abril 06, 2005

Capítulo 15 - Um novo aliado

Já no cemitério de navios, os aventureiros se depararam com um terrível dilema: como escalariam aquela parede de rocha íngreme? Neste momento o grupo entrou em conflito, todos queriam dar sua opinião sobre o que fazer, mas não chegavam a nenhum acordo. Após muita discussão, Legolas amarrou o arpéu numa flecha e com seu arco lançou-o para o alto. O gancho de metal prendeu-se nas rochas do encosta e Nailo, o que tinha maior experiência em escaladas, foi o primeiro a subir. Sem grandes dificuldades, o ranger atingiu o topo do paredão que dava acesso à floresta. Ele amarrou a corda em uma árvore e seus companheiros subiram em seguida.
Já na floresta, Sairf, Anix e Squall fizeram contato mental com seus familiares que haviam sido libertados por Batloc. O genasi havia soltado os animais e preparado outros como refeição para enganar o temível genasi de prata. Os conjuradores ordenaram que seus animais os encontrassem na floresta, junto com o lobo de Nailo.
A experiência do ranger com a natureza foi fundamental neste momento. Em menos de uma hora, apesar da escuridão na selva, eles conseguiram encontrar uma clareira na mata, onde brotavam dezenas de cogumelos como o que eles buscavam.
Todos se aproximaram dos fungos, que eram enormes. O maior deles tinha quase a altura de um homem e, quando o grupo estava próximo a ele, levantou-se, agitando quatro tentáculos semelhantes a gavinhas e os atacou.
Legolas reagiu esquivando-se do monstro e revidando os ataques com flechas. Entretanto a escuridão impediu o elfo de atacar com precisão, apesar de sua visão apurada.
Nailo, Loand e Lucano cercaram a criatura por três lados e com suas espadas abriram grandes feridas no corpo fibroso do estranho ser. Squall e Anix fornecem apoio mágico com seus mísseis mágicos, deixando o monstro bastante debilitado. Entretanto, a criatura não era tão fraca quanto eles pensavam. Seus quatro tentáculos investem contra os heróis. Loand, Lucano e Squall são feridos e Nailo por pouco consegue se esquivar dos ataques. Os três combatentes atingidos sentem que são envenenados pelo ataque do monstro e percebem sua força e vitalidade diminuindo pouco a pouco.
Sairf sente que a criatura pode oferecer perigo e camufla seu corpo com uma névoa mágica que o envolve por completo, para em seguida poder atacar o monstro e ajudar seus companheiros. Entretanto, a ajuda do mago aquático não se faz necessária pois, embora poderoso, o monstro já estava bastante debilitado devido aos ataques do grupo.
Legolas o atinge com uma flecha e Nailo desfere o golpe final com sua espada, liquidando o fungo.
Com a ameaça eliminada, Nailo recolhe alguns pequenos cogumelos para levar a Elesin e fazer a infusão para protegê-lo da dor do ritual do sacrifício. Os conjuradores aproveitam também para guardar algumas amostras dos fungos para usarem como componentes em suas magias.
Poucos minutos depois do combate, enquanto o grupo ainda se refazia do susto, os familiares de Anix, Squall e Sairf, bem como o lobo de Nailo, chegaram na clareira. Com o grupo completo novamente, os heróis iniciam sua jornada de volta à mina.
Antes de partirem, Nailo fez uma rápida investigação no local, a fim de descobrir se mais alguém, além deles mesmos havia passado por ali. Seguindo os rastros deixados pelo cogumelo, o ranger encontrou restos de pequenos animais naquilo que fora um ninho destruído pelo fungo. Juntamente com Squall, decidiu procurar frutas na selva que pudessem ser usadas como alimentação no navio da fuga. Os dois elfos conseguiram encontrar uma árvore repleta de grandes frutos vermelhos e suculentos, chamados Dikeo. O grupo se reuniu ao redor da árvore e coletaram aproximadamente setenta frutos para abastecerem o navio. Após encherem as mochilas com as frutas, retornaram apressados para a montanha, pois Legolas havia visto, do alto de uma árvore, uma movimentação estranha das tochas dos genasis. O arqueiro suspeitava que os soldados pudessem estar procurando por eles e temia que sua ausência pudesse colocar os outros escravos em risco.
Durante a jornada de volta, o grupo foi constantemente seguido por um som distante, que aos poucos foi se aproximando deles. Era como se houvesse algo na selva perseguindo-os. O som foi ficando cada vez mais perto e alto, até que pôde finalmente ser identificado. Era uma flauta. O som de uma melodia de flauta, muito agradável, tomou conta de toda a selva ao redor dos heróis. Legolas pressentiu o perigo e tentou avisar seus companheiros para taparem os ouvidos, mas já era tarde demais para ele. Diante dos olhares aflitos de seus amigos, o elfo caiu em um sono profundo, como que hipnotizado pela música. Squall e Sairf seguiram em velocidade na direção de onde o som vinha, prontos para enfrentar um possível inimigo. Os dois entraram na selva escura e Squall, atingido com violência por alguma coisa, caiu aos pés de Sairf, completamente inconsciente.
O elementarista da água viu uma criatura grande e extremamente forte diante de si. Possuía o torso de um homem, mas tinha patas e chifres de bode. Era um sátiro. Sairf cobriu-se com uma névoa mágica, para confundir a visão de seu oponente. Porém, mesmo com a ajuda mágica, recebeu um poderoso golpe dos chifres do sátiro, assim como Squall, ficando à beira da morte.
O socorro veio rápido. Lucano ameaçou o ser da floresta com sua espada, sem atingi-lo, para ganhar tempo para prestar ajuda a Squall. Enquanto Anix buscava uma posição favorável no alto de uma árvore, Nailo e seu companheiro lobo cercaram o inimigo por trás. Porém, os ataques dos dois nada faziam ao monstro, que parecia ter uma pele muito resistente, além de ser muito habilidoso e bloquear os ataques dos inimigos.
Vendo-se cercado, o sátiro atacou o ranger, ferindo-o com os chifres e correu na direção onde Nailo tinha escondido Legolas atrás de uma árvore. Os heróis tentaram impedir o movimento do inimigo, mas nenhum de seus ataques surtia efeito. Anix e Squall, já recuperado, foram os únicos a conseguirem feri-lo, o primeiro com uma flecha e o segundo com magia.
Mas a criatura era poderosa demais para o grupo enfrentar naquelas condições. Squall se lembrou das flechas de sono de Guncha, e tentou, em vão, atingir o inimigo com uma delas, na esperança de encerrar o combate sem ferimentos mais graves para ambas as partes.
Enfurecido, o sátiro pôs-se a atacar com flechas aqueles que representavam uma ameaça para si. Anix desceu rapidamente da árvore para não ser ferido pelo oponente. Squall, entretanto, foi arremessado ao chão quase morto, com uma flecha cravada em seu peito. Enquanto disparava suas flechas, ele murmurava em seu idioma, a língua silvestre, palavras em tom de desafio aos jovens heróis.
_ Profanadores de Shinaipa Turud, vocês vão morrer seus malditos!!! – Anix e Nailo, fluentes no idioma das criaturas silvestres eram os únicos que entendiam as palavras do sátiro.
Nailo ainda tentou atingir o inimigo com a segunda flecha do sono, mas esta se perdeu na escuridão no meio da selva. Neste instante, Anix já largara suas armas para tentar dialogar e encerrar o combate, enquanto o lobo do ranger acordava Legolas de seu sono.
Anix perguntava ao sátiro o que era Shinaipa Turud, e lhe disse que ele e seus amigos não eram profanadores.
Shinaipa Turud era a montanha da ilha de Ortenko, considerada sagrada pelo sátiro por algum motivo. Os genasis haviam profanado a montanha sagrada. Imaginando que os heróis fossem aliados dos genasis, ele decidiu atacá-los.
Todos baixaram as armas, enquanto Anix e Nailo tentavam encerrar o combate pelo diálogo. Os dois conseguiram convencer o sátiro de que eram apenas escravos dos genasis e que tentavam fugir da ilha e dos seus algozes. O ranger propôs levá-lo embora da ilha junto com os outros escravos, caso desejasse. O sátiro decidiu acreditar nas palavras dos dois e pediu que o grupo o acompanhasse.

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