dezembro 14, 2006

Capítulo 253 – Um presente para o capitão

Capítulo 253 Um presente para o capitão

_ Obrigado por tudo, meus amigos! Todos nós seremos eternamente gratos a vocês e a Glorin, por tê-los enviado para nos ajudar! Sempre serão bem vindos aqui em nossa vila! – disse Bolor, emocionado e aliviado por tudo ter acabado bem.

_ Bolor, eu lhe devo desculpas, por não ter confiado em você! – respondeu Legolas.

_ Está tudo bem! Você não teve escolha! Além do mais, todos na vila devem desculpas a Eldon, pois ele também foi injustamente acusado! E, como forma de agradecê-los e de nos desculpar com Eldon, gostaríamos de lhes oferecer essas pequenas lembranças! – continuou o anão.

Outros anões surgiram de trás da multidão, carregando vários objetos em suas mãos. Cada um dos soldados recebeu um colar com uma pequena pena usada como pingente. Segundo Bolor, aquele era um amuleto mágico. Bastava arrancar a pena que ela se transformaria em um pássaro, que seria capaz de levar uma mensagem escrita para qualquer pessoa designada. Bastava sussurrar ao pássaro qual o destinatário da mensagem e o local onde encontrá-lo que o pequeno animal mágico cumpriria a missão. Fora dessa forma que o povo de Cold Valley tinha pedido ajuda a Glorin, dias atrás.

A Legolas foi dado uma bolsa com um pó prateado, o reflexo prateado, como chamaram os anões. Serviria para transformar uma arma comum numa arma de prata temporariamente.

Kaen Blaco recebeu um frasco com uma poção mágica rósea, o filtro do amor. Segundo Bolor, com aquele líquido, o feioso Kaen Blaco poderia ter, ao menos por uma noite, uma mulher sem ter que pagar para isso.

Eldon também recebeu um presente, o filtro da furtividade. Já que ele dependia da sua habilidade em mover-se em silêncio durante as batalhas, aquele líquido o ajudaria muito. Bastava derramar o líquido sobre seus calçados para que ele abafasse magicamente os sons de seus passos, ao menos por algum tempo.

A Druidick foi dada uma bolsa cinzenta de veludo, da qual o servo de Allihanna poderia retirar um animal para auxiliá-lo. Como ele já tinha afinidade com animais, por ser um druida, teria facilidade em usar aquele item. Era um item semelhante ao que Legolas possuía, e seria de grande ajuda para o druida.

Trevor, que não contava com armaduras para proteger seu corpo, recebeu de presente um par de braçadeiras douradas que, segundo Bolor, tinham a capacidade de criar um campo de força mágico ao redor do usuário, uma espécie de armadura energética, para protegê-lo.

Takezo e Logan, os dois guerreiros, receberam, cada um, um óleo mágico que servia para encantar suas espadas temporariamente, aumentando a precisão de seus cortes.

Além de todas essas coisas, Legolas levava consigo todos os objetos que pertenciam ao homem-serpente, para serem divididos no forte, quando Seelan lhes explicasse pra que servia cada um dos objetos.

_ Bom, além de lhes dar esses objetos, tenho um último favor a lhe pedir, Legolas! – disse Bolor, trazendo nas mãos um objeto enrolado num pedaço de tecido.

_ Pode dizer Bolor! O que você quer? – disse Legolas.

_ Quero que você entregue isto ao meu amigo Glorin! Há muito tempo nós estamos devendo isso a ele! Por nossa amizade e por tudo que ele fez por nós! Foi ele quem derrotou Ramassin, anos atrás, e firmou o pacto que deteve a fúria do gigante! Quero que você entregue isto para ele e diga-lhe que somos muito gratos por tudo! – Bolor entregou o objeto nas mãos do arqueiro, e desenrolou o pano que o escondia. Era uma arma, um machado feito de gelo.

_ Nossa, Bolor! Uma arma feita de gelo! Foi você quem fez isso? – perguntou Legolas, espantado.

_ Não, quem fez isso foi o nosso já falecido ancião! Infelizmente ele morreu algum tempo atrás, levando para o túmulo os segredos do seu ofício! Glorin, aliás, nem sabe que ele não está mais vivo! – respondeu o anão.

_ Bom, eu vou avisá-lo, então! Mas, me responda uma coisa, o capitão Glorin nasceu aqui em Cold Valley? – perguntou o elfo.

_ Não, ele nasceu em Tollon mesmo! Mas veio pra cá anos atrás, cumprindo algum tipo de missão e nos ajudou quando Ramassin tentou nos destruir da primeira vez! Depois disso, ele foi para o norte, onde serviu a nossa rainha, Belugha!

_ O que? Quer dizer que o Glorin conheceu Belugha? E que ele já foi um soldado dela?!?! Pelos deuses! O capitão tem mais história pra contar do que eu poderia imaginar! – exclamou o arqueiro, ainda mais impressionado.

Legolas pegou o machado e o guardou cuidadosamente em sua mochila. Depois, ele e os seus soldados se despediram dos anões e partiram rumo ao forte Rodick.

· · · · · ·

_ Foi isso que aconteceu! Nós partimos de Cold Valley no dia dezessete, mas só chegamos aqui hoje por que o tempo não nos ajudou! Enfrentamos muitas nevascas, e passamos por maus bocados no território das Uivantes! Se não fosse por aqueles pergaminhos que o Seelan deixou com o Trevor, alguns de nós, os mais fracos do grupo, já poderiam estar mortos! – completou Legolas ao narrar para o capitão Glorin e seus companheiros de grupo toda a aventura que ele e seus soldados tinham vivido nas Montanhas Uivantes. Era o dia 27 de pace, um lanag, e fazia pouco mais de uma hora que Anix e seu grupo tinham chegado ao forte após sua missão em Rutorn.

_ Bem, capitão, tenho uma má e uma boa notícia para lhe dar! Qual o senhor quer ouvir primeiro? – perguntou o arqueiro.

_ Diga logo a má! Eu estou já acostumado mesmo! – respondeu Glorin.

_ Está bem! A má notícia é que o ancião da vila e o Dak estão mortos! O ancião devido à idade, e o Dak foi assassinado pelo sszzaasita! – disse o arqueiro.

_ Mas que coisa! Então o ancião faleceu, mas é realmente uma pena! E o Dak, que droga, eu gostava daquele filho da mãe! Bom, ao menos a morte dele já foi vingada e ele poderá descansar em paz! – lamentou o anão.

_ Bom, capitão, e a boa notícia, é que o ancião conseguiu terminar de fazer isso antes de morrer!­ – Legolas pegou um objeto embrulhado em um tecido velho e o entregou a Glorin. O anão segurou o objeto nas mãos, enquanto Legolas desenrolava o pano que o envolvia. Seus olhos cansados brilharam ao ver o maravilhoso machado feito de gelo.

_ Uau! Que incrível! Obrigado garoto! – disse o capitão, experimentando sua nova arma.

_ Bom, agora o que eu mais quero é ir para a taverna, refrescar minha garganta com um bom rum! Onde está o meu amigo de garrafa, o pirata Jack? – perguntou o arqueiro.

_ Ele está morto! Houve um acidente na missão do Anix! O Jack tentou fugir e o Lars fez uma magia para tentar impedi-lo! Mas, o maluco do Jack pulou no meio da magia do Lars e morreu queimado, como um frango frito! Sinto muito! – explicou Glorin, meio distraído com seu presente.

_ Não! O Jack não! Onde está o Lars? Ele tem que reviver o Jack, como fez com o Loand! – gritou Legolas.

_ Isso agora não será mais possível! Por conta desse incidente, o Lars perdeu todos os poderes que possuía! Thyatis o está castigando pela morte de Jack! Agora ele está longe daqui, indo para Tyrondir, em busca de sua redenção! Agora, esqueça esse assunto e vá tomar alguma coisa na taverna! – disse Glorin enquanto se afastava em direção ao alojamento dos oficiais. – Mais tarde eu encontro vocês lá!

Glorin deixou o grupo e foi para seu alojamento, maravilhado com seu novo machado. Legolas seguiu até onde estava o corpo carbonizado de Jack e ficou observando-o, quase com lágrimas nos olhos.

_ Pois é meu amigo pirata, não esperava vê-lo assim! Bom, isso já funcionou uma vez antes com o Loand e terá que funcionar com você também agora! Espero que você me desculpe por isso! – murmurou o elfo ao cadáver que estava estendido na carroça. Depois sacou sua faca de caça e arrancou um dos dedos do pirata, guardando-o consigo, para poder ressuscitar seu amigo, assim como havia acontecido com Loand. Legolas, que antes havia sido contra a decisão de Squall de trazer Loand de volta do mundo dos mortos, agora aprendia a valorizar a bênção concedida pelos deuses a alguns poucos afortunados do mundo. Legolas enxugou as lágrimas e foi para a taverna afogar sua tristeza com uma boa garrafa de rum.

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