dezembro 13, 2005

Capítulo 156 - O grito da dama

Nevan disparou novamente com seu arco, mas foi outra vez insultado por seu ex-amigo ao errar os ataques. Legolas, entretanto, conseguiu ferir seu rival com suas flechas, após tomar uma poção mágica e se recuperar de seus ferimentos. Legolas encarou Draco, desafiando-o com o olhar, dando tempo para Nailo cuidar de Lucano. Entretanto, o ranger optou por usar a poção que possuía em si próprio ao invés de tentar curar Lucano. Nailo temia que Draco o atingisse com suas flechas e ele caísse inconsciente, sem poder ajudar Lucano. Desta forma, Nailo ao menos poderia evitar que Lucano fosse ferido novamente. Os demais avançavam lentamente, atrapalhados pela imensa centopéia que bloqueava o caminho, enquanto Legolas e Draco trocavam insultos.
_ Seu maldito! Ela vai ser minha, Legolas! Eu vou matá-lo aqui mesmo, você vai ficar como esses dois que estão no chão!
_ Cale-se Draco! Eu que vou matar você, seu desgraça...
Legolas sequer teve tempo para terminar sua frase. Draco disparou três flechas no peito do herói, desprotegido sem sua preciosa armadura de Mithral, deixando-o à beira da morte. Legolas caiu, como um granizo vindo do céu, seu corpo parcialmente congelado pelas flechas mágicas. Mas o desejo de salvar sua amada era mais forte que qualquer oponente que se colocasse em seu caminho. Legolas voltou a respirar, diante dos olhos atentos de Nailo que cuidava de Lucano.
Nevan deu cobertura com suas flechas para que seus amigos pudessem avançar e ajudar Nailo e os outros. Uma das flechas, finalmente, atingiu o ombro de Draco, penetrando quase toda no corpo do elfo.
_ Parece que você está melhorando um pouco Nevan! Até que você não é tão inútil assim! Agora terei mais prazer em te matar, maldito! – gargalhou Draco, enrijecendo o braço e quebrando a flecha dentro de seu corpo, apenas com a força de seus músculos.
A centopéia de Sairf finalmente chegou à ilha no meio do lago. Sob as ordens de Sairf, a criatura ficou sobre o muro de pedras para liberar espaço para os outros e para fornecer cobertura para os heróis caídos. Sam correu e saltou sobre a mureta, enquanto o inseto ainda se arrastava para seu lugar. O bardo se equilibrou sobre as pedras e se jogou no chão, ao lado de Legolas. Sam puxou Legolas para cima agarrando-o pelos longos cabelos dourados e jogou um líquido mágico dentro de sua boca, segurando-a para que Legolas pudesse engolir a poção e se salvar.
Draco se irritou ao ver Legolas abrir os olhos novamente e avançou na direção do grupo, pronto para exterminá-lo. Nailo soltou seu arco no chão, se levantou, após usar sua varinha mágica para salvar Lucano da morte, parou sobre as pedras que formavam a passagem por onde Draco avançava e, calmamente, sacou suas duas espadas. Nailo ficou ali parado, impedindo a passagem de seu inimigo e o desafiou.
_ Você está querendo matar alguém? Venha enfrentar minhas espadas então seu verme! – rugiu Nailo exibindo suas armas para Draco.
_ Saia da minha frente Nailo! Seu verme imprestável! – respondeu Draco, disparando duas flechas no peito de Nailo enquanto corria sobre as pedras.
Sairf também já chegava neste momento para ajudar e com uma poção mágica, acabara de livrar Squall da morte certa. Mais atrás vinham Nevan e Anix, completando o grupo novamente. Nevan disparou uma flecha no peito de Draco, dando a Anix a chance de executar uma magia poderosa e que faria a balança pender para o lado dos heróis. Com sua mágica, Anix conseguiu dissipar o poder de vários objetos que estavam em posse de Draco, seu poder estava consideravelmente reduzido.
_ Bruxo desgraçado! O que você fez seu verme? – vociferou Draco enquanto corria.
_ Você já vai descobrir já já! – respondeu Anix, sorrindo.
Nailo aproveitou a distração de Draco para atacá-lo, mas o inimigo reagiu e rebateu a espada do ranger com seu arco. Draco deu um salto para trás, ficando longe o suficiente de Nailo para não ser atacado por ele, pegou outra flecha, puxou o fio de seu arco para trás e apontou diretamente para a cabeça de Legolas. O herói viu a ponta da flecha brilhando diante de seus olhos e sentiu que aquele seria o fim. Mesmo com a enorme centopéia sobre a mureta bloqueando parte da visão de Draco, ele sentia que sua vida teria fim quando aquela flecha fosse disparada.
_ Esse é o seu fim! Você verá agora quem é o melhor arqueiro! Com seu fim eu finalmente terei Liodriel! Morraaaaaaaa! – Draco gritou enquanto esticava seu arco ao máximo. Seus dedos soltaram-se um por um do fio lentamente. Legolas fechou os olhos, já esperando nunca mais abri-los. Sua respiração era curta e ofegante. Enquanto esperava a flecha da morte atingi-lo, somente uma coisa passava por sua mente: Liodriel. Legolas lamentou não poder mais ver seu belo e macio rosto, nunca mais poder acariciar seu maravilhoso cabelo ruivo. Assim, Legolas entregou-se à morte, pensando em sua amada. Parecia até que ele ouvia sua doce voz, enquanto esperava a morte atravessar seu corpo. E ouvia mesmo.
_ Nãããão! Pare Draco! Não faça isso!!! – gritava Liodriel, do lado de fora da caverna do tesouro ao ver seu amado em perigo.
Draco puxou ainda mais a corda do arco. Parecia que ele não resistiria à pressão e se partiria. Draco mirou na cabeça de Legolas e...baixou sua arma.
_ Drogaaaaa! Maldição!!! – gritava Draco, visivelmente transtornado.
Draco não conseguiu atirar. Parecia que seu amor por ela era mais forte que seu ódio pelo rival. Era como se ele não suportasse ir contra o desejo da moça. Mas, Draco se virou e apontou o arco para Liodriel. Draco estendeu o fio e disparou para o alto. A flecha se espedaçou na parede da caverna, totalmente distante de Liodriel.
_ Desgraçados! Eu vou matar todos vocês! – Draco ameaçou novamente os heróis, mas já não era mais o mesmo. Sua derrota acabara de começar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário