abril 06, 2005

Capítulo 16 - A dama da floresta

Seu nome era Silfo, nativo de Ortenko e inimigo de Teztal e seus aliados. Conduziu os heróis por uma região de floresta densa, até que chegaram a uma formação rochosa, com uma caverna natural que avançava pelo subsolo. Silfo entrou sozinho na gruta, pedindo para que aguardassem-no por um momento. Instantes depois, ele conduziu o grupo até o fundo da caverna, onde encontraram uma mulher magnífica, de uma beleza inigualável, infinitamente superior à de Guncha.
Os longos cabelos louros daquela dama desciam pelo seu corpo percorrendo cada uma de suas curvas perfeitas. Sob a luz de algumas poucas velas, um fino vestido de seda permitia que os heróis admirassem cada contorno daquele corpo.
_ Saudações a todos, eu sou Enola! – a voz doce e melodiosa saída dos belos lábios da moça, deixou todos ainda mais admirados.
Enola era uma ninfa, um tipo de fada. Amante da natureza, era fiel a Allihanna e a seus ensinamentos. A Ninfa contou a todos sobre o passado de Ortenko, antes que Teztal surgisse.
Shinaipa Turud, a montanha sagrada, era admirada por todos os habitantes da ilha. Uma tribo humana vivia a seus pés, em paz com a natureza. Azgher, o deus sol, deixou um prêmio no topo da montanha. Aquele que se tornasse o primeiro a alcançar o cume de Shinaipa, receberia um grande poder dado pelo deus sol. Por eras os habitantes tentaram escalar a montanha sem êxito. Muitos morreram na empreitada, outros desistiram, mas surgiu um homem com uma ambição sem limites, Teztal. Teztal era um humano comum assim como Guncha. Desejava receber o poder do sol para usá-lo para seus próprios propósitos e decidiu escalar a montanha. Inteligente, ele percebeu que seria mais seguro cavar um túnel até o topo de Shinaipa, escalando-a por dentro. Assim ele fez. Acompanhado de Guncha e alguns outros, começou a escavar a montanha. Lá dentro, encontraram alguma coisa misteriosa que os transformaram nos genasis de metal. Teztal e seus companheiros saíram da montanha muito mais poderosos e começaram a oprimir os da sua tribo. Escravizando seus antigos amigos, ele finalmente conseguiu atingir o topo da montanha e recebeu os poderes do sol. Acasalaram forçadamente com os aldeões e assim criaram uma legião de genasis, a sua raça perfeita. Quando conseguiram produzir um grande número de genasis, eliminaram todos os humanos restantes e passaram a escravizar outros povos que chegavam à ilha de pelo mar, fosse por vontade própria, fosse trazidos à força por piratas. Sob as ordens de Teztal, os escravos eram obrigados a trabalhar na construção da pirâmide e do colosso de pedra.
Enola se ofereceu para curar os ferimentos do grupo. Sairf e Squall ainda estavam desacordados quando receberam o encantamento de cura. Com todos restabelecidos, os heróis contaram à ninfa sobre o plano de fuga e ofereceram a ela a chance de fugir com eles. Tanto Enola, quanto Silfo desejavam se ver livres da ameaça de Teztal, e aceitaram a oferta da fuga. De repente, enquanto falava, a jovem teve uma vertigem e foi obrigada a se apoiar para não cair no chão. Como que num transe, a ninfa pronunciou o que mais parecia uma profecia:
_ Eu vejo a fúria despertando. O pequenino tem a chave para a libertação. Cuidado com o de fala mansa. Aquele de fala suave poderá matá-los.
Imediatamente, todos entenderam o significado daquelas palavras. Ela havia tido uma visão do futuro, concedida por Allihanna, como ela própria explicou depois. Enola havia visto o Destruidor de Mundos acordando para destruir Teztal. O pequenino só poderia ser o anão Guiltespin, que poderia ajudá-los de alguma forma com seus supostos poderes mágicos. E a pessoa de fala mansa, com quem deveria tomar cuidado, não poderia ser outro senão Teztal.
Nailo e Loand resolveram retornar para a mina, deixando seus amigos na companhia de Silfo e Enola. Antes que saíssem, a ninfa entregou a cada um dois pequenos frascos de barro que segundo ela continham uma infusão mágica para curar ferimentos. Enola também prometeu que, junto com Silfo, conseguiriam frutos na floresta para equipar o navio para a viagem rumo ao continente. O ranger e o paladino partiram, e quando chegaram à mina, contaram tudo o que ocorrera a Roryn, o líder dos escravos.
Enquanto os dois retornavam, o restante do grupo permaneceu na caverna de enola até próximo ao amanhecer. Squall e Sairf pediram a Enola que os ensinasse a preparar aquelas poções mágicas, enquanto Anix conversava amigavelmente com Silfo, que havia criado Enola desde pequena, quando a encontrara na selva ainda bebê.
A ninfa os presenteou com frutos mágicos, dando um para cada aventureiro. Ela ainda lhes deu mais três frutos de reserva, que foram guardados por Legolas e sua mochila. Squall provou o fruto de Enola e notou que eles valiam por uma refeição completa.
Pouco antes do sol surgir no horizonte, Enola acordou os heróis que, após prepararem suas magias para serem usadas naquele dia, retornaram à mina de Shinaipa Turud.

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