abril 14, 2006

Capítulo 195 – Rumo ao castelo dos mortos

Capítulo 195 Rumo ao castelo dos mortos

Anix retornou e se reencontrou com Glorin, Lucano e Legolas. Algum tempo depois, Squall e Nailo também se juntaram ao grupo. Todos os moradores foram reunidos na casa de Torkel. Nenhum deles se opôs à idéia de deixar suas casas. Estavam todos assustados, temiam o retorno dos mortos, e tinham certeza que eles voltariam. Já fazia dez dias desde o primeiro ataque quando apenas alguns poucos zumbis surgiram atacando os animais da vila. Logo depois os ataques se tornaram mais freqüentes e mais intensos, os animais desapareceram, pessoas foram raptadas, até culminar no imenso exército de mortos que invadira Carvalho Quebrado na noite passada.

A única pessoa a relutar em deixar sua casa era Velta. Dizia não temer os mortos, pois eles não poderiam lhe fazer nada além de lhe tirar a vida. E como ela já estava bem velha, não tinha mais nada a perder. Legolas foi até a casa da velha feiticeira, tentar convencê-la a ir para a casa de Torkel. A mulher o tratou da mesma forma que a Anix. Sempre com um ar misterioso e desafiador. Disse a Legolas que ele também era o portador da desgraça, encarando-o com seu olho vazio. Da mesma forma que Anix, Legolas se arrepiava só de olhar para aquilo, mas não conseguia desviar seus olhos. Com muito esforço, após uma demorada negociação, ele finalmente a convenceu a partir e a levou para a mansão de Torkel. Lá,o espetáculo sinistro de Velta se repetiu.

_ Eu vejo um futuro sombrio para vocês! Vocês são os portadores da desgraça! Vejo morte em seus caminhos! Mas também vejo glória! – repetia a mulher, insistentemente, para os heróis.

_ Não vê coisa nenhuma! Eu é que vejo! Vejo um fim trágico pra você se não parar com esse charlatanismo! – disse Lucano, com firmeza, desafiando a mulher.

_ Eu olho pra você e só vejo dor! Vejo uma cabeça degolada, sobre uma bandeja! – a velha respondeu à altura ao desafio de Lucano.

_ Eu vejo o despertar da fúria! E também vejo o coração negro pulsando! E aquele que pode matá-los! – prosseguiu a mulher, com um sorriso maquiavélico.

Aquelas palavras deixaram todos assustados. Parecia não se tratar de uma charlatã, mas sim de alguém que podia de fato ver o futuro. As previsões de Enola, que já tinham até se confirmado, quase com as mesmas palavras. Velta sabia de mais. Além disso, aquele seu olho cego parecia possuir poderes estranhos. Os jovens continuaram a conversar com a velha, tentando arrancar dela o maior número de detalhes possível. Entretanto, suas respostas eram sempre evasivas e enigmáticas.

_ E quanto ao nosso capitão? O que você vê sobre ele? – perguntou Anix, para ter certeza de que não se tratava de um complô contra ele e seus amigos.

_ Nele eu vejo....ah! Eu vejo uma grande sombra negra por trás desse homem! Uma sombra poderosa e maligna! – Velta se assustou ao fitar Glorin com seu olho cego. Disse suas palavras misteriosas gaguejando e depois se calou. Novas perguntas não foram respondidas, ela apenas pediu para se recolher e foi para um quarto onde Legolas havia depositado seus estranhos objetos. Torkel e os outros moradores tentaram acalmar os heróis, dizendo que Velta não gozava de plenas faculdades mentais. Ela realmente devia ser louca, mas mesmo assim, algo de sobrenatural e assustador havia naquela mulher.

Sem Velta para incomodar com seus mistérios, os jovens começaram a se preocupar com um plano de defesa. Os soldados lideravam cada um uma pequena equipe de moradores, que cuidavam de tarefas como fazer flechas, reforçar portas e janelas com madeira, tirar possíveis armas de perto da casa de Torkel e cercá-la com palha para criar uma barreira de fogo e impedir a aproximação dos mortos-vivos. Com tudo pronto, os heróis se prepararam para esperar a chegada dos inimigos. Estavam todos de vigia, observando através das janelas da mansão, esperando que os mortos-vivos voltassem para atacar novamente. Mas nada. Nenhum zumbi ou caveira foi visto. Nem mesmo os misteriosos mastins de Thyatis apareceram. Ficaram de vigília a noite toda, revezando com os moradores os turnos de vigia. Uma chuva fina caiu durante toda a noite. Relâmpagos riscavam o céu, iluminando a noite escura e nublada. Mas, felizmente, os mortos não apareceram naquela noite.

A manhã do dia 13 chegou, uma manhã coberta de pesadas nuvens negras. Todos se levantaram cedo, avaliando a situação ao redor da casa de Torkel. Não havia nenhum sinal dos mortos. Todos estavam confusos. Não entendiam porque os mortos-vivos não haviam retornado para atacá-los. Então o capitão Glorin, que até então se mantinha calado e isolado de todos, ordenou a Squall que fizesse uma contagem dos zumbis destruídos por eles. Squall retornou depois de alguns minutos anunciando um número aproximado. Cinqüenta. Cinqüenta zumbis eliminados na noite em que chegaram em Carvalho Quebrado.

_ Matamos 50 deles! Eu calculo que eles eram, no total, aproximadamente uns 100 a 200 mortos-vivos! Isso significa que destruímos de um quarto a até metade deles! Eles não vieram ontem à noite porque estão se recompondo! Quando estiverem novamente com um número mínimo de mortos-vivos, voltarão a atacar! – resmungava Glorin, andando de um lado para outro. – Isso significa uma coisa! Esse é o momento para nós atacarmos, e destruirmos todos eles enquanto estão fracos!

_ Boa idéia capitão! Mas como faremos isso? – perguntou Squall.

_ Bem, você e o Nailo encontraram um castelo, no qual terminavam os rastros dos mortos-vivos! Vamos até esse castelo! Lá nós os destruiremos! – continuou Glorin.

_ Eu sei que castelo é esse! Ele é da época da fundação de Tollon! Um lorde recebeu as terras ao redor dele e o construiu há muito tempo atrás! Parece que todos que moravam nele morreram, mas não sei de que maneira! – exclamou Torkel.

_ Está decidido! Vamos entrar neste castelo! Arrumem seu equipamento, vamos partir imediatamente! – bradou Glorin.

Os heróis começaram a arrumar suas coisas rapidamente. Legolas e Nailo foram conversar com Velta, para pedir a ela algumas poções mágicas para ajudá-los em sua jornada. A misteriosa mulher prometeu ajudá-los com poções, mas desapareceu logo depois que Legolas e Nailo a deixaram. Procuraram pela mulher, mas não a encontraram mais. Como não podiam perder tempo, desistiram de encontrá-la e se aprontaram para partir.

Com tudo finalmente pronto, era a hora de partir para mais uma jornada de aventuras e perigos. Anix deixou Heart, seu familiar, sob os cuidados de Torkel. Nailo pediu ao homem que cuidasse de Relâmpago e Tentacute. Além disso, os cavalos também ficariam sob os cuidados dos moradores. Eles partiriam com apenas 3 cavalos, e os mandariam de volta para a vila assim que chegassem no castelo. Desta forma, os animais não correriam risco de vida ficando próximo ao covil dos mortos-vivos. Num cavalo iriam Glorin e Legolas, no outro Squall, Cloud e Anix. Por fim, Lucano e Nailo viajariam juntos no terceiro animal. Assim, na manhã de 13 de Lunaluz, kalag, o grupo de heróis aventureiros partiu rumo ao norte, em direção ao desconhecido, prontos para enfrentar os perigos que os esperavam no misterioso castelo.

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