Por Gizmo, Editora Daemon
Mais uma vitória do bom senso contra os fanáticos religiosos.
Esta decisão também abre Jurisprudência para outros casos parecidos de
outros vereadores que porventura tentem entrar nessa onda oportunista
em outras cidades.
Guardem com carinho este texto e copiem e colem em todos os blogs,
flogs, sites, listas e comunidades do Orkut relacionados com RPG que
vocês puderem.
[ ]´s
GiZmo
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PARECER Nº 116/2005
A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela
MANUTENÇÃO DO DESPACHO DENEGATÓRIO, aposto pela Mesa Diretora ao
Projeto de Lei nº 126/2005, de autoria do Deputado Robson Vaillant.
Sala das Comissões, em 31 de maio de 2005.
JOSÉ RAMOS - Presidente
CLAUDIO VEREZA - Relator
PAULO FOLETTO
EUCLÉRIO SAMPAIO
SUELI VIDIGAL
LUIZ CARLOS MOREIRA
O SR. PRESIDENTE - (CÉSAR COLNAGO) - Publique-se.
O SR. 1º SECRETÁRIO lê:
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO
RELATÓRIO
Trata-se de Projeto de Lei de nº 136/05 de autoria do Deputado Estadual Robson
Vaillant cuja ementa assim o diz "Fica proibido no Estado do Espírito Santo a
venda e a exposição, seja em propriedade pública ou privada, de literatura que
faz menção ao jogo RPG e da outras providências.
Com fundamento no artigo 22, inciso I da Constituição Federal, e ainda com base
no artigo 136, inciso VIII do Regimento Interno, o Senhor Presidente desta ALES
despachou no sentido de que fosse o Projeto devolvido para o Deputado Autor,
face o mesmo haver infringido os artigos antes destacados.
Inconformado que ficou com aquele Despacho, aquele Deputado recorreu daquela
decisão.
Posteriormente, chegou o mesmo às minhas mãos para que pudesse apresentar o meu
Parecer, o que o farei numa nas folhas seguintes.
É o relatório.
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO
PARECER DO RELATOR
Conforme consignado no Relatório acima, trata-se de Projeto de Lei de nº 136/05
de autoria do Deputado Estadual Robson Vaillant cuja ementa assim o diz "Fica
proibido no Estado do Espírito Santo a venda e a exposição, seja em propriedade
pública ou privada, de literatura que faz menção ao jogo RPG e da outras
providências.
Inconformado com aquele despacho o Deputado Autor recorreu do mesmo.
De maneira sucinta, podemos dizer que, ao apresentar o Projeto de lei em
destaque, aquele Deputado feriu frontalmente a nossa legislação vigente, eis
que, além de não haver observado os ditames contidos no artigo 22, inciso I de
nossa Constituição Federal, não observou ele ainda o que há muitos os mestres de
nosso país, dizem à respeito do referido jogo, quer seja:
Pedagogia - Jogo de Representação Pedagógica (RPG) RPG é uma sigla em inglês que
quer dizer "Role-Playng Game".Jogo de Representação e Interpretação de
personagens. Na realidade não se trata de um jogo, pois não há vencedores nem
perdedores, mas é uma forma de história interativa, em que a narrativa é
estabelecida por todos os partícipes.
Surgiu nos EUA em 1974 e espalhou-se pelo mundo. O RPG é um jogo onde o jogador
interpreta um personagem criado por ele. Este personagem, porém, deverá ser
criado dentro de um determinado cenário, conhecido como ambientação. Nessa
ambientação, os jogadores constróem, em conjunto, suas próprias narrativas e
personagens. Cada jogador estabelece o seu personagem, menos um, que é o mestre
do jogo. Ele é o juiz do jogo. Sobre ele incide o maior encargo, depende dele o
jogo ser um sucesso e todos passarem por situações prazerosas juntos. O RPG
incentiva a criatividade, a participação, e a leitura e a pesquisa de fácil
aplicação em qualquer disciplina e conteúdo didáticos. No RPG (Role-Playng Game)
o participante ativo, é como um ator, que representa um papel e, como um
produtor que escolhe caminhos e toma decisões nem sempre previstas, pelo
orientador (mestre). Utiliza a inteligência, a imaginação, o diálogo para, em
colaboração com os demais partícipes (decisão em grupo), buscar alternativas que
procuram encontrar as melhores respostas para as circunstâncias sugeridas pela
aventura. A aula é transformada em jogo, tornando-a mais aprazível, divertida e
bem sucedida, provocando o aluno a buscar a sua interação com o assunto.
O RPG é por excelência um instrumento didático de ensino/aprendizagem, que
implica alterações de atitude de professores e alunos, diante do jogo e a cada
resultado, dependendo da direção da história; não é competitivo, mas é
empreendedor.
No seu feitio lúdico mora a sua maior capacidade, trazendo para a sala de aula o
prazer de estudar e aprender. Esta ferramenta educacional tem características
peculiares que a tornam um extraordinário instrumento em sala de aula. Estão
presentes nesta ferramenta educacional a socialização, a cooperação, a
criatividade e interatividade e a interdisciplinaridade. Segundo Lino de Macedo,
o uso de jogos como estratégia de ensino é muito eficaz para o aumento da
motivação dos alunos, e uma influente ferramenta do professor para o
procedimento do ensino/aprendizagem.
A resolução de situações-problema é muito enfatizada no jogo, pois o tempo todo,
os alunos se deparam com circunstância que precisam resolver para continuar
jogando. Concretizada de maneira lúdica, essa capacidade é o embasamento do RPG.
Também são desenvolvidas considerações em situações práticas do cotidiano: as
experiências no jogo são preparadas de modo a desenvolver algum conteúdo
curricular ou tema transversal. O jogo é um trabalho a ser resolvido
cooperativamente, e isso é algo que fascina o aluno e é usado por professores de
maneira eficaz. O RPG facilita ao professor explicar o valor, na vida real, de
um determinado contexto didático. É uma excelente ferramenta para a discussão de
assuntos complicados como a violência, as diversidades sociais, os conflitos
raciais.
Neste jogo não existem vencedores. Todos os personagens se unem em função de uma
finalidade comum.
O RPG é um jogo de representação e interpretação coletiva desenvolvendo-se no
plano da imaginação. A proposta deste instrumento educacional não é competir,
mas resolver, em conjunto, as situações apresentadas, através da interpretação
das personagens e do sistema de regras. Os enredos compõem-se de um conjunto de
situações-chave, denominadas nós narrativas a partir das quais a história se
movimenta. O jogo de RPG, merece um olhar cuidadoso por parte dos educadores
devido a sua atitude dinâmica e atraente na expectativa de construção prazerosa
de uma história. Os jogadores desenvolvem sua criatividade no desenrolar da
história ao resolverem como os seus personagens reagem e decidem os obstáculos
das histórias. Os alunos podem inventar seus personagens, históricos e
individualidade. Uma só história pode absorver assuntos de várias disciplinas
interdisciplinarmente.
O RPG estimula um raciocínio global, muito importante para os dias de hoje, pois
através do jogo, é provável resgatar valores morais e éticos.
Funciona, então, como ferramenta para preparar o jovem a interagir na sociedade,
tanto profissional quanto socialmente.
Autora: Amélia Hamze - Educadora - Profª. UNIFEB/CETEC e FISO
Diante da assertiva acima, tem-se claro que, não podemos colocar a culpa no JOGO
DE RPG os atos que foram praticados por aqueles estudantes, para que aprovemos a
proibição do referido jogo, ademais disso, caso o simples ato de jogar/brincar
determinado jogo fosse suficiente para praticar/influenciar na prática de
homicídio, tenho que antigamente brincava-se de "Polícia X Ladrão" e nunca ouvi
falar que durante uma dessas brincadeiras e outras de cunho similar tenha
acontecido qualquer tipo de crime.
Diante disso, tenho como certo que, trata-se de comportamento característico de
ser humano.
Sendo assim, meus Nobre pares além dos motivos que foram exarados pelo Senhor
Presidente para denegar o Seguimento da proposição apresentada pela nobre
Deputada, junta-se àqueles o fato de que, trata-se de um Projeto de Lei repleto
de ILEGALIDADE, eis que fere os ditames contidos nas Leis Federal 9.985/2000,
4771/65 e 7803/89, onde ali restam estabelecidos os procedimentos que devem ser
adotados para declarar área como de preservação ambiental. Ademais disso, e por
força disso, a tramitação do referido projeto de Lei, obrigatoriamente tem que
tramitar junto a SEAMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos), bem como junto ao IEMA - Instituto Estadual do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos.
Diante disso, sou pela manutenção do despacho denegatório exarado pelo Senhor
Presidente, vez que, além do Projeto de Lei nº 136/2005, ferir frontalmente o
artigo 63, parágrafo único, inciso III e VI da constituição Estadual, além de
infringir o artigo 136, inciso VIII do Regimento Interno.
http://www.al.es.gov.br/
Clicar em "Diário Online" e pegar o diário de 08/06/2005
Parecer n. 116/2005 pg 41
dezembro 20, 2005
dezembro 15, 2005
Até a próxima...
É isso aí! Esse ano terminou, e com final feliz. Agora só em 2006. Os heróis (e o mestre, aff...) ficarão de férias até ano que vem. Mas o Cronicas Artonianas não vai parar. Novas ilustrações surgiram, novas aventuras com outros personagens ainda há para serem jogadas. Mas o principal só ano que vem mesmo.
Olha o que vem aí:
- o retorno de Yczar e Batloc
- O retorno de Zulil e Flint Stone
- Perseguições
- Guerras
- Casamentos
- Romances
- Mortes
- Novas cançoes de Sam
- e finalmente, o famoso inimigo da fala mansa dará as caras
Até lá!!!
Olha o que vem aí:
- o retorno de Yczar e Batloc
- O retorno de Zulil e Flint Stone
- Perseguições
- Guerras
- Casamentos
- Romances
- Mortes
- Novas cançoes de Sam
- e finalmente, o famoso inimigo da fala mansa dará as caras
Até lá!!!
Capítulo 161 - Sim
Os heróis olharam uns para os outros, compartilhando a emoção que sentiam através do olhar. Legolas abraçou sua amada ainda mais forte, sentindo seu coração pulsando rápido em seu peito. Todos estavam felizes e emocionados por ter conhecido mais uma divindade. Era como se vivessem um sonho. Mas, assim com nas suas visões, o sonho rapidamente deu lugar a um terrível pesadelo.
Das profundezas do lago, surgiu Escamas da Noite. A dragonesa saltou de dentro da água, com a mesma velocidade com que havia caído quando recebera o último ataque dos heróis. O monstro abriu suas asas negras, já feridas e rasgadas e pairou no ar diante dos heróis. Sua cauda surgiu veloz de traz de seu corpo ferido e golpeou com força o pobre Nevan que estava debruçado na mureta de pedras. Nevan foi arremessado a dezenas de metros de distância. Seu corpo atravessou o lago, indo se chocar contra a parede da caverna. O impacto do golpe abriu uma cratera na parede. Nevan caiu no chão, inconsciente e extremamente ferido. Pedras despencaram sobre ele, deixando-o parcialmente soterrado.
_ Malditos! Vou matar todos vocês! Só preciso de mais um sopro! Vocês todos serão dissolvidos com meu ácido! – rugiu a dragonesa, encarando os heróis com o olho que lhe sobrara inteiro em sua face destruída.
Escamas na Noite estufou o peito tomando fôlego. O ácido começou a transbordar de sua boca e a escorrer pelos cortes e perfurações que haviam em seu corpo negro. A quantidade de ácido que ela reunia para atacar seria suficiente não apenas para matar a todos, mas também para destruir a pequena ilha por completo. Liodriel abraçou Legolas com força, tentando protegê-lo.
_ Kamthiaria! - gritou Legolas, apontando o arco que recebera de Draco para a dragonesa.
_ Dare bia natha! – gritou Anix estendendo sua mão.
_ Leusa elbiamfia! – gritou Squall, direcionando seu dedo para a criatura.
_ Leusa bia thiara! – gritou Sairf, com suas mão já semicongeladas apontadas para a inimiga.
_ Glórien! Proteja-nos! Reidüi üsjdemajdarga! – gritou Lucano, envolvendo a todos com uma névoa espessa e escura.
_ Morra maldita! – gritaram Nailo e Sam, respectivamente disparando o arco e tocando o alaúde com fúria.
Os heróis lançaram seu último ataque. Protegidos pela névoa obscurescente conjurada por Lucano, todos viram quando a flecha congelante de Legolas se juntou à bola de fogo de Anix, ao raio ardente de Squall, ao raio de gelo de Sairf, à flecha em chamas de Nailo e às ondas sonoras do alaúde de Sam, formando um grande projétil de energia. O ataque explodiu no peito da dragonesa, arrancando-lhe as escamas que ainda restavam em seu corpo.
_ Malditooooos! – gritou Escamas da Noite, sua última palavra.
Escamas da Noite ergueu sua cabeça para o alto, movida pela dor e pelo impacto da explosão. A boca da dragonesa explodiu, liberando uma gigantesca rajada de ácido para cima. O ácido subiu em altíssima velocidade, até alcançar o teto da caverna, corroendo-o. Tudo começou a tremer, parecia que a montanha desabaria sobre eles. Pedras começaram a despencar sobre os heróis e uma imensa estalactite se desprendeu do teto e caiu. A estalactite desceu com sua ponta afiada sobre o peito de Escamas da Noite, enterrando-se em seu coração negro e repleto de maldade. A estalactite a atravessou como uma flecha e a levou para o fundo do lago, sepultando-a e encerrando seus dias de maldade para sempre.
Os heróis comemoraram a vitória definitiva dentro da montanha de Durgedin e se abraçaram emocionados. Sam finalmente conheceu a bela dama Liodriel, apresentando-se a ela com reverência e admiração. Anix correu até onde Nevan havia sido arremessado. Nevan, estava vivo, muito ferido, no entanto.
_ Ai, acho que preciso de um descanso! – disse Nevan ao seu amigo mago, vários ossos haviam se partido, inclusive a perna recém curada por Glórien.
Anix carregou Nevan, apoiado em seu ombro, e todos foram até a caverna do tesouro. Lá dentro, encontraram uma pilha com milhares de moedas de cobre, prata e ouro, e dezenas de jóias. Peças de tecidos e roupas finas e caras espalhavam-se pelo lugar que brilhava como o próprio sol. Uma caixa grande de carvalho guardava o laboratório químico que Draco havia deixado para Anix. Ao lado dele, um porta-mapas continha diversos pergaminhos mágicos. Sobre o tesouro, presos à parede, existiam grilhões de ferro, os mesmo grilhões onde eles haviam visto Liodriel acorrentada em seus sonhos. Os heróis recolheram todo o tesouro, colocando as moedas e jóias dentro de sacos feitos a partir de suas próprias roupas. Sairf, com toda sua experiência em magias de água e gelo, reconheceu os pergaminhos de respirar na água, mencionados por Draco. O mago lançou a magia sobre todos os seus amigos e todos saltaram no lago, carregando pesadas bolsas de tesouro. O grupo nadou sob as águas até encontrar uma caverna submersa. Depois da caverna, chegaram finalmente à superfície, no mesmo local onde Legolas havia encontrado as pegadas de Escamas da Noite e do grupo de Draco. Os heróis subiram a encosta da montanha e encontraram todos os seus cavalos, sãos e salvos, pastando nos arredores.
As bolsas de tesouro foram amarradas nos cavalos, os heróis secaram seus corpos molhados e, antes de partirem, a emoção novamente tomou conta de todos.
_ Liodriel, minha amada! Aceita se casar comigo! – perguntou Legolas, de joelhos diante de sua amada, segurando sua mão delicada.
Liodriel virou o rosto e baixou a cabeça, fazendo uma expressão triste. Legolas se assustou por um instante, pensando que seu grande sonho não se realizaria. Então ela se virou para ele, sorrindo. Seus olhos radiantes brilhavam mais que o sol e a lua juntos. Liodriel saltou no braços de Legolas beijando-o e respondeu a plenos pulmões.
_ Sim!
Finalmente estavam juntos novamente. Finalmente a missão estava cumprida. Finalmente os heróis poderiam retornar.
Das profundezas do lago, surgiu Escamas da Noite. A dragonesa saltou de dentro da água, com a mesma velocidade com que havia caído quando recebera o último ataque dos heróis. O monstro abriu suas asas negras, já feridas e rasgadas e pairou no ar diante dos heróis. Sua cauda surgiu veloz de traz de seu corpo ferido e golpeou com força o pobre Nevan que estava debruçado na mureta de pedras. Nevan foi arremessado a dezenas de metros de distância. Seu corpo atravessou o lago, indo se chocar contra a parede da caverna. O impacto do golpe abriu uma cratera na parede. Nevan caiu no chão, inconsciente e extremamente ferido. Pedras despencaram sobre ele, deixando-o parcialmente soterrado.
_ Malditos! Vou matar todos vocês! Só preciso de mais um sopro! Vocês todos serão dissolvidos com meu ácido! – rugiu a dragonesa, encarando os heróis com o olho que lhe sobrara inteiro em sua face destruída.
Escamas na Noite estufou o peito tomando fôlego. O ácido começou a transbordar de sua boca e a escorrer pelos cortes e perfurações que haviam em seu corpo negro. A quantidade de ácido que ela reunia para atacar seria suficiente não apenas para matar a todos, mas também para destruir a pequena ilha por completo. Liodriel abraçou Legolas com força, tentando protegê-lo.
_ Kamthiaria! - gritou Legolas, apontando o arco que recebera de Draco para a dragonesa.
_ Dare bia natha! – gritou Anix estendendo sua mão.
_ Leusa elbiamfia! – gritou Squall, direcionando seu dedo para a criatura.
_ Leusa bia thiara! – gritou Sairf, com suas mão já semicongeladas apontadas para a inimiga.
_ Glórien! Proteja-nos! Reidüi üsjdemajdarga! – gritou Lucano, envolvendo a todos com uma névoa espessa e escura.
_ Morra maldita! – gritaram Nailo e Sam, respectivamente disparando o arco e tocando o alaúde com fúria.
Os heróis lançaram seu último ataque. Protegidos pela névoa obscurescente conjurada por Lucano, todos viram quando a flecha congelante de Legolas se juntou à bola de fogo de Anix, ao raio ardente de Squall, ao raio de gelo de Sairf, à flecha em chamas de Nailo e às ondas sonoras do alaúde de Sam, formando um grande projétil de energia. O ataque explodiu no peito da dragonesa, arrancando-lhe as escamas que ainda restavam em seu corpo.
_ Malditooooos! – gritou Escamas da Noite, sua última palavra.
Escamas da Noite ergueu sua cabeça para o alto, movida pela dor e pelo impacto da explosão. A boca da dragonesa explodiu, liberando uma gigantesca rajada de ácido para cima. O ácido subiu em altíssima velocidade, até alcançar o teto da caverna, corroendo-o. Tudo começou a tremer, parecia que a montanha desabaria sobre eles. Pedras começaram a despencar sobre os heróis e uma imensa estalactite se desprendeu do teto e caiu. A estalactite desceu com sua ponta afiada sobre o peito de Escamas da Noite, enterrando-se em seu coração negro e repleto de maldade. A estalactite a atravessou como uma flecha e a levou para o fundo do lago, sepultando-a e encerrando seus dias de maldade para sempre.
Os heróis comemoraram a vitória definitiva dentro da montanha de Durgedin e se abraçaram emocionados. Sam finalmente conheceu a bela dama Liodriel, apresentando-se a ela com reverência e admiração. Anix correu até onde Nevan havia sido arremessado. Nevan, estava vivo, muito ferido, no entanto.
_ Ai, acho que preciso de um descanso! – disse Nevan ao seu amigo mago, vários ossos haviam se partido, inclusive a perna recém curada por Glórien.
Anix carregou Nevan, apoiado em seu ombro, e todos foram até a caverna do tesouro. Lá dentro, encontraram uma pilha com milhares de moedas de cobre, prata e ouro, e dezenas de jóias. Peças de tecidos e roupas finas e caras espalhavam-se pelo lugar que brilhava como o próprio sol. Uma caixa grande de carvalho guardava o laboratório químico que Draco havia deixado para Anix. Ao lado dele, um porta-mapas continha diversos pergaminhos mágicos. Sobre o tesouro, presos à parede, existiam grilhões de ferro, os mesmo grilhões onde eles haviam visto Liodriel acorrentada em seus sonhos. Os heróis recolheram todo o tesouro, colocando as moedas e jóias dentro de sacos feitos a partir de suas próprias roupas. Sairf, com toda sua experiência em magias de água e gelo, reconheceu os pergaminhos de respirar na água, mencionados por Draco. O mago lançou a magia sobre todos os seus amigos e todos saltaram no lago, carregando pesadas bolsas de tesouro. O grupo nadou sob as águas até encontrar uma caverna submersa. Depois da caverna, chegaram finalmente à superfície, no mesmo local onde Legolas havia encontrado as pegadas de Escamas da Noite e do grupo de Draco. Os heróis subiram a encosta da montanha e encontraram todos os seus cavalos, sãos e salvos, pastando nos arredores.
As bolsas de tesouro foram amarradas nos cavalos, os heróis secaram seus corpos molhados e, antes de partirem, a emoção novamente tomou conta de todos.
_ Liodriel, minha amada! Aceita se casar comigo! – perguntou Legolas, de joelhos diante de sua amada, segurando sua mão delicada.
Liodriel virou o rosto e baixou a cabeça, fazendo uma expressão triste. Legolas se assustou por um instante, pensando que seu grande sonho não se realizaria. Então ela se virou para ele, sorrindo. Seus olhos radiantes brilhavam mais que o sol e a lua juntos. Liodriel saltou no braços de Legolas beijando-o e respondeu a plenos pulmões.
_ Sim!
Finalmente estavam juntos novamente. Finalmente a missão estava cumprida. Finalmente os heróis poderiam retornar.
Capítulo 160 - Lágrimas de uma deusa
Então, algo mágico aconteceu. O corpo de Draco foi envolvido por uma luz muito forte e brilhante, mas que não ofuscava quem olhasse para ela. Todos ficaram paralisados vendo aquele fenômeno. Não poderiam se mover um centímetro sequer, mesmo se tentassem. Apesar disso, sentiam uma grande sensação de paz e tranqüilidade. A luz vinha do alto, surgindo do nada no céu da caverna. De repente, os heróis ouviram o som de passos atrás deles. Viraram suas cabeças para olhar e testemunharam, maravilhados, o caminhar de uma bela dama élfica que pisava sobre as pedras do lago.
Tinha cabelos lisos e curtos, num tom roxo que ressaltava o brilho de seus belos olhos amendoados. Trajava um vestido verde como a mais bela esmeralda, e seu corpo era adornado com pulseiras, colares e brincos de ouro. A bela elfa passou entre os heróis, indo em direção a Draco. Todos ficaram espantados e muito emocionados quando ela se curvou sobre o corpo do elfo morto e beijou-lhe a testa com doçura.
_ É claro que eu o perdôo, meu filho! – disse a bela elfa com uma voz tão suave a ponto de ser capaz de amolecer o mais duro e gélido coração. Os heróis não contiveram a emoção, ao entender que quem estava diante deles era ninguém menos que a mãe de todos os elfos. Diante deles estava a deusa dos elfos, Glórien.
_ Eu o perdôo meu filho amado! No último instante você se arrependeu de ter traído seus irmãos, por isso, você terá um lugar em meu reino! Eu o levarei para Nivenciuén!
Glórien se levantou, e voltou seus olhos para os aventureiros que testemunhavam a tudo com temor e admiração. Calmamente, a deusa dos elfos se aproximou de Legolas e Liodriel, que se abraçavam com ternura, e continuou.
_ Estou orgulhosa de você meu filho! Seu amor puro e verdadeiro lhe deu forças para superar todos os desafios e chegar até este lugar, para salvar sua amada e ser salvo por ela! O amor de vocês é belo e verdadeiro, e nada pode vencer este amor! Agora que tudo acabou, vocês poderão viver seu amor em paz!
A deusa se afastou do casal sorrindo, e se virou para Nailo, com seus belos olhos amendoados expressando tristeza.
_ Sua coragem, e o amor por seus irmãos são qualidades a serem louvadas! Por diversas vezes você arriscou sua própria vida para protegê-los! Mas essa coragem fez com que você agisse imprudentemente algumas vezes e corresse riscos desnecessários! Tome mais cuidado daqui para frente e valorize sua vida, a vida que eu lhe dei! Você tem uma longa vida pela frente ainda! Não gostaria de vê-lo tão cedo em meu reino!
Nailo compreendeu as palavras de sua deusa mãe e baixou sua cabeça em sinal de respeito. Glórien se afastou dele e foi até Anix.
_ Meu filho querido! Meu doce Anix! Se coração é puro e bondoso! Por diversas vezes você liderou seus amigos, encerrando as discussões que tiveram em momentos de crise. Sua bondade é muito bonita, mas também é perigosa! Você é puro e ingênuo! Deve tomar muito cuidado com a maldade que existe neste mundo! Para não cair em novas armadilhas! Aquela mulher que lhe beijou lá em cima, era uma demônia disfarçada. Ela havia sido convocada há muito tempo por um mago que tentou invadir estas cavernas e padeceu sob os ataques dos monstros que infestam esse lugar! Antes de morrer, porém, o mago lançou um último feitiço aprisionando aquela mulher-demônio! Ela só poderia se libertar caso uma pessoa bondosa ousasse atacá-la, ou fosse estúpido o bastante para lhe dar permissão para sair! E você Anix, caiu na sua armadilha diabólica, se deixou iludir por todas as mentiras que ela disse e a libertou de seu cativeiro! Deves tomar mais cuidado para não ser enganado novamente!
Anix baixou a cabeça, compreendendo as palavras de sua deusa e entendendo o erro que cometera. Glórien se afastou de Anix, e foi na direção de seu irmão Squall.
_ Estou muito triste meu filho! Vocês venceram um grande desafio hoje e eu me orgulho disso! Mas sinto que eu o estou perdendo! Essa marca em sua cabeça é um sinal de que em suas veias corre o sangue dracônico! Sim, você descende dos filhos de Megalokk, e você também Anix! Um de seus antepassados de muitas eras atrás era um dragão vermelho! Essa marca é o símbolo da herança deste ancestral! Essa herança é muito mais forte em você do que no seu irmão! Agora, meu filho, cabe somente a você decidir se irá seguir a herança de Megalokk, ou se permanecerá ao meu lado! Você deve escolher entre ele e eu! Espero não me decepcionar com você Squall! Espero que você não me renegue, não quero perder outro de meus filhos!
Glórien se afastou de Squall. Os olhos da deusa estavam cheios de lágrimas prateadas como a lua. Squall abaixou a cabeça, deixando cair suas lágrimas. Ele não desejava magoar sua deusa, mas já havia feito sua escolha. Squall estava decidido a despertar e dominar seus novos poderes, herdados de seu antepassado dragão. Squall agora era um filho que dava as costas para sua própria mãe.
_ Você meu filho querido, meu amado Nevan! Você passou por diversas provações dentro desta montanha! Foi capturado por aqueles orcs nojentos e desprezíveis, foi espancado por eles, torturado e violentado diversas vezes! Mesmo assim, você nunca perdeu sua fé e sempre confiou em mim! Agora seu sofrimento acabou e você poderá descansar e viver feliz!
Glórien foi até os únicos dois humanos presentes no lugar. Humanos, aqueles que no passado deram as costas aos elfos quando sua cidade sagrada caiu nas mãos das hordas hobgoblin. Humanos, aqueles que se espalhavam como ervas daninhas por todo o território artoniano. Mas Glórien não sentia nenhum rancor por aqueles dois humanos.
_ Vocês dois humanos, são um exemplo a ser seguido pelos da sua raça! Corajosos e leais, vocês nunca abandonaram seus amigos e protegeram as vidas de meus filhos arriscando as suas próprias! Você, bardo, até chegou a dar sua vida para salvá-los! Esta marca em sua testa é o símbolo de Allihanna! Agora sua alma pertence a ela, quando partir deste mundo, você irá para os bosques dela! Ela lhe trouxe de volta do mundo dos mortos, através da maçã mágica que a invocou e selou esse pacto! Ela lhe deu uma nova vida, portanto agora sua vida pertence a ela! A vocês dois, humanos de grande valor, eu agradeço por tudo que fizeram pelos meus filhos! Serei eternamente grata a vocês dois!
Sairf e Sam choraram emocionados ao ouvir as palavras de agradecimento da deusa. Não imaginavam serem capazes de um dia estar diante de um deus ou dois, quanto mais receber dele sua gratidão e reconhecimento. Chegava agora a vez de Lucano ter com sua senhora.
_ Lucano meu filho! Meu amado filho, meu devoto fiel e querido! Estou feliz e triste com você ao mesmo tempo! Feliz porque você sempre cuidou de seus irmãos como se cuidasse de sua própria vida! Isso me deixa muito orgulhosa! Por outro lado, estou triste por vê-lo atacar um de seus irmãos! Mais do que os outros, você deveria zelar pela paz e harmonia entre os elfos, essa é sua missão sagrada! Mas, ao invés de impedir, você participou desta batalha sangrenta e cruel, na qual um de seus irmãos perdeu a vida! Isso me entristece! Lembre-se disso no futuro e não me deixe triste novamente!
Glórien se afastou de Lucano deixando lágrimas sagradas caírem sobre Arton, e ficou no centro do grupo. Olhou para todos com ternura, secando suas lágrimas e prosseguiu.
_ Antes que eu me vá, eu lhes contarei a história deste lugar. Há mais de duzentos anos, o ferreiro anão Durgedin vivia aqui, forjando suas armas que eram famosas e apreciadas em muitos reinos. Um dia, um bando de orcs vindos do oeste tentou invadir este local, mas foi impedido pelos anões. Os orcs tramaram, planejaram e, muito tempo depois da primeira batalha, eles escavaram um túnel para invadir Khundrukar, o salão do esplendor! Os orcs entraram pelo túnel, o mesmo túnel por onde vocês viram os trogloditas fugindo, e mataram todos os anões, conquistando assim a montanha! Os orcs amaldiçoaram o ferreiro Durgedin para que ele nunca mais retornasse a vida, e deixaram um de seus guerreiros vigiando-o por toda a eternidade. Se Durgedin se levantasse, o orc também retornaria para destruí-lo mais uma vez. Anos se passaram e um bando de trogloditas também invadiu a montanha, pelo mesmo túnel escavado pelos orcs e uma nova guerra começou! Os orcs e os trogloditas dividiram o território, ficando cada povo com um andar. Depois chegaram os Duergar, vindos das profundezas da terra. Os anões cinzentos, que podem magicamente aumentar seu tamanho, tomaram para si a antiga forja de Durgedin e lá eles permanecem até hoje, forjando armas e tentando resgatar as técnicas secretas e lendárias do famoso ferreiro para usá-las em seu favor. Então chegou Escamas da Noite e conquistou o território do lago, terminando de repovoar a montanha. Anos atrás, um grupo de aventureiros tentou invadir Khundrukar em busca de tesouros! Vocês encontraram a mochila de um deles ao lado de um dos túmulos. Um destes aventureiros era um mago que durante o combate contra os mortos-vivos, invocou uma súcubo para ajudá-lo na batalha. O mago morreu mas antes disso, aprisionou Idalla. Você Anix, a libertou e agora ela irá procurar pelo mago que a prendeu. Entretanto, o mago já morreu há muitos anos! Você encontrou o corpo dele Nailo, no andar de cima. Aquele homem barbado, que jazia ao lado de um Duergar, era o tal mago!
Glórien deu uma breve pausa, caminhou para perto de Draco entristecida e continuou sua história.
_ Vocês chegaram aqui, destruíram todos os orcs, expulsaram os trogloditas, superaram os duergar, os mortos-vivos e Escamas da Noite! Estou orgulhosa de todos vocês, meus filhos! Agora é hora de eu ir!
A deusa se aproximou de cada um de seus filhos elfos e lhes presenteou com um beijo na testa. A cada beijo, os heróis percebiam que todos os ferimentos e todos os males que haviam sofrido dentro da montanha desapareciam. Glórien tomou as mãos de Sair e Sam, agradecendo-os e curou-os também. Depois da despedida, a deusa foi até onde estava o corpo de Draco.
_ Vamos, meu filho! É hora de irmos embora! – disse a deusa.
O corpo de Draco brilhou como o sol e seu espírito o abandonou para ficar em pé ao lado da deusa.
_ Agora eu irei libertar as almas daqueles que aqui morreram e que ainda não encontraram seu descanso! Quanto a vocês, meus filhos! Sua missão aqui terminou! Partam pelas águas, conforme Draco lhes disse e sigam seus destinos! – continuou a deusa.
Glórien se afastou dos heróis caminhando sobre as águas mansas do lago subterrâneo. Draco a acompanhava de perto.
_ Glórien! O que significam aquelas visões que nós tivemos? – perguntou Anix.
_ Isso, somente Allihanna poderá lhes dizer! – respondeu a divindade.
Draco parou junto com Glórien ao lado dos corpos de Isaulas, Celilmir e Saudriel. Ela os olhou com ternura e fez um delicado gesto com suas mãos.
_ Levantem-se meus filhos queridos! É hora de partir!
As almas dos elfos derrotados pela dragonesa saíram de seus corpos amaldiçoados e ficaram ao lado de Glórien.
_ Você também, meu filho! Venha! – a deusa acenou com a mão, para o local onde Arwind havia sido despedaçado pela magia de Squall. O espírito do elfo caminhou sorridente por entre os heróis e por sobre as águas e se juntou aos seus companheiros.
_ Tomem muito cuidado, meus filhos! Tenham uma vida longa e próspera! E lembrem-se, estarei sempre olhando por vocês! Nos encontraremos novamente no futuro! Adeus! – Glórien acenou para os heróis, despedindo-se com um sorriso e os olhos cobertos por lágrimas.
_ Perdão amigos! E Adeus! – Despediu-se Draco – Perdão amigo bardo! Não me sobrou mais nenhum presente para lhe dar! – concluiu, dirigindo-se a Sam.
_ Não se preocupe com isso meu amigo! Você acaba de me dar o melhor presente que um bardo poderia receber! Esta é a mais bela canção que já ouvi em toda a minha carreira! Sua história será contada por mim onde quer que eu vá! E seu nome, e o de todos que participaram desta história, será levado aos quatro cantos de Arton! Todos vocês serão conhecidos como verdadeiros heróis! – respondeu Sam.
Uma forte luz envolveu Glórien e as almas que estavam ao seu lado. O brilho foi aumentando e se tornando cada vez mais intenso, até tomar conta de toda a caverna. Quando o brilho mágico desapareceu, e a caverna foi novamente entregue às trevas, a deusa e seus filhos já não estavam mais lá. Somente quando Legolas e os outros elfos ali presentes morressem e fossem para Nivenciuén, o reino de Glórien, é que eles poderiam reencontrar Draco e os outros.
Tinha cabelos lisos e curtos, num tom roxo que ressaltava o brilho de seus belos olhos amendoados. Trajava um vestido verde como a mais bela esmeralda, e seu corpo era adornado com pulseiras, colares e brincos de ouro. A bela elfa passou entre os heróis, indo em direção a Draco. Todos ficaram espantados e muito emocionados quando ela se curvou sobre o corpo do elfo morto e beijou-lhe a testa com doçura.
_ É claro que eu o perdôo, meu filho! – disse a bela elfa com uma voz tão suave a ponto de ser capaz de amolecer o mais duro e gélido coração. Os heróis não contiveram a emoção, ao entender que quem estava diante deles era ninguém menos que a mãe de todos os elfos. Diante deles estava a deusa dos elfos, Glórien.
_ Eu o perdôo meu filho amado! No último instante você se arrependeu de ter traído seus irmãos, por isso, você terá um lugar em meu reino! Eu o levarei para Nivenciuén!
Glórien se levantou, e voltou seus olhos para os aventureiros que testemunhavam a tudo com temor e admiração. Calmamente, a deusa dos elfos se aproximou de Legolas e Liodriel, que se abraçavam com ternura, e continuou.
_ Estou orgulhosa de você meu filho! Seu amor puro e verdadeiro lhe deu forças para superar todos os desafios e chegar até este lugar, para salvar sua amada e ser salvo por ela! O amor de vocês é belo e verdadeiro, e nada pode vencer este amor! Agora que tudo acabou, vocês poderão viver seu amor em paz!
A deusa se afastou do casal sorrindo, e se virou para Nailo, com seus belos olhos amendoados expressando tristeza.
_ Sua coragem, e o amor por seus irmãos são qualidades a serem louvadas! Por diversas vezes você arriscou sua própria vida para protegê-los! Mas essa coragem fez com que você agisse imprudentemente algumas vezes e corresse riscos desnecessários! Tome mais cuidado daqui para frente e valorize sua vida, a vida que eu lhe dei! Você tem uma longa vida pela frente ainda! Não gostaria de vê-lo tão cedo em meu reino!
Nailo compreendeu as palavras de sua deusa mãe e baixou sua cabeça em sinal de respeito. Glórien se afastou dele e foi até Anix.
_ Meu filho querido! Meu doce Anix! Se coração é puro e bondoso! Por diversas vezes você liderou seus amigos, encerrando as discussões que tiveram em momentos de crise. Sua bondade é muito bonita, mas também é perigosa! Você é puro e ingênuo! Deve tomar muito cuidado com a maldade que existe neste mundo! Para não cair em novas armadilhas! Aquela mulher que lhe beijou lá em cima, era uma demônia disfarçada. Ela havia sido convocada há muito tempo por um mago que tentou invadir estas cavernas e padeceu sob os ataques dos monstros que infestam esse lugar! Antes de morrer, porém, o mago lançou um último feitiço aprisionando aquela mulher-demônio! Ela só poderia se libertar caso uma pessoa bondosa ousasse atacá-la, ou fosse estúpido o bastante para lhe dar permissão para sair! E você Anix, caiu na sua armadilha diabólica, se deixou iludir por todas as mentiras que ela disse e a libertou de seu cativeiro! Deves tomar mais cuidado para não ser enganado novamente!
Anix baixou a cabeça, compreendendo as palavras de sua deusa e entendendo o erro que cometera. Glórien se afastou de Anix, e foi na direção de seu irmão Squall.
_ Estou muito triste meu filho! Vocês venceram um grande desafio hoje e eu me orgulho disso! Mas sinto que eu o estou perdendo! Essa marca em sua cabeça é um sinal de que em suas veias corre o sangue dracônico! Sim, você descende dos filhos de Megalokk, e você também Anix! Um de seus antepassados de muitas eras atrás era um dragão vermelho! Essa marca é o símbolo da herança deste ancestral! Essa herança é muito mais forte em você do que no seu irmão! Agora, meu filho, cabe somente a você decidir se irá seguir a herança de Megalokk, ou se permanecerá ao meu lado! Você deve escolher entre ele e eu! Espero não me decepcionar com você Squall! Espero que você não me renegue, não quero perder outro de meus filhos!
Glórien se afastou de Squall. Os olhos da deusa estavam cheios de lágrimas prateadas como a lua. Squall abaixou a cabeça, deixando cair suas lágrimas. Ele não desejava magoar sua deusa, mas já havia feito sua escolha. Squall estava decidido a despertar e dominar seus novos poderes, herdados de seu antepassado dragão. Squall agora era um filho que dava as costas para sua própria mãe.
_ Você meu filho querido, meu amado Nevan! Você passou por diversas provações dentro desta montanha! Foi capturado por aqueles orcs nojentos e desprezíveis, foi espancado por eles, torturado e violentado diversas vezes! Mesmo assim, você nunca perdeu sua fé e sempre confiou em mim! Agora seu sofrimento acabou e você poderá descansar e viver feliz!
Glórien foi até os únicos dois humanos presentes no lugar. Humanos, aqueles que no passado deram as costas aos elfos quando sua cidade sagrada caiu nas mãos das hordas hobgoblin. Humanos, aqueles que se espalhavam como ervas daninhas por todo o território artoniano. Mas Glórien não sentia nenhum rancor por aqueles dois humanos.
_ Vocês dois humanos, são um exemplo a ser seguido pelos da sua raça! Corajosos e leais, vocês nunca abandonaram seus amigos e protegeram as vidas de meus filhos arriscando as suas próprias! Você, bardo, até chegou a dar sua vida para salvá-los! Esta marca em sua testa é o símbolo de Allihanna! Agora sua alma pertence a ela, quando partir deste mundo, você irá para os bosques dela! Ela lhe trouxe de volta do mundo dos mortos, através da maçã mágica que a invocou e selou esse pacto! Ela lhe deu uma nova vida, portanto agora sua vida pertence a ela! A vocês dois, humanos de grande valor, eu agradeço por tudo que fizeram pelos meus filhos! Serei eternamente grata a vocês dois!
Sairf e Sam choraram emocionados ao ouvir as palavras de agradecimento da deusa. Não imaginavam serem capazes de um dia estar diante de um deus ou dois, quanto mais receber dele sua gratidão e reconhecimento. Chegava agora a vez de Lucano ter com sua senhora.
_ Lucano meu filho! Meu amado filho, meu devoto fiel e querido! Estou feliz e triste com você ao mesmo tempo! Feliz porque você sempre cuidou de seus irmãos como se cuidasse de sua própria vida! Isso me deixa muito orgulhosa! Por outro lado, estou triste por vê-lo atacar um de seus irmãos! Mais do que os outros, você deveria zelar pela paz e harmonia entre os elfos, essa é sua missão sagrada! Mas, ao invés de impedir, você participou desta batalha sangrenta e cruel, na qual um de seus irmãos perdeu a vida! Isso me entristece! Lembre-se disso no futuro e não me deixe triste novamente!
Glórien se afastou de Lucano deixando lágrimas sagradas caírem sobre Arton, e ficou no centro do grupo. Olhou para todos com ternura, secando suas lágrimas e prosseguiu.
_ Antes que eu me vá, eu lhes contarei a história deste lugar. Há mais de duzentos anos, o ferreiro anão Durgedin vivia aqui, forjando suas armas que eram famosas e apreciadas em muitos reinos. Um dia, um bando de orcs vindos do oeste tentou invadir este local, mas foi impedido pelos anões. Os orcs tramaram, planejaram e, muito tempo depois da primeira batalha, eles escavaram um túnel para invadir Khundrukar, o salão do esplendor! Os orcs entraram pelo túnel, o mesmo túnel por onde vocês viram os trogloditas fugindo, e mataram todos os anões, conquistando assim a montanha! Os orcs amaldiçoaram o ferreiro Durgedin para que ele nunca mais retornasse a vida, e deixaram um de seus guerreiros vigiando-o por toda a eternidade. Se Durgedin se levantasse, o orc também retornaria para destruí-lo mais uma vez. Anos se passaram e um bando de trogloditas também invadiu a montanha, pelo mesmo túnel escavado pelos orcs e uma nova guerra começou! Os orcs e os trogloditas dividiram o território, ficando cada povo com um andar. Depois chegaram os Duergar, vindos das profundezas da terra. Os anões cinzentos, que podem magicamente aumentar seu tamanho, tomaram para si a antiga forja de Durgedin e lá eles permanecem até hoje, forjando armas e tentando resgatar as técnicas secretas e lendárias do famoso ferreiro para usá-las em seu favor. Então chegou Escamas da Noite e conquistou o território do lago, terminando de repovoar a montanha. Anos atrás, um grupo de aventureiros tentou invadir Khundrukar em busca de tesouros! Vocês encontraram a mochila de um deles ao lado de um dos túmulos. Um destes aventureiros era um mago que durante o combate contra os mortos-vivos, invocou uma súcubo para ajudá-lo na batalha. O mago morreu mas antes disso, aprisionou Idalla. Você Anix, a libertou e agora ela irá procurar pelo mago que a prendeu. Entretanto, o mago já morreu há muitos anos! Você encontrou o corpo dele Nailo, no andar de cima. Aquele homem barbado, que jazia ao lado de um Duergar, era o tal mago!
Glórien deu uma breve pausa, caminhou para perto de Draco entristecida e continuou sua história.
_ Vocês chegaram aqui, destruíram todos os orcs, expulsaram os trogloditas, superaram os duergar, os mortos-vivos e Escamas da Noite! Estou orgulhosa de todos vocês, meus filhos! Agora é hora de eu ir!
A deusa se aproximou de cada um de seus filhos elfos e lhes presenteou com um beijo na testa. A cada beijo, os heróis percebiam que todos os ferimentos e todos os males que haviam sofrido dentro da montanha desapareciam. Glórien tomou as mãos de Sair e Sam, agradecendo-os e curou-os também. Depois da despedida, a deusa foi até onde estava o corpo de Draco.
_ Vamos, meu filho! É hora de irmos embora! – disse a deusa.
O corpo de Draco brilhou como o sol e seu espírito o abandonou para ficar em pé ao lado da deusa.
_ Agora eu irei libertar as almas daqueles que aqui morreram e que ainda não encontraram seu descanso! Quanto a vocês, meus filhos! Sua missão aqui terminou! Partam pelas águas, conforme Draco lhes disse e sigam seus destinos! – continuou a deusa.
Glórien se afastou dos heróis caminhando sobre as águas mansas do lago subterrâneo. Draco a acompanhava de perto.
_ Glórien! O que significam aquelas visões que nós tivemos? – perguntou Anix.
_ Isso, somente Allihanna poderá lhes dizer! – respondeu a divindade.
Draco parou junto com Glórien ao lado dos corpos de Isaulas, Celilmir e Saudriel. Ela os olhou com ternura e fez um delicado gesto com suas mãos.
_ Levantem-se meus filhos queridos! É hora de partir!
As almas dos elfos derrotados pela dragonesa saíram de seus corpos amaldiçoados e ficaram ao lado de Glórien.
_ Você também, meu filho! Venha! – a deusa acenou com a mão, para o local onde Arwind havia sido despedaçado pela magia de Squall. O espírito do elfo caminhou sorridente por entre os heróis e por sobre as águas e se juntou aos seus companheiros.
_ Tomem muito cuidado, meus filhos! Tenham uma vida longa e próspera! E lembrem-se, estarei sempre olhando por vocês! Nos encontraremos novamente no futuro! Adeus! – Glórien acenou para os heróis, despedindo-se com um sorriso e os olhos cobertos por lágrimas.
_ Perdão amigos! E Adeus! – Despediu-se Draco – Perdão amigo bardo! Não me sobrou mais nenhum presente para lhe dar! – concluiu, dirigindo-se a Sam.
_ Não se preocupe com isso meu amigo! Você acaba de me dar o melhor presente que um bardo poderia receber! Esta é a mais bela canção que já ouvi em toda a minha carreira! Sua história será contada por mim onde quer que eu vá! E seu nome, e o de todos que participaram desta história, será levado aos quatro cantos de Arton! Todos vocês serão conhecidos como verdadeiros heróis! – respondeu Sam.
Uma forte luz envolveu Glórien e as almas que estavam ao seu lado. O brilho foi aumentando e se tornando cada vez mais intenso, até tomar conta de toda a caverna. Quando o brilho mágico desapareceu, e a caverna foi novamente entregue às trevas, a deusa e seus filhos já não estavam mais lá. Somente quando Legolas e os outros elfos ali presentes morressem e fossem para Nivenciuén, o reino de Glórien, é que eles poderiam reencontrar Draco e os outros.
dezembro 14, 2005
Capítulo 159 - A redenção de Draco
Liodriel levantou sua cabeça e viu seu amado em pé, vivo. A bela dama correu pela ponte de pedras em direção ao seu amado, saltando em seu colo e beijando-lhe a boca. Após muitos meses, e longas e difíceis batalhas, os dois amantes estavam juntos novamente. Poderiam finalmente ficar juntos e viver seu grande amor. Todos os outros aventureiros, cuja ajuda tinha sido fundamental para permitir aquele emocionante reencontro, olhavam felizes para o belo casal. Os heróis se reuniram no centro da ilha com a consciência de que haviam cumprido sua difícil missão. Mas restava ainda uma coisa. Havia um tesouro para recompensá-los pelos duros momentos que passaram dentro daquela montanha. Nailo e os outros começaram a se afastar para deixar o casal mais à vontade e se dirigiram para a caverna do tesouro. Mas, quando o primeiro deles colocou o pé para fora da ilhota, uma voz sussurrante tirou a tranqüilidade de todos.
_ Legolas! Legolas! Preciso lhe falar! – sussurrava Draco, agarrado à perna de Legolas.
Todos ficaram prontos para reiniciar o combate, mas as palavras que vieram a seguir emocionaram a todos.
_ Legolas! Eu quero lhe pedir perdão! Quero pedir perdão por todo o mal que eu lhe causei! Tenho que me desculpar com você antes que eu parta! Tenho que pedir perdão a todos! – os olhos de Draco estavam cobertos por lágrimas, provando a sinceridade das palavras do elfo. – Perdão meu amigo, por todo o mal que eu lhe causei! Você me derrotou completamente! Eu nunca seria capaz de ter Liodriel! Seu amor por ela sempre foi mais forte que o meu! Além disso, é você quem ela ama! Perdão meu amigo!
_ Não é a mim que você deve desculpas Draco! Você deve pedir perdão a outra pessoa! – respondeu Legolas.
_ Eu sei disso! Perdão Liodriel! Perdão por todo o mal que lhe causei! Eu me arrependo de tudo que fiz, de todo o sofrimento que fiz você passar!
_ Não se esqueça do Nevan! Você o abandonou! Deixou seu amigo à própria sorte! Deve pedir perdão a ele também! – continuou Legolas.
_ Nevan, meu amigo! Realmente eu não fui leal com você! Devo-lhe desculpas! Quando você desapareceu, eu e os outros fomos procurá-lo! Chegamos nas margens do lago enquanto procurávamos seus rastros! Então Escamas da Noite apareceu de dentro das águas! Ela matou todos os nossos amigos! Mas me poupou! Nos apaixonamos um pelo outro e passamos a viver junto! Como eu fui fraco! Entreguei-me a ela e me esqueci completamente de você, meu amigo! Perdão! – Draco falava com dificuldade, devido ao seu estado crítico e à emoção que sentia.
A essa altura, todos estavam reunidos num grande círculo ao redor de Draco. Ouviam emocionados às últimas palavras do pior inimigo que já haviam enfrentado. Nailo pegou sua varinha mágica e tentou parar o sangramento de Draco com sua magia. Mas a varinha não funcionava. Nem mesmo com a ajuda de uma poção mágica Nailo conseguiu interromper a hemorragia de seu ex-inimigo.
_ Não perca seu tempo comigo Nailo, meu amigo! Meu tempo já está se esgotando! Não terei tempo de lhes contar todos os detalhes mas quero que saibam, ainda que resumidamente, o que aconteceu quando partimos. Nós viemos aqui, seguindo as pegadas dos orcs, para exterminá-los e vingar todas as barbaridades que fizeram em nossa vila! Mas Nevan desapareceu quando foi fazer o reconhecimento do terreno e quando fomos procurá-lo, Escamas da Noite apareceu! Eu me entreguei a ela, abandonando minha família e meus amigos e passei a viver com ela, como um dragão! Como todos os dragões tem um tesouro, eu também precisava ter o meu tesouro! Então lembrei de você, Liodriel! Fui com Escamas da Noite até Darkwood e a raptei na calada da noite. Já que ela não aceitava ser minha mulher, seria então o meu tesouro! Eu estava cego, completamente obcecado e agi de forma egoísta! Por isso eu lhes peço perdão, meus amigos! – Draco interrompeu seu discurso, tossindo e vomitando sangue. Sua hora estava chegando.
_ Meus amigos, quero lhes dar alguma coisa para compensá-los por tudo que passaram por minha causa e para provar meu arrependimento! Meu tempo está se esgotando, então serei breve. Legolas! Você sempre foi o melhor arqueiro, que quero que fique com meu arco! Este arco mágico foi retirado de um dragão branco por escamas da noite. Eu não conheço todos os poderes que ele possui, mas basta que diga Kamthiaria e todas as flechas disparadas por ele serão congelantes.
Legolas tomou o arco branco como o leite em suas mãos. Era uma peça de beleza sem igual, construída no mais puro marfim, todo decorado com entalhes de dragões e runas no idioma dracônico. Draco continuou.
_ Nailo! Meu velho amigo Nailo! Sua roupa está toda gasta e suja! Tome, eu quero que você com esta armadura! Você é um grande guerreiro, ela lhe será muito útil!
Draco retirou sua roupa com muita dificuldade e entregou uma camisa feita de anéis metálicos de mithral trançados. Nailo recolheu a cota de malha, emocionado, e agradeceu ao amigo.
_ Nevan, meu grande amigo Nevan! Amigo que eu abandonei, mas que nunca virou as costas pra mim! Eu quero que fique com isto! Sei que nunca trocará sua espada por esta, mas quero lhe dar minha espada, meu amigo!
Nevan pegou a bela espada de Draco. Uma arma tão bela e bem confeccionada quanto as famosas armas de Durgedin. Sua lâmina brilhava como a prata e seu cabo, feito de marfim e cravejado com pequenos rubis era como a lua cheia no alto do céu. Nevan guardou a espada consigo, prometendo que a usaria sim, mas apenas em ocasiões especiais, não gastando seu fio com coisas sem importância.
_ Você mago! Quero que fique com isto! Este anel lhe ajudará a nadar como um peixe! Ele é mágico! – continuou Draco.
_ Obrigado, e muito prazer em conhecê-lo, verdadeiro Draco! – Sairf pegou o anel prateado das mãos do elfo. Em seu interior era possível ler em dracônico a frase “nadar como os peixes”.
_ Você, o outro mago, aproxime-se! Pela marca na sua testa, presumo que você seja o vermelho. Suas roupas também estão sujas e velhas, quero que fique com isto, com este manto mágico! Tome vermelho, ele ajudará a proteger seu corpo e sua mente!
Squall vestiu o manto verde e marrom feito de seda e algodão. Depois se afastou, dando lugar para seu irmão atender ao chamado de Draco, que acenava para Anix. Draco tossiu forte mais uma vez. Seu peito se encheu de sangue. Anix segurou sua mão e ele prosseguiu.
_ Mago! Para você tenho um presente que está dentro da caverna do tesouro! Liodriel conhece o lugar secreto onde vocês devem pressionar a parede e dizer “Inesh” para abrir a porta! Lá dentro, mago, você encontrará uma caixa de madeira e nela há equipamentos para você construir um laboratório de alquimia. Tenho certeza de que isto será muito útil para você! Aliás, para todos vocês magos! Quero que fique com o laboratório para você! Lá dentro também existem alguns pergaminhos mágicos! Quero que você os divida com seus companheiros de magia! Entre estes pergaminhos existem dois que servem para permitir respirar livremente dentro da água. Vocês podem utilizá-los para sair daqui! Basta nadarem sob o lago e chegarão ao lago na superfície, na praia onde conheci Escamas da Noite!
Anix acenou positivamente com a cabeça e se afastou Draco olhou para Legolas, Nailo e Nevan e continuou.
_ Lá dentro também existe muito dinheiro! Eu peço a vocês que dividam igualmente o dinheiro entre vocês e que dêem uma parte dele para meus pais. Eu deveria cuidar deles, mas não poderei mais fazer isso! Este dinheiro servirá para que eles possam se sustentar na minha ausência!
Todos concordaram e prometeram entregar o dinheiro para os pais de Draco.
_ Clérigo! Chegue mais perto! Já não posso vê-lo direito! Minha hora já está próxima! Diga-me clérigo, a qual deus você serve? – perguntou Draco.
_ Eu sou um servo de Glórien! A mãe de todos os elfos! – respondeu Lucano com orgulho.
_ Glórien...há muito tempo não ouço o nome dela! Até minha fé eu perdi quando vim para este lugar! Eu quero que você fique com isto! – Draco retirou de seu pescoço um medalhão de ouro maciço no qual podia se ver o símbolo da deusa dos elfos cunhado em alto relevo e o entregou para Lucano. – Você é um protetor dos elfos, um servo de nossa mãe! Quero que fique com esses vidros também! Os líquidos verdes são poções de cura! O líquido branco serve para proteger do frio, e o amarelo contra eletricidade! Quero que fique com isso e que tome conta de nossos irmãos elfos!
Lucano guardou as poções em sua bolsa e colocou o símbolo dourado em seu pescoço, por baixo do seu velho símbolo de madeira. Draco esticou sua mão na direção de Lucano, com lágrimas de sangue tomando seus olhos e prosseguiu.
_ Perdão padre, por todos os insultos! Perdão a todos vocês amigos, por todos os perigos que tiveram que correr por minha causa! Perdão Liodriel, por todo o sofrimento que causei! Perdão mãe de todos os elfos, por ter virado minhas costas para você! Perdão minha deusa querida, por todos os pecados que cometi! Perdão Glórien! – Draco estendeu sua mão ferida para o alto, implorando pelo perdão de sua deusa criadora e deu seu último suspiro. Draco morreu. Seus olhos se fecharam lentamente e seu corpo deslizou suavemente até repousar no chão. Liodriel e Legolas se abraçaram, com lágrimas nos olhos, assim como todos os outros heróis. Todos estavam emocionados. Aquele que havia sido um de seus piores inimigos havia se arrependido de seus crimes e conquistado o perdão de todos no final. Draco perdeu sua vida, mas reconquistou seus amigos no último instante de sua vida.
_ Legolas! Legolas! Preciso lhe falar! – sussurrava Draco, agarrado à perna de Legolas.
Todos ficaram prontos para reiniciar o combate, mas as palavras que vieram a seguir emocionaram a todos.
_ Legolas! Eu quero lhe pedir perdão! Quero pedir perdão por todo o mal que eu lhe causei! Tenho que me desculpar com você antes que eu parta! Tenho que pedir perdão a todos! – os olhos de Draco estavam cobertos por lágrimas, provando a sinceridade das palavras do elfo. – Perdão meu amigo, por todo o mal que eu lhe causei! Você me derrotou completamente! Eu nunca seria capaz de ter Liodriel! Seu amor por ela sempre foi mais forte que o meu! Além disso, é você quem ela ama! Perdão meu amigo!
_ Não é a mim que você deve desculpas Draco! Você deve pedir perdão a outra pessoa! – respondeu Legolas.
_ Eu sei disso! Perdão Liodriel! Perdão por todo o mal que lhe causei! Eu me arrependo de tudo que fiz, de todo o sofrimento que fiz você passar!
_ Não se esqueça do Nevan! Você o abandonou! Deixou seu amigo à própria sorte! Deve pedir perdão a ele também! – continuou Legolas.
_ Nevan, meu amigo! Realmente eu não fui leal com você! Devo-lhe desculpas! Quando você desapareceu, eu e os outros fomos procurá-lo! Chegamos nas margens do lago enquanto procurávamos seus rastros! Então Escamas da Noite apareceu de dentro das águas! Ela matou todos os nossos amigos! Mas me poupou! Nos apaixonamos um pelo outro e passamos a viver junto! Como eu fui fraco! Entreguei-me a ela e me esqueci completamente de você, meu amigo! Perdão! – Draco falava com dificuldade, devido ao seu estado crítico e à emoção que sentia.
A essa altura, todos estavam reunidos num grande círculo ao redor de Draco. Ouviam emocionados às últimas palavras do pior inimigo que já haviam enfrentado. Nailo pegou sua varinha mágica e tentou parar o sangramento de Draco com sua magia. Mas a varinha não funcionava. Nem mesmo com a ajuda de uma poção mágica Nailo conseguiu interromper a hemorragia de seu ex-inimigo.
_ Não perca seu tempo comigo Nailo, meu amigo! Meu tempo já está se esgotando! Não terei tempo de lhes contar todos os detalhes mas quero que saibam, ainda que resumidamente, o que aconteceu quando partimos. Nós viemos aqui, seguindo as pegadas dos orcs, para exterminá-los e vingar todas as barbaridades que fizeram em nossa vila! Mas Nevan desapareceu quando foi fazer o reconhecimento do terreno e quando fomos procurá-lo, Escamas da Noite apareceu! Eu me entreguei a ela, abandonando minha família e meus amigos e passei a viver com ela, como um dragão! Como todos os dragões tem um tesouro, eu também precisava ter o meu tesouro! Então lembrei de você, Liodriel! Fui com Escamas da Noite até Darkwood e a raptei na calada da noite. Já que ela não aceitava ser minha mulher, seria então o meu tesouro! Eu estava cego, completamente obcecado e agi de forma egoísta! Por isso eu lhes peço perdão, meus amigos! – Draco interrompeu seu discurso, tossindo e vomitando sangue. Sua hora estava chegando.
_ Meus amigos, quero lhes dar alguma coisa para compensá-los por tudo que passaram por minha causa e para provar meu arrependimento! Meu tempo está se esgotando, então serei breve. Legolas! Você sempre foi o melhor arqueiro, que quero que fique com meu arco! Este arco mágico foi retirado de um dragão branco por escamas da noite. Eu não conheço todos os poderes que ele possui, mas basta que diga Kamthiaria e todas as flechas disparadas por ele serão congelantes.
Legolas tomou o arco branco como o leite em suas mãos. Era uma peça de beleza sem igual, construída no mais puro marfim, todo decorado com entalhes de dragões e runas no idioma dracônico. Draco continuou.
_ Nailo! Meu velho amigo Nailo! Sua roupa está toda gasta e suja! Tome, eu quero que você com esta armadura! Você é um grande guerreiro, ela lhe será muito útil!
Draco retirou sua roupa com muita dificuldade e entregou uma camisa feita de anéis metálicos de mithral trançados. Nailo recolheu a cota de malha, emocionado, e agradeceu ao amigo.
_ Nevan, meu grande amigo Nevan! Amigo que eu abandonei, mas que nunca virou as costas pra mim! Eu quero que fique com isto! Sei que nunca trocará sua espada por esta, mas quero lhe dar minha espada, meu amigo!
Nevan pegou a bela espada de Draco. Uma arma tão bela e bem confeccionada quanto as famosas armas de Durgedin. Sua lâmina brilhava como a prata e seu cabo, feito de marfim e cravejado com pequenos rubis era como a lua cheia no alto do céu. Nevan guardou a espada consigo, prometendo que a usaria sim, mas apenas em ocasiões especiais, não gastando seu fio com coisas sem importância.
_ Você mago! Quero que fique com isto! Este anel lhe ajudará a nadar como um peixe! Ele é mágico! – continuou Draco.
_ Obrigado, e muito prazer em conhecê-lo, verdadeiro Draco! – Sairf pegou o anel prateado das mãos do elfo. Em seu interior era possível ler em dracônico a frase “nadar como os peixes”.
_ Você, o outro mago, aproxime-se! Pela marca na sua testa, presumo que você seja o vermelho. Suas roupas também estão sujas e velhas, quero que fique com isto, com este manto mágico! Tome vermelho, ele ajudará a proteger seu corpo e sua mente!
Squall vestiu o manto verde e marrom feito de seda e algodão. Depois se afastou, dando lugar para seu irmão atender ao chamado de Draco, que acenava para Anix. Draco tossiu forte mais uma vez. Seu peito se encheu de sangue. Anix segurou sua mão e ele prosseguiu.
_ Mago! Para você tenho um presente que está dentro da caverna do tesouro! Liodriel conhece o lugar secreto onde vocês devem pressionar a parede e dizer “Inesh” para abrir a porta! Lá dentro, mago, você encontrará uma caixa de madeira e nela há equipamentos para você construir um laboratório de alquimia. Tenho certeza de que isto será muito útil para você! Aliás, para todos vocês magos! Quero que fique com o laboratório para você! Lá dentro também existem alguns pergaminhos mágicos! Quero que você os divida com seus companheiros de magia! Entre estes pergaminhos existem dois que servem para permitir respirar livremente dentro da água. Vocês podem utilizá-los para sair daqui! Basta nadarem sob o lago e chegarão ao lago na superfície, na praia onde conheci Escamas da Noite!
Anix acenou positivamente com a cabeça e se afastou Draco olhou para Legolas, Nailo e Nevan e continuou.
_ Lá dentro também existe muito dinheiro! Eu peço a vocês que dividam igualmente o dinheiro entre vocês e que dêem uma parte dele para meus pais. Eu deveria cuidar deles, mas não poderei mais fazer isso! Este dinheiro servirá para que eles possam se sustentar na minha ausência!
Todos concordaram e prometeram entregar o dinheiro para os pais de Draco.
_ Clérigo! Chegue mais perto! Já não posso vê-lo direito! Minha hora já está próxima! Diga-me clérigo, a qual deus você serve? – perguntou Draco.
_ Eu sou um servo de Glórien! A mãe de todos os elfos! – respondeu Lucano com orgulho.
_ Glórien...há muito tempo não ouço o nome dela! Até minha fé eu perdi quando vim para este lugar! Eu quero que você fique com isto! – Draco retirou de seu pescoço um medalhão de ouro maciço no qual podia se ver o símbolo da deusa dos elfos cunhado em alto relevo e o entregou para Lucano. – Você é um protetor dos elfos, um servo de nossa mãe! Quero que fique com esses vidros também! Os líquidos verdes são poções de cura! O líquido branco serve para proteger do frio, e o amarelo contra eletricidade! Quero que fique com isso e que tome conta de nossos irmãos elfos!
Lucano guardou as poções em sua bolsa e colocou o símbolo dourado em seu pescoço, por baixo do seu velho símbolo de madeira. Draco esticou sua mão na direção de Lucano, com lágrimas de sangue tomando seus olhos e prosseguiu.
_ Perdão padre, por todos os insultos! Perdão a todos vocês amigos, por todos os perigos que tiveram que correr por minha causa! Perdão Liodriel, por todo o sofrimento que causei! Perdão mãe de todos os elfos, por ter virado minhas costas para você! Perdão minha deusa querida, por todos os pecados que cometi! Perdão Glórien! – Draco estendeu sua mão ferida para o alto, implorando pelo perdão de sua deusa criadora e deu seu último suspiro. Draco morreu. Seus olhos se fecharam lentamente e seu corpo deslizou suavemente até repousar no chão. Liodriel e Legolas se abraçaram, com lágrimas nos olhos, assim como todos os outros heróis. Todos estavam emocionados. Aquele que havia sido um de seus piores inimigos havia se arrependido de seus crimes e conquistado o perdão de todos no final. Draco perdeu sua vida, mas reconquistou seus amigos no último instante de sua vida.
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