fevereiro 22, 2006

Capítulo 167 - Prisão em Vallahim

Capítulo 167 Prisão em Vallahim

Um a um, os aventureiros abriram seus olhos lentamente. Estavam ainda atordoados devido à magia daquele estranho homem. Não sabiam onde estavam, nem como tinham parado naquele lugar. Sentiam que estavam em movimento, pois os seus corpos sacolejavam constantemente, enquanto a paisagem escura ao redor deles parecia ficar para trás. Estava escuro, e seus olhos ainda não haviam despertado totalmente, mas o som característico de cascos de cavalos, bem como os vultos que os cercavam, deixavam claro que havia homens montados em volta, talvez fossem os soldados. Estavam num tipo de jaula, com grades de metal e piso de madeira e que balançava como uma carroça em movimento. Pouco a pouco a visão do grupo foi recuperando a condição normal, até que eles puderam distinguir cada detalhe que os cercava. Estavam presos dentro de uma carroça fechada com barras de ferro e madeira. Ao redor, uma centena de soldados do exército de Tollon cavalgava próximo à carroça, formando três filas para escoltar os prisioneiros. Era noite, mas as tochas carregadas pelos soldados das filas internas permitiam que pudessem ver suas condições. Tinham as mãos presas a grilhões de ferro, e seus pés estavam acorrentados a pesadas bolas de metal. Seus equipamentos não estavam com eles. Vestiam apenas as roupas de baixo e havia peles de animais dentro da cela para que eles pudessem se proteger do frio da madrugada. Dentro da jaula, além de Lucano, Anix, Squall, Sam, Sairf, Nailo e Legolas, havia também dois orcs, presos do mesmo jeito que os heróis. Nevan, entretanto, não estava com eles. Nem ele, nem os animais do grupo.

_ Ei soldado! Pra onde estão nos levando? – perguntou Squall.

_ Não se preocupem, logo vocês verão! – respondeu um dos soldados que cavalgava próximo à carroça.

_ Ei, o que aconteceu com o nosso amigo ferido? Ele estava com vários ossos quebrados e cavalgava comigo! O que fizeram com ele? – perguntou Anix.

_ Ah! Isso eu não sei dizer, não estava presente na hora em que vocês foram capturados! Quando chegarmos ao nosso destino, vocês poderão perguntar a alguém que saiba! – respondeu o oficial com descaso, voltando sua atenção para seu grupo.

Passaram-se alguns minutos de completo silêncio dentro da jaula. Quando tiveram a certeza de que não estavam sendo observados, Lucano e Squall tentaram usar suas magias para criar alguma chance de fuga para o grupo. Foram usadas as palavras corretas e, apesar dos grilhões que os prendiam, os gestos também foram feitos com exatidão. Mesmo assim, os encantos não funcionaram, deixando todos confusos.

_ Há há há há há! Não adianta desperdiçarem seu tempo! Suas magias não irão funcionar! – riu um dos soldados.

_ Cale a boca, seu idiota, filho de uma meretriz! – gritou Lucano, irado, enquanto urinava e cuspia no homem.

Irritado, o soldado saiu da formação, foi em direção à carroça e começou a bater em Lucano com o cabo de seu chicote. O clérigo se protegeu dos golpes com as mãos, e Nailo aproveitou a chance para tentar desarmar o inimigo. Segurando o chicote com as mãos, o ranger tentou laçá-lo nas grades da jaula. Mas, o soldado enrolou o chicote em sua mão e esporeou o cavalo que avançou rápido, afastando-se da carroça e retirando o chicote das mãos de Nailo. Outros soldados se aproximaram, batendo nos prisioneiros e sufocando a rebelião. Os heróis se calaram e se conformaram com sua situação.

Cerca de duas horas depois, o sol já surgia entre as árvores negras de madeira mágica, aquecendo e iluminando aquela manhã de inverno. Viram uma cidade distante no horizonte, Vallahim, segundo disse um dos soldados, a capital do reino de Tollon. Era o dia 6 de Weez, um Tirag, os heróis haviam dormido durante os cinco dias em que estiveram presos.

Vallahim era uma grande cidade. Com grandes construções e muitas pessoas circulando por suas ruas. Nada que se comparasse a lugares como Valkaria ou Vectora, mas ainda assim era um lugar impressionante. A caravana do militar atravessou os limites da cidade e continuou rumando para o norte, depois para o leste, até chegar a um grande forte. Já dentro do forte, os prisioneiros foram retirados da carroça e conduzidos até uma masmorra subterrânea. Atravessaram vários corredores, sempre frios e úmidos, até chegarem a uma cela de cinco metros de lado, onde foram trancafiados, os heróis e os orcs.

Lá eles receberam alimentação, um prato de sopa de legumes e carne, acompanhado de um pedaço de pão. Logo após o almoço, os dois orcs foram levados pelos soldados. Para onde, não sabiam.

Passaram o resto do dia e a noite toda na cela. Nailo tentava usar a bola de ferro presa ao seu pé para quebrar as paredes da cela. Mas, os grossos blocos de pedra maciça sequer eram arranhados pelos golpes do ranger. Suas magias também não funcionavam, e sem seus equipamentos, não havia nada a fazer além de esperar.

No dia seguinte, logo no início da manhã do dia 7 de Weez, um jetag, os heróis olhavam através da única abertura para o mundo exterior, uma pequena janela quadrada, cercada por grades de ferro tanto dentro da cela quanto na parte que dava para fora da masmorra. Assistiam atentos ao enforcamento dos dois orcs que haviam sido capturados junto com eles. Uma hora depois, serviram aos jovens o desjejum, frutas e pão, e eles ficaram sabendo que os orcs foram julgados e condenados por terem atacado várias vilas, entre elas Darkwood. Logo após a refeição, os guardas vieram buscá-los. A vez dos heróis havia chegado, o seu julgamento estava para começar.

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