janeiro 03, 2008

Capítulo 298 – Tempo de compras 2 – Anix em perigo

Capítulo 298 Tempo de compras 2 Anix em perigo

Pouco tempo depois, com a ajuda de Cloud, Squall conseguiu localizar Seelan. Reunidos novamente com o capitão, o feiticeiro e o guerreiro voltaram às compras, ainda assessorados por Tião.

Enquanto isso, noutra parte da cidade, Nailo e Lucano, acompanhados de Darin e Relâmpago, percorriam as ruas, de loja em loja, em busca de itens especiais que haviam ouvido falar durante suas aventuras e, principalmente, nas canções de Sam. Guiados pelo garoto, os dois aventureiros conseguiram obter tudo aquilo que buscavam, enchendo suas mochilas e abrindo largos sorrisos.

Legolas, acompanhado da esposa, cavalgava vagarosamente pelas ruas, aproveitando a agradável companhia. Horas depois, após um longo passeio com sua amada, alugou um quarto em uma estalagem de qualidade e deixou Liodriel repousando enquanto ele iria tratar de negócios. Agora, a pé, Legolas contratou um guia e foi pela cidade procurar produtos que não interessavam à sua esposa, coisas de aventureiros. Assim, após uma longa busca, Legolas encontrou ferreiros e magos competentes para criarem o que ele desejava, uma espada feita de vidro.

Um item desse tipo era raro em todo o mundo. Só havia uma pessoa capaz de forjar tal arma, um ferreiro em Selentine chamado Glassard. Por sorte, o arqueiro encontrou uma espada forjada pelo ferreiro renomado à venda na cidade e a comprou. Pagou a uma dupla de ferreiros para trabalharem na espada, deixando-a com o formato que desejava e também para tornar o interior da arma oco, pois Legolas tinha planos em mente para utilizar a parte interna de sua arma de uma forma nunca antes pensada. Também contratou um mago experiente para encantar sua espada com magias poderosas, quando as modificações físicas estivessem terminadas. Dessa forma, a estadia do arqueiro na cidade se estenderia por mais 17 dias e ele precisaria encontrar um meio de convencer seu capitão a deixá-lo na cidade pelos dias que necessitava.

Enquanto pensava, Legolas encontrou outro objeto que era do seu interesse. Entrou em uma loja que anunciava a venda de vassouras mágicas e comprou algo que seria de grande utilidade em suas aventuras: uma vassoura mágica. Assim, o elfo retornou para os braços de sua amada em grande estilo, voando sobre a cidade de Vectora.

Junto com sua família, Anix também investia seu dinheiro, mas de forma diferente. Presenteou os pais, Enola, Silfo, Rael e também Silmara com roupas novas e luxuosas. A cada metro andado, paravam nas barracas espalhadas pelas ruas para provar as iguarias exóticas que Vectora oferecia aos visitantes. Ao contrário de seus amigos, Anix não gastava suas moedas de ouro consigo mesmo, mas sim com as pessoas que amava. O mago interessou-se em comprar apenas uma única coisa para si, uma tiara mágica, mais poderosa do que a que ele já possuía, que permitisse aumentar ainda mais os seus poderes mentais e, conseqüentemente, seus poderes mágicos. Anix vendeu sua antiga tiara, mas mesmo assim, o dinheiro que tinha não era suficiente para comprar o que desejava. Foi quando seus pais lhe entregaram todo o dinheiro que Anix lhes havia dado, um presente para o filho que tanto amavam. Anix relutou, mas no final foi convencido pelos pais a aceitar o dinheiro e assim, saiu da loja mais poderoso do que nunca.

Assim, horas após terem chagado ao Mercado nas Nuvens, surgiu nos heróis o desejo de rever os amigos, de mostrar o que haviam conseguido na cidade, de descansar e se divertirem juntos. Nailo e Lucano deixaram os becos e ruas menores para buscarem as largas avenidas de Vectora e encontrarem seus companheiros. Squall, Orion e Seelan já se afastavam da área de comércio proibido da cidade com o mesmo intuito e Legolas saia da estalagem, montado em sua vassoura mágica para procurar seus amigos do alto.

Anix era o único que continuava passeando sem pressa pelas ruas da agitada cidade. Estava feliz e tranqüilo, acompanhado das pessoas que estimava, munido de um poder maior do que o que tinha antes e especialmente alegre por ter conhecido uma loja especial para ele. As roupas que havia comprado pertenciam à loja de Vladislav Tpish, pai de Petra, a jovem menina que conheceu muito tempo antes na Estalagem do Macaco Caolho, em Malpetrim. Assim, embalado pelas boas lembranças, embriagado pelos odores exóticos da cidade e conduzido pela melhor das companhias, Anix caminhava distraído, como se pisasse nas nuvens.

Mas foi ao atravessar um beco sem movimento que a tranqüilidade foi quebrada. Atropelado com violência, Anix quase foi arremessado ao chão. Ouviu o som de cerâmica se partindo em dezenas de pedaços e um choro. Quando se recompôs do susto, Anix olhou para baixo e viu uma menina, aparentando não ter mais do que oito ou nove anos de idade, chorando.

A menina chorava desesperadamente. Suas mãos tentavam em vão juntar o líquido que se espalhava pelo chão depois de sair por entre os cacos de um jarro de barro quebrado que se amontoavam pelo solo. Era leite. Anix tentou acalmar a menina, e saber o motivo de todo aquele desespero anormal. Em prantos, entre um soluço e outro, a garota contou sua história. O leite era para sua mãe, doente e acamada, a única refeição que ela iria ter após dias. Ela morava com a mãe, em um porão abandonado, e as duas não tinham dinheiro sequer para comprar comida. A perda do leite representava o fim da esperança de melhora para sua mãe. Mas, quis o destino (ou os dados enlouquecidos de Nimb) que a jovem, que se chamava Sara, desse aquela desastrosa trombada em Anix.

Assim, acompanhado de Rael, o mago foi fazer uma visita à mãe de Sara e salvá-las do cruel destino que as castigava.

Após alguns minutos de caminhada, chegaram a um beco escuro, sujo e abandonado. Por uma abertura ao nível do solo na parede de uma casa velha, Sara conduziu seus salvadores àquilo que ela chamava de lar. Era um pequeno cubículo subterrâneo iluminado pela chama de uma vela fraca sobre um caixote de madeira usado como mesa. Latas eram usadas como panelas e pratos, há muito tempo secos e cheios apenas de teias de aranha. Dois montes de palha velha e úmida jogados no chão serviam de cama. Em um deles havia uma mulher, seu nome era Luana. Era uma humana ainda jovem, mas de rosto cansado e ressecado e olhar profundo. Estava magra e pálida, tal como a menina, e estava doente. Jogada sobre a cama, tossia repetidamente e de tempos em tempos expelia uma secreção pela boca.

Rapidamente Rael pôs as mãos sobre o peito da mulher e orou à sua deusa. O poder de Wynna se manifestou nas mãos do clérigo e tomou o corpo de Luana, curando-a. A tosse sumiu por completo, a respiração da mulher voltou ao normal e suas dores desapareceram. Até mesmo sua expressão tornou-se melhor. Ela agradeceu aos seus benfeitores e contou sua história.

Luana e Sara eram da região de Valkaria. Tinham ido a Vectora para passear e fazer negócios, como qualquer outra pessoa. Durante sua estada na cidade, foram assaltadas, e ficaram sem dinheiro algum. Nem mesmo comer ou deixar a cidade elas podiam. Ficaram presas na cidade, vivendo na clandestinidade e sobrevivendo de migalhas. Luana acabou adoecendo e não fosse pela chegada de Anix e Rael, teria fatalmente morrido, deixando a pequena Sara órfã.

Comovidos, os dois heróis decidiram ajudar as duas. Deram a elas dinheiro suficiente para saírem daquele buraco e arrumarem um local decente para ficarem e se alimentarem até a cidade voadora chegar à capital do reinado (o que ocorreria em poucos dias). O dinheiro era suficiente para acomodações e alimentação, além de roupas novas para as duas e pagar suas passagens de volta para casa. Ainda sobraria uma boa quantia para que mãe e filha recomeçassem sua vida quando chegassem em casa novamente. Anix e Rael se despediram e deixaram o porão, agora tomado pela alegria. Quando estava já a certa distância, Anix viu a pequena Sara saindo feliz do porão para buscar comida, enquanto sua mãe arrumava os poucos pertences que possuíam para deixarem aquele lugar para sempre. Então, os dados de Nimb novamente se mostraram selvagens. Um homem encapuzado atropelou a menina, tomando-lhe todo o dinheiro que possuía e fugiu correndo para um dos muitos becos que existiam na área.

_ Droga! Rael, vá buscar meus pais! Eu vou atrás daquele desgraçado! – gritou Anix, já correndo desesperado.

Enquanto o clérigo ia atrás de reforços, Anix virou uma esquina, seguindo o seqüestrador por um beco estreito. Não havia saída, apenas três portas, uma ao fundo e outras duas nas paredes laterais, e nenhum sinal do homem ou de Sara.

Se hesitar, Anix invadiu a porta da direita, preparado para fulminar o seqüestrador com projéteis mágicos. Mas, ao atravessar a entrada, foi envolvido por uma estranha fumaça que o impedia de ver adiante e o envenenava rapidamente. Suas pernas bambearam, sua visão tornou-se turva e sua mente confusa. Anix caiu e tudo ficou escuro. Estava inconsciente e agora era vítima algum plano sórdido que se desenrolava no submundo de Vectora. E novamente as habilidades dos heróis escolhidos seriam postas à prova.

dezembro 19, 2007

Capítulo 297 – Tempo de compras 1 – Squall, Orion e o mercado negro

Capítulo 297 Tempo de compras 1 Squall, Orion e o mercado negro

Estavam em Vectora. E carregavam consigo toda a enorme quantidade de dinheiro, jóias e tudo mais que haviam reunido até então, os tesouros e espólios das grandes aventuras que tinham vivido até ali. E estavam em Vectora, o maior e mais famoso mercado de Arton. Era tempo de compras. Assim o grupo se dividiu: Nailo, acompanhado da noiva, do lobo e do amigo Lucano, guiado por um garoto chamado Jimmy; Anix, seus pais, Enola, Silfo e Rael formavam o grupo mais numeroso, orientados por uma pequena elfa chamada Silmara, cujo nome trouxe más lembranças a Anix; Legolas avançava pelas ruas acompanhado de sua esposa e seu cavalo, sem ajuda de guias; Squall e Orion ficaram com Seelan, que já conhecia a cidade e carregava em sua mochila mágica o dinheiro do feiticeiro. Assim os aventureiros fizeram uma pausa em suas carreiras heróicas para fazer um merecido e esperado passeio ao lado das pessoas que amavam, e para reforçar seu arsenal de armas, armaduras e instrumentos mágicos, ficando assim, mais preparados para os desafios vindouros.

Pouca coisa digna de nota pode ser mencionada sobre um dia comum de compras de um grupo de aventureiros acostumados a enfrentar perigos que fariam qualquer monarca chorar de pavor. Entretanto, mesmo as coisas mundanas, quando realizadas por aquele grupo de jovens heróis, mostravam enorme potencial para se transformarem em jornadas épicas. Era como se eles atraíssem confusão ou, como já lhes fora dito antes por Velta, era como se eles atraíssem a desgraça, onde quer que fossem. Pois foi em Vectora, onde dificilmente alguma coisa poderia sair errada que Squall quase foi preso por porte ilegal de pólvora.

Como se sabe, o feiticeiro tinha grande fascínio por esse tipo de equipamento e carregava consigo armas que pertenceram ao goblin engenhoqueiro que trabalhava para a bruxa Silmara. E essas armas tinham um aspecto semelhante ao das armas usadas por piratas e outros foras da lei, que circulavam ocultos pelo reinado cometendo crimes e usando o temível e instável pó negro para abastecerem suas armas.

Imprudente, Squall tentou vender as armas que possuía, e foi apanhado pela milícia da cidade, que confundiu as armas do Vermelho com armas de fogo comuns. Foi salvo graças a Seelan que interveio e o livrou da prisão, explicando tudo aos soldados. Foi assim que Squall e Orion descobriram que Seelan era grande amigo dos soldados e um antigo morador de Vectora, com um renome considerável.

Espertamente, Orion aproveitou a influência do capitão para obter da milícia uma autorização especial que lhe permitia portar e negociar as armas do goblin, identificadas como armas mágicas ao invés de armas de pólvora, como se podia supor. Felizmente, os soldados (e até mesmo Orion, Squall e Seelan) não suspeitavam que algumas das armas de Grinch de fato utilizavam pólvora e outros compostos químicos semelhantes para acionar seus intrigantes poderes. Sem suspeitar desse fato, Orion, Squall e Seelan retornaram para as ruas, para as compras.

Distraídos com toda a exuberância da cidade, onde tudo podia ser encontrado, desde uma comida estranha como filé de mantícora a armas mágicas que cantavam e dançavam, Squall e Orion acabaram por se separar de Seelan. Tentaram encontrá-lo em vão, era quase impossível localizar alguma pessoa no meio da multidão que circulava pelas ruas apertadas e esfumaçadas de Vectora. Desistindo da busca, decidiram procurar um lugar adequado onde pudessem vender as armas do goblin e fazer algum dinheiro para gastarem, especialmente Squall, cujo dinheiro estava guardado dentro da mochila de Seelan, sabe-se lá onde.

Contrataram um guia. Seu nome era Tião, um homem simples de olhar alerta e boa lábia. Pagaram adiantado uma grande quantia em ouro, para que ele os conduzisse até o mercado negro, o lugar onde produtos ilegais eram vendidos livremente, longe dos olhos as autoridades – ou talvez com o consentimento destas – e onde eles poderiam vender as armas que carregavam e que muito se pareciam com as proibidas armas de pólvora.

Tião os conduziu por ruas cada vez mais apertadas, tortuosas e sujas do bairro Mucro, o bairro das armas, onde qualquer tipo de arma, armadura ou semelhante poderia ser encontrada. Mucro era reduto de ferreiros e artesões que trabalhavam com maestria os diversos tipos de metais e outros materiais. Espadas, machados, arcos, bestas e muitas outras eram encontradas com facilidade ali e em muitas versões. Armas mágicas que cuspiam fogo, gelo eletricidade ou qualquer outra coisa que se pudesse imaginar, catapultas de punho, lanças que se dobravam até caber em um bolso de camisa, cotas de malha capazes de refletir magias contra o conjurador, peitorais com asas e armaduras de batalha que se vestiam sozinhas no corpo do dono, tudo isso e muito mais era encontrado em Mucro. Isso porque, além de contar com os melhores profissionais de Arton, Vectora transitava também por outros mundos, por outros universos onde coisas difíceis de sequer serem imaginadas existiam.

Em uma praça, oculta pelos prédios, onde várias pequenas vielas se encontravam, ficava o mercado proibido. Tião deixou seus dois clientes em um beco, enquanto entrava numa taverna para comprar a passagem segura deles pelo local. Em um porão suspeito encontraram uma grande casa de jogos clandestina, onde clientes incautos perdiam suas economias e bens, além de se deleitarem com diversos tipos de alucinógenos, como Achbuld e outras drogas. No fundo do cassino havia uma porta baixa, aveludada e escura, quase imperceptível à distância, por onde Tião os conduziu após fornecer a senha correta.

Além da porta havia uma sala não muito espaçosa onde alguns poucos móveis – nada além de duas estantes recheadas de livros e arquivos e uma escrivaninha – dividiam espaço com seus ocupantes. Havia dois homens altos e fortes, de pele bronzeada e coberta de desenhos e inscrições ritualísticas, cada um deles protegendo um flanco da escrivaninha com grandes lanças em punho e espadas e outros equipamentos mortais atados em seus cintos (uma das poucas peças de roupa que usavam). Atrás da escrivaninha havia um homem gordo e com pouco cabelo, enfiado em roupas suadas e amareladas, que pareciam não terem sido confeccionadas para alguém daquele tamanho. Tinha um longo cachimbo na boca, do qual puxou uma longa tragada antes de depositá-lo em um cinzeiro de madeira sobre a escrivaninha. E em seu colo havia uma halfling com o rosto já tomado por algumas rugas e seios pendentes à mostra, que o homem apertava e puxava como a um brinquedo.

_ Sejam bem vindos – disse o homem sorrindo. – O que o traz aqui, Tião?

_ Bem, senhor Gorco, esses dois cavalheiros desejam fazer negócios com o senhor – respondeu o guia, com mesura. – Eles possuem armas que podem interessar ao senhor.

Gorco deu as boas vindas aos dois aventureiros. Era um homem extremamente confiante de si, um tanto arrogante até. Dava altas gargalhadas e não hesitava em interromper quem quer que fosse, como se apenas suas palavras tivessem importância.

Tentando demonstrar esperteza, Squall indagou-o sobre as taxas cobradas por Tião e sobre a necessidade de subornarem alguém dentro da taverna para poderem passar pelo lugar. Tentou se impor, falando do mercado negro, de negócios e produtos proibidos como se dissesse “Sei que você é um criminoso e se algo me acontecer eu o denuncio”. Gorco, no entanto, não demonstrou sequer uma nesga de preocupação ou respeito.

O homem pediu para que lhe fossem mostrados os produtos logo, interrompendo Squall. O feiticeiro mostrou as armas de Grinch, mas não foi capaz de explicar (ou não desejou) seu funcionamento. Gorco reagiu com tranqüilidade e ordenou a Tião que fosse buscar alguém. Minutos ele retornou acompanhado uma mulher de cabelo loiro, amarrado numa longa trança e delicadamente embalada em roupas de couro batido ornadas com jóias exóticas. Ela estava armada, uma espada garbosa e uma arma de fogo pendiam de sua cintura em ameaça.

_ Sandy, quero que você dê uma olhada nessas armas para mim – pediu Gorco, sério. – Esses cavalheiros estão querendo negociá-las comigo e preciso saber o que fazem e quanto valem.

Sandy era uma mulher bela, mas dona de um olhar frio e cruel. Tomou as armas da mão de Squall e pôs-se a examiná-las. Squall fez um gracejo, deixando claro que conhecia o funcionamento da arma e estava apenas testando as habilidades da moça.

_ Não me provoque, ou irei testar essa arma em sua cabeça – irritou-se ela, apontando a arma com flechas para a cabeça de Squall.

_ Você não vai atirar – desafiou, achando tratar-se de um blefe. Não era.

Sandy pressionou o gatilho e disparou a arma. As setas se projetaram, presas por fios metálicos ao cano da arma, fizeram uma curva perto do rosto de Squall e retornaram, fincando-se no chão ao redor de Sandy.

_ É mágica! – exclamou a mulher. – Yago, diga o que isso faz! – gritou por fim.

Uma voz surgiu atrás de Gorco, onde não havia ninguém (ou ao menos ninguém que pudesse ser visto), murmurando versos mágicos. Cinco projéteis de luz intensa surgiram no ar e avançaram em direção à mulher. Mísseis mágicos, como deduziu Squall. Os dardos de energia tentaram penetrar na barreira formada pelos fios metálicos que cercavam Sandy e iam em direção às flechas no chão. Então, faíscas brotaram dos fios e atingiram cada projétil, desintegrando-os.

_ Isso é como um pequeno globo de invulnerabilidade. Magias de baixo poder não conseguem atravessá-lo para lhe atingir – exclamou a voz grave e fantasmagórica atrás de Gorco. Era o tal Yago.

Sandy puxou uma seqüência de alavancas na arma e os fios foram liberados, pendendo frouxos até caírem no chão. Anunciou que havia apenas mais duas cargas de projéteis na arma e depois começou a análise da segunda arma. Era um pequeno revólver, com um cone de pele esticada em lugar de um cano para disparar projéteis.

_ Cuidado Sandy! Esse cone parece ser capaz de vibrar e produzir algum tipo de som . Se for alto isso pode ser usado para atordoar ou até matar – alertou Yago.

­_ Eu sei – respondeu ela, com desdém.

Não havia mais muitas cargas também na arma de Orion, como anunciou a mulher. Apenas dois ou três cartuchos capazes de disparar uma explosão dentro do cone a acionar o efeito da arma, de modo que ela não foi testada. Sandy colocou as armas sobre a mesa de Gorco e uma voz sussurrou no ouvido do homem gordo os preços que as armas valiam, não mais de 2000 tibares de ouro, como conseguiu ouvir Squall. Gorco anunciou seu preço, mas Squall recusou.

_ Olha senhor Gorco, não posso lhe vender as armas agora. Elas pertencem a mim e a meus amigos, e nós pretendemos dividir o dinheiro da venda. Por isso, antes de fechar o negócio, preciso consultá-los.

_ Então quer dizer que você tem amigos envolvidos no negócio? E eles são assim como você? – perguntou o homem.

_ Sim, mais ou menos... – respondeu Squall, sem entender direito a pergunta.

_ Pois então, meu rapaz, vá consultá-los. E se tiverem mais armas como essas, ou outros itens interessantes para negociar, tragam-nos e lhe garanto que faremos um bom negócio. Agora, por que não aproveitam e se divertem um pouco em minha casa, é por minha conta, uma cortesia – Gorco sorriu e olhou para a halfling em seu colo. – Tinara, acompanhe os cavalheiros e dê-lhes um pouco de diversão e prazer. Pegue uma das outras meninas e divirtam nossos convidados.

A pequenina assentiu sorridente, roçando vagarosamente os pequenos seios na perna de Squall.

_ Senhor, agradeço a oferta, mas não posso ficar tenho que encontrar logo meus amigos. Além do mais, estou pagando o Tião por hora e não posso perder tempo – disse Squall, afastando-se de Tinara.

_ Está bem, eu compreendo. Mas, como prova de boa fé, eu pagarei as duas primeiras horas dos serviços de Tião para você. Tinara, dê o dinheiro ao Tião.

A mulherzinha seminua pegou uma bolsa de couro recheada de moedas em uma gaveta e entregou ao guia. Tião agradeceu e caminhou em direção à porta, junto de Orion. Squall permanecia parado.

_ Senhor Gorco. Tenho um favor a lhe pedir. Será que o senhor se importaria em me vender esse seu cachimbo, ou em me dizer onde conseguir um igual. É presente para um dos meus amigos.

_ Olha rapaz, eu gostei de você. E se é para um de seus amigos, pode levar como presente. Agora vá, meu rapaz, ficarei aguardando ansioso pelo seu retorno. Gorco entregou o cachimbo para o feiticeiro, após limpá-lo, e sorriu. Squall, Orion e Tião se despediram e saíram.

novembro 30, 2007

1ª Campanha "Dando o Sangue pelo RPG" – Venha doar sangue com a gente

Numa iniciativa mútua, diversas organizações e projetos relacionados ao cenário do RPG nacional estão se unindo para dar uma força para quem precisa e, de quebra, promover o RPG de maneira positiva pelo país. Aproveitando a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, que vai até dia 25 de novembro, o site D3System, aliado a outros tantos, está incentivando Mestres e jogadores a reunirem seus amigos para formar grupos de doação e procurar o posto de coleta mais próximo para mostrar que o RPG também é sinônimo de solidariedade, cidadania e responsabilidade social.
E Araraquara não perderá esta oportunidade de se aliar a esta iniciativa. Convocamos todos os RPGístas da cidade a virem doar seu sangue junto com nós da SUPIMPA e venha dar um exemplo de cidadania e solidariedade. A doação coletiva será no dia 08 de dezembro, sábado. Estaremos no hemo-núcleo de Araraquara a partir das 9 da manhã, recepcionando os doadores, tirando fotos e fazendo muita festa. Os RPGístas que participarem da doação concorrerão a brindes que serão sorteados no final da manhã para os presentes. Portanto, não deixe de participar, dê um pouco de si e salve vidas.
Agenda:
Data: 08 de dezembro de 2007, sábado
Hora: a partir das 8 horas da manhã ao meio dia, sendo que estaremos por lá a partir das 9h.
Local: Hemonúcleo de Araraquara, fica Av. da Saudade, a pequena rua que morre no cemitério São Bento, entre as Avenidas Portugal e Duque de Caxias (faculdade de Odonto).
Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 65 anos, pesar no mínimo 50 kg, apresentar documento de identidade, estar alimentado e em boas condições de saúde. No site da Fundação Pró-Sangue você pode encontrar todos os pré-requisitos básico para ser um doador e a lista de limitações sobre quem não pode doar.
Saiba mais sobre a campanha em: http://d3system.com.br/dosprpg1/



novembro 28, 2007

Editoras vão processar criminosos

As editoras de RPG no Brasil divulgaram nesta quarta-feira nota que pretendem acionar Ludson Alves Costa na justiça por danos morais, no valor de R$ 20.000,00, caso ele insista na versão fantasiosa de colocar a culpa do seu crime em videogames e jogos de RPG ou filmes.Ludson está sendo acusado de tentar matar a ex-namorada e alega que fez isso "influenciado pelo RPG".
Algumas distribuidoras de filmes e licenciadoras de jogos online já foram contatadas, apoiaram a idéia e estão preparando suas assessorias jurídicas para tornar a vida destes criminosos mais complicada no futuro.

"Já não é de hoje que criminosos aproveitam brechas na lei para tentar alegar influência de músicas, filmes ou jogos eletrônicos em seus atos" - diz Juliana Garcia, da assessoria de imprensa - "em 1999, Mateus de Costa Meira assassinou 3 pessoas em um cinema e tentou colocar a culpa de seus atos no filme Clube da Luta e no videogame Duke Nuken".

Outros criminosos já tentaram inventar ligações com filmes e livros para justificarem seus atos. Em 2001, a estudante Aline Silveira Soares foi assassinada por um traficante na cidade de Ouro Preto e, pelo corpo ter sido abandonado em um cemitério, foram levantadas hipóteses absurdas do crime estar ligado a jogos de videogame e RPGs. Em 2005, Mayderson de Vargas Mendes e Ronald Ribeiro Soares cometeram um crime de latrocínio em Guarapari, ES, e alegaram estar influenciados por jogos de tabuleiro. Investigações provaram que nenhum destes dois casos estava relacionado com jogos ou filmes, mas o dano causado pela imprensa irresponsável já estava feito: professores que trabalham com RPGs perderam seus empregos, livrarias sofreram boicotes e crianças sofreram humilhações e assédios em escolas.

"É chegada a hora de dar um basta neste tipo de leviandade. Vamos atacar no bolso que é onde dói mais" afirma Marcelo Del Debbio, um dos mais importantes escritores de RPG no Brasil, com mais de 40 títulos publicados - "Não é justo e nem perfeito que 400.000 pessoas (número de jogadores de RPG no Brasil) sofram abusos da imprensa sensacionalista por causa de criminosos que querem aproveitar-se do desconhecimento e despreparo da polícia".

novembro 23, 2007

Saiba tudo que o rolou no 2º Encontro de RPG de Araraquara

O 2º ERPGA foi um evento marcado por uma série de contratempos, provavelmente um teste para o evento e seus organizadores. Bem, sobrevivemos a ele e prosseguiremos em frente, sem desistir nunca.
Com certeza, o maior dos contratempos foi a chuva torrencial que desabou sobre a cidade nos dois dias do evento, especialmente no sábado. Foram verdadeiras monções que se precipitaram sobre Araraquara, fazendo com que muitos visitantes não compreendessem porque a cidade é apelidada de Morada do Sol.
Justamente devido a essa chuva catastrófica parte do público que era esperado para o encontro não compareceu. O público, previsto pela organização como algo por volta de 1500 pessoas, ficou em torno de 850 pessoas, melhorando a marca do ano anterior sem, no entanto, alcançar o objetivo de tornar-se o terceiro maior evento do país. Mesmo com personagens ilustres, como Caldela, Trevisan, Vingaard, Yuki, a equipe do OPERA RPG, Rogério, Fernando, Fernanda, Gelatto, Confraria das Idéias, etc, parte do público esperado ficou trancado em suas casas, a salvo da tormenta, se me permitem o trocadilho. De qualquer forma, o público de 2007 chegou a 0,50% da população local, um marco para ser lembrado em eventos do gênero e dificilmente batido em outras cidades do país e mesmo do mundo.
Infelizmente o lançamento de Vampiro: O Réquiem, previsto pela editora Devir para o evento não ocorreu poe, segundo informações da própria editora, problemas com a impressão da capa. Os livros não ficaram prontos na gráfica a tempo do evento. Entretanto, mesmo sem ter os livros em mãos, a editora gentilmente enviou, além de outros brindes, vale-réquiens para serem sorteados no evento, garantindo ao menos para os felizardos sorteados, os seus exemplares do livro, mesmo que eles só cheguem alguns dias após o evento.
Apesar disso, o encontro se realizou com o mesmo empenho e dedicação, tanto dos organizadores, quanto colaboradores, convidados e do público que corajosamente enfrentou a chuva e compareceu ao pavilhão do evento. Veja agora um pouco do que foi a festa rpgística de Araraquara.

Sábado

O primeiro dia do evento começou promissor, com um tempo firme e momentos de sol. Entretanto, por volta das 2 da tarde, o céu despencou sobre a cidade. Várias famílias ficaram desabrigadas em função disso e o pavilhão onde se realizava o encontro (e os outros galpões anexos onde havia feira de automóveis, encontro gospel, etc) não escapou ileso da fúria da natureza. O sistema de calhas do galpão não suportou tamanha quantidade de água, canos se romperam e todos testemunharam, entristecidos, várias cascatas se precipitando dento do evento. A decoração do jantar medieval foi totalmente afetada, precisando ser removida até o cessar da chuva.
Mesmo assim, o evento prosseguiu e, com isso, grande parte dos alimentos arrecadados já serviram para socorrer aquelas famílias que perderam tudo o que tinham devido à tempestade.
O movimento maior do sábado foi no período da tarde, após a passagem da tempestade. Mesmo com ela, várias pessoas compareceram logo cedo ao evento para aproveitarem as várias atrações disponíveis.
Entre essas atrações, os maiores destaques foram as palestras dos convidados especiais, Trevisan e Caldela, e Vingaard e Yuki, que lotaram e agradaram a todos os presentes.
Também tivemos o desfile de fantasias da Ludi Fantasy de São José do Rio Preto, embelezando o evento com suas coleções e modelos.
Os workshops tiveram grande procura, muita gente querendo aprender a jogar rpg, card games (com preferência para o munchkin que teria campeonato no dia seguinte), desenhar mangá. Provando mais uma vez que a iniciativa de ensinar os leigos é acertada.
A palestra sobre rpg pedagógico foi remanejada para o domingo, substituída pela dos autores e a palestra da Confraria das Idéias acabou não ocorrendo, já que era o horário de pico da tempestade. Entretanto, foi dada grande ênfase à batalha campal, realizando várias edições dela durante todo o dia, alegrando ainda mais aos presentes no evento.
Vários animes foram exibidos, divertindo os fãs do gênero e mesmo pessoas que passaram a conhecê-lo no evento.
Os convidados circularam pelo evento, distribuindo autógrafos, conversando com os fãs e esbanjando simpatia. Destaque para Vingaard e Yuki que desfilaram pelo pavilhão com os cosplays com os quais venceram os concursos mindiais e para o Doutor Careca, que esbanjou talento na guitarra do play station da lan house montada pelos patrocinadores World Evolution X e Doctor Games 2 no evento (jogo Guitar Hero). Aliás, essa foi outro grande acerto do evento, ter uma área para jogos eletrônicos e os fãs do gênero. Havia enormes telas de plasma com os mais modernos video-games disponíveis para o público jogar gratuitamente, um acréscimo de grande peso aos eventos de rpg.
Na parte da tarde também ocorreu o 1º Desafio Aralan, aventura de D&D ambientada no mundo criado pela organização do evento, na qual seis grupos de aventureiros se arriscaram dentro de uma terrível masmorra, cheia de perigos e mistérios para tentarem salvar a cidade e o mundo como um todo. Ao final do desafio, após desvendar enigmas, interpretar e derrotar inimigos terríveis, a equipe que conseguiu alcançar uma maior pontuação sagrou-se vencedora do desafio. Assim, a equipe formada por Vando, Alan e Leonardo (todos de Matão) e Daniel (da cidade de Franca), faturou o desafio e saiu do evento com medalhas e livros como prêmio.
No final do primeiro dia o grande destaque foi o desfile da Ludi Fantasy, que encantou a platéia com suas belas fantasias e modelos, quebrando inclusive uma idéia clássica, preconceituosa e infundada, de que eventos de rpg só tem "nerds feios". Ao contrário, tanto a equipe de modelos e estilistas, quanto o público em geral esbanjavam beleza.
Após o desfile começou o live action de World of Darkness. Nele, havia magos, vampiros e outras criaturas sobrenaturais misturadas aos mortais, entre eles, um grupo de rpg. O enredo do live se passava num encontro de rpg, onde os jogadores descobriam a existência dos vampiros, magos, etc e a existência de uma lenda, um tipo de maldição que impedia que a cidade de Araraquara fosse dominada pelas criaturas das trevas. Entretanto, essa proteção estava enfraquecendo e a cidade começava a ser invadida, criando um cenário de guerra pela posse da cidade, com direito a eleição de um príncipe vampírico. Os rpgsistas do live tinham, é claro que impedir que sua cidade, e seu evento, fossem dominados pelo mal.
Após o live action, veio a grande estrela do final de semana, o jantar medieval. Aquilo que era considerados por muito como o grande destaque do evento, provou-se como uma atração de peso e enorme potencial. Havia quase 130 pessoas no jantar, o ambiente estava todo decorado e até as pinturas já existentes nas paredes do pavilhão do evento contribuíram para o clima de imersão. Fantasias deslumbrantes deixaram todos os convidados maravilhados. Uma farta e deliciosa refeição foi servida ao som de boa música medieval, seguidos de uma divertida sessão de fotos, recheada de poses e encenações para delírio dos fotógrafos. Destaque para o "Peladão do RPG", como foi apelidado por J. M. Trevisan, um convidado fantasiado de, homem das cavernas, bárbaro, Terra de Og ou coisa parecida. Vestido apenas com uma tanga de couro (+15 na Classe de Aramdura) e armado com um pedaço de pau (+30 contra rpgistas ^_^), o peladão foi a grande estrela do jantar, posando para fotos ao lado de quase todos os convidados e jurando lealdade ao rei Barak, anfitrião do Banquete de Heróis. Por fim, alguns dos convidados já ensaiavam passos de dança, ainda que tímidos, indicando para a organização os rumos a serem tomados para os próximos jantares: mais atrações e interatividade durante o jantar.
Assim, com chave de ouro, regado a boa música, comida e bebida, terminou o primeiro dia do evento. Os heróis aventureiros vindos de outras cidades (como, por exemplo, Jaú, Ibaté, Ribeirão Preto, Matão, Américo Brasiliense, Franca, Descalvado, Porto Ferreira, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São José do Rio Preto, Pirassununga, Piracicaba, Jaboticabal, Catanduva, Casa Branca) se instalaram na masmorra, ou melhor, no alojamento, onde a farra avançou madrugada a dentro.

Domingo

O domingo começou com uma garoa fina, que foi aumentando aos poucos até se tornar uma chuva fraca, nem de longe assustadora e catastrófica quanto a do dia anterior.
Novamente a palestra da Confraria das Idéias foi substituída por mais batalhas campais, provando que rpg também pode ser esporte e alegrando o público, ansioso por suar um pouco e espantar o frio da manhã.
O torneio de Munchkin foi um grande sucesso, mostrando o quanto esse jogo é apreciado em todo o Brasil, e que o publico já está na expectativa pelo lançamento do tão aguardado Munchkin 2.
A segunda palestra de Trevisan e Caldela assim como a mesa redonda de mestres foi substituída por mais sessões de autógrafos e bate papos com os fãs que circulavam pelo evento, deixando os autores à vontade para curtir o evento, bem como os fãs para conversarem e pedirem seus tão desejados autógrafos.
A palestra de Sérgio Júnior, desfazendo mitos da Idade Média, lotou, dando uma verdadeira aula de história para o público.
O domingo também foi marcado pela presença ilustre dos autores do OPERA RPG, que vieram para Araraquara tanto para conhecer e participar do evento, quanto para divulgar seu excelente trabalho e aumentar ainda mais o leque de atrações disponíveis. Além da fantástica palestra de Rogério Godoy, A utilização do RPG em conquistas mundiais, que encantou e divertiu a platéia, tivemos também a Arena OPERA Transformers, trazendo os personagens do filme e do antigo desenho ao alcance do público, com direito a uma gigantesca arena decorada e colorida, e belíssimas miniaturas que por si só já fascinavam a todos que passavam. Conduzida por Gelatto, Fernando, Rogério e Fernanda, a arena funcionou em esquema de rodízio, com um constante revezamento de jogadores, iniciantes ou não, que se arriscavam a desafiar os amigos ou os Observadores e até mesmo os poderosos Megatron e Optimus Prime.
Novamente, como já está se tornando tradição, os workshops lotaram de iniciantes, ávidos por conhecimento rpgístico ou desenhístico (se é que esses termos realmente existem), assim como o mini-cinema que exibiu animes o dia todo e contou com as figuras ilustres de Vingaard e Yuki em sua platéia.
Uma ausência entristeceu o público e a comissão organizadora. Por motivos de saúde, Paulo Camossa, que faria o workshop de Mage Knight além de uma palestra, não pode comparecer ao evento. Felizmente tudo não passou de pequeno susto, produzido por uma virose inoportuna. Paulo já se recuperou e passa bem e todos aguardamos os eventos futuros para termos novamente a oportunidade de contar com a presença dele em nossa cidade.
Logo no início da tarde começaram os torneios de Magic e Munchkin. O primeiro contou com várias pessoas de cidades da região além dos próprios duelistas locais. Contou pontos para o ranking mundial da DCI (Wizards of The Coast) e teve como primeiros colocados os jogadores Ricardo Santos (1º lugar - São carlos), João Lucas (2º lugar - Araraquara) e Jean Adrien (3º lugar - São Carlos).
O torneio de Munchkin, também valeu pontos para o ranking nacional. O ranking, bem como as regras de disputa do torneio, foram criados pelos organizadores do evento e, a convite da editora Devir, foi iniciado no Encontro Internacional deste ano. O grande vencedor foi Renan França, que faturou uma edição do novo Mundo das Trevas, além da sua medalha (inclusive vale ressaltar que todos os vencedores de torneios receberam, além de prêmios normais como livros e jogos, medalhas feitas exclusivamente para o evento).
Já no meio da tarde outras disputas tiveram início, o campeonato de Pokémon TCG e o Arena D&D. O campeonato de pokémon não apresentou grandes surpresas que valham ser mencionadas. Já a Arena de D&D teve algo inusitado que mereceu nota e obrigou o criador do torneio a rever vários pontos da estrutura das regras, fazendo com que a primeira Arena servisse de protótipo para eventos futuros. Sete jogadores inscritos decidiram de comum acordo lutarem todos juntos na arena, ao invés de ter o sistema de chaves e eliminatórias proposto anteriormente. Astutamente (ou nem tanto assim) um dos jogadores, que havia comprado uma vela especial do livro do mestre, usou seu item mágico peculiar para invocar nada menos que um Lorde das Profundezas (!!!). Apesar da mínima chance do efeito funcionar e a evocação se concretizar, o jogador conseguiu sucesso, ao menos parcial. Coube ao juiz da disputa interpretar um irritado Lorde das Profundezas, ofendido por ter sido tirado de seu reino para interferir numa mera disputa de criaturas inferiores. Assim, usando cegamente as instruções contidas no livro dos monstros, o juiz Bruno se viu obrigado a colocar o monstro para lutar pra valer na arena, contra todos os jogadores envolvidos na disputa. O personagem que o invocou foi um dos primeiros a ser dizimados pela fúria do demônio e, aquilo que deveria se tornar uma disputa entre os jogadores, culminou com a união das forças dos mesmos para tentar, senão derrotar, ao menos sobreviver ao poder do inimigo. Relembro, e é importante que isso seja destacado, seguindo cegamente o que mandava o Livro dos Monstros, sem pender para qualquer lado, muito menos para ter seu momento de mestre sádico, o juiz controlou o Lorde das Profundezas até que todos os competidores tiveram seus personagens eliminados. Todos menos um, cujo personagem tinha o modelo Fantasma do Livro dos Monstros e que, por ser incorpóreo, foi o último a restar "vivo" na Arena após os ataques devastadores de Chuvas de Meteoros do Lorde das Profundezas. Como o fantasma foi o último a "morrer" vítima da desgraça invocada pelo incauto jogador, ele foi eleito como vencedor da Arena (apenas porque não achamos correto dar o prêmio ao Lorde das Profundezas, já que nem inscrição ele tinha ^_^). Assim, Vinicius Mascherini de Lima de Américo Brasiliense ficou com o prêmio e a medalha.
Um pouco mais tarde, com o sol já desejando se deitar atrás do horizonte, a esperada palestra sobre RPG pedagógico, ministrada pelo professor Eduardo Küll, mostrou uma perspectiva sobre o hobby que ainda é desconhecida por muitos. Na platéia, além de rpgistas veteranos e novatos, estavam também os autores do OPERA e professores da cidade, trocando idéias e firmando parcerias para projetos futuros ligados ao uso do RPG como ferramenta educativa.
Então, no final do dia, veio um momento ansiosamente aguardado por todos, o concurso de cosplay. Comandado pelo fabuloso casal Vingaard e Yuki, o concurso contou com fantasias belas e perfeitas, e com outras muito, mas muito engraçadas mesmo. Pela originalidade e pela performance peculiar, o grande vencedor do concurso foi o bárbaro apelidado de "Peladão do RPG", que além de provocar ataques de risos em todos com sua interpretação, tentou comer a medalha que recebeu como parte da premiação (!!). Tivemos como destaque também a hilária participação de Rogério Godoy, autor do OPERA, que, fantasiado de membro da Equipe Rocket, buscou capturar o máximo possível de otakus com touquinhas de pikachu e outros pokémon.
Então, já no encerramento do evento, veio o momento que sem dúvida nenhuma é o mais aguardado por todos, o sorteio dos brindes. Vários brindes foram sorteados para o público presente nos dois dias do evento. Entre eles os aguardados vales para Vampiro: O Réquiem que devem finalmente sair da gráfica e ir para as mãos de Jair Tozetti e Robson Gusmão em poucos dias. Muitos outros livros carinhosamente cedidos pelas editoras Devir, Conclave e Caladwin, além de kits OPERA completos para começar a jogar trazidos pela equipe autora do sistema, fizeram a festa dos jogadores sorteados, em sua maioria iniciantes
Além de todas as atrações que tivemos, das que foram canceladas ou substituídas, o evento contou também com stands diversos, oferecendo alimentação, livros, dados, camisetas, fantasias, revistas, dvds, jóias e todo tipo de produto adorado pelos rpgístas, duelistas, otakus, etc.
O balanço que fazemos deste segundo evento é mais uma vez positivo. Tivemos vários contratempos, a chuva acabou com um bairro inteiro da cidade e não foi menos impiedosa com a região do encontro, impedindo o acesso de algumas pessoas ao evento. Não tivemos Réquiem para comprar, e tivemos que enxugar várias poças e tentar fazer cachoeiras verterem ao contrário (com a ajuda de nossos magos e clérigos de plantão). Apesar disso tudo, o evento se realizou com esplendor, elogiado por diversas pessoas, incluindo na lista os personagens ilustres que por aqui passaram, tanto autores, como cosplayers, além dos patrocinadores que montaram stands no evento e já confirmaram suas presenças para o ano que vem. O evento segue, sempre em ritmo crescente, rompendo barreiras, derrotando preconceitos, vencendo adversidades, trazendo diversão e cultura de qualidade e baixo custo, além de ajudar pessoas necessitadas,como foi o caso das famílias que receberam os alimentos doados pelos participantes do evento. Os alimentos foram repassados para as instituições beneficentes Recanto do Senhor, Casa da Misericórdia, Vicentinos, Servos do Cristo Redentor e Fisa, que os encaminharam para as famílias desabrigadas pela chuva, além de outras que necessitam de ajuda.
Mais uma vez cumprimos nosso dever cívico, além de nos divertirmos muito, provando uma vez mais que, ao contrário do que insistem em dizer certos setores mal intencionados da imprensa, RPG é vida!
E, como não poderia deixar de ser, nós, que não estivemos sozinhos nessa jornada, fazemos questão de agradecer a todos aqueles que nos ajudaram, seja patrocinando o evento, seja divulgando-o, seja comparecendo, seja torcendo pelo sucesso desta iniciativa. Nossos agradecimentos especiais a:
100% vídeo, All Games Club - Pirassununga, Bardo Jack Projects, Coca-Cola, Coca-Cola Zero, Devir Livraria, Doctor Games 2, Eagito, Esfera Musical, Gráfica Bolsoni, HJ Comunicação Visual, Hotel Flamboiã, Jeca Tatu, Marin Móveis, Nobel - São José do Rio Preto, Parancini, Port Pedras Marmoraria, Colégio Interativo, Prefeitura de Araraquara, Secretarias de Esportes e de Cultura, Shopping Lupo, Toca do Açaí, World Evolution X, Zona Fantasma, Editoras , Conclave, Caladwin, Devir, sites, fóruns e listas da RedeRPG, Fale RPG, Espaço RPG, RPG Online, Spell RPG, Portal RPG, RPGX, Festolândia, Canais EPTV Central, Eagito, Rádio Uniara, Jornais Tribuna Impressa, O Imparcial, agradecimentos especiais à Confraria das Idéias, a equipe do OPERA RPG (Gelatto, Roj, Fernando, Fernanda) ao Dr. Careca J.M. Trevisan, Leonel Caldela, Marcelo Fernandes (Vingaard) e Thaís Jussim (Yuki), a Maiara Sutti Cristóvão, Monique Nunes Bondezan, Giorlaine Maribel Santana, Rosimeire Aparecida de Oliveira e a toda a equipe da Ludi Fantasy, a toda a comissão organizadora, ao povo de Araraquara, a todo o público daqui e das outras cidades e à chuva, por ter nos testado e provado que conseguimos restistir e superar as dificuldades. Enfim, são tantos os nomes que pedimos desculpas se esquecemos de mencionar algum (mas reclamem que corrigiremos a falha ^_^) e agradecemos de maneira geral a todos aqueles que nos apoiaram. O Segundo Encontro de RPG de Araraquara está oficialmente encerrado e já começamos a correria para preparar o próximo evento. Que Deus nos ajude!
Veja as fotos do 2º ERPGA e do Jantar Medieval Banquete de Heróis em nosso álbum no picassa web: