reabrindo a porta que saía da cripta. Os heróis adentraram em um novo corredor, paralelo ao anterior e de mesmas dimensões. Havia quatro portas no corredor, todas na parede da direita, todas fechadas e ocultando perigos desconhecidos. Nailo colou o ouvido à primeira porta e, ao constatar que só havia silêncio após ela, a abriu.
Além da porta havia uma pequena sala triangular, coberta de escombros iluminada apenas pela luz das armas dos heróis. Dentro dela, à esquerda, havia um altar de pedra, coberto de manchas de sangue. Atrás dele havia uma pintura castigada pelo tempo de um humanóide alado com feições reptilianas. E logo à frente do altar, diante da porta em pé e com os braços cruzados, estava Aoket.
A múmia encarou calmamente cada um dos heróis, depois estendeu a mão direita para frente e gritou:
_ Parem, e ouçam o que tenho a dizer para vocês, invasores!
_ Nada de parar, vamos acabar com você, seu monte de ossos e poeira fétida! – ameaçou Kátia.
_ Não, calma. Vamos ouvir o que ele tem a dizer – pediu Anix.
_ Melhor assim, invasores. Ouçam com atenção, pois não irei repetir minhas palavras. O valor de vocês já foi testado. E todos se mostraram bravos guerreiros. Meu mestre Gulthias, lhes oferece uma oportunidade única. Curvem-se diante dele, tornem-se seus servos e unam-se a nós. Só terão a lucrar.
_ E o que nós lucraremos? – indagou Anix com sarcasmo.
_ Vocês se tornarão mais poderosos ainda. Terão a honra, o prestígio de testemunharem o retorno do grande Ashardalon, que não tarda a acontecer. Vocês têm apenas três opções, e lhes digo, isto não é um pedido, mas sim uma oferta generosa de meu mestre Gulthias, senhor da Espiral da Presa Noturna. Vocês têm três opções a escolher. Unam-se a Gulthias, tornem-se seus seguidores e de Ashardalon. Desfrutem da vida eterna, sejam ricos e poderosos. A segunda opção. Vão embora daqui agora, sem levar nada e suas vidas serão poupadas. E a terceira opção. Recusem qualquer uma das outras duas e suas vidas terminarão antes que este dia acabe.
_ Uma pergunta, dona múmia – disse Anix. – Se nós formos embora como você nos propõe, o que acontecerá com Zulil? Afinal de contas, é só ele que nos interessa nesta torre.
_ Zulil o mago? Nada acontecerá a ele, a não ser ter o mesmo destino oferecido a vocês. Honra, glória, riqueza, pois ele está trabalhando neste momento para ajudar a trazer o nosso Deus, o grande Ashardalon de volta – respondeu Aoket.
_ Bem, Zulil está com algo que nos pertence. Então você, aliás você não, já que é apenas um lacaio. Mas se seu mestre se mostrar digno e vier até aqui e nos deixar acertar nossas contas com Zulil, nós poderemos ir embora daqui sem incomodá-lo.
_ Insolente! Como se atreve a exigir a presença de Gulthias. Já disse que isto não é um pedido, mas sim uma oferta generosa. Vocês não estão em posição de exigir qualquer coisa. Escolham logo se vão aceitar a oferta de Gulthias ou se vão escolher a morte.
_ E quem irá nos destruir caso nós recusemos a oferta?
_ O exército de Ashardalon, o exército de Gulthias! O mestre mandará suas hordas sobre vocês até que não sobre nada de suas carcaças. Serão eliminados pelos soldados e sequer terão a honra de serem destruídos por meu mestre, pois ele não sujará suas mãos com criaturas inferiores como vocês. E agora chega de conversa, elfo. Diga qual a sua escolha e aceite as conseqüências dela.
_ A justiça será feita. Espere e verá, você e seus aliados! – disse Nailo.
_ MORRA!!! – gritou Anix, disparando um raio de energia azulado de seu terceiro olho.
_ Cumpri a missão, meu mestre, eles recusaram – disse a múmia olhando para baixo no exato instante em que o olho de Anix brilhou para atacar. – Quanto a vocês, aproveitem bem seus últimos momentos de vida, pois suas vidas chegarão ao fim antes que o sol se ponha – e dizendo estas palavras, Aoket novamente desapareceu, teletransportando-se para outro lugar. A escolha estava feita, restava agora pagar o preço por ela.

maio 03, 2010

Diário de Campanha em PDF

Seguindo a brilhante sugestão do amigo Danielfo, do Pensotopia, vou disponibiliar os arquivos do meu diário de campanha em formato PDF. Assim, que desejar ler tudo desde o início, poderá fazê-lo mais facilmente baixando os arquivos para seu computador. Geralmente eu espero juntar um monte de capítulos até encerrar uma fase da campanha para então fechar um volume e imprimi-lo. vou seguir o mesmo formato aqui. Por hora publicarei os quatro primeiros volumes de respectivamente 100, 125, 189 e 254 páginas em formato A4 (o que daria um total de aproximadamente 1400 páginas em formato de livro, um bom tanto pra um escritor meia-boca como eu). Como os dois primeiros volumes foram fechados antes de eu iniciar o blog, e portanto estão sem numeração de capítulos, vou levar uns 15 dias para corrigir isso e então os arquivos estarão disponíveis para quem quiser ler, imprimir, distribuir, etc. É só um pouquinho mais de paciência e a coisa ficará mais fácil para quem quiser acompanhar desde o início essa campanha que está cada vez melhor.

abril 29, 2010

Capítulo 361 – O segundo embate



_ Teletransporte! – constatou Anix. – Agora não temos como encontrá-lo.
_ Depois a gente acaba com aquele cara – disse Legolas. – Agora vamos explorar esses sarcófagos.
Rapidamente, os heróis se espalharam pelo corredor, abrindo cada uma das tumbas estranhamente adornadas com entalhes de pessoas com características reptilianas. Em duas três, foram surpreendidos por armadilhas, preparadas eras atrás para dar cabo de saqueadores. Os alvos desta vez, entretanto, conseguiram escapar de cada cilada com apenas alguns arranhões. Chamas envolveram Legolas, relâmpagos e setas envenenadas atingiram Orion, mas nada disso foi capaz de detê-los. Numa das tumbas, além de pó e restos apodrecidos dos seguidores de Ashardalon, Legolas encontrou uma varinha e um anel mágicos, há muito esquecidos em um pequeno baú cheio de ouro. Usando os pergaminhos que restavam do roubo que fizera na loja de seus pais, Squall, já de volta à sua aparência normal de elfo, conseguiu identificar a função de cada item. A varinha continha o mesmo poder usado por Anix para ferir os espectros ainda há pouco, mísseis mágicos. Já o anel, dourado e com a cabeça de um carneiro habilmente cunhada em sua superfície, era capaz de, sob a vontade de seu dono, fazer surgir um aríete mágico que golpeava com sua própria força qualquer porta (ou outra coisa) ordenada por seu dono. Legolas deixou a varinha com Squall, dividiu o ouro entre os amigos e guardou o anel para si.
No fundo da câmara, perto do sarcófago de Aoket, Nailo encontrou uma passagem secreta que levava a uma pequena câmara oculta que abrigava um valioso tesouro. Uma pérola negra do tamanho de um punho repousava sobre um pedestal de pedra. Precavido, Nailo decidiu não invadir a saleta, temendo haver ali alguma armadilha ainda mais poderosa que as anteriores. O guardião começou então uma lenta procura por qualquer sinal de perigo. Foi quando o grupo de Luskan finalmente chegou à cripta.
_ Hei, Luskan! – chamou Nailo, autoritário. – Porque não vieram nos ajudar? Por acaso não viram a criatura que estava aqui?
_ Não, não vi! – rebateu o humano sem se intimidar. – Mas gostaria de ter visto se vocês tivessem permitido. Ficaram todos empaçocando a entrada do corredor ao invés de se espalharem e darem espaço para os que vinham atrás. Até parecem amadores.
_ Acho que talvez você não quisesse realmente ver a múmia que estava aqui – disse Nailo, deixando Luskan um tanto espantado. – Ela era poderosa e quase no matou. Tomem cuidado com suas ações, pois não tenho como ficar protegendo-os. E tentam ajudar mais ao invés de ficar apenas olhando. Tome, isso é a parte de vocês no tesouro – Nailo entregou as moedas que recebera de Legolas ao guerreiro.
_ Não, obrigado! Já que nós não ajudamos, não receberemos nada. Além disso, lembre-se do trato que fizemos agora há pouco.
_ Bem, considere isso um presente meu ao invés de um pagamento. E não aceitarei um não como resposta.
Sem ter como recusar, Luskan agradeceu ao elfo e guardou as moedas em sua bolsa.
_ Bem, vamos deixar de enrolação e vamos avançar logo! – reclamou Legolas, toda aquela demora o irritava. Cada minuto perdido era um minuto mais distante de sua amada...e de seu odiado inimigo.
_ Sim, vamos logo! Vamos terminar de explorar este lugar – disse Nailo. – Não quero deixar nenhum buraco para trás sem ter me certificado de que não há algum inimigo pronto para nos atacar pelas costas. Além disso, a múmia pode estar em algum destes sarcófagos, escondida.
_ Isso é fácil descobrir – disse Kátia. A clériga orou a Keen e, com a mão estendida diante de si, sentiu a presença de um poderoso morto vivo além da tampa de uma das tumbas. – Ele está aqui! – sussurrou ela.
Todos se prepararam diante da tumba. Orion a abriu com violência, apontando a lâmina flamejante para o interior. Mas não havia nada além de mais um cadáver imóvel e coberto de tesouros. O morto vestia uma armadura feita de tiras de metal costuradas sobre couro enrijecido. Também usava um par de braceletes de ouro adornados com diamantes e trazia em seu cinto apodrecido uma bainha cravejada de pedras preciosas diversas.
_ Que armadura incrível! Quero ela para mim! – disse Legolas. Mas a cobiça tomou a todos naquele momento e, influenciados pelo mal existente na torre, os amigos começaram a discutir.
Irritado e sem a armadura que tanto desejava, Legolas deu as costas para os amigos e seguiu em frente. Usou sua bolsa mágica para fazer surgir um urso negro e sua frente e com o animal ao seu lado, abriu a porta que levava adiante. Este foi seu erro, pois Aoket o aguardava além da porta.
Com uma aura sobrenatural a múmia conseguiu paralisar os músculos de Legolas ao mesmo tempo em que desferia uma rajada de golpes no animal também paralisado. Por sorte, Squall, que seguira Legolas em segredo, viu o que acontecia e alertou seus amigos.
Todos correram para enfrentar novamente o inimigo de além túmulo, enquanto Aoket espancava Legolas e o urso. Dominado pela fúria, Squall acionou seu anel mágico novamente. Desta vez, porém, a transformação ocorreu com mais força e Squall tornou-se um dragão ainda maior e mais poderoso do que antes. Seu rugido ecoou pelos corredores, fazendo com que todos estremecessem assustados. Até mesmo Mexkialroy, sempre orgulhoso, hesitou por um instante ao ver o enorme dragão vermelho que voava sobre sua cabeça.
Squall saltou por cima de Legolas e caiu atrás da múmia, exatamente sobre uma armadilha, um alçapão oculto. Porém, o tamanho gigantesco de Squall impediu que ele despencasse na escuridão abaixo, como ocorrera com Orion. Squall se ergueu do buraco, golpeando Aoket com suas enormes garras (agora capazes de agarrar a múmia como a um boneco). A múmia revidava cada golpe, canalizando sua energia negativa para tentar, em vão, paralisar o dragão.
Anix usou a magia do cajado que ganhara de Coração de Gelo para, assim como seu irmão, transformar-se em um dragão vermelho, ainda que menor. O novo dragão invadiu o corredor onde o combate se desenrolava cuspindo fogo sobre o adversário. Mas, como antes, a múmia escapou ilesa das chamas.
Lucano chegou em seguida, irradiando energia positiva para enfraquecer a múmia. Com isso, Legolas conseguiu libertar-se do encanto paralisante e começou a dispara suas flechas contra o inimigo. As setas perfuravam a criatura mais rápido do que ela podia se defender.
Nailo apareceu na porta, mas antes que pudesse atacar o inimigo, foi vítima de sua aura mágica e ficou imóvel e indefeso. Mex saltou sobre o elfo imóvel, cuspindo relâmpagos no inimigo. Depois pousou ao lado dele, arranhando e mordendo. Anix pousou no outro flanco da múmia, também usando presas e garras como armas. Assim, cercado por três dragões e um arqueiro de pontaria infalível e com um clérigo usando o poder de Glórienn para enfraquecê-lo (além dos outros adversários que já se aproximavam para tomar parte na batalha), Aoket se viu forçado a novamente abandonar o combate.
_ Já é o bastante. Vi o suficiente do poder de vocês! Voltaremos a nos encontrar – disse a múmia. E antes que alguém pudesse tentar impedi-lo, Aoket desapareceu, teletransportando-se para longe dali.

abril 28, 2010

Desenferrujando...

Finalmente uma postagem nova. Quase um ano sem postar nada, estou com os dedos enferrujados. Muito trabalho ocupando espaço na minha mente (enchendo meu saquinho, na verdade) e meu escasso tempo. Mas agora consegui botar no papel...digo...Word, mais algumas linhas.
Bom, aqui no Crônicas a coisa tá super atrasada. Os heróis ainda estão no 2º nível da torre, mas atualmente os personagens já venceram os 5 níveis dela e já exploraram quase todo o andar das catacumbas, reencontraram velhos amigos e muitos tesouros, e já derrotaram um dos traidores. Mais algumas sessões de jogo e eles finalmente terão o embate final contra Zulil (e reencontrarão Teztal).
Bem, é isso. Pretendo retomar as postagens e manter uma periodicidade daqui pra frente, espero conseguir. Pretendo também fotografar as sessões e postar as fotos aqui, como faz o Tio Nitro no Nitro Dungeon.
Durante este hiato, pensei em gravar as sessões de jogo e transformá-las em podcast, mas como editar isso é um saco e como achei as gravações muito massantes, resolvi deixar quieto. Mas a idéia de fazer um podcast é boa e um desejo já antigo, quem sabe mais pra frente não rola algo? Vamos ver. Por enquanto vamos acompanhando em doses homeopáticas as aventuras em prosa mesmo.

Capítulo 360 – Faixas e punhos




Orion foi o primeiro a entrar, temeroso, de espada erguida. Mal seus pés tocaram o piso empoeirado da câmara profana e as sombras se moveram para atacá-lo. Três aparições incorpóreas, compostas apenas de energia necromântica, emergiram de dentro dos sarcófagos, lançando seus braços disformes sobre o corpo do guerreiro. Orion cambaleou sem deixar de avançar, sentindo suas forças roubadas pelas criaturas. Sua espada golpeou a esmo as sombras, sem ferir suas essências espectrais.

Flechas congeladas passaram zunindo em auxílio ao humano, perfurando o contorno enegrecido de uma das criaturas, sem, no entanto, feri-las. Legolas lançou-se dentro do corredor fúnebre, seguido por Squall, transformado em dragão, e por Mexkialroy. Os dragões cuspiram rajadas de fogo e eletricidade sobre os espectros, e foram também ineficazes. Mas, Anix chegou logo em seguida, voando por cima de todos e despejando poder mágico sobre os inimigos. Projéteis de pura energia serpenteavam no ar antes de atingir os espíritos malignos e causar-lhes o sofrimento que há séculos já não conheciam. Lucano veio em seguida, ostentando o símbolo sagrado de sua deusa, afugentando e enfraquecendo as criaturas. E Nailo juntou-se a ele, retalhando as sombras flutuantes que fugiam, como se cortasse algum tecido fino e frágil. Por fim, Luskan e seus companheiros se enfileiravam no corredor anexo, esperando uma oportunidade de invadirem a cripta e mostrarem suas habilidades. A vitória já era dada como certa, quando um novo inimigo tomou parte no combate.

O sarcófago metálico na extremidade da cripta se abriu subitamente. De dentro dele saltou um criatura humanóide cujo corpo era todo coberto, envolto em faixas de algodão empoeiradas e apodrecidas. Em seus antebraços brilhava um par de braceletes de ouro maciço e em sua cabeça um elmo de ouro e ébano adornado com a cabeça de um chacal de olhos de rubi chamava a atenção dos heróis. Um par de pequenas foices envoltas por uma aura mágica decorava a faixa que servia de cinto para a criatura.

_ Uma múmia! – alertou Anix, pressentindo o perigo.

Sem hesitar, Legolas disparou uma saraivada de flechas. A múmia pôs uma de suas pernas à frente, ficando de lado para o grupo, numa postura que combinava características defensivas e ofensivas. Com ágeis movimentos, suas mãos desviaram os projéteis disparados pelo arqueiro, quebrando-os a cada golpe.

_ Profanadores! Como ousam violar o templo sagrado de Ashardalon! Sentirão minha fúria, sentirão o peso dos punhos de Aoket! – bradou o inimigo, avançando velozmente até Orion e desferindo uma rajada de socos no corpo do guerreiro. Orion cambaleou para trás, sem fôlego e atordoado pelo poder do inimigo. Sentiu seu corpo formigar de maneira estranha e desejou instintivamente que o pingente mágico que tomara da bruxa de Blastoise o ajudasse a escapar dos efeitos nocivos do ataque.

Squall saltou sobre o humano, vomitando suas chamas sobre a múmia, que saltitava habilmente, evitando o calor do fogo. Legolas disparou novamente seu arco, e outra vez suas flechas foram rebatidas pelas mãos do inimigo.

_ Vamos queimar esta coisa! – gritou Nailo e, erguendo suas espadas gêmeas num rompante, fez surgir uma coluna de chamas ao redor do inimigo.

Anix usou seus poderes para criar uma muralha de fogo entre a múmia e seus amigos, protegendo-os. E Lucano e Sua espada lançaram suas bolas de fogo além da barreira para incendiar o inimigo. Mas a múmia era ágil e astuta, e evitou com facilidade ser ferida pelos ataques dos elfos.

Squall tomou a frente do grupo, colocando-se entre o inimigo e os amigos. Usou sua mágica e fez com que várias cópias de si mesmo surgissem no campo de batalha para confundir o inimigo. Diante da barreira chamejante, Squall desafiou o inimigo, na esperança de que ele avançasse contra o fogo e se auto-destruísse, como acontecera com um dos ex-soldados de Anix. Mas, a múmia apenas sorriu, como se a provocação do feiticeiro não passasse de brincadeira de criança.

_ Se o fogo e as flechas não estão funcionando, vamos ver como você se sai contra o gelo! – bradou Legolas. O arqueiro puxou a corda de seu arco, pronunciando as palavras mágicas e disparou um ciclone congelante sobre o inimigo. E novamente a múmia usou de acrobacias intricadas para escapar do ataque.

O gelo de Legolas abrira um buraco na muralha de fogo de Anix, e a múmia aproveitou a passagem para chegar até uma das cópias de Squall e golpeá-la com seus punhos. A imagem falsa se desfez no ar, para frustração da múmia. Então, com o inimigo agora cara a cara, Legolas tornou a lançar suas flechas e apenas a primeira delas foi desviada pelo oponente, todas as outras penetraram profundamente no peito da múmia.

Nailo e Orion cercaram a múmia e suas lâminas abriram profundos cortes na sua carne apodrecida. O verdadeiro Squall pousou na retaguarda do inimigo e o atacou com suas garras de forma violenta. Anix, desistindo das magias explosivas e poderosas, disparou seus projéteis mágicos que nunca erravam o alvo. E Lucano irradiou a energia mística de sua deusa na direção do inimigo, queimando-o por dentro.

Assim, o inimigo finalmente cedeu aos ataques dos heróis e, temendo uma derrota, decidiu recuar.

_ Malditos profanadores! Voltaremos a nos encontrar! E então vocês terão o que merecem! – e ao lançar suas ameaças, a múmia fez com que os olhos de rubi do chacal em seu elmo brilhassem como brasas. A múmia desapareceu subitamente, deixando os heróis vitoriosos sozinhos em sua cripta.