abril 26, 2005

Capítulo 23 - Um breve repouso

Vários minutos depois, já podiam avistar a gruta em que Enola e Silfo viviam. Lá eles tiveram seus ferimentos curados pela ninfa e receberam ervas e raízes para comer.
_ Enola, você tem amizade com alguma criatura marinha? – indagou Sairf, enquanto Nailo se retirava do local sem avisar seus amigos.
_ Sim, existe uma baleia que é minha amiga. Por que?
_ Você pode pedir a ela para entregar uma carta a uma pessoa no fundo do mar para mim? É uma sereia que vive numa tribo no fundo do mar. Seu nome é Narse.
_ Escreva a tal carta e eu tentarei entrar em contato com a minha amiga assim que possível jovem Sairf.
Sairf escreveu uma declaração de amor para a pequena sereia e a entregou a Enola para que ela pedisse a baleia que a levasse para sua amada em Atlântida, o nome que Sairf tinha dado ao vilarejo dos tritões quando conheceu Narse.
Enquanto isso, Squall e Anix conversavam com Silfo, o sátiro amigo de Enola. O feiticeiro queria a todo custo a flauta mágica que Silfo usara para adormecer Legolas dias atrás. Anix traduzia o diálogo entre os dois, já que nem Squall falava o idioma silvestre, nem Silfo conhecia a língua dos humanos. Depois de muita negociação, o feiticeiro mostrou todo o conteúdo de sua mochila para Silfo, que se interessou pela lanterna coberta do herói. Desconfiado, Squall pediu para testar o funcionamento da flauta antes de fazer a troca. Legolas foi a cobaia da experiência. Squall tocou a flauta horrivelmente, demonstrando que não tinha nenhuma intimidade com a música. Todos taparam seus ouvidos, menos Legolas, que caiu num sono profundo, enquanto ouvia o som da flauta. Todo sorridente, Squall se apressou em trocar o objeto com o sátiro. Entregou sua lanterna e ficou com a flauta. Quando a troca havia sido efetuada, Legolas levantou do chão dando gargalhadas, para surpresa de todos. Ele havia enganado Squall, que agora possuía apenas uma flauta comum.
Squall e Legolas trocaram flechas com o sátiro, mas logo o elfo percebeu que as flechas do sátiro não diferiam em nada das suas. Eram apenas mais rústicas, mas tinham a mesma qualidade das suas flechas de ponta de metal.
Sairf, Lucano e Loand foram dormir, pois já não agüentavam mais o cansaço daquela noite cheia de batalhas. Enola prometeu acordá-los antes que o sol nascesse, para que pudessem retornar a tempo para a mina. Lucano prometeu ao seu amigo paladino tentar consertar sua preciosa espada com o auxílio de sua magia divina. Loand ficou esperançoso e agradeceu o amigo.
Legolas e Squall saíram para procurar Nailo, enquanto Anix continuou a conversar com Enola. A ninfa lhe contou sobre seu passado obscuro. Ela não tinha nenhuma lembrança ou informação sobre quem foram seus pais. Só o que sabia é que Silfo a havia encontrado abandonada na mata, dentro de um pequeno cesto de vime. À sua volta, um pequeno jardim de flores se formou. Silfo logo se encantou com a criança e cuidou dela como se fosse sua própria filha. O sátiro lhe ensinou a falar a linguagem silvestre, a andar, como encontrar alimento e muitas outras coisas. Enola contou que, quando criança, ela sempre conversava com Allihanna, a deusa da natureza, que sempre aparecia sob a forma de algum animal. A deusa lhe ensinou a falar a língua dos humanos e a usar seus poderes mágicos. Contou sobre a montanha Shinaipa Turud e sobre o prêmio que o deus sol havia colocado no seu topo. Contou sobre a tribo bárbara que vivia na ilha e algumas coisas sobre o mundo além do mar, o continente. Segundo a deusa, Enola teria um importante destino a cumprir no continente, quando chegasse o momento certo. Enola não sabia qual era esse destino nem se preocupava em saber, ela apenas confiava na palavra de sua deusa. Então, um dia, Enola passou a ter visões sobre o futuro. Ela não tinha controle sobre esse poder. Segundo ela, a própria deusa tomava seu corpo para lhe revelar detalhes sobre o que estava para acontecer. A primeira visão que ela teve foi a quatro pessoas num mundo brilhante, cercado de riquezas, recebendo um grande presente. A segunda visão foi a de um homem com o corpo prateado subindo no alto de Shinaipa Turud e espalhando terror por toda a ilha. Depois foi a imagem de quatro figuras brilhantes enfurecidas, que enterravam a desgraça na terra. A outra visão foi a de um homem de vontade inabalável desafiando as trevas sem fim. Então Enola viu a chegada de sete pessoas no meio das chamas e das águas, e viu essas pessoas pisando sobre um corpo prateado. A última visão que teve foi a de um homem pequenino segurando uma enorme chave na qual se via a incrição “liberdade”. Atrás do pequenino ela viu raiva e fúria surgindo do interior da terra. Por último, ela viu, por trás da fúria que despertava, a sombra de um homem. Só era possível ver, com clareza, os lábios do homem se movendo calmamente e dizendo de forma pausada “vou matá-los”. Enquanto falava, o homem apontava para os sete heróis, caídos no chão. Atrás deste homem só havia escuridão.
Enola disse também a Anix que o local onde Silfo a encontrou no passado, ficava ao lado da caverna, em volta da pequena lagoa, aonde os animais vinham para saciar sua sede e para conversar com a ninfa.
Anix terminou a conversa e saiu. Pediu a Silfo que lhe mostrasse o tipo de madeira que ele usava para fazer suas flechas, pois queria fazer algumas para si. O sátiro mostrou uma árvore no meio da selva e pediu ao elfo que usasse apenas os galhos que estivessem caídos no chão. Anix se sentou na entrada da gruta e pôs-se a trabalhar nas flechas, enquanto Squall entrava na caverna para repousar junto com seus companheiros.
Enquanto isso, Nailo, que havia saído sorrateiramente, seguiu até a pequena lagoa perto da gruta. Lá ele rastreou o chão em busca de pegadas que lhe revelassem quais os tipos de criaturas freqüentavam aquela fonte de água. Ao encontrar os rastros de um coelho, o ranger começou a segui-los, e foi em direção à floresta.
Nailo seguiu os rastros por vários metros em um solo úmido e argiloso. Guardou um pouco da terra argilosa na mochila e continuou rastreando até uma pequena colina. Subiu o pequeno morro e viu, na sua encosta, um buraco, parecido com uma toca. Usou seus apurados olhos élficos para calcular a profundidade do buraco, terminou de subir o morro e ordenou que seu lobo cavasse no local onde supostamente estaria o fundo da toca. O animal cavou até uma profundidade de cerca de trinta centímetros, quando o chão cedeu sob seus pés. No fundo do buraco, em meio a terra e pedras, havia seis pequenos coelhos, todos filhotes ainda. O casal adulto, correra para fora da toca quando a terra cedeu e olhavam, assustados, para o ranger a distância.
Nailo ficou com pena dos pobres animais e tentou acalmá-los. Após alguns instantes, o casal de coelhos retornou para a toca e começou a cavar para reconstruir o abrigo. O ranger removeu a terra que havia derrubado na toca, colocou uma fruta dentro do buraco para que os coelhos se a comessem. Então ele cobriu o buraco aberto pelo lobo com galhos e folhas, para esconder os animais de possíveis ameaças. Nailo continuou pela floresta, na direção que estava seguindo, por mais uns cinqüenta metros, até que ouviu um som se aproximando por trás. Nailo rapidamente subiu numa árvore e aguardou, pronto para atacar.
Legolas, que havia saído para procurar pelo ranger, subia a pequena colina onde os coelhos viviam. Momentos atrás, o elfo tinha acendido uma tocha e saído pela floresta, em busca do companheiro. Legolas passou ao lado da lagoa e seguiu em frente, coincidentemente o mesmo caminho tomado por Nailo. Ele subiu o morro, sem se importar com a toca dos coelhos na encosta da colina. Já no alto da elevação, pisou nas folhas e galhos que cobriam o buraco cavado pelo lobo e quase torceu o pé. O gemido emitido pelo arqueiro fez com que Nailo o reconhecesse. O ranger começou a retornar até ter contato visual com Legolas. Então desviou dele e retornou para a gruta de Enola. Lá o ranger recolheu suas coisas e foi para a floresta com seu lobo, onde passou o resto da noite.
Vendo os coelhos assustados, Legolas retirou a terra e os galhos que havia derrubado na toca. Colocou mais uma fruta no lugar, para compensar o estrago feito e apagou sua tocha. Sem a luz forte para assustá-los, os coelhos retornaram para a casa e se acalmaram. Legolas cobriu novamente o buraco com folhas e levou um dos filhotes consigo.
Ao retornar, encontrou Anix absorto em suas flechas e foi conversar com ele. Enquanto falavam, Legolas improvisou uma gaiola com seu saco de dormir e alguns gravetos e colocou o filhote lá dentro. Anix pediu a Silfo algo para dar de comer ao animal e recebeu duas batatas do sátiro. Guardando uma das raízes consigo, o mago alimentou o pequeno animal e todos foram dormir.

2 comentários:

  1. Anônimo5:51 PM

    Hail!!! Vc é o cara muitos metres ai não tem o coguecimento que vc possui e nem a voltade de mestrar como vc!!!!fica ai meu recado vc é um verdadeiro mestre em um montão de assustos..... de seu puxa saco e amigo Rodrigo Lord!!!!

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  2. Anônimo5:51 PM

    Caralho desculpe pelo erro...rsrs Valew!!!!

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