agosto 16, 2006

Capítulo 218 – Orações e rituais, os poderes mágicos revelados

Capítulo 218 Orações e rituais, os poderes mágicos revelados

A manhã do 15º dia de Lunaluz, um aztag, finalmente chegou, trazendo novamente o sol para aquecer o mundo. Os heróis acordaram e começaram a se preparar para continuar em sua árdua jornada. Engoliram um pedaço das suas rações junto com um gole d’água. Sem que ninguém visse, principalmente o capitão, Lucano bebericou alguns goles de sua garrafa de vinho. Aos poucos foram vestindo suas armaduras, conferindo as armas e preparando as magias que usariam naquele dia. Lucano orava a Glórien, a deusa dos elfos, pelas suas bênçãos. Como fazia todas as manhãs, o jovem clérigo realizava suas orações e através delas se entregava à Deusa como seu instrumento sagrado, reafirmando seus votos de lealdade a ela. Em troca, a mãe dos elfos derramava uma centelha de seu poder divino sobre o seu servo, que ele utilizava como energia para realizar seus feitos mágicos. O poder concedido era limitado e portanto devia ser utilizado com sabedoria. Lucano escolhia os tipos de magias que iria utilizar durante o dia e transformava a energia recebida da deusa nessas magias. Assim, quando precisasse utilizá-las, seriam necessários alguns poucos gestos e palavras para disparar a ativação do feitiço. Quanto mais leal e mais poderoso o clérigo, maior era o poder recebido por ele da deusa.

Já Anix utilizava a magia de forma diferente. Seus poderes não vinham dos deuses, como no caso de Lucano, mas sim da natureza, dos elementos. Anix empregava um grande esforço com estudo para criar rituais complexos e demorados que conseguissem captar a energia latente que o cercava e moldá-la à sua vontade. Essa energia, também chamada de mana, poderia ser retirada da água, do fogo, da terra, do ar, das plantas, da luz e até das trevas. Entretanto, durante o cotidiano, um mago não teria tempo disponível para gastar com longos rituais, principalmente se estivesse em uma situação crítica como um combate, por exemplo. Justamente por isso o mago, assim como outros de mesma classe, preparavam com antecedência as magias que usariam durante o dia. O que ele fazia era, logo no início do dia, realizar todos os rituais necessários para ativar as magias sem no entanto ativá-las, deixando alguns pequenos detalhes para serem concluídos no momento em que se fosse utilizar o feitiço. Desta forma, em apenas algumas frações de segundo, com o uso de algumas palavras, gestos e componentes certos, Anix poderia completar o ritual iniciando pela manhã e fazer surgir uma bola de fogo destruidora. A escolha das magias, assim como no caso de Lucano, deveria ser feita com muita sensatez para não desperdiçar energia com algo que não fosse útil e principalmente, para não ficar sem os recursos necessários para os desafios do dia a dia. Além de tudo, a mana era uma forma de energia poderosa e indomável. Um mago necessitava de um grande esforço para conseguir dominá-la e devido a esse motivo necessitava de longas horas de repouso absoluto para poder preparar corpo e mente para controlar a energia. Ainda assim, não existia um mago conhecido que fosse capaz de domá-la por completo. Todos estavam sujeitos a um certo limite diário de poder que seriam capazes de controlar. Assim, quanto mais poderoso o mago, mais numerosas e mais poderosas seriam as magias que ele poderia utilizar.

Squall também utilizava o poder da mana para realizar seus feitos mágicos, mas de forma diferente da de seu irmão. Enquanto Anix se via obrigado a elaborar grandes rituais para conseguir usar a energia mística, seu irmão tinha a capacidade de controlá-la com facilidade. Pessoas como Squall eram conhecidas como feiticeiros e não magos, como Anix. Os feiticeiros possuíam o poder de canalizar a energia mágica naturalmente através de seus corpos e transformá-la em mágica de forma natural. Squall também necessitava de um longo período de repouso para preparar seu corpo para usar a mana, mas, diferente de seu irmão, só precisava gastar uns poucos minutos por dia em concentração total para reunir mana para utilizar durante o dia. A energia ficava concentrada em seu corpo e ele a moldava da forma que desejasse, criando os efeitos mágicos que precisasse, sem ter a necessidade de tentar prever as magias que usaria como faziam os magos. Se precisasse de fogo, bastava ele desejar o fogo, pronunciar as palavras corretas, gesticular de maneira adequada e usar alguns itens como foco para transformar a mana armazenada em seu corpo em fogo. Assim ele convertia a energia diretamente em qualquer um dos seis elementos ou usava a energia no seu estado puro para realizar outros feitos como controlar a mente ou fazê-la explodir numa rajada brilhante. Mas, a esses benefícios se contrapunham algumas limitações. Da mesma forma que um mago, o feiticeiro era capaz de armazenar somente uma certa quantidade de mana para usar durante o dia, ainda que fosse uma quantidade maior que a dos magos. Quanto mais poderoso o feiticeiro, mais poderosas as magias e maior a quantidade delas que ele poderia lançar. Squall também tinha um repertório relativamente pequeno de magias. Enquanto um mago podia através de pesquisa e rituais vir a aprender qualquer magia que desejasse, o feiticeiro estava limitado àquilo que seu corpo e sua mente eram capazes de criar a partir da mana pura. Enquanto que Anix precisava apenas ler seu grimório e seguir os rituais nele descritos para fazer qualquer façanha, Squall tinha que aprender como transformar a energia dentro de seu corpo, o que significava um esforço grande e complicado. O sangue de um feiticeiro poderia ferver quando ele transformasse a mana em fogo. Mas controlar a temperatura deste sangue conscientemente para criar efeitos diferentes com o mesmo fogo era uma tarefa tremendamente árdua. Dessa forma, enquanto Anix possuía dezenas de magias à suas disposição em seu grimório, Squall contava apenas com algumas poucas variações para utilizar.

Por fim estava Nailo, que contava com um repertório limitadíssimo de poderes concedidos por Allihanna, a deusa da natureza, a quem o ranger pagava tributo e, de forma semelhante a Lucano, recebia uma pequena parcela de poder divino para realizar façanhas mágicas.

Quando tudo estava finalmente pronto, os heróis deixaram o quarto que haviam feito de acampamento e retomaram sua jornada.

Um comentário:

  1. Anônimo6:01 PM

    Seu Blog esta muito profissional!!!
    Parabéns!!!

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