dezembro 13, 2005

Capítulo 155 - Draco, de amigo a inimigo

_ Kamthiaria! - gritou Draco enquanto apontava seu arco para seus antigos amigos.
Três disparos certeiros rasgaram o ar dentro da caverna em alta velocidade, terminando suas trajetórias no peito de Nailo, Anix e Sairf. As flechas se enterraram profundamente no corpo dos heróis, que vomitavam sangue e urravam de dor. Além da força do golpe, cada flecha trazia consigo um estranho poder. Eram flechas congelantes. Os três aventureiros viram seus tórax sendo cobertos por uma camada de gelo mortal. Anix foi o mais prejudicado pelo ataque. Seu corpo franzino sentiu mais que os outros os efeitos nocivos do ataque de Draco. Sairf, que sempre teve grande intimidade com o frio, e Nailo, cuja resistência física só era igualada pela de Legolas, continuaram firmes apesar do espanto e do temor que sentiam.
Os heróis contra-atacaram com a mesma intensidade daquele inesperado inimigo. Anix revidou com uma poderosa bola de fogo, obrigando Draco a se saltar e girar no ar para se proteger das chamas. Era fascinante a forma como o elfo se deslocava para se proteger da magia. Entre saltos e cambalhotas, Draco conseguiu evitar os efeitos da magia de Anix, sofrendo apenas queimaduras leves e superficiais. Além de sua incrível habilidade, o elfo contava com algum tipo de ajuda mágica. Parte das chamas foi absorvida pelo corpo de Draco, dando a entender que ele tinha algum tipo de proteção.
_ Idiota! Isso não funciona comigo! Escamas da Noite me avisou da existência de um dragão vermelho entre vocês! Já me preparei para enfrentá-lo, maldito! Legolas, onde você está, seu maldito? Vocês mataram minha mulher, agora me vingarei matando a sua! – gritou Draco, desafiando os heróis.
_ Liodriel está aqui? Onde ela está Draco, seu imbecil? – respondeu Legolas, em desespero.
_ Ela está na sala do tesouro! Ela agora é meu tesouro! Já que não pude tê-la como mulher, agora que sou um dragão, ela será meu tesouro! Todos os dragões têm um tesouro, ela é a primeira peça do meu! – respondeu Draco.
Lucano estava bem na frente de Draco, já no início da ponte que conduzia até a sala do tesouro de onde o traidor havia saído. O clérigo não queria ferir o adversário, pois ele era um elfo, assim como ele. Os ensinamentos de sua deusa diziam que os elfos deveriam se manter unidos sempre, e que um clérigo de Glórien jamais poderia erguer a mão para atacar outro elfo, não importa os motivos que ele pudesse ter. Mesmo assim, Draco estava fora de si, totalmente insano, e precisava ser detido antes que fizesse alguma vítima. Lucano tentou então detê-lo de uma forma pacífica, acalmando sua raiva através da magia. Lucano lançou seu encantamento sobre Draco, esperando acalmá-lo e trazê-lo para seu lado. Entretanto, o ódio que o elfo sentia naquele momento era mais forte que qualquer magia. Draco quebrou o feitiço e voltou seus olhos na direção de Lucano, cheios de ódio de desejos de vingança, e levou a mão a aljava, preparando um novo ataque.
Nevan e Squall tentaram impedi-lo. O guerreiro disparou duas flechas, que foram facilmente rebatidas pelo arco branco de Draco. Squall lançou uma bola de fogo, apenas para comprovar que aquele tipo de magia era ineficaz contra o habilidoso arqueiro.
_ Nevan, seu imprestável! Você deveria ter morrido pelas mãos dos orcs! Não sei porque me preocupei em procurá-lo quando você sumiu! Nem usar um arco direito você sabe! E eu já disse que essa mágica fajuta não me afeta, seu verme! – debochou Draco.
Draco sacou a primeira flecha e a apontou para Lucano. Era uma flecha totalmente azulada, como se tivesse sido pintada naquela cor. Nailo Correu para ajudar o amigo, enquanto os outros avançavam mais lentamente. Legolas e Sairf tentavam se recuperar dos últimos ataques a tempo para salvar Lucano.
Nailo deu um espetacular salto, de mais de seis metros, para chegar até a ponte que era bloqueada pela centopéia de Sairf. Correu com as mãos prontas para sacar suas espadas, mas já era tarde. A flecha já estava atravessada na garganta de Lucano, e o clérigo já caia no chão completamente desmaiado.
_ Cuidado Lucano! Essa flecha é igual à da Guncha! – avisou Anix, agora invisível e protegido atrás de Nevan, mas já não havia mais tempo.
O segundo disparo penetrou levemente no peito de Squall. Mas, apesar do ferimento parecer superficial, o feiticeiro caiu no chão sem sentidos, da mesma forma que Lucano. Parecia que Anix estava certo. Aquelas flechas, além de ferir, faziam com que quem fosse atingido por elas caísse em um sono profundo.
Nailo continuou correndo, saltou sobre o corpo de Lucano e se colocou entre ele e Draco, para proteger o amigo. Bem a tempo. A terceira flecha penetrou acima do umbigo de Nailo. O ranger sentiu um enorme torpor tomando conta de seu corpo, mas resistiu bravamente e permaneceu em pé, protegendo seu amigo.

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