maio 17, 2006

Capítulo 204 – O desaparecimento de Squall

Capítulo 204 O desaparecimento de Squall

_ Muito bem! Vamos revistar tudo e sair daqui o mais rápido possível! Temos muito a explorar ainda! – disse Glorin, ofegante.

_ Capitão, o senhor está bem? – perguntou um dos elfos.

_ Sim! Estou bem sim! Aquela sombra maldita conseguiu me atingir, mas não é nada que eu não possa superar! – respondeu o anão.

Os heróis começaram então a investigar a capela, em busca de outros inimigos para exterminar, de câmaras secretas, pistas e tesouros. Atrás de uma das estátuas, Nailo encontrou grandes manchas de sangue, secas há muito tempo. Havia também marcas de pancada na parede e no corpo da estátua. Alguns pequenos fragmentos de madeira, incrustados na estátua, revelaram ao ranger a natureza das manchas de sangue. Alguém tinha sido encurralado naquele canto e fora golpeado até a morte por algum tipo de clava ou maça de madeira. Lucano também encontrou outras marcas menores de sangue espalhadas pelo restante do salão. Glorin ajudava o clérigo, ao mesmo tempo em que recuperava o fôlego e vigiava a porta. Legolas, sentado em um dos bancos, descansava enquanto seus amigos exploravam o lugar.

_ Capitão! O que acha de usarmos esse lugar para acampar? Sendo uma igreja, ele é mais seguro contra os mortos-vivos! – perguntou Nailo.

_ Não adianta! Mesmo sendo um templo, existiam aqueles fantasmas aqui! Mas eu poderia orar a Glórien para que ela abençoasse esse lugar! Dessa forma ele ficaria protegido contra os mortos! – interveio Lucano.

_ Não, rapazes! O melhor é ficarmos naquele quarto mesmo! Aquela porta é menor do que essa, portanto mais fácil de proteger! Além disso o lugar fica mais próximo da saída e Lucano pode abençoar aquele lugar também! – respondeu Glorin.

Após terminar de examinar a outra estátua, Anix foi na direção do altar, onde estava Squall. Depois de se debater em desespero, para se desenroscar de um corpo que estava putrefato há eras atrás do altar, o feiticeiro havia se levantado do chão e colocado sobre o balcão de pedra uma porção de objetos que ele mesmo havia derrubado. Dentre esses objetos, estavam uma varinha de madeira e um pergaminho, dos quais Squall sentia uma aura mágica emanando, uma estátua de Khalmyr, de cerca de trinta centímetros de altura, esculpida em ouro maciço, quatro jóias ovaladas de cor azul e um anel de ouro, que trazia entalhado o símbolo do deus da justiça em baixo relevo.

O feiticeiro guardou as jóias e a estátua. Colocou o anel em seu dedo e, junto com o irmão, se concentrou em decifrar o pergaminho e a varinha. Em um idioma estranho, Squall conseguiu decifrar no pergaminho os seguintes dizeres: “Glorioso Khalmyr, deus da justiça! Que suas bênçãos recaiam sobre esta arma para punir o que profanam teu nome”. Estava evidente para ele que aquele pergaminho serviria para abençoar uma arma, concedendo a ela propriedades mágicas.

Seus esforços se voltaram então para a varinha. Era um pedaço de madeira, de cerca de trinta centímetros de comprimento e fina como uma caneta. Era toda decorada com entalhes que se entrelaçavam ao longo da varinha formando uma trança. Escrita em idioma dracônico, uma palavra semi destruída pelo tempo, aumentava a aura de mistério ao redor do objeto. Squall não conseguia decifrar todo o conteúdo da palavra, e pediu ajuda a seus amigos. Nailo e Legolas também conheciam o idioma. Legolas o havia aprendido com seu mestre, nos anos em que treinara arduamente com ele. Já Nailo, aprendera por si só a língua dos dragões, depois que um deles matara alguns de seus amigos durante a infância. Com o intuito de se vingar algum dia, o ranger passou a estudar os hábitos e anatomia dessas criaturas, tornando-se um habilidoso em caçar dragões. Habilidades que tinham sido úteis no confronto com Escamas da Noite, e que agora se mostravam novamente necessárias.

_ Não dá pra entender direito! Alguns trechos das runas foram quebrados, mas a palavra a ser pronunciada tem as seguintes letras! A...desconhecida...O...R...outra que letra desconhecida...outra que não sei se seria um I ou um L...e termina com A! – disse Nailo após analisar o objeto.

_ Bom, então é simples! Basta completar as letras faltantes com todas as combinações possíveis até ativar a varinha! Deixe-me tentar! – pediu Legolas, tomando a varinha em suas mãos.

_ Mas Legolas, não vai funcionar, você não faz magia, esqueceu? – disse Squall.

_ Tem razão! Bem, mas, espere! A quinta letra da palavra a ser pronunciada é um F, tenho certeza disso! – respondeu o arqueiro, devolvendo o objeto para Nailo.

_ Bom, agora está mais fácil! Só falta descobrir uma letra! E a outra só pode ser um I ou um L! Vou tentar! – disse o ranger.

Nailo gastou um longo tempo, tentando todas as combinações possíveis, supervisionado por seus companheiros, que não o deixavam esquecer nenhuma letra. Mas, a varinha não funcionou, embora ainda existisse magia nela, como atestou Squall.

_ Já sei! Talvez ela só possa ser ativada por um usuário de magia arcana, como um mago ou feiticeiro! As poucas magias que você faz Nailo, vem dos deuses, de Allihanna! Eu não, eu retiro energia mágica dos elementos! Talvez seja isso que esteja faltando! Deixe que eu tento agora! – bradou Anix, entusiasmado.

_ Bom, como essa varinha estava num templo de Khalmyr, e estava num corpo que parece ser do antigo clérigo daqui, não deve ser uma coisa ruim! Vou usar você pra testar a magia, maninho! Akorfia!!! – prosseguiu o mago, apontando o objeto para Squall.

A varinha emitiu um brilho difuso e uma pequena sombra negra se formou em sua ponta. A sombra cresceu numa fração de segundo, ficando tão grande e assustadora quanto os espíritos das trevas que os heróis tinham acabado de combater. A sombra saiu da varinha e foi em direção a Squall, envolvendo o corpo do feiticeiro num giro frenético. A escuridão saída da varinha foi aumentando ao redor do corpo de Squall, que empalideceu e desfaleceu. Antes que o pobre feiticeiro pudesse atingir o solo, as sombras o envolveram completamente, cobrindo todo o seu corpo. Quando as sombras desapareceram em pleno ar, Squall também já não estava lá. O feiticeiro havia desaparecido completamente. Talvez para sempre. Talvez já estivesse morto.

_ Nãããão! Squall!!! Meu irmão!!! O que foi que eu fiz!!! Nãããããão!!!!! – gritava Anix desesperado, em prantos, ao se dar conta de que sua imprudência podia ter custado a vida de seu irmão. Squall, não estava mais entre eles.

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