setembro 13, 2005

Capítulo 92 - Legolas invade o ninho dos insetos

O dia 12 de Luvitas, um Lanag, era o terceiro dia dos aventureiros dentro da montanha dos orcs. Eles partiram, deixando Nevan para trás, e desceram pelas escadas rumo ao subsolo da montanha. A fenda no chão se alongava por cerca de vinte metros abaixo da superfície. Os heróis desciam por degraus cuidadosamente esculpidos na rocha bruta por mãos anãs, que acompanhavam o contorno sinuoso da fissura. As paredes, esculpidas naturalmente pela ação do tempo, eram muito úmidas e frias, e o ruído de uma forte correnteza abaixo não deixava dúvidas, havia um rio logo à frente.
Os heróis chegaram até o pequeno riacho subterrâneo que cortava a escada transversalmente. A água jorrava com força de uma rachadura na parede direita e passava veloz por um sulco no meio dos degraus até penetrar em um pequeno túnel à esquerda.
_ Foi aqui que os insetos nos atacaram! Devemos ter muito cuidado! – alertou Lucano aos seus companheiros, recordando-se dos maus momentos vividos por ele e Squall naquele lugar.
Todos tentavam manter silêncio para não atrair o enxame de monstros enquanto Nailo observava o local por onde a água jorrava. Legolas acendeu uma tocha e entrou no túnel, acompanhando a correnteza. A água corria com grande força e por pouco não arrastou Nailo que ia logo atrás de Legolas. O túnel apertado e escuro seguia por cerca de dez metros, até desembocar em uma cascata por onde a água despencava cinco metros e desaparecia na escuridão. Era melhor voltar dali, pensavam Legolas e Nailo. Porém, a força da correnteza desequilibrou o arqueiro, que despencou pela cachoeira e desapareceu da visão de Nailo.
O ranger retornou o mais rápido que pode para junto de seus amigos onde se equipou com tocha e corda para ajudar seu amigo. Nailo avançou o máximo que podia antes da cascata e com a ajuda da tocha, procurava por seu amigo. Atraídos pela luz da tocha, sete insetos enormes, como os que tinham atacado Squall e Lucano, voaram na direção de Nailo. Um deles foi abatido a golpes de tocha pelo ranger assim que surgiu das profundezas. Quatro deles voaram pelo túnel, em direção aos que aguardavam o resgate de Legolas, enquanto outros dois atacavam Nailo. O ranger se debatia, tentando se livrar da criatura que sugava seu sangue, além de ter de se defender do outro que voava sobre sua cabeça. Lá embaixo, após a queda d’água, Legolas corria desesperado pelo túnel escuro, enquanto seu sangue era sugado por dois dos pequenos monstros.
Fora do túnel, os quatro insetos cercavam os heróis, ansiosos para cravar seus ferrões em seus corpos. Tentando desviar a atenção dos inimigos, Sairf atirou a tocha para longe do grupo, enquanto Ho-oh recuava pela escada para não ser atacada. Os mísseis mágicos de Anix atingiram duas criaturas, ceifando a vida de uma delas e deixando a segunda debilitada.
Lucano saltou entre seus amigos, com a espada nas mãos, mas devido à limitação de espaço, atingiu apenas a parede da caverna, tornando-se agora o alvo dos inimigos. Squall, mais atrás do grupo, fornecia iluminação para seus amigos com sua lanterna, e já se preparava para atacar quando Sam interveio. O bardo pegou o alaúde preso às costas e começou a dedilhar algumas notas agudas. Todos protegeram seus ouvidos já prevendo o que aconteceria a seguir. Uma nota estridente ecoou atrás das criaturas, criando uma onda de choque que se deslocou em alta velocidade até eles. A explosão sonora matou instantaneamente um dos insetos, que caiu no chão com o sangue escorrendo pelos orifícios dos olhos e ouvidos. Os outros dois passaram a voar desordenadamente, como se estivessem atordoados, facilitando o trabalho dos heróis.
Dentro do túnel, Nailo e Legolas também começavam a tomar controle da situação. Habilmente Nailo abateu a criatura que estava em suas costas com um golpe de tocha. O inseto ficou pendurado apenas pelo ferrão profundamente cravado na nuca do ranger. O outro inseto voou na direção de Nailo, que conseguiu se defender com a tocha e posteriormente desferiu um ataque mortal na criatura com a tocha. Lá embaixo, no fundo da cachoeira, Legolas havia penetrado em uma alcova na parede, saindo de dentro do riacho. Com seu arco, o elfo eliminou um monstro que o perseguia, deixando-o morto no chão com uma flecha atravessada em sua cabeça. Legolas se jogou na parede com toda força, esmagando a criatura que picava suas costas. O monstro explodiu, espalhando o sangue do elfo pela parede, restando apenas seu ferrão cravado nas costas de Legolas. Neste momento, uma nuvem de insetos se desprendeu da parede, circundando Legolas num vôo frenético. Centenas de filhotes de stirges, os insetos que os atacavam, levantaram vôo e cercaram Legolas. Rapidamente ele se levantou para fugir do ninho das criaturas, arrancando com as mãos o animal preso e seu peito. A criatura se colocou entre Legolas e a única saída existente. A luz da tocha de Nailo permitia a Legolas enxergar apenas o vulto do pequeno monstro. A criatura voou na direção de Legolas, sem dar chance de reação para ele. O monstro se chocou contra a cota de malha de mithral, sem conseguir ferir seu alvo, e recuou. Legolas sacou uma flecha e perfurou o corpo da criatura, ganhando tempo para correr até a cascata.
Lá fora, os monstros eram presas fáceis para os heróis. Mesmo escapando do raio congelante usado por Sairf, a criatura não pode se desviar da flecha de Anix e morreu perfurada. O último monstro caiu vítima da espada de Lucano, decapitado.
Com as criaturas mortas, os heróis concentraram suas forças em ajudar Nailo e Legolas. Todos uniram forças para puxar os dois aventureiros que estavam na cachoeira. Nailo jogou a corda para Legolas e todos a puxaram, trazendo o elfo para cima. Durante a escalada, Legolas se tornou um alvo fácil, permitindo que o monstro restante perfurasse sua nuca e lhe tomasse o sangue. Legolas resistiu bravamente até estar de volta ao topo da cachoeira para só então agarrar o inseto a matá-lo a dentadas. Nailo e Legolas retornaram em segurança para a escadaria, junto de seus amigos.
Lá fora, Sam removeu cuidadosamente o ferrão preso nas costas de Legolas com sua adaga e o elfo aproveitou a água do riacho para se lavar e retirar todo o sangue e a sujeira que cobria seu corpo. Todos juntos novamente, o grupo voltou a avançar pelas escadas, rumo às profundezas.

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