junho 20, 2005

Capítulo 60 - Cem corpos na mata - o ranger solitário

A caravana prosseguiu, deixando o inimigo morto para trás. Nailo levou consigo os restos mortais de seu companheiro animal, para enterrá-los em sua terra natal. Os heróis continuaram sua jornada por mais alguns dias, tendo sempre as montanhas geladas à sua esquerda e bosques à sua direita, muito distantes, já na linha do horizonte. Então, no dia 18 de Dantal, um valag, o grupo notou que a distante floresta ao sul se tornava cada vez mais e mais escura. Então Legolas deu o aviso:
_ Amigos, já estamos em Tollon!!!
A caravana desviou sua rota para o sul, entrando no reino da madeira negra. Neste instante Legolas retirou de sua mochila uma peruca negra e uma barba falsa. O elfo se disfarçou e escurece sua pele com a maquiagem do kit de disfarces que havia comprado dias atrás em uma das vilas que encontraram pelo caminho. Legolas explicou aos amigos que era procurado no reino de Tollon por ter matado um soldado que havia assassinado seu avô, e pediu aos seus amigos que o chamassem de Duriel, enquanto estivessem em Tollon.
Viajaram vários dias rumo ao sul, até que encontraram um obstáculo em seu caminho. Um homem, parado na beira da estrada, vestindo armadura de couro, apontava seu longo arco para a mata ao leste.
_ Afastem-se daqui! É perigoso para vocês! – o estranho homem advertiu o grupo com sua voz grave, ao ouvir um grito de Legolas.
_ O que está acontecendo? O que tem na mata de tão perigoso? – perguntou Legolas, assustado.
_ Orcs, vários deles!
Legolas saltou de seu cavalo e correu na direção do homem, armado de seu arco, sendo logo seguido por seus amigos.
_ Olá, sou Leg.., digo, Duriel!
_ Não é hora para apresentações Duriel, use esse seu arco logo, se deseja permanecer vivo!!! – o homem repreendeu Legolas, ao mesmo tempo em que disparava uma flecha. A flecha atravessou o peito de um dos dez orcs que avançavam pela mata, armados com enorme falciones, e terminou seu trajeto cravando-se em uma árvore. O orc caiu no chão frio da mata, seu corpo já sem vida.
Legolas disparou contra outro orc, atingindo seu peito e matando-o instantaneamente.
_ Luta muito bem Duriel, parabéns! – o homem sorriu para Legolas, enquanto preparava seu próximo ataque.
Anix chegou em seguida, gritando para Silfo e Sam ficarem com os cavalos. Enquanto o bardo reunia os animais, Anix atingiu o pescoço de outro dos orcs com uma flecha. O sangue jorrava a cada batida do coração da criatura, até que seu corpo atingiu o solo já quase sem sangue.
O próximo ataque veio do arco de Squall, entretanto o seu inimigo se desviou e os orcs atacaram. Um dos inimigos parou em frente ao feiticeiro e atacou-o com a falcione. Squall sentiu o aço frio penetrando em seu ventre, enquanto seu sangue escorria pela mata. Um dos orcs passou ao seu lado, com a guarda baixa, e Squall não desperdiçou a chance, atingindo-lhe uma flecha na região glútea. O orc, que já devia estar ferido, tombou morto, antes de alcançar seu alvo. Squall, distraído com o inimigo que passou correndo, recebeu um novo golpe, ficando gravemente ferido.
Lucano invocava o nome de Glórien, quando viu um dos orcs correndo em sua direção. A falcione, segurada como se fosse uma lança, atingiu o estômago do clérigo, e quase atravessou seu corpo. Lucano recuou, segurando a barriga aberta pelo inimigo e terminou sua conjuração. A espada mágica de Glórien surgiu diante do orc e abriu seu corpo de cima a baixo, tirando-lhe a vida.
Ao lado do clérigo, Legolas se esquivava de um inimigo, enquanto eliminava outro com seu arco, impedindo-o de chegar até Nailo. O ranger retribuiu, eliminando com sua espada o orc que havia tentado atingir Legolas. O orc caiu sem vida, com a traquéia rasgada pela espada de Nailo, enquanto Sairf congelava o peito de outro inimigo com sua mágica. Com o tórax congelado, o monstro pragejou, amaldiçoando o elementarista que comemorava o ataque bem sucedido.
Próximo das carroças, Anix encontrava-se em situação difícil. Um dos orcs, correndo com a ponta da falcione raspando no chão da floresta, havia aberto um rasgo no peito do mago, e estava prestes a eliminá-lo.
Então, o estranho homem ajudado pelos heróis, sacou duas flechas e as disparou quase simultaneamente contra os inimigos que ameaçavam Squall e Sairf. As flechas atravessaram os corpos das criaturas e fincaram-se nas árvores atrás dos orcs, antes que seus corpos atingissem o chão. Impressionado com a habilidade daquela misteriosa figura, Legolas entrou na mata, cercando por trás o orc que atacava Anix. Disparando uma flecha na nuca do adversário, Legolas salvou o amigo da morte.
Todos se reuniram novamente, à beira da estrada e se apresentaram ao entranho. O homem se chamava Mavastus, e fazia parte do grupo de rangers que patrulhavam o reino de Tollon. Sam finalmente se reuniu com os companheiros e ficou admirado com o feito do grupo.
_ Nossa meus amigos! Vocês foram incríveis, eliminaram quase uma centena de orcs, isso é fantástico!!
Todos olharam para a mata sem entender as palavras do bardo e viram que nas profundezas da floresta, jaziam dezenas de corpos de orcs mortos.
Mavastus confirmou que ele havia eliminado os outros orcs, deixando todos boquiabertos com sua habilidade. Após trocar algumas poucas palavras com os heróis, o ranger se abaixou, examinado o solo em busca de pegadas, retirou uma bolsa de moedas e a falcione de um dos orcs.
_ Vou levar isso aqui comigo! O resto pode ficar com vocês! – o ranger deu um assovio enquanto se levantava, e do meio da floresta surgiu um tigre gigantesco, um tigre atroz. Mavastus subiu nas costas de seu companheiro, enquanto os heróis alisavam o seu pêlo, admirados com sua beleza. Anix lhe presenteou com uma porção de rações de viagem, recebendo a gratidão do homem. Mavastus se despediu dos heróis, agradecendo-os pela ajuda e partiu, rumo ao oeste, desaparecendo na mata.

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