dezembro 15, 2005

Capítulo 161 - Sim

Os heróis olharam uns para os outros, compartilhando a emoção que sentiam através do olhar. Legolas abraçou sua amada ainda mais forte, sentindo seu coração pulsando rápido em seu peito. Todos estavam felizes e emocionados por ter conhecido mais uma divindade. Era como se vivessem um sonho. Mas, assim com nas suas visões, o sonho rapidamente deu lugar a um terrível pesadelo.
Das profundezas do lago, surgiu Escamas da Noite. A dragonesa saltou de dentro da água, com a mesma velocidade com que havia caído quando recebera o último ataque dos heróis. O monstro abriu suas asas negras, já feridas e rasgadas e pairou no ar diante dos heróis. Sua cauda surgiu veloz de traz de seu corpo ferido e golpeou com força o pobre Nevan que estava debruçado na mureta de pedras. Nevan foi arremessado a dezenas de metros de distância. Seu corpo atravessou o lago, indo se chocar contra a parede da caverna. O impacto do golpe abriu uma cratera na parede. Nevan caiu no chão, inconsciente e extremamente ferido. Pedras despencaram sobre ele, deixando-o parcialmente soterrado.
_ Malditos! Vou matar todos vocês! Só preciso de mais um sopro! Vocês todos serão dissolvidos com meu ácido! – rugiu a dragonesa, encarando os heróis com o olho que lhe sobrara inteiro em sua face destruída.
Escamas na Noite estufou o peito tomando fôlego. O ácido começou a transbordar de sua boca e a escorrer pelos cortes e perfurações que haviam em seu corpo negro. A quantidade de ácido que ela reunia para atacar seria suficiente não apenas para matar a todos, mas também para destruir a pequena ilha por completo. Liodriel abraçou Legolas com força, tentando protegê-lo.
_ Kamthiaria! - gritou Legolas, apontando o arco que recebera de Draco para a dragonesa.
_ Dare bia natha! – gritou Anix estendendo sua mão.
_ Leusa elbiamfia! – gritou Squall, direcionando seu dedo para a criatura.
_ Leusa bia thiara! – gritou Sairf, com suas mão já semicongeladas apontadas para a inimiga.
_ Glórien! Proteja-nos! Reidüi üsjdemajdarga! – gritou Lucano, envolvendo a todos com uma névoa espessa e escura.
_ Morra maldita! – gritaram Nailo e Sam, respectivamente disparando o arco e tocando o alaúde com fúria.
Os heróis lançaram seu último ataque. Protegidos pela névoa obscurescente conjurada por Lucano, todos viram quando a flecha congelante de Legolas se juntou à bola de fogo de Anix, ao raio ardente de Squall, ao raio de gelo de Sairf, à flecha em chamas de Nailo e às ondas sonoras do alaúde de Sam, formando um grande projétil de energia. O ataque explodiu no peito da dragonesa, arrancando-lhe as escamas que ainda restavam em seu corpo.
_ Malditooooos! – gritou Escamas da Noite, sua última palavra.
Escamas da Noite ergueu sua cabeça para o alto, movida pela dor e pelo impacto da explosão. A boca da dragonesa explodiu, liberando uma gigantesca rajada de ácido para cima. O ácido subiu em altíssima velocidade, até alcançar o teto da caverna, corroendo-o. Tudo começou a tremer, parecia que a montanha desabaria sobre eles. Pedras começaram a despencar sobre os heróis e uma imensa estalactite se desprendeu do teto e caiu. A estalactite desceu com sua ponta afiada sobre o peito de Escamas da Noite, enterrando-se em seu coração negro e repleto de maldade. A estalactite a atravessou como uma flecha e a levou para o fundo do lago, sepultando-a e encerrando seus dias de maldade para sempre.
Os heróis comemoraram a vitória definitiva dentro da montanha de Durgedin e se abraçaram emocionados. Sam finalmente conheceu a bela dama Liodriel, apresentando-se a ela com reverência e admiração. Anix correu até onde Nevan havia sido arremessado. Nevan, estava vivo, muito ferido, no entanto.
_ Ai, acho que preciso de um descanso! – disse Nevan ao seu amigo mago, vários ossos haviam se partido, inclusive a perna recém curada por Glórien.
Anix carregou Nevan, apoiado em seu ombro, e todos foram até a caverna do tesouro. Lá dentro, encontraram uma pilha com milhares de moedas de cobre, prata e ouro, e dezenas de jóias. Peças de tecidos e roupas finas e caras espalhavam-se pelo lugar que brilhava como o próprio sol. Uma caixa grande de carvalho guardava o laboratório químico que Draco havia deixado para Anix. Ao lado dele, um porta-mapas continha diversos pergaminhos mágicos. Sobre o tesouro, presos à parede, existiam grilhões de ferro, os mesmo grilhões onde eles haviam visto Liodriel acorrentada em seus sonhos. Os heróis recolheram todo o tesouro, colocando as moedas e jóias dentro de sacos feitos a partir de suas próprias roupas. Sairf, com toda sua experiência em magias de água e gelo, reconheceu os pergaminhos de respirar na água, mencionados por Draco. O mago lançou a magia sobre todos os seus amigos e todos saltaram no lago, carregando pesadas bolsas de tesouro. O grupo nadou sob as águas até encontrar uma caverna submersa. Depois da caverna, chegaram finalmente à superfície, no mesmo local onde Legolas havia encontrado as pegadas de Escamas da Noite e do grupo de Draco. Os heróis subiram a encosta da montanha e encontraram todos os seus cavalos, sãos e salvos, pastando nos arredores.
As bolsas de tesouro foram amarradas nos cavalos, os heróis secaram seus corpos molhados e, antes de partirem, a emoção novamente tomou conta de todos.
_ Liodriel, minha amada! Aceita se casar comigo! – perguntou Legolas, de joelhos diante de sua amada, segurando sua mão delicada.
Liodriel virou o rosto e baixou a cabeça, fazendo uma expressão triste. Legolas se assustou por um instante, pensando que seu grande sonho não se realizaria. Então ela se virou para ele, sorrindo. Seus olhos radiantes brilhavam mais que o sol e a lua juntos. Liodriel saltou no braços de Legolas beijando-o e respondeu a plenos pulmões.
_ Sim!
Finalmente estavam juntos novamente. Finalmente a missão estava cumprida. Finalmente os heróis poderiam retornar.

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