abril 25, 2006

Capítulo 197 – Entrando no castelo

Capítulo 197 Entrando no castelo

Mas, Nailo não podia prosseguir. Estava em choque, paralisado de medo por causa das aranhas, um dos seus maiores temores. Legolas destruiu os corpos das aranhas e os jogou para fora da torre para que o ranger pudesse se sentir em segurança novamente. Já recuperado, Nailo sugeriu que aproveitassem para comer, pois já passava do meio dia. Glorin concordou com a idéia e decretou um descanso de uma hora para seus soldados.

Enquanto comiam e descansavam, os aventureiros conversavam sobre diversas coisas. Especulavam sobre os possíveis desafios que iriam enfrentar naquele lugar. Contaram ao capitão sobre suas aventuras passadas, e Anix explicou a ele sobre a herança dracônica dele e Squall.

Legolas aproveitou para conversar com sua amada pelo berloque da comunicação distante. Pediu a Liodriel para interromper as obras de sua nova casa. Legolas queria conversar com os carpinteiros, para que construíssem sua casa separada da casa de Nailo. Desejava privacidade para ele e sua esposa, abandonando o plano de morar na mesma casa que seu companheiro de aventuras.

Nailo aproveitou o período de descanso para investigar a torre que ficava ao fundo do castelo. Caminhou pela muralha cuidadosamente, apoiando-se nas amuradas para não ser surpreendido por armadilhas no chão. Chegou perto da torre o suficiente para constatar que se tratava de uma construção semelhante à anterior. O mesmo formato, as mesmas dimensões, o mesmo tipo de sujeira e detritos no chão e muitas, muitas teias de aranha tomando conta do local. Nailo não quis se arriscar e retornou para junto dos outros. Aguardou o momento de partir do lado de fora da torre, com medo das muitas aranhas, menores e inofensivas, que caminhavam pelas teias que tomavam conta do teto.

Já passava das 13:00 horas quando o grupo finalmente decidiu prosseguir adiante. O capitão Glorin, que liderava o grupo, usou os conhecimentos de Nailo para escolher o caminho a seguir. Já que o ranger afirmava com convicção que os rastros dos mortos vivos terminavam no portão de entrada do castelo, era para lá que deveriam seguir. Eles deviam descer as escadas e descobrir para onde os rastros seguiam após o portão do castelo.

Desceram em fila dupla os degraus de madeira apodrecida que conduzia ao piso inferior. Glorin e Anix iam à frente do grupo, atentos a tudo. Logo depois, Legolas e Lucano forneciam a iluminação para o grupo, através da tocha e do arco que pertencera a Draco. Por último, atrás até de Squall, vinha Nailo, assustado e apreensivo por causa das teias de aranha que tomavam infestavam a escadaria.

Internamente, a torre possuía um anel de pedras que acompanhava o seu contorno externo, formando um corredor de três metros por onde se estendia a escada. O grupo descia em espiral, girando no sentido anti-horário. Muitas teias que se entrelaçavam pelo caminho iam sendo cortadas pelo machado de Glorin. Olhando para trás, era possível ver através dos espaços entre os degraus, também cobertos de teias. Com um pouco de dificuldade dava pra ver o lance inferior de escadas, por onde ainda passariam. Acima deles, só se viam os degraus por onde já haviam passado, apoiados em caibros de madeira grossos que atravessavam o corredor e se apoiavam nas duas paredes laterais, formadas pelos anéis interno e externo da torre.

Faltavam ainda uns três metros para o fim da escada quando o anel interno que os cercava terminou, apoiado sobre oito grandes colunas de pedra eqüidistantes. Grandes tábuas fechavam o oco que se formava no interior desse anel, criando uma espécie de laje sobre as colunas no centro da estrutura.

Oposta ao final da escada havia uma saída, que seguia na direção do portão de entrada por um corredor escuro exatamente embaixo da muralha por onde haviam escalado. Glorin seguiu até ela, circundando a torre pela direita e acompanhado de perto por Anix, Squall e Lucano. Pelo meio da câmara ia Legolas, bem mais lentamente que os demais, com seu arco apontado para a saída. Nailo circundou a câmara pela esquerda, seguindo ordens de Glorin e ficou próximo à saída, flanqueando-a junto com o capitão. Enquanto caminhavam pelo piso da torre, os heróis viram dezenas de pegadas que se misturavam sobre a poeira que cobria o chão. Havia pegadas humanóides e outras de animais, que se sobrepunham sem formar uma trilha contínua.

Entraram no túnel sob a muralha. Glorin e Nailo à frente, Legolas, Squall, Anix e Lucano logo atrás. Enquanto andavam, conversavam entre si, sem qualquer preocupação com o silêncio. Glorin os repreendia constantemente, temendo que algum possível inimigo os ouvisse e atacasse de surpresa. O corredor se alongava por mais de dez metros, até terminar em um salão de proporções gigantescas.

O salão tinha uns seis metros de altura. Estava cheio de entulho e lixo espalhado pelo chão. Pedras, madeira, folhas, terra, sacos e outros detritos se amontoavam por vários locais. Duas passagens opostas, um pouco à esquerda de onde os heróis estavam, conduziam para fora da construção e permitiam a entrada da luz externa, iluminando fracamente o lugar. No centro da parede da direita, que tinha mais de trinta metros de extensão, estava o portão de entrada, trancado por uma grossa viga de madeira. Oposta a ele, a mais de vinte metros dali, uma porta de madeira, quase tão grande quanto o portão, bloqueava o acesso ao interior do castelo. De frente para o grupo, na parede oposta, era possível ver um corredor semelhante àquele no qual se encontravam, perdido no meio da escuridão. Três corpos jaziam no chão em pontos distintos. De um deles, apenas os ossos haviam restado.

Legolas sacou sua faca de caça e adentrou no salão. Cuidadosamente, seguiu passo a passo até a pilha de sacos que estava perto da entrada do corredor. Glorin e Nailo entraram no salão, mantendo distância de Legolas, vigiando tudo ao seu redor. Os demais aguardavam apreensivos no corredor. O arqueiro se abaixou para verificar os sacos de pano que ali estavam. Numa mão trazia seu arco para iluminar seu caminho, na outra sua faca, pronta para rasgar um dos sacos a fim de descobrir o que estava armazenado neles.

A lâmina já quase penetrava no tecido apodrecido do saco, quando Legolas ouviu um barulho vindo de trás da pilha de sacos. Levantou a cabeça a tempo de ver um enorme cachorro, de pelagem curta cor de ferrugem, olhos vermelhos como fogo, dentes afiados como punhais, saltando sobre os sacos empilhados. O cão, que tinha o tamanho de um cavalo pesado rosnou para Legolas, enraivecido e emitiu um uivo que fez todos estremecerem. Squall e Anix imediatamente reconheceram o inimigo, era a mesma criatura que comandava os mortos-vivos com seus uivos tenebrosos durante o ataque a Carvalho Quebrado. Eles estavam diante do cão infernal que Velta havia dito. O terrível mastim de Thyatis finalmente havia se revelado, e estava pronto a atacá-los.

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