abril 27, 2006

Capítulo 199 – Encruzilhadas...o início da exploração

Capítulo 199 Encruzilhadas...o início da exploração

Os heróis recolheram seus objetos do chão, e começaram a investigar o salão de entrada do castelo. Com o consentimento do capitão, Legolas saiu do prédio por uma das aberturas laterais que davam acesso ao pátio externo. Antes, porém, terminou o que ia fazer quando foi atacado pelo cão. Rasgou alguns dos sacos empilhados, de onde caíram vários grãos de cereais apodrecidos. Squall aumentou a força de seu companheiro magicamente, e fez uma armadura mágica ao redor de si para se proteger de outros inimigos que pudessem surgir ali. Todos continuaram vasculhando o chão, em busca de pistas, enquanto Legolas atravessava a saída da direita, deixando o aposento.

Enquanto revirava as pedras espalhadas pelo chão, Nailo encontrou três jóias de cor esverdeada, mais escura do que as esmeraldas que já havia manuseado. As gemas tinham formato oval, e o tamanho aproximado de uma moeda. Estavam sujas e um pouco desgastadas, com várias imperfeições devido às péssimas condições de conservação. O ranger mostrou as gemas para Glorin, perguntando ao anão o que fazer com as pedras.

_ Guarde-as com você! Quando a gente sair daqui, vamos vender tudo que encontrarmos e dividir em partes iguais! Ai, depois disso, nós gastaremos todo o dinheiro com cerveja em alguma taverna por ai! – respondeu Glorin, dando uma gargalhada curta e batendo a palma da mão nas costas de Nailo.

Squall seguiu até um dos corpos, que estava caído próximo da porta que conduzia para dentro do castelo. Era um homem, vestido apenas com o que sobrara de roupas simples, provavelmente até roupas de baixo. Seu corpo estava abandonado ali há muito tempo. Estava seco e murcho e coberto de terra, pedras e teias de aranhas. Squall usou a ponta de sua espada para vasculhar o corpo em busca de tesouros ou alguma pista que pudesse explicar os motivos da sua morte, mas não encontrou nada. Temendo então que ele se levantasse para atacá-lo junto com a horda de zumbis que invadiu Carvalho Quebrado, o feiticeiro terminou de destruir o cadáver com sua espada, até que não restasse um único pedaço que pudesse representar ameaça ao seu grupo. Squall então voltou suas atenções para a porta que estava na sua frente. Uma grande porta de madeira, muito mais fina que o portão de entrada, ornamentada com entalhes decorativos de formas geométricas, e flores. A porta parecia limpa e conservada, em contraste com o resto do lugar ao seu redor. Squall apanhou um pedaço da laje que despencara no chão há tempos, e começou a escrever seu nome na porta, para deixar registrada a sua passagem por ali.

Enquanto isso, Lucano se ocupava com outro corpo, abandonado próximo da parede esquerda da câmara, bem diante da porta por onde penetrava a luz do dia. Era uma mulher, de longos cabelos vermelhos, corpo esguio, dando a entender ter sido uma bela mulher. Também vestia apenas trapos de roupas simples e seu corpo também estava intocado há muitas eras. Lucano procurou por objetos valiosos na falecida, mas também não encontrou nada. O clérigo então destruiu o corpo, separando todos os seus ossos, um a um e quebrando-os com seus pés. Lucano se afastou da mulher, e viu Nailo, intrigado com o corpo do cachorro, temendo que ele se levantasse para atacá-los como um morto-vivo. Lucano foi até o amigo e explicou-lhe que ele só se levantaria se tivesse sido morto por um morto-vivo, ou se alguém usasse magia para transformá-lo num.

Mais tranqüilo, Nailo foi até o portão de entrada, onde estava Glorin. Ao mesmo tempo, Anix destruía o terceiro cadáver com sua espada. O corpo estava irreconhecível, apenas seus ossos haviam restado, semi-enterrados nas pedras caídas do teto. Feito isso, foi até onde estava seu irmão.

Squall estava usando seus poderes para localizar objetos ou criaturas mágicas que estivessem além da porta e das paredes. Não detectou nada, tudo parecia tranqüilo. Virou-se então para o salão, investigando-o com sua magia. Mas ali também não havia nenhuma aura mágica, a não ser as dos objetos que eles possuíam. Squall voltou suas atenções novamente para a porta.

Glorin olhava, admirado, para o portão de entrada. Uma entrada extremamente forte. Construída com grossas tábuas de madeira reforçada com chapas de metal, e encravada numa parede de pedras de cerca de cinqüenta centímetros de espessura. Uma viga de madeira, de vinte centímetros de espessura, travava o portão, apoiada sobre duas barras de ferro curvadas em “L”. Glorin levantou a viga vagarosamente, e a colocou no chão ao lado da entrada. Abriu lentamente o pesado portão, apenas o suficiente para poder ver o ambiente externo.

_ Vamos deixar isso destrancado! Se precisarmos fugir rapidamente, nosso caminho estará livre! – resmungou Glorin para Nailo.

O ranger concordou com a idéia do anão,ajudando-o a desbloquear a entrada. Então, os dois ouviram um forte barulho vindo da parede oposta. Glorin se virou e viu as portas que seguiam para o interior da fortaleza se chocando com força nas paredes de um corredor ao qual davam acesso. Squall estava diante da porta, com as mãos ainda estendidas após empurrar as portas com força.

_ Droga Squall!!! Está louco? Quer nos matar? Abriu essa porta sem nos avisar e fazendo esse escândalo todo!!! Se tivesse alguém depois da porta, seriamos pegos de surpresa, seu irresponsável! - sussurrou Glorin, muito irritado, correndo até a porta.

O grupo se reuniu diante da porta que se abria para um longo e escuro corredor. Era largo o suficiente para que dois homens pudessem caminhar e lutar lado a lado nele. Alguns metros à frente, existiam duas portas opostas, uma de frente para a outra, ambas fechadas.

_ Capitão, posso ir até as portas? Vou tentar ouvir o que tem atrás delas! – pediu Nailo.

_ Certo, vá até lá,mas sem fazer barulho! E não abra a porta até estarmos todos prontos! Anix, vá buscar o Legolas, depressa! – ordenou Glorin, sussurrando.

Squall e Nailo caminharam até as portas e colocaram seus ouvidos nelas. Na da direita, Nailo ouviu um estranho ruído, de batidas leves e baixas, não ritmadas, como se alguém batesse no chão com uma vara ou algo parecido. Squall não ouviu nada. O silêncio ecoava atrás da porta da esquerda, e por todo o corredor. Um silêncio estranho e assustador. Todos sabiam que aquele silêncio era o prenúncio de problemas. As maçanetas das duas portas estavam limpas, como se alguém as tivesse deixado assim, ou as usasse com freqüência, confirmando as suspeitas do grupo. Havia alguém naquele castelo, alguém que controlava os mortos-vivos. Os dois retornaram para junto dos demais, aguardando o regresso de Anix e Legolas.

Enquanto isso, Legolas estava fora, no que restara do jardim do castelo. Saíra por uma abertura sem porta na parede, atravessando um corredor coberto de mato alto e seco devido ao clima frio. Havia dois barracões, um à sua direita e outro à sua esquerda. Logo após eles, existiam a muralha e o prédio principal do castelo. O corredor que se formava no centro dos barracões tinha uns três metros de largura, e se estendia por uns quinze metros, até chegar num corredor muito mais largo, que continuava para a esquerda, em direção ao fundo do castelo. De onde estava, Legolas via uma das torres de vigia e a muralha que seguia para o fundo da fortaleza.

O arqueiro caminhou cuidadosamente, com seu arco preparado para disparar em caso de perigo. Entrou no casebre da esquerda, atravessando uma passagem larga e alta. Lá dentro, largados pelo chão pedregoso, estavam os esqueletos de três cavalos, há muito mortos. Legolas vasculhou a cocheira com calma e destruiu os restos dos animais, para que não pudessem ser reanimados.

Seguiu para o outro barracão. Atravessou a entrada, de onde ainda pendia uma porta de madeira semi destroçada. Lá dentro, além de sujeira e entulho, encontrou uma forja. Uma bigorna enferrujada jazia diante de um forno extinto há eras e coberto de teias de aranhas. Bancadas de madeira abrigavam ferramentas velhas e carcomidas pelos anos. Armas enferrujadas e imprestáveis dividiam espaço em cima das bancadas e em prateleiras nas paredes. Legolas avançou lentamente dentro do cômodo, tirando as teias de seu caminho com a ponta de seu arco, até que pisou em algo diferente.

Sentiu algo volumoso debaixo de seus pés, que fez um som de metal ao ser pisado. Legolas olhou para baixo e viu uma espada reluzindo sob seus pés, semi enterrada na terra que cobria o chão. Uma espada longa, confeccionada com grande esmero, ricamente trabalhada e ainda em bom estado. Legolas pegou uma bainha abandonada em cima de uma bancada e guardou sua nova espada. Nesse exato instante, Anix chegava para buscá-lo. Os dois retornaram para o salão principal, onde Glorin aguardava, impaciente.

_ E então? Encontraram alguma coisa? – perguntou o anão.

_ Nada capitão! Só alguns cavalos mortos! Mas eu já destruí os corpos! – respondeu Legolas.

_ Certo! Squall, Nailo, fechem essa porta! Nós vamos voltar! Antes de seguirmos adiante, temos que nos assegurar que o nosso caminho para a saída esteja livre! Existem outras duas saídas que ainda não exploramos! Uma deve conduzir até a torre da direita, a outra para o jardim! Vamos examinar esses lugares para nos certificarmos que nenhuma criatura sairá de lá para nos cercar quando estivermos dentro do corredor adiante! Se encontrarmos algum morto-vivo, vamos lutar até destruí-lo! Qualquer outra criatura que não represente perigo para nós ou para o povo da vila, como as aranhas que matamos lá em cima, deverá ser ignorada! – sussurrou o anão em tom sério.

Nailo engoliu seco quando ouviu o capitão falar das aranhas e dar a entender que elas não representavam perigo. Mesmo com medo de encontrar mais daqueles monstros, obedeceu e fechou a porta. Todos seguiram para a outra saída, oposta à já explorada por Legolas. O arqueiro seguiu na frente, enquanto os outros caminhavam mais devagar e à distância. Reconhecia aquele lugar, era exatamente igual ao que tinha acabado de investigar. Os mesmos barracões de pedra e telhados de madeira e palha. O mesmo tipo de mato crescendo pelo corredor. Tudo parecia igual, como um reflexo no espelho. Só faltava existirem cavalos mortos no celeiro e uma bela espada na forja. Sim a espada. Foi nela que Legolas pensou e, desejando conseguir uma outra arma para si, foi direto ao casebre que ficava do lado da muralha. Lá dentro, encontrou o que esperava, uma forja, cheia de armas e ferramentas deterioradas pelo tempo, pela ferrugem. Para sua total alegria, faltava apenas ele pisar numa espada. Legolas entrou na casa e pisou em alguma coisa. Mas, não era uma espada. Desta vez era um graveto, que se rompeu com o peso do arqueiro, provocando um estalo que chamou a atenção das centenas de criaturas que ali se escondiam...ratos.

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