Capítulo 248 – Investigação na vila dos anões
Por volta das 10 da manhã os heróis finalmente chegaram a Cold Valley com um plano em mente. Reuniriam todos os habitantes da vila na casa de Bolor, o líder local, e inventariam uma estória qualquer para distraí-los enquanto parte do grupo ficaria encarregada de investigar as casas em busca do tesouro roubado de Ramassin. E assim eles fizeram.
Legolas, Druidick, Kaen, Trevor, Eldon e Takezo entraram na vila reunindo todos os anões, tirando-os de suas tarefas para levá-los para a casa de Bolor. Disseram que precisavam reunir todos o mais rápido possível, para comunicar o que haviam descoberto na investigação e disseram também que a situação era grave. Sem entender o que acontecia, os anões foram aos poucos abandonando suas tarefas e suas casa e se dirigiram para a cabana onde Bolor e sua esposa viviam. Logan observava tudo de fora da vila, distante o suficiente para não ser visto, mas perto o bastante para vigiar os anões.
Quando todos estavam reunidos na cabana, Legolas começou a falar. Disse que a situação era grave, e que talvez todos tivessem que abandonar a vila. Os anões ficaram irrequietos com a notícia, e o arqueiro tentou tranqüilizá-los dizendo que ele iria observar os anões durante algum tempo para encontrar uma resposta. Resposta essa que seria dada à pessoa responsável pelos ataques dos monstros e que controlava as criaturas. De acordo com a resposta encontrada por Legolas, os anões não precisariam fugir de Cold Valley.
_ Agora eu irei falar com essa pessoa! Enquanto isso, meus soldados ficarão aqui e contarão em detalhes tudo que aconteceu na nossa viagem! Enquanto eu estiver tentando negociar com essa pessoa, vocês deverão permanecer aqui na casa do Bolor, e não deverão ir lá fora, não importa o que aconteça! – disse legolas, saindo da cabana acompanhado de Druidick. – Druidick! Quero que você volte lá pra dentro e conte pra eles tudo que nos aconteceu enquanto estivemos fora, mas não mencione nada sobre Ramassin! E demore o máximo de tempo possível, pra nos dar tempo de revistar todas as casas! – continuou.
_ Certo, sargento! Mas o que eu falo então? – perguntou o druida.
_ Invente qualquer coisa! Só o que me importa é que você demore bastante tempo e que não deixe ninguém sair de dentro dessa casa até eu disser que está tudo bem! - concluiu Legolas, Druidick concordou com a cabeça.
Quando os dois se viraram, perceberam que Bolor estava do lado de fora da casa, ouvindo a conversa, ou ao menos parte dela. O anão estava confuso, sem entender o que acontecia. Legolas o tranqüilizou, dizendo que precisava manter todos em segurança, até que ele conseguisse cumprir sua missão, e pediu para Bolor confiar nele e ajudá-los. O anão concordou, mesmo sem entender o que se passava, tanto por não ter outra opção, quanto por saber que Legolas havia sido enviado por Glorin, em quem ele e toda a vila confiavam plenamente.
Druidick e Bolor entraram, enquanto Legolas, Takezo e Eldon partiram de casa em casa procurando pelos pertences de Ramassin. Lá dentro, Druidick inventou uma estória controversa, dizendo que um outro gigante, que não era Ramassin, mas sim um tal Noruega, controlava os animais e queria destruir a vila. Os aldeões ficaram em pânico ao saber da existência de outro gigante além de Ramassin e por pouco a situação não ficou fora de controle. Felizmente, com a ajuda de Bolor, e as distrações criadas por Kaen Blaco, eles conseguiram acalmar a situação e dar a Legolas todo o tempo que ele precisava. Enquanto um grupo revistava as casas, e Druidick contava sua estória confusa, Kaen atormentava a todos com seu estômago, até que Belala, a esposa de Bolor, concordasse em preparar a hidra para ele comer.
Lá fora, as coisas pareciam mais produtivas. Legolas encontrou a safira e a ametista de Ramassin, em duas casas diferentes. Eram duas jóias grandes como uma mão e brilhantes como estrelas. Estavam mal escondidas, parecia que os anões estavam certos de que ninguém descobriria o roubo delas. Uma estava amarrada embaixo de uma poltrona de madeira de uma casa, e outra estava dentro de uma gaveta de uma penteadeira, guardada sem grandes cuidados para ocultá-la.
Eldon localizou duas das três estátuas, a de Khalmyr e a de Tanna-toh. Eram imagens de ouro puro, com quase trinta centímetros de altura. Uma estava oculta dentro de um vidro de perfume com um fundo falso, e a outra em um baú de outra casa, sob as roupas do dono da casa.
Takezo apareceu em seguida, carregando a última estátua na mão. Entregou o objeto para Legolas e todos voltaram a investigar. Quando se encontraram novamente, o samurai estava com um bracelete de ouro, que na verdade era o anel de Ramassin. Onde o samurai havia encontrado os objetos, ninguém jamais soube, já que ele era mudo e surdo e não podia falar onde havia conseguido as pecas. Legolas pediu a Trevor que usasse seu poder para ver se havia magia no anel do gigante. E a resposta foi positiva, confirmando que o item era de fato o anel mágico do gigante. Faltava apenas o diamante, e apenas dois lugares para revistar, a casa de Bolor e o estábulo.
Como não encontraram nada no estábulo nem nas outras casas, restava agora investigar a casa do líder da aldeia. Takezo permaneceu no celeiro com os cavalos, vigiando os tesouros encontrados, enquanto Legolas e Eldon voltaram para a casa de Bolor. No meio do caminho, encontraram Druidick, que contou a Legolas tudo que ele havia dito ao povo da aldeia, para que o sargento não dissesse nada contraditório.
_ Muito bem pessoal! Acho que está quase tudo preparado! Só está faltando uma pequena coisa pra conseguirmos completar a missão! Peço a todos vocês que me acompanhem lá fora, para que eu explique melhor a situação! – anunciou o sargento a plenos pulmões.
_ Bolor! Eu comi alguma coisa estranha no meio da viagem e não estou me sentindo muito bem! Será que eu podia usar o seu banheiro? – pediu o esperto Eldon, fingindo uma dor de barriga.
_ Claro que sim! É só subir as escadas! – respondeu Bolor, enquanto conduzia todos para fora, como Legolas havia pedido.
Assim, todos foram para a rua, ouvir o que Legolas tinha pra dizer. Enquanto isso, Eldon aproveitava para procurar a peça que faltava do tesouro roubado, e Kaen Blaco se dirigia para a cozinha.
_ Ô anã! Cadê minha hidra? Tá pronta? – gritou o meio-orc, rude como sempre.
_ Ainda não, quase! Mais uns vinte minutos assando e estará pronto! – respondeu Belala.
_ E é só deixar ai no fogo e esperar? – perguntou Kaen Blaco.
_ Sim!
_ Ótimo! Então você não precisa ficar aqui dentro! Vamos lá pra fora, o sargento está chamando! – e Kaen Blaco agarrou a anão pelo colarinho e a carregou para fora da cozinha. Dessa forma, e deixaria o caminho completamente livre para que Eldon investigasse. Era a primeira coisa inteligente que o meio-orc fazia em toda a missão.
Belala começou a gritar e a bater em Blaco, irritada com sua estupidez. Quando estava perto da porta, e quando percebeu que as pessoas de fora estavam vindo ver o que acontecia e ajudar a anão, Kaen a soltou no chão e disfarçou. Bolor entrou, junto com Legolas, ouvindo as queixas de Belala. Legolas tentou acalmá-la, mas coube a Blaco a tarefa de tranqüilizar a situação.
_ Ô Bolor! Peido pesa? – perguntou o bárbaro.
_ Eu acho que não! – respondeu o anão.
_ Xi...então eu acho que sujei minhas calças! – riu Blaco.
Todos fizeram uma cara de nojo, e esqueceram da brutalidade de Kaen com Belala e foram pra fora. Felizmente, a neve que o meio-orc havia comido havia tido um efeito devastador em seu intestino e provocado o nauseante incidente, fazendo com que Kaen Blaco fosse considerado apenas um mero idiota.
Do lado de fora da casa, Legolas anunciou que iria negociar a paz com o novo gigante e que escolheria um grupo de aldeões para acompanhá-lo e para firmar o tratado de paz com o gigante, o que provocou suspiros de alívio na vila toda.
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