março 08, 2006

Capítulo 176 – 1º Dia - Túneis e Trolls

Capítulo 176 1º Dia - Túneis e Trolls

O grupo de Legolas rastejava pelas cavernas sob o quartel do exército em Vallahim. Com armas improvisadas, outras velhas e gastas, e sem nenhuma armadura, o grupo pedia aos deuses que fossem piedosos e não colocassem em seu caminho nenhum tipo de criatura subterrânea que pudesse ameaçar suas vidas. Entretanto, Megalokk, o deus dos monstros, parecia não estar de bom humor naquele dia.

Depois de horas caminhando no escuro, sem comer ou beber, os fugitivos estavam exaustos. Andavam lentamente, poupando o pouco de forças que ainda possuíam. Mas, o alerta de Rodor, o ranger, fez com que todos se agitassem novamente.

_ Vem vindo alguma coisa ai! – alertou Rodor que ia à frente do grupo.

_ O que é? – perguntou Gorosh, preparando o machado para um possível combate.

_ Trolls! – gritou Rodor, sacando a espada enferrujada conseguida pelo meio-orc.

Um monstro humanóide, com mais de três metros de altura, surgiu da escuridão. Avançando ameaçadoramente sobre o grupo, tinha uma pele pegajosa num tom marrom esverdeado. Arqueado para frente, o monstro exibiu suas enormes garras e correu na direção dos fugitivos.

Rapidamente, Legolas recuou disparando suas flechas contra a criatura, ferindo-lhe no braço. Ao mesmo tempo, a magia de Alberik explodiu sobre o rosto do gigante, iluminando a caverna. Mas o Troll não se deteve, cravando sua poderosa garra no ombro direito de Rodor.

O ranger gritou enfurecido e revidou com dois golpes certeiros na perna do monstro. O sangue da criatura jorrou com o ferimento. Tinn correu ao redor do inimigo pensando que o monstro estava indefeso após o ataque do amigo. Entretanto, parecia que aqueles ferimentos nada significavam para o Troll. O anão teve suas costas rasgadas pelo monstro, mas resistiu bravamente à dor e cravou o seu sabre na virilha da fera.

O monstro urrou de dor e raiva. O machado de Gorosh girou no ar, arrancando uma das pernas da criatura. O membro caiu no chão, contorcendo-se como se tivesse vida própria. Os nervos e músculos na perna da criatura começaram a se projetar para fora do corpo, como se buscassem o pedaço arrancado ou como se tentassem criar uma perna nova. Foi então que Legolas se lembrou.

_ Temos que atacá-lo com fogo! – avisou o arqueiro, enquanto disparava seu arco contra o monstro – Trolls são vulneráveis ao fogo!

_ Não dá! Só temos uma tocha! – respondeu Rodor.

_ Deixem isso comigo então! – gritou Alberik, fazendo gestos e murmurando um feitiço.

Ao mesmo tempo, Dimitri abriu um portal mágico ao lado do troll, de onde um lobo surgiu atacando o monstro com suas presas. Dimitri pegou sua flauta e tirou dela uma melodia suave, tentando fazer o troll cair no sono, sob o efeito de sua música mágica, como ele costumava fazer com as vítimas que roubava.

_ Dare bia natha! – gritou Alberik. Uma esfera de chamas explodiu atrás do troll, envolvendo-o e queimando-o. Gorosh e o lobo foram atingidos também, reduzindo o animal a cinzas. Apesar de muito ferido, o monstro permanecia em pé.

O troll cravou as garras no peito de Rodor. Antes que pudessem tingir-se com o sangue do ranger, a criatura as girou e as afastou, rasgando o peito do ranger. Rodor caiu, à beira da morte, no mesmo instante em que outro monstro igualmente ameaçador surgia no fundo do corredor.

Dimitri correu até o amigo caído, tocando uma melodia mágica para curá-lo. Enquanto isso, seus companheiros continuavam a atacar o inimigo. As espadas dos anões Tinn e Durunn atingiram o monstro quase que ao mesmo tempo, derrubando-o no chão, indefeso. Entretanto, ainda assim a criatura continuava se mexendo, como se tentasse se regenerar dos ferimentos. Gorosh puxou com seu machado a perna que tentava se ligar ao corpo caído, sendo ferido pelo outro monstro. Legolas tentou ajudar o meio-orc, perfurando um dos olhos da criatura com seu arco, enquanto Alberik lançava outra bola de fogo sobre a criatura.

As chamas envolveram o corpo do troll. O odor de carne queimada tomou conta do local, parecia que tudo tinha terminado. Porém, do meio das chamas surgiram os braços da criatura, com suas garras afiadas como katanas tamuranianas apontadas na direção de Gorosh. O meio-orc não teve tempo sequer de gritar. Seu corpo foi cortado o meio pelo monstro, encerrando para sempre seus dias como estuprador e assassino. Legolas deu um sorriso ao ver se desafeto partido em dois pelo troll, mas sabia que apesar do ódio que tinha por aquele bastardo, sua força faria falta naquela luta. Sem hesitar, o elfo continuou atirando suas flechas na cabeça do monstro.

Tinn e Durunn encaravam a besta face a face, rasgando-o com suas espadas enquanto Dimitri salvava a vida de Rodor. O monstro revidava com suas poderosas garras, dilacerando a pele desprotegida dos dois anões. Então, mais uma vez as chamas de Alberik iluminaram a caverna, consumindo o monstro em seu calor.

O troll caiu aos pés de Tinn e Durunn, em chamas. O monstro ainda se mexia quando o fogo cessou, tentando se regenerar. O grupo, entretanto, não quis perder tempo com um inimigo caído e correu para fora daquele lugar, antes que a criatura se reconstituísse. Sabiam que não poderiam gastar os poucos recursos de que dispunham, então decidiram fugir dali o mais rápido possível.

Mais algumas horas naquele labirinto de túneis e finalmente eles avistaram uma luz no fim do túnel. Era uma saída. Todos correram, esperançosos, em direção à luz. Prevendo a desgraça que estava por vir, Legolas deixou suas armas para trás e também correu.

Quando saíram da caverna, estavam no meio de um pátio, num anexo do forte, cercados por soldados armados. O grupo havia sido traído. Alguém os tinha delatado. Sem opção, todos se renderam, furiosos e inconformados. Legolas ainda tentou enganar os guardas, alegando que havia sido forçado pelos outros presos. Mas nada adiantou a tática do arqueiro. Legolas, assim como os outros, foi levado para a solitária, um cubículo escuro e apertado. Um lugar ainda mais medonho que a cela anterior, onde ele passaria os últimos dias de sua vida. Enquanto ele agonizava sozinho em sua cela, seus amigos corriam para Darkwood, na vã esperança de salvá-lo da morte certa.

Um comentário:

  1. Esse título é uma homenagem a Holy Avenger.
    Valeu trio Tormenta, valeu Erica Awano e todos os envolvidos, obrigado por nos darem esse mundo maravilhoso chamado Arton.

    ResponderExcluir