fevereiro 22, 2007

Campanha B - Capítulo 18 – Prisões...o fim da missão

Capítulo 18 Prisões...o fim da missão

Serena e Nirvana atravessaram a rua, furtivamente, para não denunciarem o esconderijo de seus companheiros, caso seu disfarce falhasse. Estavam vestidas como duas prostitutas, com as roupas curtas e exageradamente decotadas, maquiagem chamativa e perfumes fortes e provocantes, assim como o modo como andavam, rebolando e exibindo as belas e atraentes curvas que seus corpos possuíam. Passaram lentamente diante da carroça, onde um humano conversava com o líder dos goblins que tinham pegado a pólvora pouco antes. Ouviram-no ordenar ao pequenino que deixasse algo, talvez a pólvora, num tal depósito, que somente os dois conheciam. E viram quando o homem recebeu do pequeno monstro uma grande e pesada sacola, cujo balançar emitia o som de moedas tilintando. Ouviram quando o goblin, ao entregar o dinheiro, acatou a ordem e o chamou pelo nome, Daniel. As duas sorriram, tentando despertar o interesse do homem, mas continuaram andando, mais lentamente, até se afastarem vários metros dos dois.

Então, o tal Daniel se despediu secamente do goblin e partiu, indo na mesma direção das duas mulheres. Mas, virou à direita em um beco que estava atrás delas, logo depois da taverna, e desapareceu. Nirvana e Serena retornaram e entraram também no beco. O homem estava no fundo da estreita e escura viela, preparando um cavalo jovem e robusto para partir. As duas pararam perto da entrada do beco e sorriram maliciosamente para o homem.

_ Olá, senhoritas! Posso ajudá-las? – Daniel sorriu e acenou com a cabeça, num gesto simpático. Sua voz era grave e ele falava devagar, enquanto admirava os belos corpos das damas.

_ Claro! A gente estava procurando companhia! Será que você teria um tempinho para gastar dando atenção a duas garotas solitárias? – Nirvana se adiantou a Serena, aproximando-se do homem de forma sedutora.

_ Mas é claro que sim! Sempre tenho tempo para mulheres lindas como vocês duas! O que acham de me acompanharem até a minha casa para nos divertirmos um pouco? – sussurrou o homem no ouvido de Nirvana.

_ Ótima idéia! Vamos lá, então! – responderam as duas. – Mas, você não está ocupado, está? Se você tiver algo para fazer, podemos esperar você resolver antes de irmos pra sua casa!

_ Não se preocupem! Nada é mais importante que uma companhia tão agradável! O resto pode esperar! Vamos embora! – concluiu Daniel.

O homem subiu em seu cavalo, e estendeu sua mão para Nirvana, que se sentou de frente para ele, e depois para Serena, que ficou atrás. Abraçou Nirvana com o braço direito, colando seu rosto no dela, enquanto segurava as rédeas. A mão direita desceu vagarosamente através da coxa de Serena, terminando num apertão abusado. Serena rangeu os dentes de ódio, mas conseguiu se conter. Já Nirvana estava tão à vontade no seu disfarce que parecia estar realmente se divertindo com tudo aquilo. O homem esporeou o cavalo e os três partiram.

Tempos depois, chegaram a um sobrado alto e estreito, que ficava numa região mais nobre da cidade. Daniel apeou do cavalo e ajudou suas acompanhantes a descerem, sempre aproveitando para tocar e alisar seus belos corpos com intimidade. Entraram. Daniel lhes apontou uma escada no final do corredor de entrada, e pediu para que elas o esperassem no quarto que ficava no andar superior. Disse que iria guardar umas coisas, antes de se juntar às moças. Nirvana concordou e foi para o quarto, Serena, entretanto, pediu para tomar um pouco d’água antes de subir. O bandido lhe mostrou uma porta antes da escada, onde ficava a cozinha, e disse para Serena se servir à vontade, prometendo levar uma bebida mais adequada para o quarto assim que fosse para lá. Serena entrou na cozinha e, quando ouviu o homem entrando numa outra sala próxima, voltou pé-antepé para espionar. Viu Daniel removendo um quadro da parede, revelando um cofre de aço. E ele pegou um molho de chaves que carregava no cinto, abriu o cadeado que trancava o cofre e guardou lá a bolsa de moedas que o goblin havia lhe dado.

Serena voltou velozmente para junto de Nirvana, que já aguardava no quarto de Daniel totalmente nua. Nas mãos da feiticeira estava um lençol, todo enrolado para servir de corda, e ela girava o tecido em suas mãos de forma sensual, enquanto passava a língua nos lábios de modo provocante. Então, após trancar e ocultar o cofre, Daniel finalmente entrou no quarto, trazendo uma garrafa de vinho e três taças.

_ Quem foi um menino mau? – perguntou Nirvana, encarando o homem com um olhar malicioso. Serena ronronava sobre a cama, enquanto arranhava o ar com as mãos como se fosse um gato.

_ Eu! Eu fui um menino malvado! Punam-me! Castiguem-me! – respondeu o homem, atirando-se na cama entra as duas mulheres.

Nirvana e Serena amarravam as mãos e pés do homem, enquanto o provocavam e despiam. Ele, por sua vez, beijava, cheirava e lambia os seus corpos suados, enquanto pedia para ser punido e castigado. Quando terminaram, Daniel estava totalmente nu e imobilizado sobre a cama, com braços e pernas firmemente amarrados. Estava totalmente indefeso, conforme desejavam as duas mulheres. Nirvana e Serena desceram da cama, a feiticeira começou a vestir novamente sua roupa, para desespero do rapaz.

_ Ei, o que estão fazendo! Já terminaram? Vamos lá garotas, eu fui um garoto malvado! Castiguem-me! – reclamou Daniel.

_ Agora você vai falar com a gente! – disse Nirvana. Sua voz era fria, tanto quanto seu olhar, carregado de crueldade. Pegou uma adaga, que tinha sido emprestada por Kallas ainda no beco, e colocou a lâmina embaixo dos testículos do homem, forçando-os para cima até quase cortá-los. – Agora fale seu desgraçado! Pra quem você trabalha? Nós já sabemos do seu negócio com a pólvora! Trate de responder direitinho, senão vou ter que arrancar um pedaço de você! – gritou, por fim, Nirvana.

Daniel tentou fingir que não sabia de nada e que tudo era um engano. Mas, a cada desculpa inventada, Nirvana pressionava com mais força a adaga, até que uma gota vermelha escorreu pelo fio da arma. Serena olhava como se sentisse prazer ao ouvir o homem gritando de dor.

_ Está bem! Eu falo tudo que quiserem saber! Eu não sei o nome da pessoa que comanda a operação, só sei que vou encontrar com ele daqui a dois dias, naquela mesma taverna onde eu as encontrei! – choramingou o homem.

­_ Vocês estão traficando pólvora e extorquindo os comerciantes, certo? Bem, isso nós já sabemos! Mas e quanto ao dono da taverna, qual é o envolvimento dele nisso? Conte logo ou serei obrigada a arrancar essas suas bolinhas! – ameaçou Nirvana.

_ Eu conto, eu conto! A taverna é um ponto de venda de Achbuld, um tipo de erva alucinógena! As pessoas a tomam com vinho! – respondeu.

_ E o que mais você sabe?

_ É só isso, não sei de mais nada!

_ Tem certeza? E essa coisa mole aqui? Acho que você não vai mais precisar disso aqui! Eu vou cortá-lo e jogá-lo pela janela se você não me contar tudinho! – Nirvana gritou e ameaçou, enquanto cutucava o pênis do assustado homem com a ponta de sua adaga.

Daniel gritou e chorou suplicando piedade e dizendo não saber de mais nada. Nirvana passava a lâmina da adaga nas partes intimas, quase as arrancando. E, como o homem não cedeu nem mudou seu discurso, Nirvana acreditou que ele estava dizendo a verdade e nada mais poderia ser arrancado dele que não fosse pedaços de seu corpo esguio. Após um sinal da companheira, Serena pegou um vaso de flores que estava sobre uma cômoda e com ele golpeou a cabeça do homem várias vezes, até que ele ficasse inconsciente. Nirvana voltou a se vestir, e as duas desceram para o térreo, deixando Daniel amarrado e desacordado sobre sua própria cama. A elfa pegou o molho de chaves que o homem carregava, e com ele destrancou o cofre oculto atrás do quadro. Pegaram a bolsa cheia de moedas de ouro que havia sido entregue pelos goblins, também três belos rubis vermelhos que estavam ali guardados e alguns papéis. No meio de toda aquela papelada, as duas descobriram várias anotações que serviam de balanço da movimentação financeira da gangue. Estavam ali anotados todos os valores obtidos através da extorsão, do tráfico de pólvora e da venda ilegal de achbuld. Eram as provas que elas precisariam para colocar o homem na cadeia e encerrar todo aquele caso. Além disso, havia também a escritura da casa onde estavam, cujo titular era um tal Leonardo Nymm, mas as duas não se importaram com o nome já que criminosos costumavam usar vários nomes falsos em seus negócios escusos, talvez a própria escritura fosse uma falsificação. As duas mulheres reuniram todas as provas que precisavam, guardaram para si os objetos de valor e partiram.

Tempos depois, as duas jovens estavam reunidas com seus amigos, na taverna onde Myrian e Susrak aguardavam já fazia um bom tempo. Cada dupla contou aos demais tudo o que tinha visto e acontecido e todos juntos se dirigiram até o posto da milícia onde tinham se oferecido para investigar. Contaram ao capitão tudo que haviam descoberto em sua investigação e lhe entregaram todas as provas, com exceção do dinheiro e jóias que eles guardaram para si (nada mais justo para recompensá-los por todo o trabalho que haviam tido). Juntamente com os soldados da milícia, foram a todos os lugares em que haviam estado. Os soldados prenderam o pirata que havia ficado amarrado no sobrado, invadiram o depósito de pólvora, levando presos três homens que o vigiavam, prenderam o sub-líder da quadrilha, que havia sido amarrado por Nirvana e Serena e, por fim, invadiram a pequena arena onde Lohranus havia soltado o suposto lobo de Myrian, e prenderam o vigia nocauteado pelo minotauro horas antes. O único lugar não visitado foi a taverna Bom Aroma, pois o capitão da milícia decidiu esperar passarem dois dias para prender o líder de toda aquela guilda criminosa e assim terminar de vez com os distúrbios provocados por ela.

Assim, o capitão agradeceu pelos serviços prestados ao reino e prometeu pagar a esperada recompensa na noite seguinte, quando ele voltasse para o posto da milícia, já que o dia estava quase raiando e seu turno terminando. O grupo de aventureiros, agora um grupo de heróis, retornou para seus afazeres, à espera de uma nova chance de se aventurar. Nirvana retornou para sua joalheria e para sua família. Seu pai ficou orgulhoso quando ouviu a história da aventura vivida por sua filha. Já sua mãe, ficou temerosa, e pediu a Nirvana que não se arriscasse daquele jeito outra vez. Lohranus, Kallas e Serena retornaram para a estalagem Olho de Grifo, local onde haviam se conhecido, e ali se instalaram. Myrian também foi com eles para descansar e recomeçar a busca por Grandwolf no dia seguinte. Susrak finalmente voltou para a casa de seus pais, que o receberam com emoção. Assim, cada um voltou à sua própria rotina, a cuidar de sua vida particular, mas, a separação teria duração curta, já que no próximo crepúsculo eles se reencontrariam para buscar a recompensa e dividirem os lucros daquela aventura. E mais, Nirvana prometeu que levaria todos os seus novos amigos para um jantar em sua casa, para lhes apresentar seus pais e tornar mais fortes os laços de amizade que eles haviam firmado naqueles poucos dias em que estiveram juntos. E a paz voltou a reinar nas vidas dos aventureiros, ao menos por algum tempo.

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