setembro 15, 2006

Capítulo 234 – Kobolds na taverna

Capítulo 234 Kobolds na taverna

Viajaram por três dias. Na manhã do dia 13, um lanag, já estavam bem próximos de Rutorn. A floresta ao redor da vila era toda demarcada para extração da madeira mágica sem agredir o meio ambiente. Jack, não se sabe se estava bêbado ou sóbrio, começou a imitar a voz de Seelan, apenas para irritar seu superior.

_ Aniiiix! Aniiiix! – gritava ele, da retaguarda do grupo.

Anix olhava para trás, procurando pelo autor dos gritos. Jack, também olhava para trás, como se não tivesse nada a ver com aquilo, ludibriando o experiente mago.

_ Droga! Aquela bicha não larga do meu pé! – resmungava Anix.

Todos se divertiam às custas do sargento que sequer desconfiava que estava sendo enganado, tanto por Jack, quanto por Seelan. Assim eles seguiram os metros finais que faltavam para a vila, rindo às escondidas de seu comandante, até que finalmente avistaram o vilarejo de Rutorn.

Algo estranho acontecia ali, isso era claro. A vila era toda cercada por uma palidaça de madeira. Grandes toras de madeira estavam fincadas no chão lado a lado, formando uma verdadeira muralha. As pontas dos troncos eram afiadas e por toda a extensão do muro havia tiras de pano penduradas, com símbolos de deuses como Khalmyr e Lena desenhados, além de orações escritas. Havia uma clareira entre a palidaça e a mata, aberta recentemente para separar a vila da floresta.

Rutorn era uma vila pequena, do mesmo porte que Carvalho Quebrado. Não mais que trinta famílias deveriam viver ali, em suas casas simples, tirando seu sustento da extração da madeira que dava o nome ao reino. Quando finalmente cruzaram a entrada da vila, ouviram gritos vindos de algum lugar lá dentro.

Os soldados correram com seus cavalos em disparada, rumo à fonte dos gritos, uma pequena e rústica taverna, chamada de O ogro roxo. Pararam suas montarias diante da taverna. Jack e Dragnus desceram rapidamente e invadiram o lugar pela porta. Enquanto isso, Lee já atravessava uma das janelas num salto espetacular, dando uma pirueta no ar e caindo em pé dentro do estabelecimento. Anix e Mao Necro entraram em seguida, e encontraram o local tomado por um bando de kobolds.

Mais de uma dezena das pequenas e repugnantes criaturas reptilianas tomavam conta do local, ameaçando com pequenas e rústicas lanças, um velho homem atrás de um balcão e uma jovem sobre ele. Havia algum tipo de bebida derramado sobre o balcão, vinho talvez, e os kobolds forçavam a pobre moça a limpar o balcão com a própria língua.

As criaturas se reorganizaram e cercaram os valentes heróis. Sem hesitar, Dragnus decepou um dos braços de um kobold com um violento golpe de machado. A criatura cambaleou, quase caindo, mesmo assim, continuava apontando sua lança para o meio-orc e cuspindo seu sangue nele.

Mao Necro, criou uma mão mágica sobre sua cabeça, para usá-la para atacar os inimigos. Como eles eram muitos, toda ajuda era bem vinda. Anix tinha outro plano, usou uma magia para prender uma grande quantidade de criaturas numa teia de aranha gigantesca que cobriu todo o canto onde estavam o velho e a menina. Os kobolds ficaram presos, e impossibilitados de fazerem mal aos dois, dando tempo aos heróis para acabar com cada um deles.

Apesar de pequenos, os monstros atacavam sem temor e três deles cercaram Lee Wood. O jovem soldado mostrava grandes habilidades, defendendo-se das criaturas apenas com as mãos nuas. Recebeu apenas um pequeno ferimento de lança na barriga e, num contra-ataque veloz, atingiu um potente soco num dos kobolds que o cercavam. O monstro caiu no chão, diante do monge, que rapidamente deu uma forte pisada em sua cabeça. O crânio da criatura explodiu e o chão de madeira se abriu sob os pés de Lee. Os kobolds estremeceram e os heróis ficaram impressionados, mas o rapaz continuava mantendo sua postura inalterável. Treinado como monge por seu povo, o rapaz não se exaltava mesmo diante do maior dos perigos. Lee revidou os ataques com uma impressionante rajada de socos nos pequenos inimigos, deixando-os enfraquecidos.

Jack também mostrava ser habilidoso. Cercado por três inimigos, combatia ferozmente com uma fina e leve espada, um florete. O ex-pirata do mar negro, agora um homem a serviço do reino de Tollon, saltou sobre os inimigos, escapando quase com apenas arranhões superficiais de suas lanças. Aterrissou atrás das criaturas e, mesmo sem ferir nenhum deles, não perdeu a pose, zombava dos três kobolds como se eles estivessem levando uma surra, deixando-os irritados. Um deles tentou atacá-lo, mas escorregou e, antes que seu corpo atingisse o solo, o florete de Jack já perfurava suas tripas impiedosamente.

Um dos kobolds curvou seu corpo para trás, par escapar da mão mágica de Necro, carregada com uma potente magia elétrica. Uma fração de segundo a mais que o ser demorasse em se defender, e ele estaria carbonizado pela descarga mágica. Enquanto isso, o machado de Dragnus acabava de cortar ao meio o primeiro kobold atacado. Pedaços da criaturinha voaram pelo ar, obrigando Lee Wood a se abaixar para não ser atingido. Metade do monstro se chocou violentamente contra a parede, ficando grudada a ela pelo sangue nojento da criatura.

Mesmo assim, os monstros ainda não entendiam que não tinham chances contra os oficiais. Continuavam ameaçando-os com suas lanças, mesmo aqueles que estavam presos na teia mágica. E, como eles estavam em superioridade numérica, isso lhes dava a falsa impressão de que venceriam. Mas, Anix acabou com as esperanças das criaturas num passe de mágica. Bastaram algumas palavras mágicas, um pouco de areia e um pequeno grilo para que vários kobolds caíssem num sono profundo, ficando totalmente à mercê dos heróis.

Os poucos que permaneceram acordados, iniciaram uma retirada desesperada. Começaram a correr em direção à porta e às janelas, sendo cercados pelos aventureiros. O florete de Jack, juntamente com a mão mágica de Mao Necro, foi o suficiente para dar cabo de uma das criaturas que tentava passar pela porta. Outro inimigo tombou ante o machado de Dragnus, mas uns dois ou três deles conseguiram escapar pelas janelas. Restavam ainda os que estavam adormecidos e os que estavam presos na teia.

Lee Wood sacou um chicote que trazia na cintura, e o prendeu ao lustre da taverna. Deu um impulso e lançou seu corpo velozmente de encontro à teia de aranha. Lee agarrou-se aos fios e preparou-se para atacar assim que os fios desaparecessem. Anix entendeu as intenções do monge e, com um simples comando, fez com que as teias mágicas desaparecessem. Lee pousou suavemente no chão, e os kobolds começaram a passar por ele, tentando alcançar a janela. O tamuraniano os atingia com socos e pontapés, enfraquecendo-os para que Jack e Dragnus os exterminassem mais facilmente com suas armas. Ao todo, apenas três kobolds conseguiram se salvar da batalha. Além destes, restavam outros cinco deles, caídos no chão, adormecidos. Lee puxou o chicote com as duas mãos e toda a sua força. Uma fina e apodrecida corda que prendia o lustre ao teto se partiu, e o lustre despencou sobre as criaturas que dormiam no solo, esmagando-os. Os heróis comemoraram sua primeira de muitas vitórias e correram para ajudar o taverneiro e a donzela que os havia atraído até ali.

Um comentário:

  1. Anônimo2:02 PM

    Masssa , gostei da historia............passa no meu blog tbm , colunayiodda.blogspot.com

    ResponderExcluir