maio 31, 2006

Capítulo 211 – Nailo cercado...o ataque das armaduras

Capítulo 211 Nailo cercado...o ataque das armaduras

Nailo estava cercado e sozinho. As quatro armaduras animadas, posicionadas ao redor dele, o atacavam com fúria. Suas espadas rasgavam a carne do ranger, que já estava ferido após a batalha contra o guardião e agora se encontrava muito próximo da morte. Nailo se defendia como podia, tentando desviar dos golpes. Teve sua perna rasgada por uma das armaduras e noutro golpe, sua nuca foi aberta por uma espada. Seu precioso cabelo comprido, oculto por baixo da armadura, foi cortado junto com seu corpo, deixando Nailo enfurecido.

Nailo abriu sua mochila, e pegou a espada bastarda que recebera de Anix, golpeando com violência uma das armaduras. Mas, o pano usado pelo ranger para cobrir a lâmina da espada para não rasgar sua bolsa amorteceu o impacto do golpe, impedindo que o inimigo sofresse qualquer dano.

Nailo soltou a tocha no chão, enquanto se defendia dos ataques dos inimigos. Percebeu, finalmente, que estava em uma situação critica, e gritou por socorro, desta vez, de forma mais desesperada e convincente. Precisava liberar a lâmina de sua arma, e o fez, pisando na faixa de tecido e puxando a espada para fora dela. As armaduras aproveitaram a chance para atacá-lo enquanto Nailo ainda estava com a guarda baixa. Quase que milagrosamente, o ranger reagiu desviando dos ataques e aparando-os com sua espada, agora livre de qualquer proteção.

Nailo voltou a atacar, atingindo com força a lâmina do elmo de uma as armaduras. Faíscas iluminaram as trevas, mas a armadura permanecia praticamente intacta. Seu metal parecia ser extremamente resistente, mesmo apesar dos vários anos de desuso e abandono.

Nailo viu um brilho ao seu lado e virou o rosto a tempo de ver uma flecha ricocheteando num dos elmos e se perdendo na escuridão. Da mesma forma que a espada, a flecha de Legolas não surtira efeito algum na armadura, era preciso mudar de estratégia. Legolas jogou seu arco no chão, próximo a Nailo e, ao ver a situação crítica do amigo, gritou para seus amigos se apressarem. Enquanto os inimigos se ocupavam em atacar o ranger e prestar atenção no brilho de seu arco, Legolas correu furtivamente, tentando se ocultar nas sombras para pegar os inimigos de surpresa.

Lucano chegou ao local do combate enquanto Legolas se deslocava e Nailo atingia outro inimigo sem causar grandes danos. Percebendo a ineficácia das armas, o clérigo apelou para sua deusa, apontando o medalhão de Glórien na direção dos inimigos e gritando o nome de sua deusa. O amuleto brilhou e uma onda sonora se formou ao redor das criaturas, deslocando o ar e causando um estrondo sônico que atordoaria a qualquer um. Qualquer um, menos as armaduras. Apesar de abaladas, as criaturas metálicas continuavam com força total.

Squall, que chegou quase junto com Lucano, lançou seu “Raio da Fênix” sobre os inimigos. As chamas partiram das mãos de Squall, atingindo um dos inimigos na cabeça. O elmo ficou levemente avermelhado, mas o ataque não afetou em quase nada o inimigo.

Nailo continuava em situação grave. Muito ferido e sem conseguir revidar com eficácia, o ranger se encontrava à beira da morte. Seus inimigos, implacáveis, continuavam a atacá-lo furiosamente, sem se importar com a presença de Lucano e dos outros. Nailo se esquivava, aparava os golpes com a espada, pulava e se abaixava, mas toda a sua habilidade não era suficiente para que ele pudesse escapar de todos os ataques. Nailo recebia mais e mais ferimentos, cortes, pancadas, perfurações, que iam mutilando e minando aos poucos a vida do aventureiro.

Legolas correu para tentar ajudar seu amigo, mas sua espada faiscava no metal das armaduras sem sequer arranhá-lo. Vendo que as espadas comuns não surtiam efeito algum, Lucano invocou uma espada espiritual para ajudá-los. Um raio brilhante partiu da arma espiritual, avariando severamente o elmo de uma das armaduras. Lucano deixou sua arma mágica atacando sozinha e correu para perto dos amigos. Ao cruzar a linha central do saguão, uma das armaduras, a que estava sem armas, se virou para o clérigo e o golpeou com sua pesada mão metálica.

Anix e Glorin, finalmente chegaram. Enquanto o mago tentava dissipar as magias que davam vida àqueles objetos, o anão correu para ajudar Nailo.

_ Nailo! Você está muito ferido! Saia daqui rápido! – gritou Glorin.

_ Não precisa capitão! Eu estou bem! – respondeu o ranger, tentando demonstrar valentia.

_ Tá certo! Então continue lutando até o fim! – respondeu o anão.

Mas Nailo mentira ao dizer que estava bem. Sua situação era lastimável. Os últimos ferimentos, ainda que superficiais, tinham deixado-o à beira de perder os sentidos. Mais alguns golpes daqueles e Nailo cairia desmaiado. Mais um golpe certeiro e potente bastaria para tirar a vida de Nailo. Sua única chance era sair dali, como ordenara Glorin.

Nailo fugiu, indo ainda mais para o fundo do castelo. Escapou por um triz das espadas das armaduras que tentavam cortá-lo enquanto ele corria. Parou encostado numa grande escadaria que levava ao andar superior e viu as armaduras virando-se para persegui-lo.Uma delas avançou sobre ele velozmente, mas Nailo conseguiu aparar com sua espada o golpe do inimigo.

Outras duas armaduras cercavam Lucano, cortando a carne do valente sacerdote. Squall tentou ajudá-lo, mas desta vez, não conseguiu atingir seu alvo, apenas iluminando o corredor com suas chamas.

Glorin correu para ajudar Nailo e, ao passar do centro do salão, foi atacado por um dos inimigos. O anão conseguiu se desviar do ataque e continuou correndo até cercar a armadura que atacava Nailo. O machado do anão cortou rapidamente o ar, abrindo um profundo corte na lateral da armadura e inutilizando boa parte de suas peças.

Legolas aproveitou a distração criada pelo anão e saltou sobre a armadura que o atacara, imobilizando-a. Tentou arrancar à força a cabeça do inimigo com intenção de desmontar a armadura mágica e inutilizá-la, mas não obteve êxito. A armadura estava firmemente montada, suas partes haviam sido juntadas por magia e somente a magia poderia separá-las. Nessa manobra, Legolas também cruzou a linha divisória do centro da sala, atraindo para si a atenção dos inimigos. Lucano aproveitou a chance e invocou uma magia de proteção sobre si, depois correu para ajudar Squall que, todo ferido, não podia sequer pensar em se aproximar dos inimigos para lutar.

Anix, após falhar uma primeira vez, usou novamente seu poder para tentar dissipar a magia que mantinha as armaduras vivas. Concentrou-se na magia e apontou na direção dos inimigos. Após proferir a última palavra mágica, o mago viu uma das armaduras cair no chão, imóvel e se desmontar em dezenas de pedaços. Anix descobrira um modo de vencer o difícil combate, e avisou aos seus companheiros de magia para fazerem o mesmo.

Mas o que ele não sabia, é que seus amigos nada podiam fazer. Squall e Lucano não tinham aquela magia disponível para utilizar, e as espadas não surtiam efeito sobre os inimigos. Nailo foi novamente ferido, desta vez na cabeça, então, para tentar ajudá-lo, Glorin decidiu tentar outra estratégia.

_ Nailo! Fuja! Eu vou ganhar algum tempo para você escapar! – gritou Glorin. O anão se abaixou, agarrando a perna da armadura. O capitão fez força, tentando derrubar o inimigo no chão, mas este foi mais forte, e com um rápido puxão, jogou Glorin de encontro ao solo. Agora Glorin estavam em desvantagem.

Além do anão e Nailo, Legolas também estava em apuros. Agarrado, imobilizando uma das armaduras para que seus amigos pudessem atacar com liberdade, o elfo era um alvo fácil. Uma das vestimentas animadas percebeu isso e foi para cima dele. Squall tentou pará-la com uma rajada de dardos de energia, mas, apesar de abrir grandes buracos no inimigo, isso não foi capaz de detê-lo. Legolas se esquivou no exato momento em que a lâmina da bastarda passou rente ao seu corpo, escapando do ataque. O elfo se soltou do oponente que segurava, tentando atingir os dois inimigos que o cercavam ao mesmo tempo. Sua manobra foi ousada demais e Legolas terminou por cair no chão, cercado por dois inimigos.

Uma das armaduras chutou o arqueiro caído. Legolas reagiu rápido e agarrou o pé do inimigo, torcendo-o e derrubando o adversário no chão. Dois inimigos estavam caídos, os heróis começavam a levar vantagem. Entretanto, Squall estava muito ferido da batalha anterior, e Lucano aproveitou o momento para curar o amigo. Revigorado, o feiticeiro voltou a atacar com potência total, disparando seus mísseis mágicos nos inimigos.

Anix seguiu os passos de seu irmão e ambos, com seus mísseis mágicos, começaram a minar gradativamente a resistência dos inimigos. Parecia que os disparos energéticos dos dois, bem como os disparos da espada espiritual de Lucano, eram as únicas formas efetivas de lutar contra aquelas criaturas.

Legolas, mesmo caído, continuava lutando bravamente, impedindo que seu adversário se levantasse e atacasse seus amigos. Nessa posição,o arqueiro era um alvo fácil, sendo ferido várias vezes pela armadura que estava em pé atrás dele. Mesmo assim ele não se rendia e continuava agarrado à outra armadura, impedindo-a de levantar e lutar..

Enquanto isso, Nailo tentava fazer sua espada superar a dureza das armaduras e perfurá-las a todo custo. Golpe após golpe, o ranger conseguiu causar pequenos danos no objeto à sua frente, o que deu tempo para Glorin se levantar e revidar. O anão gritou em fúria e atacou com velocidade surpreendente seu inimigo. Três poderosos golpes sucessivos fizeram com que a armadura se despedaçasse por inteiro. Os dois se viraram na direção dos demais e correram para ajudar.

Legolas se levantou num salto, atacando com sua faca os inimigos à sua volta. A arma espiritual dava cobertura ao arqueiro, fulminando o inimigo pelas costas e espalhando pelo chão os pedaços de ferro que se desprendiam da armadura. Lucano se aproximou da criatura que lutava com Legolas e a encarou. Um par de luzes brancas brilhou dentro do elmo, como se fossem os olhos do objeto. A armadura levantou sua espada e mirou em Lucano, mas não conseguiu completar seu movimento. Vencida pela magia do clérigo, a criatura não tinha coragem para atacá-lo. Lucano estava protegido, como se estivesse em um santuário abençoado onde os inimigos não pudessem penetrar.

Três inimigos estavam caídos, e um acabara de desperdiçar seu ataque em Lucano, a vitória começava a ficar próxima. Squall, empolgado com a vantagem conseguida chutou a cabeça do inimigo que se levantava diante dele. Só o que conseguiu foi ferir o próprio pé, enquanto a armadura nada sofrera. O objeto animado se levantou, esmurrando o rosto de Squall, que se arrependeu do ato inconseqüente. Para reparar o erro, o feiticeiro voltou a atacar com seus mísseis mágicos, mesmo recebendo um novo golpe no olho ao abaixar a guarda enquanto conjurava a magia.

Glorin chegou, golpeando a armadura para defender Squall. Mais da metade do corpo da vestimenta estava destruído após o ataque do anão. Já Nailo, perdera tempo se curando, desperdiçando a chance de liquidar mais um dos inimigos.

Então, algo assustador aconteceu. A armadura que caíra em pedaços sob o efeito de dissipação de magia de Anix se levantou. Os pedaços se reuniram magicamente, trazendo-a de volta ao combate. A duração da magia de Anix havia terminado. Legolas tentou impedi-la de se levantar, mas não conseguiu. Lucano correu, golpeando-a com sua espada, enquanto sua arma espiritual se encarregava de atacar os outros inimigos. Infelizmente, ao contrário da versão espiritual, a espada de Lucano apenas produziu faíscas, sem causar dano ao inimigo.

Logo após a espadada de Lucano, a armadura desabou no chão, aos pedaços, vítima dos ataques mágicos de Anix. Restavam apenas dois inimigos e os heróis concentraram suas forças para derrubá-los. Enquanto as espadas criavam distração e causavam danos menores, Squall teve tempo para se concentrar e disparar seus raios de energia com máxima potência, explodindo em pedaços o que restava das últimas duas armaduras.

Estavam salvos. As quatro armaduras foram derrotadas, e as duas que restavam em pé em seus pedestais não demonstravam sinais de estarem também encantadas para atacar os invasores. Os heróis respiraram profundamente, agradecendo aos deuses pela vitória e por não terem perdido nenhum companheiro. Sabiam que se não tivessem se separado antes, talvez aquela batalha não tivesse sido tão dura.

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