abril 16, 2007

Campanha A - Capítulo 267 – Laurelin Ramo de Carvalho

Capítulo 267 Laurelin Ramo de Carvalho

A noite cobriu rapidamente o mundo com seu manto de trevas. Apenas a luz da tocha nas mãos de Arcany clareava a mata escura. Nenhuma estrela podia ser vista, nem a luz da lua atravessava a densa folhagem que se elevava ao céu. Tudo era silêncio e escuridão ao redor dos jovens soldados. E o silêncio foi quebrado por um estalo, pois na escuridão alguém espreitava. E os heróis pegaram suas armas, esperando que algum outro monstro saltasse das trevas e os atacasse. E o que veio foi uma chuva de flechas afiadas, que cortou o ar sem no entanto ferir qualquer um dos presentes.

_ Parados ai! Soltem suas armas! – gritou uma voz acriançada.

_ Quem está ai! Apareça! – retrucou Lycan

_ Não atirem! Não queremos lhes fazer mal! Estamos em missão de paz! – gritou Lucano.

_ Sim! Não somos inimigos! Somos do exército de Tollon! Não vamos atacar vocês! – completou Alejandro.

_ Calem-se! Soltem suas armas no chão, ou vamos disparar novamente! – exigiu a voz na floresta. E todos os soldados, desejando evitar um combate desnecessário, jogaram suas armas no chão. Alejandro, entretanto, manteve seu florete embainhado, enquanto que Lycan segurava o machado com os pés, pronto para levantá-lo de súbito, caso precisasse lutar. – Agora dêem três passos para frente, ou nós atiraremos!

Todos andaram como ordenado, e Lycan arrastou seu machado junto, mantendo-o sempre pronto para ser utilizado. Alejandro tentava ainda convencer os desconhecidos inimigos de que não queriam lhes fazer mal, mas coube a Lucano conseguir uma chance de dialogar. Lembrando das palavras do capitão Glorin, Lucano tomou o broche de madeira em sua mão, erguendo-o sobre a cabeça, e disse que precisava falar com Laurelin Ramo de Carvalho, e disse também que Mão Gelada o havia enviado até ali. E então, várias vozes, todas pueris, foram ouvidas entre as árvores.

_ Ele quer falar com o vovô! – disse uma das vozes.

_ Fique quieto! Ele está mentindo! – discordou outra.

_ Calem-se já! Fiquem quietos! – retrucou uma terceira.

_ Vamos atirar neles! – sugeriu a segunda voz.

_ Quietos! Parem com isso! – ralhou novamente a terceira voz, que era a que se apresentara desde o início.

Então, fez-se um breve silêncio na mata, e apenas o ruído de passos podia ser ouvido. E um jovem elfo, que deixava a infância para tornar-se adulto em breve, surgiu do meio das árvores, protegido por uma camuflagem de folhas e ramos que cobriam suas vestimentas. E seu nome era Túrin, e tinha cabelos escuros como a noite e olhos da cor dos troncos de carvalho que o cercavam. Armado de uma faca de lâmina de pedra e um arco curto, Túrin se aproximou do grupo de aventureiros, e exigiu que se explicassem, que dissessem o motivo de estarem ali em seu território. Os soldados lhe explicaram sobre a sina de Lucano, mas parecia que eram informações demais para que o jovem elfo compreendesse e aceitasse as explicações. E Lucano simplificou, dizendo que Glorin, o Mão Gelada, o havia mandado até ali para visitar Laurelin Ramo de Carvalho, e lhe mostrou novamente o broche. Mas, como mesmo assim ele se mostrava irredutível e pouco disposto a aceitar a presença dos soldados em sua floresta, Alejandro o advertiu e disse-lhe para cooperar sem receio, pois se eles tivessem intenção de lhe fazer mal, Túrin e seus companheiros ocultos já estariam mortos há tempos.

E Túrin tentou rir e zombar, mas Alejandro sacou velozmente seu florete, parando a lâmina a poucos milímetros da garganta do rapaz. E Túrin, assustado e surpreso, soltou sua faca e se rendeu. Lycan ergueu novamente seu machado, e gritou uma ordem para que todos os outros saíssem de seus esconderijos. E, surgiram mais oito crianças élficas, com seus pequenos arcos apontados para o grupo. Lycan gritou e a espada de Alejandro fez com que Túrin obedecesse, e ele ordenou aos outros garotos que baixassem suas armas. Então, Wood Croft aproveitou o momento para se fazer de valente, e ousou erguer sua mão pequenina e suja contra o garoto. Mas Lycan o ameaçou com o machado, e Alejandro lhe deu um chute, afastando-o de Túrin. E depois disso o mascarado baixou a arma e entregou o florete para o pequeno elfo, e Túrin finalmente percebeu que não eram pessoas más. Devolveu a arma para o humano e recolheu sua faca do chão. Depois, pediu que todos o aguardassem por alguns instantes, e desapareceu na mata escura.

Lucano então puniu Wood por ter agredido o rapaz, ordenando-lhe que fizesse várias flexões de braço como castigo. Mas, o pequeno trapaceiro, como qualquer devoto de Hynnin, fingia estar cansado e desistia na metade do exercício. Então, Alejandro o ameaçou com o chicote, e ele não teve escolha, senão terminar seu castigo, enquanto jurava para si mesmo que teria sua vingança contra os dois.

Ocorre que enquanto o goblin era punido, Túrin teve tempo suficiente para encontrar o que buscava e retornar. E ele ressurgiu da mata tenebrosa, acompanhado de um velho elfo, que vestia um manto pardo e se apoiava num longo cajado.

_ Eu sou Laurelin Ramo de Carvalho! Vocês estavam me procurando? – disse o velho quase num sussurro.

_ Eu sou Lucano! Glorin Mão Gelada me enviou até você, Laurelin! Venho em momento de dificuldade, pedir a sua ajuda! – respondeu Lucano, mostrando o broche de seu capitão.

_ Você conhece Mão Gelada? É amigo dele?

_ Sim! Ele é capitão no exército e eu sou subordinado a ele!

_ Então, venham todos comigo! Sejam bem vindos ao Bosque Escuro! – E Laurelin os saudou e os convidou para sua morada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário