dezembro 14, 2005

Capítulo 157 - O desafio de Legolas

Draco recuou, disparando suas flechas a esmo contra os heróis. Nailo se esquivou sem dificuldade, deixando que a flecha se perdesse na escuridão. Sairf foi atingido, mas apenas de raspão, nada que pudesse preocupar o mago da água. Mesmo assim, Sairf tomou uma poção mágica para recuperar-se do dano, ainda que superficial, causado pela flecha. Sairf pegou a poção que estava com Sam, a mesma que Anix e Nailo retiraram de um orc morto numa sala inundada anteriormente. Era um líquido azulado e muito estranho. Sairf o ingeriu e começou a sufocar. O rosto do mago roxeou por completo, como se ele não pudesse respirar. Sairf foi aos poucos voltando ao normal. Quando se recuperou, percebeu que algo havia mudado em seu corpo. Sairf tinha brânquias como se fosse um peixe. Era a mesma magia usada por Guiltespin. Sairf agora poderia se deslocar dentro da água e surpreender Draco.
Nevan apontou o arco para Draco, mas não foi capaz de disparar. Um erro, por menor que fosse, e ele poderia ferir Liodriel. Nevan não quis arriscar e continuou avançando junto com Anix. Enquanto isso, Nailo dava um salto, ficando cara a cara com o inimigo. Suas espadas passaram tão veloz quanto um relâmpago pelo corpo de Draco. O arqueiro só conseguiu escapar da morte por pura sorte, pois estava completamente desconcentrado e vulnerável.
Draco recuou, segurando seu ventre rasgado pelas lâminas do ranger. Foi até Liodriel e a obrigou a voltar para dentro da caverna do tesouro de Escamas da Noite. Enquanto a porta se fechava, Draco deu mais dois disparos em Nailo. Mesmo com duas flechas cravadas em seu corpo, o herói continuou avançando na direção de Draco, provocando-o o tempo todo para assim dar tempo para seus amigos se recuperarem e voltarem para o combate.
Legolas tomou num gole só todas as poções que lhe restavam. Recuperado, o elfo se levantou com o arco em punho pronto para ajudar seu companheiro. Astutamente, Sam percebeu que Squall apenas dormia, vítima do efeito mágico da flecha do sono, e com um chute o acordou enquanto curava Lucano com sua mágica. Sairf também tratou de seus ferimentos e em poucos segundos, todos estavam de volta à batalha.
Já de pé, Lucano apontou a mão para seu inimigo, segurando o símbolo de sua deusa com fé.
_ Tüliamüji Glórien ! Dojjota üj tüliamaj liajgaj ogarj kea tmüeiril düjjü rüla! (poderosa Glórien ! Dissipe os poderes destes itens que profanam vosso nome!) – gritou Lucano. O corpo de Draco brilhou como que cercado por vários vaga-lumes. O majestoso arco em sua mão, no entanto, parou de brilhar. A aura que até então o envolvia, desapareceu completamente.
_ Maldito mago! O que você fez, seu desgraçado? – Draco estava irritado e confuso ao ver seu arco perdendo os poderes.
_ Mago não! Eu sou um clérigo! – respondeu Lucano com orgulho.
_ Clérigo? Clérigo do que? Só se for dos ratos! Isso, um clérigo das ratazanas! Há há há! Vou matá-lo por isso, seu inseto! – bradou Draco, debochando de Lucano.
Draco apontou seu arco para Lucano, se ele o atingisse novamente, seria o fim do servo de Glórien. Sairf interveio. Com uma ordem, sua imensa centopéia saltou sobre Lucano, tentando jogá-lo na água. No entanto, Lucano desviou-se e o animal caiu na água. Sairf então cancelou a magia que o convocara e a centopéia desapareceu.
Squall tentou enfeitiçar a mente de Draco, da mesma forma que tinha feito com Legolas, mas parecia impossível penetrar naquele cérebro distorcido e cheio de ódio. Entretanto, isso criou distração suficiente para Legolas atacar. As flechas de Legolas perfuraram o corpo de Draco novamente, deixando-o ainda mais furioso. Legolas percebeu que seu rival estava quase perdendo o controle e aproveitou a chance.
_ Então seu idiota! Não disse que iria me matar? Estou esperando! Porque você não vem até aqui pra resolvermos isso de uma vez por todas! Venha seu covarde, vamos nos enfrentar de igual pra igual! – Legolas gargalhava para irritar ainda mais seu inimigo e exibia sua espada, chamando Draco para um duelo.
_ Maldito! Eu vou matá-lo! – respondeu Draco.
_ Então terá que me matar também! Legolas é meu líder agora! Não vou deixar você feri-lo! – gritou Sairf.
_ Depois que eu matar Legolas eu mato você!
_ Mas antes você terá que passar por mim! – desafiou Nailo.
_ Depois que eu matar eles dois eu mato você também!
Aquilo já começava a ficar ridículo. Apenas Draco não percebia isso. O arqueiro saltou para a passarela, desviando-se da chuva de golpes de Nailo, ficando apenas levemente ferido. Draco disparou mais duas flechas certeiras em Legolas. Desta vez, entretanto, os ataques já, não tinham mais tanto efeito quanto antes. E ele continuou correndo até parar diante de Lucano, que bloqueava seu caminho.
_ Saia da minha frente, clérigo das ratazanas! – ordenou Draco para Lucano.
Lucano não se moveu. Ficou ali encarando Draco, enquanto Nailo se aproximava por trás, cercando-o. Quando percebeu que não havia qualquer chance de fazer Draco desistir da batalha, Lucano pegou o machado de Squall que ele estava carregando desde a escada de correntes e se preparou para atacar, mesmo sabendo que isso violaria seus ensinamentos.
Enquanto Sam curava Legolas, Lucano atacava um elfo pela primeira vez. Draco saltou, desviando da lâmina. Sairf conjurou a magia Área Escorregadia para tentar derrubar Draco, mas o guerreiro resistiu firmemente sobre o solo liso que desafiava seus pés. Anix tentou pará-lo com seus mísseis mágicos, mas nem isso, nem o pedido emocionado de Nevan fizeram-no mudar de idéia. Squall tentou novamente enfeitiçá-lo, mas sua mente estava decidida demais para ser dominada. Squall se atirou sobre Draco, tentando jogá-lo na água, mas o inimigo habilmente se esquivou e atirou o feiticeiro no lago. Squall foi obrigado a se agarrar nas pedras mais próximas para não se afogar. Nailo chegou por trás de Draco, atingindo-lhe a nuca com a espada. Mas parecia que nada era capaz de detê-lo. Sam tentou atordoá-lo com seu alaúde, mas Draco novamente resistiu. A explosão sonora, entretanto, atingiu Nailo e Squall também, fazendo com que o feiticeiro perde-se os sentidos temporariamente e começasse a afundar. Draco saltou sobre a mureta da ilha, escapando da lâmina de Nailo e do machado de Lucano com uma cambalhota incrível, ficando sobre as pedras, de frente para Legolas. Em uma fração de segundo, Draco apontava seu arco novamente para Legolas.

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