maio 02, 2006

Capítulo 200 – Enxame...o ataque dos ratos

Capítulo 200 – Enxame...o ataque dos ratos

Centenas, talvez milhares de ratos despertaram com o ruído provocado pelo elfo. Surgiram do meio do mato seco dentro do barracão, de trás da mobília, do teto. Eram tantos ratos avançando na direção de Legolas, que lembravam uma onda indo em direção à praia. Os animais corriam em direção à saída, passando por cima de tudo que estivesse em seu caminho. Aquela assustadora massa de animais de chocou com Legolas. Os ratos passavam por cima do arqueiro, atropelando-o e uns aos outros. Sentindo-se ameaçadas, as pequenas criaturas atacavam tudo o que viam com suas presas afiadas, além de defecar e urinar constantemente. Legolas ficou nauseado, sendo pisoteado por aquelas criaturinhas nojentas, e sua única reação possível naquele momento foi pedir ajuda aos companheiros.
Todos ouviram o chamado de Legolas, e viram dezenas de ratos saindo de dentro da forja abandonada. Rapidamente, Nailo pegou um frasco de óleo em sua bolsa e o entregou para Lucano. O clérigo acendeu o pano que tapava o recipiente com sua tocha, e correu até a porta do barracão para atirá-lo nas criaturas que cercavam Legolas.
_ Moleque, se você queimar minha roupa eu te mato! – gritou Legolas, ameaçando o amigo que tentava lhe ajudar, enquanto os ratos passavam por dentro de sua boca.
Lucano ficou indeciso, com medo de ferir Legolas com as chamas e arremessou o vidro de óleo além do arqueiro. O frasco explodiu ao se chocar com o chão, espalhando óleo em chamas numa grande área ao redor do local de impacto. Entretanto, os animais não foram atingidos, e continuaram atacando enquanto fugiam desesperados, avançando também por cima de Lucano.
Glorin avançou na direção dos animais, congelando-os com seu raio polar. Dezenas de criaturas caíram mortas, sendo rapidamente pisoteadas pelas que vinham atrás.
Squall correu, parando diante da porta. Concentrou sua mente e conjurou uma magia. Pequenas chamas surgiram entre os ratos, dotadas intrigantes apêndices que lembravam pequenas pernas. As chamas saltavam como se tivessem vida própria, pareciam dançar em meio à multidão de ratos. Mas, sua aparência inofensiva logo foi substituída pelo espanto. Cada vez que algum rato colidia com alguma das pequenas chamas dançarinas, era provocada uma pequena explosão, que aniquilava dezenas de ratos. Foram cinco explosões ao redor de Legolas, que reduziram em um terço a quantidade de ratos. Mas Squall sequer teve tempo para comemorar o sucesso de sua magia. Os ratos restantes, que ainda eram muitos, avançaram sobre ele e Glorin, mordendo-os e sujando-os com seus excrementos.
Anix correu para ajudá-los, entrando corajosamente no meio dos animais para chutá-los para longe de seus amigos. Os pequenos monstros subiram por cima do mago também, deixando nele suas marcas.
Legolas se afastou do bando de ratazanas que atravessava a porta, ficando fora de seu alcance e disparou uma flecha congelante entre as pernas de Squall. O projétil perfurou alguns ratos, mas logo foi coberto pela massa de animais que se espremia para fugir. Os ratos alcançaram a área do jardim e se dividiram em dois grupos. Nailo viu as criaturas correndo na sua direção e usou seus poderes para ficar invisível para os pequenos animais. O ranger entrou no outro barracão, que fora um celeiro no passado, e escapou da investida das criaturas.
Squall fez um leque de chamas mágicas com suas mãos, incendiando os animais, enquanto Lucano se refugiava na casa da forja com Legolas. Glorin tentava acender uma tocha para combater as criaturas, enquanto Anix ainda se debatia, tentando vencer os inimigos com os pés.
Os ratos já se distanciavam, e o combate já não se fazia mais necessário. Entretanto, os jovens não queriam deixar que os ratos saíssem ilesos, queriam se vingar pelos ferimentos sofridos e pela humilhação que aquelas criaturinhas lhes faziam passar. Assim, Legolas correu até a porta, e arremessou a pequena bola de dentro de sua bolsa na direção dos ratos que fugiam para o mato. A bolinha se transformou num javali que foi rapidamente coberto pelos ratos e começou a combatê-los desesperadamente. Nailo correu até a porta também, preparando um novo frasco de óleo para jogar nas criaturas. Glorin já estava com a tocha acesa, pronta para ajudar Nailo em seu plano, quando Squall se colocou entre os dois. Os três ficaram espremidos no corredor, se acotovelando enquanto os ratos se distanciavam. Squall usou novamente lançou um leque de chamas mágicas a partir de sua mão, reduzindo ainda mais o número de criaturas. Entretanto, as chamas atingiram também os três heróis que se espremiam para atacar os ratos, ferindo-os ainda que superficialmente.
Os animais fugiram, deixando os heróis para trás, sujos e feridos. Os heróis aproveitaram para revistar os dois galpões, enquanto Glorin observava o jardim ao lado do castelo para onde os ratos tinham fugido. Lucano encontrou uma espada de cabo prateado com a lâmina toda trabalhada e com pequenos cristais vermelhos incrustados no cabo. Glorin, observando o movimento dos ratos no jardim, ficou convencido de que ali não existia nenhuma outra criatura que pudesse ameaçá-los além dos ratos. Nailo vasculhou o antigo celeiro, onde encontrou apenas restos de cavalos mortos há tempos. Os esqueletos foram destruídos para prevenir que se levantassem e atacassem os aventureiros. A área estava limpa, então era hora de partir para investigar outro lugar do castelo.
O grupo já estava de saída, quando Anix viu nas mãos de Lucano a espada que o clérigo acabara de encontrar e ficou intrigado. Anix pediu para ver a espada de Lucano e a de Legolas, e comparou as duas armas. O mago achava intrigante o fato de haverem galpões idênticos no castelo, exatamente opostos um em relação ao outro. E mais estranho ainda era o fato de Legolas e Lucano terem encontrado cada um uma espada de tamanho semelhante, cada uma em uma das forjas do castelo. Anix estava desconfiado quanto àquele fato, parecia que os dois lados do castelo eram idênticos, como se estivessem refletidos num espelho.
Entretanto, as espadas não eram iguais. A não ser pelo fato de ambas serem espadas longas, e por possuírem jóias e entalhes em suas lâminas e cabos, elas não tinham nada em comum. Os desenhos diferiam, as jóias diferiam, o local onde estavam abandonadas eram diferentes. A única coisa igual nelas era um símbolo, um escudo com um leão e uma faixa sobre ele, que aparecia tanto nas espadas, quanto na porta principal do castelo e no portão. Deveria ser o brasão da família que habitara aquele castelo algumas gerações atrás, mas nenhum deles conhecia aquele símbolo.
Os heróis seguiram para o outro lado do castelo, onde havia um corredor que terminava na torre direita da fortaleza, uma construção idêntica àquela por onde eles haviam entrado. De forma semelhante, também havia pegadas espalhadas pelo chão, pés humanóides e do mastim de Thyatis, como reconheceu Nailo. Havia também rastros de animais menores, provavelmente filhotes do cão que guardava o saguão de entrada. Não havia pegadas na escada, dando a entender que ninguém havia subido até o alto da torre. Entretanto, como todas as torres eram interligadas pela muralha do castelo, nada impedia que alguém subisse por outra torre e chegasse até ali para cercar os heróis. Com o intuito de prevenir isso, os heróis montaram uma armadilha para surpreender quem tentasse descer a escada. Com sua espada, Nailo destruiu alguns degraus, e enfraqueceu a estrutura de outros, criando uma armadilha para quem tentasse saltar o buraco feito por ele.
Agora sim eles tinham certeza de que não seriam cercados caso precisassem sair rapidamente do castelo. Mas uma coisa preocupava Squall. Seu irmão havia desaparecido.
Anix tinha ficado para trás, enquanto os demais investigavam a torre. Squall retornou para encontrá-lo, mas não o viu em lugar algum. O feiticeiro retornou para a torre desesperado, irritado com Glorin, por terem deixado Anix sozinho. O anão se zangou e, junto com os outros, correu para o salão principal. Lá, começaram a chamar pelo mago.
_ Estou aqui! – respondeu calmamente Anix. No lugar de onde vinha a voz, uma luz brilhava, flutuando a cerca de um metro do chão.
Anix estava invisível. Somente era possível ver a luz da vela, acesa por ele para não ficar perdido na escuridão. Alegres por encontrar o amigo são e salvo, os heróis seguiram adiante, rumo ao interior do castelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário