junho 29, 2005

Capítulo 65 - Sustos no cemitério

Após isso, os dois elfos se encontraram com seus amigos e foram até a casa de Nailo. Lá eles contaram a Nailox sobre o “beijo” que seu filho e Squall haviam dado um no outro, deixando o homem ainda mais preocupado com o filho. Legolas comprou do criador e treinador de animais uma coruja branca, um belo animal de estimação. Depois, ele, Anix e Squall foram até a casa do senhor Avilan, o ancião do local.
Avilan era um elfo já com mais de quinhentos anos de vida. Sua grande experiência fazia dele um homem respeitado e procurado por todos para servir de conselheiro para os mais diversos tipos de assuntos. Os três saíram em companhia de Nailo, que foi até o cemitério da vila para sepultar seu antigo amigo Smeágol. O restante do grupo ficou na casa de Nailo, na simpática companhia de seus pais.
Nailo se separou de seus amigos, indo para o cemitério, enquanto eles rumavam para a casa do ancião. Anix, Legolas e Squall bateram à porta de Avilan, que os recebeu em sua casa com grande alegria. Eles contaram ao homem sobre a visão que haviam tido e perguntaram-lhe se ele poderia saber o significado daquilo. Também indagaram o homem sobre a maçã que haviam recebido de Allihanna, mas mesmo com toda sua experiência o homem não pode ajudá-los. Anix, temendo que a criatura do sonho atacasse a vila como eles haviam sonhado, pediu ao velho para evacuarem a vila, e para comprovar a veracidade das suas visões, contou sobre Enola e seus poderes. Ao mencionar a visão da Ninfa sobre “o coração negro que vivia embaixo da terra”, o ancião estremeceu. Ao ligar os fatos do monstro que vivia sob a terra, e dos mortos-vivos que matavam Nailo e os outros no sonho, Avilan concluiu que só havia um lugar onde a criatura poderia surgir, o lugar temido e evitado por todas as pessoas do mundo, o cemitério. O mesmo cemitério onde Nailo estava sozinho e indefeso.
Avilan pediu aos heróis que encontrassem um clérigo para abençoar os mortos e impedir que eles se levantassem como zumbis. Anix disse ao homem para avisar todas as pessoas da vila sobre o perigo e lhe disse para encontrar Lucano na casa de Nailo, para que ele abençoasse ao mortos de Darkwood. Enquanto o velho corria para a casa de Nailo, os outros três foram correndo até o cemitério para socorrer Nailo, que poderia estar em grande perigo.
Nailo chegou ao cemitério após o pôr-do-sol. A escuridão da noite fazia com que o ranger se sentisse inseguro naquele lugar tão temido e evitado. Ele se lembrou do sonho e dos mortos-vivos que o devoravam e sentiu que podia estar em perigo. Ordenando a relâmpago que ficasse longe do cemitério, Nailo começou a cavar uma cova para enterrar Smeágol. O ranger cavava com lágrimas nos olhos, lembrando-se com carinho dos grandes momentos que passara com seu amigo lobo. Então ele viu algo que o fez estremecer. No meio das muitas sepulturas que haviam ali, Nailo viu várias luzes flutuando, sem produzir som algum. Imediatamente ele sacou seu arco e disparou contra as luzes. Os pequenos objetos luminosos se desviaram do projétil que se perdeu na escuridão. Relâmpago passou ao lado dele correndo, como se fosse buscar a flecha de seu amigo, achando tratar-se de uma brincadeira. O lobo prateado sentou-se próximo das luzes, abanando a cauda, enquanto esperava seu companheiro. Um neblina fina e fria tomava conta do chão e o lobo começava a desaparecer na escuridão. Armado de seu arco, Nailo foi ao encontro de seu amigo, temendo perder outro companheiro. Nailo se aproximou lentamente de Relâmpago e das luzes, até que finalmente ele percebeu que as luzes não passavam de vaga-lumes que rondavam um punhado de fezes de algum animal que havia passado por ali. Nailo fez uma carícia em seu companheiro animal e retornou para a entrada do cemitério, para a cova de Smeágol. Após alguns passos, ele parou e apontou o arco para a entrada do lugar, onde passos e vozes chegavam de forma assustadora. O ranger ficou aliviado ao ver que quem se aproximava eram Anix, Squall e Legolas, para alertá-lo do perigo que corria sozinho no cemitério. Enquanto conversavam, eles ouviram um barulho vindo do fundo do cemitério. Olharam para a direção do som e viram um vulto negro, surgindo de trás de uma lápide. Aos seus olhos o pequeno vulto era imenso e ameaçador. A criatura começo a caminhar na direção deles, deixando-os aflitos. Todos prepararam suas armas para combater o monstro, desta vez na vida real, quando o monstro começou a falar.
_ Querem parar com essa barulheira pessoal, não se pode ter sossego nem no cemitério mais? – a criatura tinha uma voz conhecida, mas ainda sim os heróis não baixaram a guarda.
_ Quem é você? – perguntou Anix, pronto para lançar um feitiço no inimigo.
_ Como assim quem sou eu? Não estão me reconhecendo, heróis? – a sombra caminhou na direção do grupo enquanto falava, até que sua aparência foi revelada pela lua. Era Sam, o bardo que eles não viam desde que haviam chegado em Darkwood. Somente naquele momento eles notaram que haviam se separado dele. Os heróis contaram tudo que estava acontecendo ao bardo que, após tentar ir embora, foi convencido a ficar a ajudá-los a enfrentar a criatura.
_ Narnia, venha para cá minha flor! É melhor você ir embora! Parece que tem um monstro aqui, mas não se preocupe, pois eu e meus amigos o mataremos! – após as palavras de Sam, uma bela moça saiu de trás da lápide onde ele estava, arrumando o cabelo e a roupa. A moça passou ao lado dos heróis com a face ruborizada. Despediu-se de Sam com um beijo e correu de volta à vila.
Em companhia de seus amigos, Nailo terminou de sepultar seu antigo amigo. Após isso, todos sacaram suas armas e se prepararam para o combate. Todos estavam decididos a utilizar a maçã de Allihanna contra a criatura caso ela surgisse. Então os heróis sentiram um leve calor atrás de si e viram uma forte luz na direção onde ficava a vila. A vila estava em chamas, eles imaginaram. Anix pensou ainda que a moça que gritava por socorro no sonho seria agora a amiga de Sam ao invés de Liodirel. Sabendo o que viria a seguir os grupo correu entre as árvores, desviando-se da entrada do cemitério, na esperança de surpreender a criatura por trás. Ao chegar à vila, vira que ela não estava em chamas, mas todas as casas estavam vazias. Legolas entendeu o que estava acontecendo e correu até a entrada do cemitério, onde encontrou os moradores reunidos por Avilan, seguindo Lucano que entrava no cemitério portando o símbolo de Glórien para expurgar qualquer mal que ali existisse. Após o clérigo abençoar todos os túmulos, a vila inteira se reuniu no grande salão para decidir o que fariam dali para frente.

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