setembro 21, 2005

Capítulo 99 - A cripta

Enquanto isso, guiado por sua coruja, Sairf avançava, sozinho, pelo túnel escuro. Quando os efeitos do enjôo passaram, o mago acendeu uma vela e viu onde estava. Sairf estava numa caverna natural cujas paredes reluziam recobertas de pedras semipreciosas. O local era naturalmente decorado por formações rochosas complexas e exuberantes. Estalactites, ondulações nas paredes, tudo se juntava de forma poética para decorar o lugar. Sim, Sam estava correto. Eles realmente tinham encontrado o lendário Salão do Esplendor, e a cada passo a certeza disso era maior. Mas algo fazia o coração do mago estremecer. Alinhados por todo o chão, duas dezenas de sarcófagos de pedra traziam uma sensação de medo. Nas tampas dos túmulos, figuras de anões zangados, vestidos com armaduras nobres, podiam ser vistas juntamente com inscrições no idioma anão. A caverna tinha cerca de uns trinta metros de comprimento e algo em torno de dez metros de largura. À esquerda de Sairf, a câmara continuava após uma depressão de seis metros de altura numa caverna ainda maior. Sairf foi até próximo de uma das tumbas que estava aberta, de onde emanava uma aura mágica moderada. Lá dentro, havia o corpo de um anão, morto há muitas eras, vestindo uma armadura nobre. Sobre o corpo do anão, um belo escudo emanava um brilho prateado. Nos seus punhos, braçadeiras douradas se destacavam na escuridão.
Anix chegou neste instante, enquanto lá fora, os outros se encarregavam de revistar os corpos dos inimigos derrotados. Naquele sepulcro, onde vários anões estavam sepultados há eras, Sairf e Anix se lembraram do sonho que haviam tido, no qual eles chegavam a uma caverna onde eram observados por vários anões de aparência nobre. Eles finalmente compreenderam o significado da visão. Na verdade, quem os observava agora, eram apenas as almas dos antigos moradores do Salão do Esplendor. Mesmo com o mistério revelado, restava ainda uma ponta de pavor nos dois magos. Estariam os anões realmente mortos, ou seus corpos estariam amaldiçoados e fadados a caminhar em busca da carne dos vivos para apaziguar a dor de estar morto? Os dois temiam que daqueles sarcófagos os anões se levantassem como mortos-vivos e os atacassem. Cuidadosamente, eles analisaram a distância cada uma das tumbas, usando seus poderes mágicos. Sentiram emanando de outros dois túmulos auras mágicas fracas que resolveram investigar. No primeiro sarcófago olhado, o que já estava aberto, Sairf viu um anão esquelético segurando um belo machado prateado. Quando Sairf estava quase pondo as mãos na arma, um ruído chamou sua atenção e a de Anix. Algo como sussurros e pancadas que mais pareciam passos de alguma coisa muito grande ecoavam através da parede da câmara.
_ Anix! Sairf! Saiam daí! Alguém está se aproximando, devem ser os reforços dos trogloditas! Vamos fugir daqui o mais rápido possível! – Sam gritava desesperado, chamando seus amigos junto com Lucano ao perceber a aproximação do perigo.

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