fevereiro 14, 2007

Campanha B - Capítulo 15 – Negociação

Capítulo 15 Negociação

Goblins! Devia ser meia-noite, talvez um pouco menos, mas era o momento pelo qual tinham esperado. Iriam descobrir, afinal, que tipo de negócio escuso aquelas criaturas tramavam, embora já tivessem sua própria suspeita. Pólvora. Era praticamente certo que os pequenos e asquerosos monstros estivessem vindo buscar o caixotes de pólvora. Eram apenas três ou quatro goblins, que estacionavam um carroção velho, todo coberto por uma lona suja, em frente ao sobrado. Seria fácil derrotá-los em combate, pensavam os aventureiros, mas isso os impediria de saber quem estava por trás de toda aquela trama sombria. Então, tiveram uma idéia. Fingiriam ser os piratas e agiriam como se nada tivesse acontecido. E Nirvana iria se disfarçar e se passar pela líder dos bandidos do mar, e conduzir a negociação com os goblins. Então, alguém bateu à porta.

_ Atendam logo a essa porta! Droga, seus inúteis, eu mesma irei abri-la! – uma voz feminina falava alto dentro da casa, quase gritando. Os goblins ouviram passos firmes e então a porta se abriu. – O que vocês querem? – perguntou Nirvana. Seu belo cabelo estava solto, caído sobre o rosto para ocultá-lo parcialmente. Usava um dos belos vestidos encontrados no andar superior, assim como um par de sapatos novos e caros.

_ Olá! Finalmente eu a vejo! Até que enfim você mostrou esse seu rostinho bonito pra nós, moça! Nós viemos buscar a encomenda! – respondeu um goblin atarracado e meio amarelado, que batia à porta enquanto seus dois companheiros aguardavam na carroça.

_ Até que enfim! Já estava na hora de vocês apareceram! Onde está o dinheiro? – Nirvana arriscou um blefe, confiando nos amigos que aguardavam dentro da casa, escondidos, prontos para lhe dar cobertura. Sua expressão era fria e séria, como uma líder de criminosos deveria ser.

_ Está na carroça! Tragam, rapazes! – o goblin fez um sinal para os outros dois, que desceram do veículo carregando um pequeno baú. Chegaram perto da porta e abriram-no, revelando seu conteúdo. E os olhos de Nirvana brilharam. Era ouro, mais de mil moedas douradas, como estimou a feiticeira. – E onde está a mercadoria? Será que eu posso vê-la? – continuou o monstro.

_ Sim, está lá em cima! Venha comigo! – Nirvana levou o líder o pequeno negociante para dentro e foi com ele para o andar superior. De trás de uma porta, escondida num dormitório, Serena olhava irritada e mordia os próprios lábios para segurar seu ímpeto de perfurar aquele monstrinho desprezível com suas flechas. Myrian, estava ansiosa também, queria saber que fim afinal, tivera seu lobo, já que ele não estava no sobrado. Lá em cima, Nirvana mostrou a pólvora ao seu pequeno comprador.

_ Muito bom! Você é uma boa vendedora! Bem, onde estão seus homens para ajudar a levar isso pra carroça?

_ Eles já virão! Eu vou chamá-los! – e Nirvana chamou Kallas, Susrak e Lohranus para carregar as caixas. E, para sua sorte, nenhum dos goblins reconheceu o minotauro. Com a ajuda dos outros goblins, em poucos minutos eles colocaram as quatro caixas dentro da carroça, e viram que lá dentro já havia uma outra caixa um pouco menor que as que transportavam pólvora, e ficaram desconfiados.

O goblin entregou a Nirvana a caixa com o dinheiro, e pelo peso ela soube que eram uns dois mil tibares de ouro que ela tinha nas mãos. A carroça partiu, e de uma janela Kallas apontou para ela e mentalmente pediu para que Auran a seguisse do alto. Deram alguns minutos de vantagem para os goblins, apenas o tempo suficiente para terminarem de revistar a casa. Encontraram mais um grande dormitório no andar térreo, com mais colchões de palha toscos e alguns sabres espalhados pelo chão. O outro cômodo, uma espécie de sala de estar, tinha apenas bancos de madeira, uma mesa baixa ao centro e uma cristaleira, com muitos copos e taças e várias garrafas de bebidas diversas. Entre elas, encontraram mais alguns frascos de poção mágica, que foi imediatamente dividido entre os membros do grupo. Embaixo da escada ficava um pequeno depósito de ferramentas e utensílios domésticos, como baldes, vassouras e sabão. Colocaram na carroça todo o tesouro que haviam encontrado na casa, jóias, roupas, armas, ferramentas e até pedras de sabão. Kallas fez contato com Auran e pode vê-la voando ao longe. Deixaram o sobrado e partiram no encalço dos goblins. Myrian e Susrak ficaram responsáveis por cuidar da carroça, e levá-la para a taverna onde eles haviam passado o dia, onde se encontrariam mais tarde com os demais. Nirvana, Kallas, Serena e Lohranus seguiram Auran, para encontrar os goblins e resolver mais uma parte daquele intrincado mistério.

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