fevereiro 14, 2006

Capítulo 163 – Luto, a morte do avô

Capítulo 163 Luto, a morte do avô

Legolas entrou apressado na vila. As passadas largas de seu cavalo atravessaram em poucos segundos o piso de terra ainda úmida até chegar à casa do arqueiro. Num salto o jovem deixou o lombo do animal e caiu em pé diante da porta de sua morada. Afoito, abriu-a com um forte empurrão e adentrou em seu lar sorridente.

_ Pessoal! Voltei! Finalmente terminei aquele treinamento! Estou de volta! – gritou Legolas a plenos pulmões para os presentes.

Mas a alegria de Legolas durou pouco. Logo diante da entrada, estendido sobre o piso de madeira polida, estava seu avô Lanell Greenleaf deitado. Ao redor dele estavam Eire e Leondil, sua mãe e seu pai.

_ Vovô! O que aconteceu?! – perguntou Legolas, atirando-se no chão ao lado de seu avô.

­_ Foi Elenindow! Ele matou Loran, o curandeiro! Quando eu cheguei perto para prendê-lo, ele me atingiu com a espada! Aquele moleque chegou pela manhã com um destacamento do exército real e parece estar fora de si! – o velho elfo respondeu ofegante. Seu sangue tomava todo o chão ao redor dele, jorrando através de um grande e profundo corte de espada na altura do peito.

­_ Aquele desgraçado! Continua folgado como sempre foi! Nem mesmo o exército conseguiu corrigi-lo! Eu vou arrebentar a cara dele! Continuou Legolas, segurando com força a mão do avô, já com os olhos tomados de lágrimas.

_ Não vá se meter em encrencas por causa de um velho Legolas! – Lanell tossiu e gemeu. Sua boca se encheu de sangue. – Ah! Ainda me lembro como se você hoje o dia em que você começou sua jornada! Eu lhe presenteei com uma espada, mas você preferiu o arco de seu pai! Ainda menino foi capaz de matar um kobold sem a ajuda de ninguém! Foram dias felizes que passei ao seu lado meu neto querido! Hoje você é um adulto, um grande guerreiro! Me orgulho muito de você! – o velho falava com extrema dificuldade, sua voz parecia mais um sussurro.

_ Por que está dizendo isso vovô? Não é hora pra essas coisas! Me diga apenas onde aquele maldito está! – Legolas estava confuso e sentia um medo que jamais sentira antes.

_ Leondil, meu filho! Muitas vezes nós divergimos em diversas coisas! Mas, saiba que eu sempre o amei! Quando sua mãe partiu para junto de Glórien, você foi o meu pilar de sustentação! Eu lhe devo muito meu filho, obrigado! – o velho inclinou a cabeça e prosseguiu em seu discurso, com os olhos cheios de lágrimas.

_ Pare vô! Não diga essas coisas! – implorava Legolas aos prantos.

­_ Eire! Minha nora querida! Você é como se fosse uma filha do meu sangue para mim! Cuide bem dos meus garotos, por favor! Serei eternamente grato a você por tudo! – Lanell tombou a cabeça enquanto olhava para a mãe de Legolas. Seus olhos se fecharam com força, fazendo escorrer duas lágrimas cristalinas.

_ Eu vou buscar o curandeiro! Não, o Elenindow matou ele! Já sei, vou buscar a mãe do Nailo! Ela sabe fazer mágica de cura! Agüente firme vovô, eu já volto!­ – Legolas soltou a mão de seu avô e caminhou em direção à porta com as pernas trêmulas. Quando estava preste a sair, a voz melancólica de seu pai o impediu.

_ Já é tarde Legolas! Seu avô se foi! Ele partiu para Nivenciuén, para junto de Glórien! – a voz de Leondil era pesada e triste. Lanell, o avô de Legolas estava morto.

Legolas parou diante da porta. Tinha a cabeça baixa e as mãos trêmulas. Suas lágrimas se precipitavam no chão formando uma pequena poça.

_ Ele vai me pagar! Isso não ficará assim! Elenindow vai me pagar por isso! – sem olhar para trás, Legolas amaldiçoou o nome de seu inimigo. Depois saiu pela porta, deixando-a aberta atrás de si, e correu até seu cavalo. Pegou a sua katana e sua wakizashi, respectivamente a espada longa e a mais curta que recebera de seu mestre por ter concluído o treinamento, e partiu para o centro da pequena vila.

_ Não Legolas! Não faça isso! O exército está nas redondezas! Ele será preso e pagará pelo que fez! Não vá! – gritava sua mãe desesperada.

_ Eire, deixe-o! Nada poderá detê-lo agora! Venha, me ajude! Temos que carregar esse cavalo com suprimentos. Eu estou com um estranho pressentimento! – Leondil abraçava sua esposa, tentando confortá-la, mas o destino de seu filho já estava traçado e não poderia ser mudado.

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