março 08, 2006

Capítulo 177 – 2º Dia – Encontro com a ninfa

Capítulo 177 2º Dia Encontro com a ninfa

Dia 19 de Weez, um Jetag. Legolas já havia passado a primeira noite na solitária, abandonado e esquecido por todos. Todos exceto seus amigos, que continuavam lutando por ele. Yczar e Sairf já haviam passado a manhã toda investigando, conversando com os soldados que conviveram com Elenindow, apenas para confirmar o que já se sabia. Elenindow era sim um garoto problema no início, mas depois, com o tempo, tornou-se um homem disciplinado e direito. Seus últimos momentos de vida serviram para que ele finalmente resolvesse as diferenças com o capitão Ron. Elenindow receberia uma promoção, por ter salvado o ouro da primeira vez que tentaram roubá-lo.Isso era o que os soldados pensavam. Mas tanto Yczar, quanto Sairf sabiam que o motivo da promoção era a descoberta de que o ouro estava escondido no quartel e Edgar era o principal suspeito de Elenindow. Talvez Edgar tivesse alguma relação com Loran, o curandeiro de Darkwood, como suspeitava Nailo. Talvez ele desejasse esconder o ouro lá e fora descoberto por Elenindow. Talvez esse tivesse sido o motivo para Elenindow atacar e matar o curandeiro. Embora as próprias palavras de Edgar, ditas às pressas enquanto Nailo era arrastado para fora do presídio, negassem isso, essas eram as mais fortes suspeitas do grupo. Somente o grupo que rumava para Darkwood, para encontrar Laura, poderia descobrir se as palavras de Edgar eram verdadeiras. Sem mais o que investigar, Yczar decidiu falar com o juiz e tentar convencê-lo a dar mais uma chance a Legolas. Sairf, por sua vez, deixou o amigo paladino e saiu pela cidade em busca de seu amigo seresteiro, Sam Rael.

Sairf andou por todos os cantos da cidade. Já era início da noite quando ele desistira de procurar por Sam e resolvera retornar para a estalagem.

_ Esse Sam! Não está nem ai pro Legolas, só quer saber de farra! Quando eu o encontrar, ele vai levar uma bronca! Bom, melhor eu voltar! Espero que Yczar tenha tido mais sorte! – pensava Sairf entre uma passada e outra.

Então, quando se aproximava de uma esquina, eis que o mago viu em sua frente o bardo atravessando tranqüilamente a rua.

_ Ei Sam! – gritou Sairf.

O bardo agiu de forma estranha. Olhou para Sairf assustado, como se encarasse um fantasma, e saiu correndo. Alguma coisa estava errada. Sairf correu para alcançá-lo, mas quando chegou ao cruzamento, o bardo havia desaparecido. Sairf ficou confuso com tudo aquilo. Por que Sam correria dele? Como desapareceria daquela forma? Teria sido apenas uma ilusão, um delírio? Sem compreender o que se passava, o mago resolveu ocultar este fato de seus companheiros, e retornou para a estalagem.

Lá, recebeu uma triste notícia.Yczar conversara com o juiz, mas nada conseguira para fazê-lo mudar de idéia. O juiz estava convencido de que Legolas era um criminoso e deveria ser punido. Nem mesmo um prazo maior até a execução da pena foi dado. Yczar e Sairf, inconformados com a decisão do juiz, começaram a traçar um plano para libertar Legolas. Yczar estava ciente de que estava cometendo um grave delito, mas tinha a certeza de que a justiça estava com ele. Se Legolas realmente tivesse matado Elenindow friamente e usando métodos sujos como alegava Sunil, ele já tinha pagado por este crime. As inúmeras vidas salvas graças à participação de Legolas eram motivo mais que suficiente para lhe dar senão o perdão, ao menos uma punição mais branda que a morte. Então veio a surpresa.

Eram altas horas da noite, quando um mensageiro entrou na estalagem procurando por Yczar. O paladino se apresentou e recebeu do homem uma carta, com o símbolo de Khalmyr lacrando-o. Era uma carta de Nurin Ironhand, o juiz que julgara Legolas. Na carta, uma surpresa ainda maior. Legolas não seria enforcado no dia seguinte, como estava previsto. Ao invés disso, o elfo seria novamente julgado, não pela morte de Elenindow, mas sim pelo roubo do ouro desaparecido, que Elenindow suspeitava ter sido furtado por Edgar. Yczar teria 12 dias para preparar a defesa de Legolas.

Os dois respiraram aliviados. Teriam mais tempo para investigar novamente os fatos que estavam envolvidos naquela trama. Teriam tempo suficiente para esperar a chegada de Laura e dos outros, isso, se eles não encontrassem problemas pelo caminho.

Enquanto isso, sem suspeitar o que acontecia em Vallahim, o grupo que partira para Darkwood enfrentava as intempéries do inverno de Tollon. Era uma noite extremamente fria. Tanto os cavalos quanto os heróis sofriam para suportar o vento que lhes atingia como lâminas afiadas. Estavam acampados à beira da estrada, a dois dias da capital, tremendo e congelando.

Nailo acendeu uma fogueira para aquecer o grupo, mas nem mesmo isso parecia aliviar a situação. Para piorar tudo, podiam ouvir uivos de lobos das estepes se aproximando lentamente, cercando o grupo. Estavam prestes a atacar.Temendo a ameaça, todos ignoraram o frio e se prepararam para o combate. Arcos e espadas nas mãos, magias preparadas para serem lançadas, somente aguardando o surgimento do inimigo.

Squall foi o primeiro a ver o inimigo se aproximando. Um ser humanóide caminhava acompanhado de uma luz cintilante que flutuava ao seu lado. A criatura foi se aproximando calmamente, confiante em sue força talvez. O monstro saiu de dentro da floresta negra revelando enfim sua face. Uma face que todos ali conheciam. Era Silfo, o sátiro.

_ Olá amigos! Que bom rever vocês! – saudou Silfo com alegria – Venham comigo! Enola os espera!

Os heróis cumprimentaram o velho amigo com emoção. Depois juntaram suas coisas e seus cavalos e acompanharam Silfo até onde Enola os aguardava.

O grupo atravessou adentrou na floresta, até chegar ao belo jardim florido onde haviam visto a ninfa pela última vez. A cena desta vez era um pouco diferente. As flores já não estavam mais abertas, o inverno tomava conta do local. Mesmo assim, aquele lugar ainda conservava uma beleza incomum, mágica. Até mesmo a temperatura ali, embora fria, era muito mais agradável que a do lado de fora.

_ Saudações meus queridos amigos! É muito bom vê-los novamente! Olá Anix! Senti sua falt....- Enola saudava os aventureiros com sua voz suave e mansa, mas não teve tempo de terminar sua frase. Anix saltou nos braços da ninfa, beijando-a. Os dois rolaram pela grama juntos, rindo como duas crianças.

Após muitos abraços de boas vindas e após Silfo cuidar dos cavalos do grupo, todos entraram na gruta de Enola. A bela ninfa lhes deu comida e bebida. Novamente Batloc se deliciou com os petiscos, mostrando-se um glutão. Então vieram as estranhas revelações.

_ Não precisam me dizer nada! Eu sei tudo que está acontecendo! Sei que Legolas corre perigo! Sei dos perigos que vocês passaram para salvar a noiva dele! Allihanna me mostrou tudo! – disse Enola. Sua voz mansa parecia um canto que acalmava a todos, menos Anix.

_ Enola! Você sabe de tudo mesmo? – Anix tinha a voz trêmula.

_ Sim Anix!

_ Perdão Enola! Desculpe-me pelas coisas que eu fiz! Eu não queria traí-la! –Anix ajoelhou-se diante da ninfa, implorando pelo seu perdão, com a consciência pesada pelo seu envolvimento com a demônia Idalla.

_ Não precisa me pedir perdão de nada Anix! Está tudo bem! Esqueça o que passou! – Enola se ajoelhou junto a Anix e o abraçou.Parecia que o amor dos dois finalmente seria consumado.

_ O mais importante agora é que vocês cumpram a missão e salvem a vida de seu amigo! Mas, tomem muito cuidado! Vocês não podem perder tempo! Devem se apressar e, quando retornarem, não parem aqui para não perderem tempo! Legolas precisa da ajuda de vocês! Ele está desamparado! Inclusive ele já foi traído a essa altura! Alguém o traiu e vocês devem ajudá-lo! E lembrem-se tenham sempre fé e confiança! – continuou Enola.

Todos ficaram surpresos com a notícia de que alguém havia traído Legolas. Mas quem poderia ser? A ninfa não revelou quem seria nem disse se sabia quem era a pessoa, deixando todos curiosos e apreensivos. No entanto, apesar de enigmáticas, as palavras de Enola inspiravam confiança no grupo e eles se conformaram. Perguntaram a ela o motivo deles terem tido sonhos premonitórios enquanto estavam tentando resgatar Liodriel, e se aquelas visões voltariam algum dia.

_ Allihanna queria lhes recompensar pela ajuda que me deram! Além de dar-lhes a maçã que pode trazer Sam de volta dos mortos, ela lhes mostrou o futuro para ajudá-los em sua missão! Se vocês voltarão a sonhar com o futuro, somente Allihanna poderia lhes dizer! – respondeu Enola.

Assim o grupo passou parte da noite matando a saudade que sentiam dos velhos amigos. Batloc, Enola, Silfo, todos reunidos novamente traziam um pouco de alegria àqueles heróis que tanto haviam sofrido em Khundrukar. Assim as horas passaram e eles adormeceram.

No meio da madrugada, Enola se levantou sorrateiramente e foi até Anix. Acordou-o com sua mão delicada acariciando o corpo do elfo. Anix despertou meio confuso. Enola se levantou e foi para um túnel lateral no fundo da gruta. Lá ela acenou para Anix que a seguiu sem hesitar. Finalmente, após tanto tempo, Anix e Enola tiveram sua tão sonhada noite de amor. Os dois se amaram intensamente, provando prazeres nunca imaginados por suas mentes. Os dois estavam juntos enfim, como se fossem um só. Desejavam que aquele momento durasse para sempre e que eles nunca precisassem se separar. Infelizmente, a manhã seguinte chegou mais rápido do que eles gostariam. O momento de partir estava próximo.

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