março 07, 2006

Capítulo 175 – Corrida contra o tempo

Capítulo 175 Corrida contra o tempo

Legolas rastejava por túneis escuros e sujos, fugindo da morte certa. Enquanto isso, seus amigos corriam contra o tempo para descobrir uma maneira de salvá-lo antes que fosse tarde demais.

Lucano, Squall e Anix cuidavam de providenciar cavalos para que seu grupo pudesse viajar para Darkwood. Ao mesmo tempo, Yczar e Nailo rumavam para a prisão a fim de conversar com Legolas e com o tal soldado suspeito de ter roubado o ouro, o tal Edgar Sólon. Mal suspeitavam que Edgar era o companheiro de cela de Legolas. Porém, uma surpresa os aguardava no quartel do exército.

_ Não podem visitar os prisioneiros hoje! O general Raelf está aqui para fazer uma inspeção de rotina. O forte ficará fechado o dia todo! Voltem amanhã! – explicou o soldado de plantão na entrada do quartel.

Os dois aventureiros tentaram insistir e convencer o guarda, mas seus esforços eram inúteis.

_ Nailo, parta com os outros! Eu ficarei aqui e conversarei com Legolas e com esse tal de Edgar para ver se ele nos dá alguma informação capaz de desmoralizar a imagem de Elenindow! – disse Yczar, já conformado com a situação.

_ Não, Yczar! Eu vou ficar também! Quero conversar com eles pessoalmente! – respondeu Nailo.

_ Mas você é o único que conhece o caminho para sua vila! Você precisa ir. Deixe que eu fico aqui e amanhã interrogo os dois. – concluiu o paladino.

Sem ter como discordar, Nailo aceitou a decisão do amigo. Montou em Trovão, o cavalo de Yczar e se despediu do paladino sem perder tempo.

_ Espere, aonde você vai assim! O Trovão só obedece a mim...tarde demais! – Yczar levou a mão à cabeça, gemendo ao ver Nailo sendo arremessado para fora da cela e se espatifando no chão.

Nailo se levantou, contorcendo-se de dor e voltou a montar em Trovão, mas somente após Yczar estar em cima do animal primeiro. Quando os dois estavam prestes a partir, notaram que alguém se aproximava do portão, atraído pela confusão causada pelo ranger.

_ O que está acontecendo aqui soldado? – perguntou ao guarda o homem que chegava vestido num luxuoso uniforme decorado com diversas insígnias.

_ Aqueles homens queriam falar com alguns prisioneiros, senhor! Um deles é advogado de um dos presos, senhor! – respondeu o soldado em voz alta e batendo continência diante do homem.

_ Senhor! Nós precisamos falar com nossos amigos! É urgente, um deles vai ser executado em três dias! Se a gente não falar depressa com ele, poderá ser tarde demais! – gritava Nailo, já fora do cavalo correndo na direção do portão.

_ Mais respeito com o general rapaz! – a ponta da lança do soldado atingiu a cabeça de Nailo sem feri-lo, apenas para chamar sua atenção.

_ Desculpe general! É que eu preciso falar urgente com meus amigos! A vida deles depende disso! Só preciso de uns cinco minutos com eles! Por favor, general! – continuou Nailo, já menos agitado.

O general ponderou por um instante, olhou para Nailo e para Yczar que se aproximava com o cavalo. Depois retirou uma pequena ampulheta do bolso da calça e tomou sua decisão.

_ Deixarei que apenas um de vocês converse com apenas um dos prisioneiros! Decidam quem vai e com quem vai falar! Terá apenas dois minutos para isso! – respondeu o general com imponência.

_ Deixe que eu vá, Yczar! Eu falo com o tal Edgar! Depois você fica aqui e conversa com o Legolas com mais calma! – decidiu Nailo.

Yczar concordou com a cabeça. O general deu a ordem ao soldado e virou a ampulheta. O soldado chamou outros dois para conduzir Nailo, correndo contra o tempo para não desapontar o general que cronometrava cada ação de seus comandados.

_ Tenente! Este homem veio para visitar o prisioneiro Edgar Sólon, com a permissão do general Raelf! O general deu dois minutos a ele para conversar com o prisioneiro! – comunicou um dos soldados ao oficial responsável.

_ Levem-no depressa então até a sala de visitas! Este prisioneiro ainda deve estar lá! O advogado dele acaba de sair daqui! – ordenou o tenente.

_ Ora que incrível! Estou aqui há meses e nunca recebi uma visita sequer! Hoje, em compensação, você já é o segundo a me visitar! Quem é você? – perguntou Edgar, sorrindo.

_ Eu sou Nailo, amigo de Legolas, um cara que matou um soldado do seu pelotão, um cara chamado Elenindow! O Legolas vai ser enforcado por ter matado esse cara! Diga-me rápido tudo que você sabe sobre a morte dele! Só tenho dois minutos! Por favor! – pediu Nailo, desesperado.

_ Coincidências demais hoje! Esse seu amigo é meu companheiro de cela! Ele me contou o que aconteceu com ele! Fora isso eu não sei mais nada! Eu só cheguei na vila junto com o resto do pelotão, quando seu amigo matava o Elenindow! A gente tentou capturá-lo e ele fugiu! – respondeu Edgar.

_ E sobre o roubo das jóias do general? O que você tem a me dizer? – indagou Nailo.

_ Ah! Então é isso! Olha, cara, armaram essa pra mim! Eu não roubei nada! Alguém queria se vingar de mim por eu atormentar todo mundo no pelotão e deu um jeito de colocar essas jóias nas minhas coisas! Mas não fui eu não! – respondeu Edgar, desconfiado.

_ O tempo acabou, jovem! É hora de você ir embora!­ – gritou um dos soldados, já puxando Nailo pelo braço.

Nailo e Yczar retornaram para a estalagem, sem conseguir compreender qual a relação entre todos aqueles fatos. Lá encontraram Lucano, Anix e Squall montados em três belos corcéis negros, já prontos para partir. Ao lado deles, um outro corcel preparado para Nailo e Batloc, montado em um belo alazão de pelo prateado chamado Luar.

_ Bem, não vamos perder tempo. Cada minuto é precioso! Vocês precisam correr contra o tempo e trazer a tal neta do curandeiro para cá o mais rápido possível! Enquanto isso, eu ficarei aqui e farei o possível para convencer o juiz a adiar o enforcamento até vocês voltarem! Sairf ficará comigo e nós procuraremos o Sam! Aquele bardo poderá nos ajudar a convencer o juiz e a obter informações! Batloc, ajude-os em tudo que for preciso! Tomem muito cuidado! E boa sorte a todos! – disse Yczar aos amigos.

_ Boa sorte a vocês também! Até breve! – responderam os demais.

Montados em seus cavalos, os heróis deixaram a cidade de Vallahim, rumo a Darkwood, correndo contra o relógio para tentar salvar seu grande amigo Legolas.

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