Capítulo 15 – Negociação
Goblins! Devia ser meia-noite, talvez um pouco menos, mas era o momento pelo qual tinham esperado. Iriam descobrir, afinal, que tipo de negócio escuso aquelas criaturas tramavam, embora já tivessem sua própria suspeita. Pólvora. Era praticamente certo que os pequenos e asquerosos monstros estivessem vindo buscar o caixotes de pólvora. Eram apenas três ou quatro goblins, que estacionavam um carroção velho, todo coberto por uma lona suja, em frente ao sobrado. Seria fácil derrotá-los em combate, pensavam os aventureiros, mas isso os impediria de saber quem estava por trás de toda aquela trama sombria. Então, tiveram uma idéia. Fingiriam ser os piratas e agiriam como se nada tivesse acontecido. E Nirvana iria se disfarçar e se passar pela líder dos bandidos do mar, e conduzir a negociação com os goblins. Então, alguém bateu à porta.
_ Atendam logo a essa porta! Droga, seus inúteis, eu mesma irei abri-la! – uma voz feminina falava alto dentro da casa, quase gritando. Os goblins ouviram passos firmes e então a porta se abriu. – O que vocês querem? – perguntou Nirvana. Seu belo cabelo estava solto, caído sobre o rosto para ocultá-lo parcialmente. Usava um dos belos vestidos encontrados no andar superior, assim como um par de sapatos novos e caros.
_ Olá! Finalmente eu a vejo! Até que enfim você mostrou esse seu rostinho bonito pra nós, moça! Nós viemos buscar a encomenda! – respondeu um goblin atarracado e meio amarelado, que batia à porta enquanto seus dois companheiros aguardavam na carroça.
_ Até que enfim! Já estava na hora de vocês apareceram! Onde está o dinheiro? – Nirvana arriscou um blefe, confiando nos amigos que aguardavam dentro da casa, escondidos, prontos para lhe dar cobertura. Sua expressão era fria e séria, como uma líder de criminosos deveria ser.
_ Está na carroça! Tragam, rapazes! – o goblin fez um sinal para os outros dois, que desceram do veículo carregando um pequeno baú. Chegaram perto da porta e abriram-no, revelando seu conteúdo. E os olhos de Nirvana brilharam. Era ouro, mais de mil moedas douradas, como estimou a feiticeira. – E onde está a mercadoria? Será que eu posso vê-la? – continuou o monstro.
_ Sim, está lá em cima! Venha comigo! – Nirvana levou o líder o pequeno negociante para dentro e foi com ele para o andar superior. De trás de uma porta, escondida num dormitório, Serena olhava irritada e mordia os próprios lábios para segurar seu ímpeto de perfurar aquele monstrinho desprezível com suas flechas. Myrian, estava ansiosa também, queria saber que fim afinal, tivera seu lobo, já que ele não estava no sobrado. Lá em cima, Nirvana mostrou a pólvora ao seu pequeno comprador.
_ Muito bom! Você é uma boa vendedora! Bem, onde estão seus homens para ajudar a levar isso pra carroça?
_ Eles já virão! Eu vou chamá-los! – e Nirvana chamou Kallas, Susrak e Lohranus para carregar as caixas. E, para sua sorte, nenhum dos goblins reconheceu o minotauro. Com a ajuda dos outros goblins, em poucos minutos eles colocaram as quatro caixas dentro da carroça, e viram que lá dentro já havia uma outra caixa um pouco menor que as que transportavam pólvora, e ficaram desconfiados.
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